REVISTA EM MARCHA 2017-1

REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO -11 –

Dai graças ao seu santo nome ALUNO
Texto bíblico: Salmo 30
Gratidão é um sentimento que envolve a alma de quem reconhece um favor recebido. É fruto de um coração bom, onde não cabe soberba, nem orgulho ou presunção. Para o povo cristão a gratidão se transforma em ações de graças e gera um louvor sincero a Deus.

Fundamento bíblico
Como é bom receber ajuda nos momentos em que precisamos: alguém que se oferece para empurrar o carro quebrado; alguém que estende a mão para levantar uma pessoa que caiu; alguém que se oferece para ajudar a carregar sacolas pesadas, etc.. Receber ajuda, principalmente num momento de muita necessidade, é muito bom, algo que nos traz satisfação. Essa alegria em ter sido ajudado após vivenciar um momento de grande angústia, também inundou o coração de Davi e se transformou em uma sincera oração de gratidão (Salmo 30.10-11).
O salmista não entra em detalhes, mas revela ter enfrentado uma enfermidade mortal. Ele chega a declarar que Deus o tirou da cova, livrando-o da morte (v.3). A expressão “da cova fizeste subir a minha alma”, tanto aponta para o momento em que Davi quase morreu, pois logo em seguida ele declara que Deus lhe preservou a vida para que não descesse à sepultura, como também revela o tamanho do seu sofrimento, da dor que o acompanhou durante esse tempo.
Davi apresenta um pensamento teológico muito presente entre o povo da Bíblia: a ideia de que sua enfermidade teve origem no momento em que ele se rebelou e pecou contra Deus. Ele fala dos sentimentos que povoaram sua mente num momento em que tudo na sua vida lhe ia muito em. Num momento em que se tornou um homem próspero e começou a acreditar que tudo o que possuía lhe era suficiente para nunca ter falta de nada, e assim declarou: “... jamais serei abalado” (v.6).
Em sua prosperidade, Davi se esqueceu que sua vida dependia de Deus e não de bens materiais
ou muito menos dele mesmo. Ele não conseguia se lembrar de quem era antes de ser chamado por Deus para ser rei. Ele não se lembrou que tudo o que possuía lhe fora dado por Deus (1Crônicas 17.7-8) e assim, seu coração se exaltou.
Ao perceber-se enfermo, Davi interpreta esse sofrimento como resultado da ira de Deus sobre ele (v.5a), ira que após o seu quebrantamento (v.8) se transforma em favor, em ajuda (vv.2 e 5b).
Sentindo-se restaurado, rende graças a Deus pelo auxílio recebido  
Palavra que ilumina a vida
Essa experiência vivenciada por  Davi lhe acrescentou muitos ensinamentos e eles servem de orientação para nós também:

A misericórdia de Deus é maior que a ira: Davi apresenta duas situações que lhe deixaram angustiado: o fato de ser acometido gravemente por uma enfermidade (v.2) e a percepção de que Deus lhe havia virado o rosto (v.7b). Perceber-se como alguém que havia entristecido a Deus perturbou o salmista, levando-o a implorar o perdão do Altíssimo (v.8). Davi pôde perceber, mais uma vez, como é grande a misericórdia do Senhor, e que Deus não muda diante das nossas atitudes inadequadas, “... o seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (v.5). Ainda que nossas ações tenham sido contrárias à vontade de Deus, quando nos arrependemos de todo coração e imploramos pela misericórdia e perdão divinos, é certo que alcançaremos o seu favor. Como disse Davi, Deus não permitirá que sejamos envergonhados/as. Por meio da sua misericórdia que se renova a cada dia sobre nossa vida, podemos nos reaproximar da presença de Deus e sermos por Ele também renovados/as (Lamentações 3.22-23).

É importante reconhecer nossas limitações: depois de muita reflexão, choro e oração, Davi pôde se lembrar de que era apenas pó e que um dia seu fim realmente seria uma sepultura, lugar onde
status, bens e nome, não têm nenhum poder (Salmo 30.9; Eclesiastes 9.5; Salmo 115.17).
Reconhecer nossas limitações é importante para manter nosso coração desprendido da soberba
e avareza. É um importante passo para reconhecermos o quanto precisamos estar na dependência de Deus.

 “Este sentimento e esta constatação da precariedade da vida humana devem acompanhar aqueles e aquelas que têm fé, a esperança, e a graça de Deus em suas vidas.  É natural que a pessoa humana, em sua experiência com Deus, esqueça suas limitações.
Mas é imperativo que o homem e a mulher reconheçam sua fragilidade ante o poder e a grandeza
de Deus. Faz bem para a alma, para o corpo, para a mente, para a espiritualidade e para o bem-
-estar daqueles que convivem conosco”  (Josué Adam Lazier)12.

Deus não quer que tenhamos soberba, mas sim gratidão em nossos corações: o olhar altivo do salmista o levou a uma experiência negativa; contudo, ao ser mais uma vez beneficiado com o auxílio divino, seu coração se encheu de gratidão a Deus (Salmo 30.12). Assim como o salmista, também já tivemos noites que pareciam ser de intermináveis choros, contudo, Deus também veio em nosso auxílio e, assim, nosso choro foi transformado em alegria. Deus sempre nos enviará sua ajuda. Aliás, quanta ajuda Ele já nos enviou! E o que daremos ao Senhor por todos os seus
benefícios para conosco (Salmo 116.12)? Um coração agradecido nos levará a louvar a Deus por
tudo o que Ele nos tem feito.

O salmista nos ensina, através de sua experiência, o quanto uma oração sincera agrada a Deus.
Que quando nossas atitudes desagradam ao Senhor, o corpo pode não adoecer, mas a alma adoece, o espírito enfraquece, e aquela presença maravilhosa que tínhamos o costume de sentir, passa a parecer que está distante.
Na verdade, somos nós que nos distanciamos de Deus quando alimentamos em nós o pecado.
Mas Davi também nos ensina que através do arrependimento, podemos encontrar não somente
o perdão, mas também a alegria pela presença de Deus.

12 LAZIER, Josué Adam. Oração Simples.Disponível em http://www.metodista.org.br/oracao-simples. Acesso em janeiro de 2017.

Conclusão
O quebrantamento, a oração sincera, o desejo de agradar a Deus, abrem caminhos para encontros e reencontros com Ele. Algumas vezes, mesmo tendo experimentado deste favor divino, nos afastamos dele, por meio das decisões que tomamos. Mas sempre haverá perdão e graça em Deus para o coração arrependido.
No entanto, somos convidados e convidadas a nos reaproximar do Senhor enquanto há vida, pois
um dia essa vida acabará. Foi o que nos lembrou o salmista e não podemos esquecer dessa verdade.

Para conversar
Reflita sobre as misericórdias de Deus. Quanta ajuda Ele já lhe enviou!
Compartilhe com o grupo.
Pensar que não há nenhum proveito em nosso sangue, quando    estivermos mortos, nos ajuda a pensar nos proveitos que ele tem, enquanto temos vida. Que tal promovermos uma campanha de
doação de sangue em nossa igreja ou sairmos para praticar este gesto de amor? Sangue é vida. É oferecer ajuda a quem muito necessita.
Conversem sobre isso.

Leia durante a semana
:: Domingo: Salmo 30
:: Segunda-feira: Salmo 116
:: Terça-feira: 1Crônicas 17.7-8
:: Quarta-feira: Eclesiastes 9
:: Quinta-feira: Salmo 115
:: Sexta-feira: Isaías 54.7-8
:: Sábado: Isaías 38. 16-20




REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO -11 –

Dai graças ao seu santo nome – PROFESSOR

Objetivo
Aprofundar o tema da  gratidão.

Para início de conversa
Inicie a aula entregando a cada participante uma caneta ou lápis e uma folha de papel e peça que
pensem em duas situações: uma boa e outra difícil que já vivenciaram.
Após esse exercício, deverão escrever uma palavra de gratidão para essas situações. Em seguida, leia a história: “Pollyanna e o Jogo do contente” (Pollyanna, a Pequena Órfã, de Eleanor H. Porter):

“Certa vez uma menina de nome Pollyanna conversava com seu pai e pediu-lhe uma boneca. Ele
então sorriu e respondeu, dizendo que ela teria sua boneca. O pai, que era um missionário, enviou uma carta pedindo a boneca.
A menina esperou, esperou…
E a caixa de doações finalmente chegou! Ela foi correndo até a caixa e a abriu toda feliz. Mas
dentro só havia um par de muletas…
A menina começou a chorar desesperada, então seu pai a abraçou e lhe ensinou um jogo…
O jogo do contente, que se trata de encontrar em cada tristeza ao menos um pouquinho de alegria. Pollyanna então perguntou ao pai: –
Como posso ficar contente por ter recebido um par de muletas e não a boneca que pedi? O que há de bom nisso? O pai a olhou com ternura e respondeu: – Simplesmente pelo fato de não precisar delas!”.
Peça que leiam a palavra que escreveram e termine pontuando a importância da gratidão e como
este sentimento nos ajuda a enxergarmos a vida de forma positiva, prevenindo estados de ansiedade, tristeza e revolta.

Por dentro do assunto
O livro dos Salmos é o livro das orações e cânticos espirituais do povo judeu, usados nos cultos
comunitários ou individuais.
Nele, encontramos o relato das experiências de vida e fé deste povo, narradas por meio das expressões de louvores ou súplicas feitas a Deus.
Na Bíblia hebraica o título deste livro era Tehilim, Louvores. Ao ser traduzido para o grego, recebeu o nome de Salmos, referindo-se aos cânticos nele apresentados. Outro nome dado a este livro é Saltério, referindo--se aos instrumentos que deveriam acompanhar estes recitais.
O livro dos Salmos continua atual!
Ele é um livro para ser lido, memorizado, pensado e orado, porque através do seu conteúdo e meditação nos aproximamos de Deus e ouvimos a sua voz. Nas orações dos salmistas, que muitas vezes falam de suas alegrias e angústias, nos identificamos.
São como um espelho a refletir a nossa humanidade. Seus medos, pecados e fracassos, também são os nossos. A alegria, a fé e a esperança que cada um deles testemunha,  se renovam em nós à medida que fazemos nossas as suas palavras.
Um exemplo disso é o verso 5 do salmo 30. Embora o choro muitas vezes esteja presente em nossas noites, a certeza de que a alegria vem nos enche de ânimo, a ponto de não ficarmos pensando no que a noite pode trazer, mas sim, na esperança que um novo dia representa.
Sendo um livro de orações provoca resultados maravilhosos na vida de quem as lê, pois a oração é um dos meios de nos achegarmos a Deus. Ela tem a força de revigorar as pessoas que não têm nenhum vigor.
 “Essas orações nascidas de situações concretas da vida, provocam forte impacto no âmago do ser que as medita. Falam de um coração agradecido (Sl 28.6).
Falam da confiança (Sl 25.2). Relembram a história passada do povo (Sl 106). Revelam o mais íntimo daquele que suplica (Sl 40.2). Têm o poder de ensinar no silêncio.” (HOLTHMAM. Ivete. Salmos, um convite à oração.
Disponível em: goo.gl/RcK7X5. Acesso em janeiro de 2017).
A apropriação dos salmos como instrumento de fortalecimento da fé é uma prática antiga. O Novo Testamento faz registro desse ato: “falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais” (Efésios 5.19) e “... instruí-vos e aconselhai-
vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Colossenses 3.16). As recomendações encontradas nos livros de Efésios e Colossenses, ditas no plural – “falando entre vós”, “instruí-vos”, “aconselhai--vos” – segue o propósito do livro dos Salmos: ser de uso comunitário.
A prática da oração comunitária visa, entre outras coisas, o fortalecimento e o crescimento da Igreja em conjunto.

“Para que possamos entender o sentido dessa oração comunitária basta lembrar que a comunidade do Antigo Testamento tinha o costume de orar os salmos de forma alternada.
Era uma maneira de fazer com que todos participassem da mesma oração. Havia o denominado
parallelismus membrorum, a repetição, na segunda parte do versículo, da mesma afirmação com outras palavras. Ex. Salmo 5: São sempre duas vozes que repetem com palavras diferentes a mesma prece diante de Deus.
Isso mostra que a oração deve ter um perfil comunitário. Alguém deve unir-se ao outro em oração.
Outro exemplo é o longo Salmo 119, com repetição constante do mesmo pensamento...”. (BARBOSA, José Carlos. Senhor, ensina--nos a orar: João Wesley e a oração. Disponível em: goo.gl/i70XM7. Acesso em janeiro de 2017)
Por fim
Para encerrar a aula convide a turma para fazer uma oração comunitária:
Alguém começa com uma frase ou duas, e a pessoa seguinte prossegue, dando continuidade
à oração, sempre com expressões curtas, para que haja participação de todo o grupo

Conclusão                                  
O quebrantamento, a oração sincera, o desejo de agradar a Deus, abrem caminhos para encontros e reencontros com Ele. Algumas vezes, mesmo tendo experimentado deste favor divino, nos afastamos dele, por meio das decisões que tomamos. Mas sempre haverá perdão e graça em Deus para o coração arrependido.
No entanto, somos convidados e convidadas a nos reaproximar do Senhor enquanto há vida, pois
um dia essa vida acabará. Foi o que nos lembrou o salmista e não podemos esquecer dessa verdade.

Para conversar
Reflita sobre as misericórdias de Deus. Quanta ajuda Ele já lhe enviou!
Compartilhe com o grupo.
Pensar que não há nenhum proveito em nosso sangue, quando    estivermos mortos, nos ajuda a pensar nos proveitos que ele tem, enquanto temos vida. Que tal promovermos uma campanha de
doação de sangue em nossa igreja ou sairmos para praticar este gesto de amor? Sangue é vida. É oferecer ajuda a quem muito necessita.
Conversem sobre isso.

Leia durante a semana
:: Domingo: Salmo 30
:: Segunda-feira: Salmo 116
:: Terça-feira: 1Crônicas 17.7-8
:: Quarta-feira: Eclesiastes 9
:: Quinta-feira: Salmo 115
:: Sexta-feira: Isaías 54.7-8
:: Sábado: Isaías 38. 16-20

 REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO -10 –


Efatá: Abre-te!
Texto bíblico:  -Marcos 7.31-37– aluno –
Muitos problemas que surgem na Igreja são fruto de falta ou distorção na comunicação. Falamos o que não devemos, compreendemos de forma equivocada, deixamos de nos comunicar e isso vai prejudicando as relações. Podemos incorrer no erro de nunca ceder ou mudar de opinião. Caminhar com Jesus se faz desafiador em muitos sentidos e um deles é trabalharmos constantemente para melhorar a nossa comunicação, fazendo com que ela tenha como base o amor ao próximo, a disponibilidade de ouvir e a coragem de construir respostas e opiniões de acordo com a Palavra de Deus e não com as nossas falhas certezas.
Fundamento bíblico
Os discípulos e discípulas que seguiam a Jesus aprendiam dos seus ensinos e contemplavam as suas ações. No Evangelho de Marcos, além dos inúmeros conflitos com os fariseus, é possível perceber que as pessoas que andavam perto de Jesus muitas vezes não entendiam seu modo de agir (Marcos 6.31; 8.4-6; 10.13-14). De fato, conviver com o Mestre era rever constantemente os próprios conceitos e isso não devia ser nada simples porque Ele nunca fazia a opção mais fácil: preferia estar sempre com quem era socialmente excluído/a; ia aos poucos instituindo e anunciando o seu Reino por meio do amor e do serviço ao próximo, nunca por meio da violência; dava outro significado para a lei (a interpretação correta), etc.. Assim, quem se encontrava e conviva com Jesus tinha diante de si o desafio de estar constantemente se abrindo a outros ensinos, a outras realidades, à misericórdia e ao amor incondicional.
“Abrir-se”: Essa foi a ordem dada aos ouvidos e à boca daquele homem surdo e gago que levaram até Jesus para que Ele o curasse.
O episódio da cura deste homem é antecedido por um milagre muito peculiar: Jesus cura a filha de uma mulher siro-fenícia, que teoricamente não tinha acesso à promessa do Messias. Aliás, o capítulo 7 é marcado pelo desafio de revisão de conceitos.  
Ele começa com Jesus tratando do tema da pureza e da impureza, sobre o que Cristo afirma: “Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar, mas o que sai do homem é o que o contamina” (v.15). Em seguida, registra-se o relato da cura da filha da mulher siro-fenícia. Sendo ela de outra origem e de outra religião, não teria acesso ao Mestre.  Por meio deste relato, a missão de Jesus é ampliada: Ele veio para todas as pessoas! Esta foi a fé e a compreensão daquela mulher que alcançou a cura.
Muitos dos seus discípulos e discípulas, bem como escribas e fariseus, não tinham este entendimento.
Finalmente chegamos ao episódio do encontro de Jesus com o homem surdo e gago. Vejamos: v.31: O relato começa apontando um lugar, um espaço onde isto aconteceu; mais do que um rigor geográfico, estes territórios citados (Tiro, Sidom, Decápolis) caracterizam lugares onde habitavam povos gentios, considerados pela religião judaica como gente impura. Foi na região de Tiro e Sidom que aquela mulher encontrou Jesus e agora, caminhando para Galiléia por meio da região de Decápolis, mais uma pessoa excluída encontrou-se com o mestre: um surdo-gago.
v.32: O texto não nos diz o grau de surdez daquele homem. Além de surdez, sabe-se que ele tinha gagueira, sua fala era comprometida, não falava bem. O que constatamos é que esse homem tinha seu processo de comunicação oral (ouvir e falar) bastante comprometido. Ainda que fosse um território de gentios, havia pessoas que reconheceram o poder de Jesus, a ponto de levar o homem até Jesus e suplicar que Ele lhe impusesse as mãos; foram elas que levaram o homem até o Mestre, pedindo que Ele lhe impusesse as mãos.
v.33: A imposição de mãos para invocação de cura era uma prática comum nos tempos de Jesus, realizada pelo Mestre (Marcos 5.23) e também por outras pessoas que queriam ver ou “fazer” milagres.
No entanto, Jesus cura aquele surdo gago de outra forma: tira-o da multidão e toca--o especificamente: coloca seus dedos sobre suas orelhas e lhe toca a língua com a saliva.
Este milagre é semelhante ao milagre descrito em Marcos 8.22-26. Havia uma crença no poder curativo da saliva; Jesus também se valeu dela em outros momentos, mas devemos olhá-la numa perspectiva mais simbólica do que concreta.
Essa saliva sai da língua de Jesus para tocar a língua daquele homem. A língua é a representação simbólica da palavra (1Pedro 3.10). Enquanto Jesus não havia tocado a sua língua, ele não conseguia ter uma linguagem, uma fala fluente que as pessoas pudessem compreender; foi a saliva de Jesus, a Palavra de Jesus que lhe garantiu uma nova forma de falar.
v.34: Jesus tocou aquele homem e em seguida ergueu os olhos para o céu. É do Pai que está nos céus (Mateus 6.9) que vem o poder para curar.
Efatá! Esta é a ordem de Jesus. Aquilo que estava comprometido, limitado, fechado, isto é, seus ouvidos e língua, deveriam agora abrir-se.
Efatá é uma das palavras em aramaico (a língua que se falava na época de Jesus) que ficou preservada no texto bíblico atual.
Além dela temos “Talitá cumi” (Marcos 5.41) e “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?” (15.34). Provavelmente essas palavras foram preservadas porque passaram a fazer parte da liturgia, do modo de cultuar da Igreja primitiva.
Eram palavras que faziam parte da vivência da fé das pessoas.
Talvez “Efatá” tenha se tornado uma ordem missionária de ouvir e falar de forma diferente.
v.35: Assim está descrita a cura: primeiro se lhe abriram os ouvi dos e logo depois ele passou a falar corretamente. A sua forma de ouvir se transformou e com isto a sua fala foi liberta de todo empecilho a ponto de falar desembaraçadamente.
Isto pode representar a necessidade de aprendermos a ouvir mais, antes de nos posicionarmos.
vv.36-37: Jesus teve o comportamento de pedir silêncio diante de alguns milagres, mas isso não ava muito certo. Como se calar diante de tão grande bênção?
A conclusão das pessoas que presenciaram o milagre foi: “Tudo ele tem feito esplendidamente bem; não somente faz ouvir os surdos, como falar os mudos” (v.37).
Diante de tanta incompreensão a respeito da missão de Jesus, era esse o desejo do Mestre: que seus discípulos e discípulas e todo o povo se abrissem ao agir de Deus, ao toque de Jesus, a fim de que a sua forma de ouvir se ampliasse, a sua compreensão se alargasse e as suas palavras fossem ungidas pelas Palavras do Mestre.
Palavra que ilumina a vida
Antes que uma criança aprenda a falar, ela já escutou muitas palavras.
A princípio começa a falar sons isolados, depois faz barulhinhos que não conseguimos entender e, pouco a pouco, vamos estimulando-a a soltar as primeiras palavrinhas.
Sempre nos surpreendemos quando ela traz uma palavra nova e a aplica no contexto certo.
Certa vez uma menina de quatro anos chegou da escola, colocou sua mochila no sofá e disse: “titia, estou exausta”. Seguramente ela primeiro escutou esta palavra para depois reproduzi-la.
O ato de falar vai sendo aprimorado passo a passo, as primeiras palavras surgem faltando letras, com pronúncia equivocada, mas quando a criança se depara com o modelo correto da palavra, ela aprimora a sua forma de articulá-la. Para tudo isso é preciso disposição,
vontade.
A ordem dada ao surdo gago era também um desafio para os discípulos e discípulas que precisavam compreender as ações e o discurso de Jesus, bem diferentes de tudo que ouviam, bem diferente de como tratavam as pessoas e eram tratados/as. E do mesmo modo este é um desafio para o nosso processo de santificação.
Nós precisamos nos abrir constantemente à ação de Jesus e pedir a Ele que toque os nossos ouvidos a fim de que possamos escutar de outra forma o que Ele diz (Lucas 8.10-15; 24.32) e o que as pessoas falam (Jó 16.5; Tiago 1.19).
O ato de ouvir é muito precioso, mas requer disposição, humildade, paciência, tolerância. A base da nossa escuta precisa ser o amor.
Foi com amor que Jesus escutou a mulher pega em adultério, escutou Zaqueu e tantas outras pessoas pecadoras. Ele não concordava com as suas atitudes, mas ao escutá-las Ele pôde abençoá-las e transformá-las com sua Palavra. O exercício da escuta amorosa nos aproxima das pessoas e de Deus e, por meio dela, nós vivemos a transformação.
O toque de Jesus está disponível para os nossos ouvidos e também para o nosso falar. Ele quer que a nossa boca e o nosso coração se ocupem da sua Palavra. Ela tem que ser o nosso principal discurso, é para isso que Ele nos chama: para anunciar os feitos do Senhor.
O que deve ocupar o nosso pensamento e a nossa língua é a mensagem que vem da parte do Senhor: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Efésios 4.29). Encontrar-se com Cristo e conviver com Ele nos dá a possibilidade de escutar e falar segundo a sua vontade. Por meio da sua Graça encontramos forças para assumir esta tarefa.
Conclusão
Em meio a um povo que desconhecia Jesus havia pessoas que criam em seu poder e foram elas que levaram o surdo gago até Ele. Nós somos as pessoas que colaborarão para que outras tenham suas formas de ouvir, falar e agir transformadas. Aquelas pessoas, ao presenciarem o milagre, também se abriram para a novidade do Senhor.
Portanto, não desanime na sua missão de evangelizar, sabendo que a obra de Deus é completa e muito boa, ela atinge quem evangeliza e as pessoas evangelizadas.
Que Deus nos dê coragem para preservarmos a nossa comunicação, a fim de que a mensagem que a Igreja tem que transmitir por nosso intermédio não se deturpe sinalizando a morte, mas gere vida e libertação.

Para conversar
O que é fundamental para preservar e restaurar a comunicação na nossa comunidade de fé?

Leia durante a semana
:: Domingo: Marcos 7.31-17
:: Segunda-feira: Hebreus 3.12-19
:: Terça-feira: Jó 16
:: Quarta-feira: Efésios 4. 25-29
:: Quinta-feira: Provérbios 16.9-13
:: Sexta-feira: Eclesiastes 5.1-7
:: Sábado: Tiago 3

REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO -10 –


Efatá: Abre-te!
Texto bíblico:  -Marcos 7.31-37– PROFESSOR –
Objetivo
Analisar o tema do milagre a partir da cura do surdo gago; destacar a realidade da exclusão social do tempo de Jesus.
Para início de conversa
Proponha uma dinâmica: uma pessoa voluntária ficará no centro do grupo e as demais deverão amarrá-la usando cordas ou faixas.
Enquanto a turma procura prendê-la, ela deverá tentar  escapar.
Oriente o grupo a ter cuidado para que ninguém se machuque.
Depois de um tempo, encerre a brincadeira e pergunte a quem foi amarrado qual a sensação se estar sendo preso. Isso lhe trouxe algum incômodo e por quê?
Conclua a dinâmica pontuando que há muitas coisas na vida que nos amarram ou tentam nos prender.
Peça que pontuem algumas dessas coisas e prossiga com o estudo.
Por dentro do assunto
Certa vez Jesus afirmou que o Espírito de Deus estava sobre Ele e que fora ungido “para evangelizar os pobres... proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor”
(Lucas 4.16-19). Ao percorrer a caminhada de Jesus nos Evangelhos, podemos perceber que Ele procurou ser fiel à sua missão, orientada pelo Espírito de Deus.
O surdo gago também se encaixa nesta lista de propósitos de Jesus.
Ele não era apenas alguém limitado em suas funções, mas também um oprimido ansiando por libertação. E o número de pessoas oprimidas, no tempo de Jesus, era elevado. Elas compunham a estatística das pessoas discriminadas.
Vejamos quem eram elas:
Pessoas imorais: neste grupo estavam prostitutas e outras pessoas apontadas como pecadoras (Mateus 21.31-32; Lucas 7.37-50; João 8.2-11).
Pessoas hereges: pessoas pagãs e o grupo de samaritanos (Lucas 17.16; Marcos 7.24-30;  João 4.7-42).
Pessoas impuras: pessoas possessas ou acometidas de lepra (Mateus 8.2-4; Lucas 17.12-
14).
Pessoas marginalizadas: mulheres, crianças, pessoas doentes de todo tipo (Marcos 1.32-34; Mateus 8.16-17; Mateus 19.13- 15; Lucas 8.1-3).
Os colaboradores do Império: publicanos e soldados (Lucas 19. 1-10).
Pessoas pobres: o povo sem poder aquisitivo e social (Mateus 11.25-26; Lucas 6.20-23).
Jesus acolheu todas estas pessoas.
Acolheu também as pessoas oprimidas pela religião oficial, que procurava legitimar sua ação a partir das divisões que instituíam:
Jesus acolheu o povo judeu e o samaritano: o Mestre ensinou que próximo é toda pessoa de
quem você se aproxima (Lucas 10.29-37).
Jesus acolheu o povo judeue o estrangeiro: Ele atendeu ao pedido do centurião (Lucas 7.2-10) e da cananeia (Mateus 15.21-28).
Jesus acolheu a pessoa destacada como santa, como também aquela acusada ou que se sentia pecadora: Ele acolheu Zaqueu e rebateu as críticas dos fariseus (Marcos 2.15-17).
Jesus acolheu a pessoa pura e a considerada impura: o Mestre questionou, criticou e até ridicularizou a lei da pureza legal (Mateus 23.23-24; Marcos 7.9-23).
Para libertar as pessoas oprimidas pelo rigor da religião, Jesus “ressignificou” alguns valores, até
então deturpados:
Obras santas e profanas: esmola (Mateus 6.1-4), oração (Mateus 6.5-8) e jejum (Mateus 6.16-18) são redimensionados.
Tempo sagrado e profano: Jesus coloca o sábado a serviço do ser humano (Marcos 2.27;
João 7.23).
Lugar sagrado e profano: além do Templo, Deus pode ser adorado em qualquer lugar (João 2.19; João 4.21-24; Marcos 13.2).
Rico e pobre: Jesus denuncia o escândalo do abismo que separa ricos de pobres (Lucas 16.19-31).
Na libertação dada por Jesus ao surdo gago (Marcos 7.31-37) é importante destacar que a Bíblia
aponta o relato como um milagre e não cura, embora o subtítulo acrescentado em muitas Bíblias apresente o episódio como “a cura de um surdo e gago”. Em nossos dias essa observação é importante, pois sabemos que surdez, mudez ou gagueira não são de fato enfermidades, mas impedimentos.
A pessoa portadora desses  sintomas fica limitada ou impedida de exercitar certos comandos ou funções, sem significar de fato que ela seja doente.
Na teologia bíblica a cura está ligada à salvação. Salvar é um dos verbos mais importantes da Bíblia e possui inúmeros significados, que descrevem a diversidade da ação salvífica de Deus na história da humanidade.
Salvar muitas vezes é traduzido como redimir  (Oséias 13.14), resgatar (Êxodo 13.13-15), socorrer (Josué 10.6-7), libertar (Salmo 59.2), entre outros. Sendo assim, não é errado dizer que Jesus curou o surdo gago, pois sua ação foi completa, alcançando corpo (abriu os ouvidos e desprendeu a língua), alma (curando as feridas emocionais geradas pelos anos de rejeição) e espírito (oferecendo também salvação espiritual, como sempre fazia).
Por fim
Finalize pontuando que Deus não mudou e sua salvação plena continua sendo oferecida a todas as pessoas. Convide o grupo a orar e entregar a Deus tudo aquilo que nos prende ou tenta nos prender.

Conclusão
Em meio a um povo que desconhecia Jesus havia pessoas que criam em seu poder e foram elas que levaram o surdo gago até Ele. Nós somos as pessoas que colaborarão para que outras tenham suas formas de ouvir, falar e agir transformadas. Aquelas pessoas, ao presenciarem o milagre, também se abriram para a novidade do Senhor.
Portanto, não desanime na sua missão de evangelizar, sabendo que a obra de Deus é completa e muito boa, ela atinge quem evangeliza e as pessoas evangelizadas.
Que Deus nos dê coragem para preservarmos a nossa comunicação, a fim de que a mensagem que a Igreja tem que transmitir por nosso intermédio não se deturpe sinalizando a morte, mas gere vida e libertação.

Para conversar
O que é fundamental para preservar e restaurar a comunicação na nossa comunidade de fé?

Leia durante a semana
:: Domingo: Marcos 7.31-17
:: Segunda-feira: Hebreus 3.12-19
:: Terça-feira: Jó 16
:: Quarta-feira: Efésios 4. 25-29
:: Quinta-feira: Provérbios 16.9-13
:: Sexta-feira: Eclesiastes 5.1-7
:: Sábado: Tiago 3


  REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO -9 –


Bom é esperar no Senhor

Texto bíblico:  -24 Salmo 126– aluno –
Como é bom ter esperança! Esperança é aquilo que nos renova em meio às crises. É o que nos dá força para olhar para frente e acreditar que, apesar do improvável, a situação pode melhorar. Melhor ainda, é quando essa esperança está posta no Senhor nosso Deus, porque “Bom é o Senhor para os que esperam (têm esperança) nele...” (Lamentações 3.25). Esperança também é o que encontramos nas manifestações do salmo 126.
Fundamento bíblico
O salmo 126 é um cântico de súplicas e também de ação de graças, pois ao mesmo tempo em que o salmista tem sua oração voltada para o desejo de ver o seu povo restaurado (v.4), seu coração também se recorda das grandes obras já realizadas pelo Senhor (v.3). Este cântico nasceu num momento de grande alegria, mas como resultado de muito pranto vivenciado no passado.
A restauração de Sião a que o salmista se refere (v.1), foi a grande libertação realizada por Deus, que salvou o seu povo de um exílio longo e opressor: o Exílio Babilônico.
Entre os anos 597 e 587 a.C., o povo de Israel sofreu grandes invasões do exército babilônico. Ao final deste período, Zedequias, rei de Judá, rebelou-se contra Nabucodonosor, que ordenou a destruição de Jerusalém e do Templo e a deportação da maioria do povo israelita para a Babilônia (2Reis 24.18-20; 25.1-21).
Em 539 a.C., o Império Babilônico caiu pelas mãos de Ciro, o rei dos persas (Daniel 5), e este se
tornou o responsável pela libertação das pessoas cativas de Israel.
Em 538 a.C.Ciro assinou um decreto absolvendo os judeus exilados e concedendo-lhes autorização para regressarem a Jerusalém.
Este momento histórico ficou registrado no livro de Esdras (Esdras 1).
Os anos de cativeiro foram tão desesperadores que, ao se ver livre, o povo custou a acreditar que o sofrimento havia acabado.
Ficaram estarrecidos, “...como quem sonha” (Salmo 126.1).
Palavra que ilumina a vida
O salmo 126 é o relato da história de um povo sofredor, que viu, com muito pesar, seus sonhos serem desfeitos, ao mesmo tempo em que presenciava o anúncio de um futuro incerto.
As experiências vivenciadas pelo povo da Bíblia, muitas vezes se confundem com as nossas experiências, por tantas semelhanças encontradas. Quantas pessoas ainda vivem sob um domínio de escravidão e opressão gerado por outras pessoas que se sentem melhores ou superiores a elas? Ainda há muitos sinais de opressão e dominação em nossa sociedade, sejam opressões vivenciadas dentro de um casamento, em que o marido ou a esposa se sente no direito de propriedade do corpo do outro; seja no trabalho onde os empregadores/as ou chefias pensam deter o poder, achando que isso lhes dá o direito de pisar e humilhar outras pessoas; seja na Igreja, onde líderes assumem esse mesmo papel de autoritarismo.
Sabemos o quanto a pressão aniquila as forças das pessoas. Ela é capaz de destruir sonhos, de fazer morrer a esperança, de trazer a impressão de que o sofrimento é eterno. Entretanto, a  Palavra de Deus afirma que para Ele “nada é impossível” (Lucas 1.37). Se nos engajarmos e nos esforçarmos para promover a justiça e vencer o mal com o bem (Romanos 12.21), as forças aniquiladoras poderão ceder. Em Deus, sonhos desfeitos podem ser refeitos, futuros incertos podem ser reconstruídos, tristezas podem chegar ao fim, dando lugar à alegria (Isaías 61.1-3). O importante é não perder a esperança. O salmista nos ensina como neste salmo:
Perceber o que Deus tem feito e permitir que isso nos renove. O salmista orou: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe” (v.4). O Neguebe
é uma região árida, quase desértica no verão, situada ao sul da Palestina. “Aí se localiza todo um ecossistema específico, marcado por um verão sem chuvas e sem águas nos rios e um inverno de chuvas que chegam a torrenciais”. (Milton Schwantes)11 Provavelmente, em tempos de seca, aquela era uma região onde a vida estava ameaçada, quase sem esperança, mas, quando inham
as chuvas do inverno a vida florescia e a esperança se renovava.
Olhar o Neguebe era enxergar o poder de Deus agindo. Assim o salmista renovava sua  esperança de que, depois da sequidão, viria o tempo da restauração.
Exercitar a fé. ”Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão” (v.5). Esta é uma afirmação de fé. Embora o sonho da colheita, da liberdade, já tivesse se realizado, o salmista está reafirmando a sua fé nessa certeza, de que vale a pena depositar nossos sonhos e anseios nas mãos de Deus, pois Ele traz à existência o que não existe. O autor de Hebreus falou sobre a importância de exercitar a fé, de ter “a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem” (Hebreus 11.1). A fé nos convence de que a colheita poderá ser abundante.
Não deixar de semear, por mais difícil que seja. O salmista concluiu seu cântico dizendo que
“quem sai andando e chorando...voltará... trazendo seus feixes” (v.6). Há momentos em que a espera gera angústia e tende a nos desanimar. Não importa a circunstância, não podemos deixar de semear, ainda que seja em meio às lágrimas, pois sem semeadura não haverá colheita. “Se te mostrares fraco no dia da angústia, a tua força será pequena” (Provérbios 24.10). Muitas vezes é necessário sair andando, ainda que chorando.
Conclusão
O salmo 126 é uma destas passagens bíblicas que confirmam que ser uma pessoa de fé não nos torna imunes às situações difíceis da vida. Ao falar de uma relação de caminhada de fé e choro, o salmista nos apresenta a realidade da vida humana, de que há momentos em que semeamos com lágrimas, mas há outros em que colheremos com alegria (v.5). E assim é a nossa vida. Contudo, resta-nos uma grande esperança. “Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (v.6).
Para conversar
O professor e pastor metodista Tércio Machado Siqueira afirma que “a história bíblica ensina que o sofrimento é fonte de aprendizado e gerador de futuras alegrias”. Dialoguem sobre isso buscando exemplos na Palavra de Deus.
Que outros sinais de opressão e dominação podemos destacar em nossa sociedade?
O que podemos fazer para promover libertação?
Leia durante
:: Domingo: Salmo 126
:: Segunda-feira: Salmo 85
:: Terça-feira: 2Reis 24.18-20
:: Quarta-feira: 2Reis 25.1-21
:: Quinta-feira: Daniel 5
:: Sexta-feira: Esdras 1
:: Sábado: Lamentações 3

SCHWANTES. Milton. Israel - Neguebe.Disponível em: http://portal.metodista.br/arqueologia/artigos/2012/israel-neguebe.

Acesso em 03/01/2017.



REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO -9 –

Bom é esperar no Senhor

Texto bíblico:  -24 Salmo 126– PROFESSOR–
Objetivos
Conhecer o contexto histórico do salmo 126, trabalhando os temas das dificuldades e choro em contraste com a alegria e esperança.

Para início de conversa
Antes de ler o salmo, faça uma dinâmica: Providencie uma caixa que terá o nome de “Baú das Memórias”.
Dentro dela, coloque papéis em número suficiente para toda turma, com a seguinte frase:
“Traga a memória algo bom que lhe aconteceu em sua infância” e  distribua para a classe.
Dê 5 minutos para que haja uma reflexão sobre isso e abra espaço para quem desejar compartilhar brevemente o que lhe veio à memória. Após ouvir o grupo,  explique que a Bíblia é como um baú de memórias, um arquivo onde estão registradas histórias de vida de milhares e milhares de pessoas. O salmo 126 é um destes arquivos que relata um momento difícil e significativo na vida do povo israelita. Prossiga com o estudo.

Por dentro do assunto
A Bíblia é como um baú de memórias.
Ela é um livro de fé, mas também um livro de histórias. As memórias contidas neste livro nos mostram os relatos da Criação como ação divina; as histórias de Abraão e da formação da nação
israelita; a escravidão desse povo no Egito e a libertação através de Moisés; a caminhada no deserto e a conquista da Terra Prometida; o reinado de Davi, com suas lutas e glórias; e também a invasão de Jerusalém pelo império babilônico, como sua destruição e exílio do povo.
Histórias de alegrias e conquistas, como também de vergonha e dor. Histórias que expõem a particularidade de um povo, mas que revelam a presença constante e fiel de Deus em todos os tempos. É sobre essa presença de Deus na história do seu povo que trata o salmo 126.
Ao narrar a memória de momentos difíceis vivenciados pelo povo israelita no tempo do Exílio Babilônico, o salmista relembra a manifestação misericordiosa da presença divina sobre suas vidas.
O Exílio Babilônico é um período histórico ocorrido seis séculos antes de Cristo e que narra a interrupção de um sonho e de uma vida tranquila na caminhada do povo de Israel. Nabucodonosor, rei da Babilônia com suas tropas, invadiu Judá, capital de Jerusalém em 598, levando cativa para suas terras a elite da população, onde viveram exilados por 50 anos (2Reis 25; Jeremias 52). Onze anos após essa primeira deportação, um segundo grupo, bem maior que o primeiro, também foi levado cativo e a cidade de Jerusalém foi destruída, junto com o templo.
É a memória desta triste experiência, mas com testemunhos de superação, que levam o salmista
a reconhecer que foi Deus quem mudou a sorte do seu povo,
libertando-os do cativeiro e trazendo de volta a alegria um dia roubada.
Ao reconhecer a presença de Deus neste acontecimento, o salmista, além de exaltar a misericórdia e o poder divino (Salmo 126.3), nos ensina que é preciso olhar para o sofrimento como uma oportunidade de crescimento e não de fracasso. Ensina-nos também que manter a fé em momentos difíceis nos fortalece e ajuda a alcançarmos a vitória (vv.4-6).

Por fim
A partir das questões da seção Para Conversar, encerre a aula enfatizando a importância de manter a fé nos tempos difíceis e buscar crescimento a partir  de cada situação vivida. Peça a duas pessoas que orem, agradecendo a Deus pelos livramentos e sustento que Ele nos tem dado, e pedindo a Ele que use a Igreja, dando estratégias para promover libertação no tempo presente na nossa sociedade.


Conclusão
O salmo 126 é uma destas passagens bíblicas que confirmam que ser uma pessoa de fé não nos torna imunes às situações difíceis da vida. Ao falar de uma relação de caminhada de fé e choro, o salmista nos apresenta a realidade da vida humana, de que há momentos em que semeamos com lágrimas, mas há outros em que colheremos com alegria (v.5). E assim é a nossa vida. Contudo, resta-nos uma grande esperança. “Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (v.6).
Para conversar
O professor e pastor metodista Tércio Machado Siqueira afirma que “a história bíblica ensina que o sofrimento é fonte de aprendizado e gerador de futuras alegrias”. Dialoguem sobre isso buscando exemplos na Palavra de Deus.
Que outros sinais de opressão e dominação podemos destacar em nossa sociedade?
O que podemos fazer para promover libertação?

Leia durante
:: Domingo: Salmo 126
:: Segunda-feira: Salmo 85
:: Terça-feira: 2Reis 24.18-20
:: Quarta-feira: 2Reis 25.1-21
:: Quinta-feira: Daniel 5
:: Sexta-feira: Esdras 1
:: Sábado: Lamentações 3

SCHWANTES. Milton. Israel - Neguebe.Disponível em: http://portal.metodista.br/arqueologia/artigos/2012/israel-neguebe.


Acesso em 03/01/2017.




REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 8 –

 

O jovem rico: quem procura acha
Texto bíblico:  Mateus 19.17-24– aluno –
Quem procura acha! Este dito popular se aplica muito bem à experiência do jovem rico com Jesus. Em busca de saber mais de si e da vida futura, ele procurou o Mestre para entender o que precisava fazer de bom para alcançar a vida eterna. Diante desta pergunta, Jesus respondeu com um desafio que ele não conseguiu aceitar. Se quem procura acha, a pergunta é: o que fazer com o que achou? O que esse intrigante encontro tem a nos ensinar?
Fundamento bíblico
O capítulo 19 de Mateus apresenta algumas pessoas que vão até Jesus.
As primeiras foram os fariseus lhe perguntando sobre o divórcio.
A estes, Jesus prontamente respondeu: “Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério” (Mateus 19.9). Esta resposta os desafiava a terem um comportamento ético com as mulheres. Elas podiam ser abandonadas a qualquer momento sem ter seus direitos garantidos. Jesus defende aqui um comportamento que promova justiça.

Depois do encontro com os fariseus, são as crianças que chegam até Ele e diante do impedimento dos discípulos, Jesus os reprende e, mais uma vez, aponta para a importância de um comportamento justo e misericordioso. No Reino de Deus não há empecilhos para que as crianças e as pessoas marginalizadas se aproximem de Jesus.          
Por fim, é o jovem rico que vai até o Mestre. O relato deste episódio aparece em três dos quatro evangelhos, isto demonstra a importância pedagógica desta experiência.

Ao analisarmos os três episódios percebemos algumas diferenças entre eles. É apenas o Evangelho de Mateus que nos aponta a faixa etária do homem (Mateus 19.20). Nos evangelhos de Marcos e Lucas isto não é identificado, neles o homem dá a entender que observa os mandamentos  desde sua juventude (Marcos 10.20; Lucas 18.21). Os evangelhos de Mateus e Lucas omitem algo muito importante que Marcos preservou: “E Jesus, fitando-o, o amou e disse...” (Marcos 10.21).

O evangelho de Mateus omite também o adjetivo que o homem aplica ao Mestre: no relato de Mateus o jovem pergunta o que deve fazer de bom; em Marcos e Lucas, ele chama Jesus de bom Mestre (Marcos 10. 17; Lucas 18.18) e a resposta de Jesus começa justamente com um ensinamento: “Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um” (Mateus 19.17); “Por que me chamas de bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus” (Marcos 10.18; Lucas 18.19). Jesus, humildemente, rejeita o título de bondade e afirma a soberania do Pai.

A pergunta mostra a preocupação deste jovem em ser bem-sucedido no seu futuro, especialmente na sua relação com Deus.
Essa legítima intenção fez com que ele se aproximasse de Jesus.
Não está explícito no texto o que lhe motivou a fazer tal pergunta, mas nos parece que este homem queria ter certeza se estava no caminho certo ou descobrir o que faltava para se aproximar cada vez mais de Deus.

A essa inquietação Jesus respondeu: “(...) se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mateus 19.17). Essa é uma alusão aos 10 mandamentos que devem ser entendidos como as orientações para a relação com Deus e com o próximo. O jovem precisa de respostas muito específicas e aprofunda o seu questionamento pedindo que Jesus descreva precisamente quais são estes mandamentos. A isto, Jesus respondeu: “Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra a  eu pai e a tua mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 19.18). Quando olhamos os mandamentos destacados por Jesus, vemos que todos eles orientam para um comportamento ético em relação às outras pessoas. Na proposta de salvação de Cristo Jesus, há algo determinante: querer estar mais perto de Deus significa estar mais perto das pessoas e, especialmente daquelas que necessitam:

“Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? (...) O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25.37-40).
Diante dos mandamentos apresentados por Jesus, o homem constata que está no caminho certo, pois afirmou observar to dos os mandamentos. No entanto, suas inquietações não terminaram com esta resposta: “(...) que me falta ainda?” (Mateus 19.20).
Diante desta nova pergunta, Jesus lhe dá a resposta final: “se queres ser perfeito, vai, vende osteus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me” (Mateus 19.21).
O jovem, que afirmava observar todos os mandamentos que se relacionavam ao próximo, não conseguiu aceitar o desafio de transformar, ou melhor dizendo, de aprofundar a sua prática: dar
os seus bens para pessoas necessitadas, mudar o seu conceito de riqueza e seguir a Jesus Cristo.
Diante deste audacioso e desconcertante convite ele, entristecido, se retira justamente por ser “dono de muitas propriedades” (Mateus 19.22). Mediante esta atitude, Jesus sentencia: “Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus.
E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um
rico no reino de Deus” (Mateus 19.23-24).
Se quem procura acha; o jovem achou todas as respostas para as suas inquietações, no entanto, se perdeu ao não assumi-las como regra de vida.
Palavra que ilumina a vida
A experiência do jovem rico com Jesus nos mostra alguns desafios para a nossa vida espiritual. Nossa espiritualidade não está desvinculada da nossa prática social.
O que cremos e da maneira como cremos revela-se no nosso cotidiano, especialmente na maneira como lidamos com as pessoas.
Em sua trajetória ministerial, Jesus denunciava a separação entre o discurso e a prática. Muitos dos seus embates com os fariseus se davam justamente porque eles pregavam uma coisa e agiam de outra maneira.
Não nos parece o caso do jovem rico. Sua intenção em aprofundar o conhecimento sobre Deus, em querer saber o que fazer para se tornar mais próximo a Ele é muito importante e deve inspirar a nossa relação com Deus. Existe em nós o anseio de estarmos continuamente em reflexão buscando conhecer a Deus (Oséias 6.3) e alcançar a perfeição? Esta era a intencionalidade do apóstolo Paulo e também pode ser a nossa: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus” (Filipenses 3.12).
Os mandamentos citados por Jesus foram especificamente aqueles que tratavam da relação com
o próximo. Estes mandamentos, se observados, cumpridos com inteireza de coração, transformam a nossa ética, a nossa conduta.
No entanto, a relação que temos com os mandamentos pode, muitas vezes, ser superficial, impedindo que sua ação seja efetiva. Se desejamos fortalecer a nossa relação com Deus, precisamos entender que o fortalecimento de uma relação com o próximo pautada na misericórdia, está implícito.
O cumprimento legalista da palavra de Deus não pode ser considerado sempre como zelo, muitas vezes ele é mais fruto de um egoísmo impiedoso do que de uma busca por proximidade com Deus, ainda que quem o faça não perceba. Conhecer a lei é o primeiro passo para um seguimento mais radical. Jesus não veio revogar a lei, mas cumpri-la (Mateus 5.17). E assim Jesus resumiu a lei quando um intérprete dela o questionou: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mateus 21.37-40).

O Evangelho de Marcos nos apresenta a base da resposta desafiadora de Jesus: o amor (Marcos 10.21). É por amor, por meio de um olhar cuidadoso para aquele jovem, que Jesus responde e o convida a uma mudança radical de vida. Não há em Cristo outra intencionalidade que não seja o aperfeiçoamento daquele homem.
Foi o próprio Cristo que orientou: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mateus 6.19-21).

O desprendimento dos bens materiais é uma característica do chama- do de Jesus aos seus discípulos e discípulas (Mateus 13.44-45). “Ele pede disposição de perda, de desprendimento dos bens. Sem este tipo de disposição, a vontade de Deus de não haver pobres em meio ao seu povo (Deuteronômio 15.4) dificilmente chegará a representar uma realidade. Para que os pobres possam receber, alguém precisa perder” (Uwe Wegner)10. Quem estará disponível para perder?
Conclusão
A experiência do jovem rico nos mostra que Jesus sempre estará disponível para responder as nossas inquietações espirituais e suas repostas são dadas por amor. Estas respostas são, muitas vezes, desafiadoras, pois nos ajudam a confrontar a intencionalidade do nosso coração em relação à Missão de Deus, inclusive no que diz respeito a nossa relação com os bens materiais. Diante delas, temos a opção de escolher que caminho seguir. No entanto, nunca é demais reafirmar que Jesus é sempre o melhor caminho. “Vem e segue-me”. Aceitar este convite é ganhar o maior tesouro que alguém pode ter: a vida eterna!
10 WEGNER, U. Lucas 18.18-23 – Auxílio Homilético. In: Proclamar a libertação, volume XII,
1987. Disponível em http://www.luteranos.com.br/conteudo/lucas-18-18-23. Acesso em
janeiro 2017.
Para conversar           
No que você precisa mudar para seguir a Jesus?
Qual precisa ser a postura da Igreja em relação aos bens materiais?
Leia durante a semana
:: Domingo: Mateus 19.17-24
:: Segunda-feira: Mateus 19.23-30
:: Terça-feira: Mateus 22.34-40
:: Quarta-feira: Mateus 6.1-4
:: Quinta-feira: Mateus 5.17-20
:: Sexta-feira: Mateus 23.13-28
:: Sábado: Mateus 6.21-34


REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 8 –

 O jovem rico: quem procura acha


Texto bíblico:  Mateus 19.17-24– Professor –
Objetivo
Destacar que o amadurecimento espiritual nos desafia para o exercício de uma espiritualidade
comprometida com a justiça social, assim a busca por intimidade com Deus pressupõe uma vida de serviço ao próximo.
Para início de conversa
Apresente imagens sobre o consumismo e a partir delas, dialogue com o grupo a respeito do consumo desenfreado e os males que ele ocasiona. Cuidado para não selecionar apenas imagens de mulheres consumindo, infelizmente este é um estereótipo atribuído às mulheres, no entanto, em nossa sociedade todas as pessoas são estimuladas ao consumo desenfreado. Peça
que a turma relacione consumismo e vida espiritual, destacando o quanto ele influencia no  serviço ao próximo.
Imagem: https://goo.gl/pzUNmZ. Outra sugestão é trocar as imagens por frases sobre consumismo, por exemplo: “o consumismo te consome”; “consumo, logo existo”; “Compras de Natal: são as cestinhas forradas de seda, as caixas transparentes os estojos, os papéis de embrulho com desenhos inesperados, os barbantes, atilhos, fitas, o que na verdade oferecemos aos parentes e amigos. Pagamos por essa graça delicada da ilusão. E logo tudo se esvai, por entre sorrisos e alegrias. Durável, apenas o Meninozinho nas suas palhas, a olhar para este mundo.” (Cecília Meireles). A crônica completa de Cecília Meireles você encontra em https://goo.gl/iVsLuF.
Por dentro do assunto
“A possessão de riquezas, todavia, traz consigo o dever de usar de generosa liberalidade para com os necessitados (1Timóteo 6.18; 2Coríntios 8 e 9). Tal foi o exemplo do próprio Cristo: “que
sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos” (2Coríntios 8.9). A fidelidade no uso das toriquezas produz recompensa espiritual (Lucas 16.11); pois a verdadeira riqueza são as bênçãos espirituais proporcionadas por Deus, e não tanto as suas bênçãos materiais (Lucas 12.33; 16.11)” (O novo dicionário da Bíblia, Organizador, Local, Editora Vida, 3ª ed,2006.p.1167).

Inúmeras são as citações bíblicas que nos exortam sobre o cuidado que devemos ter no uso e acúmulo do dinheiro, não precisa muito para que o ser humano se deixe seduzir por ele. Longe de ser uma defesa à pobreza, o que a Bíblia em suas exortações deseja nos alertar é quão nocivo para a vida espiritual pode ser uma relação doentia com o dinheiro. Havia naquele jovem uma preocupação em se aproximar mais de Deus, no entanto, ao ser provado sobre o que ocupava maior espaço no seu coração, o dinheiro falou mais alto. É muito comum pessoas ricas,
ou as que estão em processo de enriquecimento, depositarem sua confiança no dinheiro, assim,
lhes provocar a uma vida simples, ou a partilha dos seus bens é tirar a sua base, o seu sustento.

Quais são os perigos que a Bíblia aponta a respeito das riquezas?

A partir do Novo Dicionário da Bíblia, (Organizador, Local, Editora Vida, 3ª ed., 2006), destacamos:

1. Esquecer-se que Deus é a fonte de toda bênção alcançada (Deuteronômio 8.17,18; Oséias 2.8); 2. Confiar nas riquezas (Salmo 52.7; Marcos 10.23-27); 3.
Fazer da riqueza o centro dos próprios interesses (Lucas 12.21; Apocalipse 3.17; Mateus 13.22); 4.

Cobiça (1 Timóteo 6.9-10).

John Wesley, em seu sermão sobre “o uso do dinheiro” nos apresenta regras muito importantes:
“ganhai o mais que puderdes; poupai o mais que puderdes; economizai o mais que puderdes”.
Vejamos o que ele aponta  sobre cada uma delas.

Ganhai o mais que puderdes: “Ganhai tudo quanto puderdes ganhar pela atividade honesta.
Usai de toda diligência possível em vossa profissão. Não percais tempo. Se vos conhecerdes a vós mesmos e vossa relação para com Deus e o homem, sabe reis que nenhum tempo tendes a dissipar. Se conhecerdes, como deveis, vossa vocação particular não tereis tempo para cruzar os braços.
Todo negócio proporcionará algum emprego suficiente a cada dia e a cada hora. Aquilo em que
estiverdes colocados, se o executardes com ardor não vos deixará vagares a diversões tolas, inúteis.
Sempre tereis alguma coisa melhor a fazer; alguma coisa que vos aproveitara em maior ou menor
escala. E “aquilo que vossas mãos acharem para fazer, fá-lo-eis com diligência”. Fazei-o tão depressa quanto possível: não vos demoreis!
Não adieis de um para outro dia, de uma para outra hora!
Não deixeis nunca qualquer coisa para amanhã, desde que possais fazê-la hoje. E fazei-a tão bem quanto possível”.

Economizai o mais que puderdes: “Não despendais coisa alguma no gratificar a vaidade da vida, no granjear a admiração e o louvor dos homens. Este motivo de despesa frequentemente se
entrelaça a algum dos precedentes, ou a ambos. Os homens são gastadores em alimentação, ou
vestuário, ou aparelhamento, não meramente para agradar a seu apetite, ou para lisonjear os próprios olhos, ou a imaginação, mas também para acalentar a vaidade própria.
“Enquanto fizerdes o bem a vós mesmos, os homens vos louvarão”.
Enquanto vos vestirdes “de púrpura e linho fino, e vos banqueteardes esplendidamente todos os dias”, sem dúvida que muitos aplaudirão vosso gosto elegante, vossa generosidade e hospitalidade. Não compreis tão caro o aplauso dos homens. Contentai-vos, antes, com o louvor
que vem de Deus”.

Dai o mais que puderdes: “Para que vejamos o fundamento e a razão disto, consideremos que,
quando o Senhor dos céus e da terra vos chamou à vida e colocou-vos neste mundo, Ele colocou-vos aqui, não como proprietários, mas como administradores: assim Ele vos confiou, por algum tempo, bens de várias espécies; mas a posse única desses bens ainda continua em suas
mãos e delas jamais poderá ser alienada. Como não vos pertenceis a vós mesmos, mas a Deus,
assim pertence a Ele, de modo igual, tudo aquilo de que desfrutais.
Tais são vossa alma e vosso corpo: pertencem a Deus, não a vós. E em particular assim é vossa fortuna. Ele vos disse, nos termos mais claros e categóricos, como devíeis emprega-la como seu administrador, de modo a se tornar um sacrifício santo e aceitável, mediante Cristo Jesus. E por esse serviço leve, fácil, Deus prometeu recompensar--vos com eterno peso de glória”.

A íntegra do sermão está disponível em: https://goo.gl/7nFI15.

Por fim
Convide a turma a destacar os temas mais desafiadores da lição.
Em seguida tenha um tempo de oração.
Para saber mais:
RAMOS, Luiz Carlos. Marcos10.17-31. Auxílio Homilético. In:
Proclamar a libertação, vol. 39,2015. Disponível em http://www.luteranos.com.br/textos/marcos-
10-17-31-2. Acesso em janeiro de 2017.
Conclusão
A experiência do jovem rico nos mostra que Jesus sempre estará disponível para responder as nossas inquietações espirituais e suas repostas são dadas por amor. Estas respostas são, muitas vezes, desafiadoras, pois nos ajudam a confrontar a intencionalidade do nosso coração em relação à Missão de Deus, inclusive no que diz respeito a nossa relação com os bens materiais. Diante delas, temos a opção de escolher que caminho seguir. No entanto, nunca é demais reafirmar que Jesus é sempre o melhor caminho. “Vem e segue-me”. Aceitar este convite é ganhar o maior tesouro que alguém pode ter: a vida eterna!
10 WEGNER, U. Lucas 18.18-23 – Auxílio Homilético. In: Proclamar a libertação, volume XII,
1987. Disponível em http://www.luteranos.com.br/conteudo/lucas-18-18-23. Acesso em
janeiro 2017.
Para conversar           
No que você precisa mudar para seguir a Jesus?
Qual precisa ser a postura da Igreja em relação aos bens materiais?

Leia durante a semana
:: Domingo: Mateus 19.17-24
:: Segunda-feira: Mateus 19.23-30
:: Terça-feira: Mateus 22.34-40
:: Quarta-feira: Mateus 6.1-4
:: Quinta-feira: Mateus 5.17-20
:: Sexta-feira: Mateus 23.13-28
:: Sábado: Mateus 6.21-34


REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 7

 

Deus ama a nossa Família

Texto bíblico:  Salmo 128– aluno –

Quando pensamos nas bênçãos que desejamos, sempre incluímos nessa lista a nossa família. Todas as pessoas anseiam por uma família abençoada, em que haja paz, harmonia, saúde. Este também é o propósito de Deus, que pensou no bem da família quando a instituiu.
Entretanto, apesar de dependermos exclusivamente de Deus para sermos pessoas bem-sucedidas em família, temos responsabilidades com ela. Este é o assunto do salmo 128.
Fundamento bíblico
O salmo 128 é narrado por alguém que é feliz. Alguém que analisa aquilo que possui e reconhece o quanto a bênção divina está presente nessas coisas. É um hino de louvor a Deus em resposta à sua proteção.
Nele, o salmista analisa a sua vida familiar e essa reflexão, além de levá-lo a louvar a Deus, o leva a um estado de bem-aventurança, de felicidade plena (Salmo 128.1).
O reconhecimento da bênção de Deus na família era, para o povo do Antigo Testamento, resultado de uma vida reta aos olhos do Senhor.
Toda pessoa que andasse no temor do Senhor seria próspera em todas as coisas e tinha sobre si a promessa da proteção divina: “Eis como será abençoado o homem que teme ao Senhor” (Salmo 128.4 e Provérbios 19.23).
No Antigo Testamento, vemos Deus intensamente ligado à família e sempre participando de toda dinâmica familiar. É Ele quem abençoa dando filhos e filhas (Gênesis 18.11-14), quem ajuda os filhos a encontrar uma esposa (Gênesis 24) (no caso das filhas, a responsabilidade em encontrar
um marido para elas era atribuída ao pai e não a Deus), entre outras ações. Esta relação Deus-família era íntima, a ponto de Deus ser identificado por laços familiares, como quando é chamado de “o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”, afirmação que o relaciona como o Deus da família.
Outro exemplo desta aproximação de Deus com a família está no Decálogo. Dois dentre os Dez Mandamentos (Êxodo 20) dizem respeito à vida familiar: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, de dá.” (Êxodo 20.12); e “Não adulterarás” (Êxodo 20.14). Ambos os mandamentos, se observados, promovem a preservação da família. É desta forma que o salmo 128 apresenta uma família abençoada por Deus. Nela a bênção divina é constante, não apenas momentânea, mas perpassa também as futuras gerações (Salmo 128.5-6).
Palavra que ilumina a vida
Embora o salmo 128 nos apresente uma família abençoada e feliz, sabemos que há também outros modelos de famílias na Bíblia, muitas delas, apresentando seus inúmeros problemas de relacionamento e infidelidade, inclusive a Deus (Gênesis 4.1-10; Gênesis 37). Na verdade, há mais modelos de famílias imperfeitas do que o contrário. Até as famílias bíblicas tiveram problemas, vivenciaram desgostos, choraram por sonhos rompidos, mas o cuidado de Deus sempre esteve presente, animando, suprindo,  perdoando e restaurando.
O que o salmista nos apresenta no salmo 128 é resultado de uma relação de intimidade, de aproximação. Quanto mais perto de Deus, mais podemos sentir sua presença e seu agir em nós.
O temor a Deus, expressado com convicção neste salmo (Salmo 128.1 e 4), nos leva não somente a desejarmos a bênção de Deus no lar, mas a entendermos a nossa responsabilidade para com a nossa família.
“Do trabalho das tuas mãos comerás...” (Salmo 128.2): o salmo nos mostra que uma família feliz é aquela que trabalha com mãos honestas para o sustento da sua casa. Independente do trabalho que se faz, o salmista destaca a dedicação, a satisfação de suprir as necessidades familiares. Aqui a preguiça não reina (Provérbios 19.24; Provérbios 21.25; Provérbios 6.9-11; Provérbios 20.13), não há lugar para o suborno, nem para desculpas (Salmo 15.5; Provérbios 22.16).
A satisfação do salmista está no fato de saber que Deus o abençoou, o ajudou e ele conseguiu honrar seu dever para com sua família. Uma família feliz é aquela que se esforça, que se ajuda, que se cuida, que reconhece suas responsabilidades e busca cumpri-las. Que nas dificuldades da vida se une ainda mais, se reorganiza, se reinventa e assim, continua vendo a provisão de Deus sobre suas vidas.
Como cristãos e cristãs, é nosso dever cuidar da nossa família em todos os sentidos. “Neste sistema, todos os membros interagem entre si e cada um tem a sua participação e responsabilidade”.
Para que esta família alcance seus objetivos, todos precisam cooperar, tornando-se responsáveis em cumprir suas funções especificas, são elas: O casal cuidando do seu casamento, os pais sendo pais dos filhos e os filhos respeitando a liderança dos pais e se submetendo ao seu papel de filho”. (FREITAS E SILVA)9.
”Tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira frutífera...” (Salmo 128.3a): a esposa desta família também tem um papel importante no lar. Ela é valorizada por aquilo que é e faz.
A expressão “no interior da tua casa” se refere a um aspecto cultural da época, em que as mulheres ficavam destinadas ao convívio do lar, sendo responsáveis pela educação dos filhos e filhas (neste caso, mais das filhas, porque ao alcançar certa idade os filhos acompanhavam o pai em 9 FREITAS E SILVA, Adriana de Oliveira.
Família: Ideia de Deus (Salmo 128). Disponível em: http://www.ultimato.com.
br/comunidade-conteudo/familia-ideiadedeus-salmo-128). Acesso em janeiro de 2017. seu trabalho diário) e também pela organização diária da casa, enquanto que ao homem cabia a função de ser o provedor do lar.
A videira é uma das plantações mais simbólicas e importantes para o povo semita. Por vezes, é citada na Bíblia como símbolo de alegria e celebração. Assim, a mulher desta casa, apesar dos preconceitos e subjugações (ato de se obrigar a fazer algo através da força e de ameaças), é destacada como alguém essencial dentro da família, cuja atuação não passava despercebida aos olhos do marido. Seu trabalho aqui é reconhecido e admirado.
Ainda seguindo aspectos culturais, sabemos o quanto este modo de ser família, onde as pessoas
seguem funções específicas, foi sendo modificado ao longo dos tempos e por diversas razões.
E isso não é atual. Desde de os tempos bíblicos, na ausência do marido e/ou pai, por razões como morte, por exemplo, a mulher, filhos e filhas assumiam as funções de suprir as necessidades da casa.
Um exemplo disso se vê na história de Rute e Noemi.
Os novos modelos de família exigem que novas estruturas e adequações sejam incorporadas.
Muitas são as famílias sem a presença do pai ou mãe, ou de ambos.
Muitas são as famílias onde, por conta do desemprego ou questões financeiras, a esposa trabalha fora enquanto o marido está em casa, cuidando inclusive das funções domésticas antes
destinadas apenas à mulher. Seja qual for a forma como essa família se organiza, o importante é
que as pessoas sejam valorizadas e respeitadas naquilo que fazem.
Sem valorização, sem motivação, sem respeito, sem ajuda, não há frutos, não há alegria, nem no interior na casa, nem fora dela.
“...Teus filhos (serão), como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa.” (Salmo 128.3b): o rebento é uma planta nova ou um novo ramo que surge nela. Trata-se de algo que exige mais cuidado e por isso, simboliza os filhos e filhas.
Ter uma descendência abençoada é sinal da graça de Deus no lar, mas é sinal também do cuidado desse pai e mãe para com seus filhos. Desde o Antigo Testamento era destinado aos pais e mães um cuidado especial com seus rebentos, inclusive com a formação da fé em Deus na vida destes (Deuteronômio 6.1-25).
No salmo 128, o elemento de destaque é a mesa, que na tradição judaica é espaço para encontros e celebração. Este é um espaço que também é importante para a família: a comunhão ao redor da mesa. É bom saber que pai e mãe trabalham para o bem da família, mas é importante desejar, perceber e promover o momento do encontro da família, da contemplação, da comunhão. Seja à mesa do jantar, na sala de estar ou em meio aos brinquedos da casa, é muito importante estar com a família, perceber a graça de Deus sobre ela e poder reconhecer-se bem-aventurado, bem-aventurada!
Conclusão
O salmo 128, além de retratar o cuidado que nós, pais, mães, filhos e filhas, devemos ter para com a nossa casa, retrata também o cuidado amoroso de Deus entre nós. O Deus que cuidou no passado, suprindo as necessidades materiais, emocionais e espirituais das famílias, sendo elas perfeitas ou imperfeitas, continua a manifestar sua Graça e provisão em nossos dias. Cabe a nós cumprirmos nossas responsabilidades com ela e permitirmos que o Senhor reine em nosso lar.
De fato, Deus tem bênçãos para nossa família. Nosso lar também pode ser um lar abençoado e se ele for espaço de comunhão, de amor, de perdão e de restauração, será também espaço para nos encontrarmos com Deus e sua maravilhosa Graça.

Para conversar
Quais são as minhas responsabilidades
com a minha família
e como as tenho cumprido?

Leia durante a semana
:: Domingo: Salmo 128
:: Segunda-feira: Deuteronômio 6.1-25
:: Terça-feira: Gênesis 18.11-14
:: Quarta-feira: Êxodo 20
:: Quinta-feira: 1Samuel 2. 12-36
:: Sexta-feira: Gênesis 37
:: Sábado: Gênesis 4.1-10


REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 7


Deus ama a nossa Família
Texto bíblico:  Salmo 128– Professor –

Objetivos
Estudar o tema da família; perceber as responsabilidades que cada pessoa tem para com sua família.
 Para início de conversa
Providencie uma garrafa pet vazia.
Coloque a turma em círculo e com a garrafa no centro, gire-a no chão de modo que ao parar o
gargalo aponte na direção de alguém do grupo.
A pessoa que girou a garrafa deverá desejar algo bom, como uma bênção, para pessoa direcionada pela garrafa.
Em seguida essa pessoa deverá girar a garrafa e proceder da mesma forma, e assim por diante.
Pontue que essa atitude de abençoar as pessoas foi retratada pelo salmista com relação à sua família no salmo 128, um exercício que precisamos cultivar.
Por dentro do assunto
Para termos uma melhor compreensão do termo família no Antigo Testamento, é preciso considerar alguns aspectos que são fundamentais.
O primeiro deles refere-se ao contexto histórico no qual Israel estava inserido, bem diferente da realidade em que vivemos. Particularmente, o Antigo Testamento foi redigido durante um longo espaço de tempo, o que determinou o registro de diferentes modos de vida familiar.
Muito mais do que na sociedade moderna, no Antigo Testamento a família era a célula fundamental da sociedade. Viver só era impensável.
No entanto, a família nuclear (pai, mãe, filhos e filhas), não era, de modo algum, a família típica do Antigo Testamento. A família de Jacó – com suas duas esposas, Lia e Raquel (Gênesis 29), mais doze filhos, aos quais se acrescentavam, com certeza, algumas filhas, e de cuja família ainda faziam parte duas escravas – é um exemplo de família da época.
A maior parte dessas famílias apresentava algumas características básicas:
1. Família extensa (clã): O clã era uma entidade econômica composta por familiares consanguíneos e agregados, incluindo escravos e assalariados e, em alguns momentos, estrangeiros também (Êxodo 12.48). Era comum um clã estar dividido em dezenas, até centenas de pessoas que residiam em uma ou várias aldeias. Entre os membros desta família a solidariedade era marca registrada.

2. A família era patrilinear: O pai era quem determinava a que família pertencia a criança. Ex.: Jacob ben Isaac ben Abraão (em ebraico, “ben” significa “filho de”).
3. A família era patrilocal: Ou seja, a família dos filhos (homens) residia no mesmo local da família do patriarca.
4. Havia poligamia: O homem vivia com várias mulheres (esposas e concubinas7), que eram as
mães dos seus filhos. A esposa normalmente era escolhida pelo pai do jovem (Gênesis 24.51) e
era costume o homem pagar um dote à família da mulher. O valor refletia a sua importância social.
Este pagamento podia ser substituído por trabalho – Jacó trabalhou durante 14 anos para Labão
(Gênesis 31.41).
7 Concubina: era a mulher que assumia as funções da esposa, particularmente da procriação, no caso da esposa oficial ser estéril, sempre com o aval desta última. Há quem procure na Bíblia justificativas para determinadas formas de vida familiar na modernidade.
Porém, a Bíblia não contém nenhuma “fórmula familiar”. Os textos sobre Abraão e Sara, Jacó, Lia
e Raquel, etc., não foram escritos para nos ensinar, especificamente, como se deve viver em família.
Também não foram escritos para apresentar um modelo (eterno) de família ideal, segundo a vontade de Deus. Por outro lado, muitas pessoas ao abrirem o Antigo Testamento e encontrarem práticas como a poligamia, o levirato 8, o pagamento de um dote antes do casamento, etc., fecham a Bíblia desiludidas.
Portanto, se procurarmos “receitas” na Bíblia, o mais certo é que não as encontremos porque a Bíblia não é um livro de receitas, mas o testemunho da vida do povo de Israel com Deus. Entretanto, observar o Antigo Testamento (como o salmo 128) contribui para o aprimoramento das nossas relações familiares. Sendo 8 Levirato: Lei israelita que consistia em um parente suscitar filhos/as ao homem que tivesse morrido antes de deixar herdeiros/as. a família o centro da sociedade, era sempre:
1. Espaço de acolhida: A família era uma espécie de abrigo acolhedor das pessoas; embora cada membro da família fosse determinado, em sua maioria, pelos laços de sangue, havia sempre um espaço para escravos e estrangeiros, revelando a solidariedade do povo de Israel.
2. Espaço onde se cultivava uma relação íntima com Deus: O sucesso da família estava ligado à relação desta com Deus (Salmo 127.1). A presença de Deus nas decisões familiares, nas escolhas, no relacionamento entre marido e mulher, entre pais, mães, filhos e filhas, era fundamental para que as famílias fossem perpetuadas.
3. Espaço onde se praticava o respeito aos idosos: O espaço de idosos e idosas nas famílias do Antigo Testamento era privilegiado, principalmente porque eles e elas eram responsáveis pela transmissão da memória do povo, embora o respeito se desse também por sua experiência e
sabedoria de vida.
Ao considerarmos esses três aspectos – acolhida, relação íntima com Deus e respeito aos idosos e idosas – percebemos que o Antigo Testamento não apresenta um modelo único de família, mas, sim, características e princípios essenciais ao crescimento e aprimoramento das relações familiares.
Por fim
Lembre a classe que famílias felizes ou infelizes não nascem prontas.
São construídas ou desconstruídas, ou seja, cada membro de uma família tem participação naquilo que ela irá se tornar. Somos responsáveis por edificar a nossa família e contribuir para torná-la feliz, ainda que em meio a situações infelizes. Sendo assim, precisamos buscar a bênção de Deus sobre nossa casa, pois com ela tudo é possível.

Conclusão
O salmo 128, além de retratar o cuidado que nós, pais, mães, filhos e filhas, devemos ter para com a nossa casa, retrata também o cuidado amoroso de Deus entre nós. O Deus que cuidou no passado, suprindo as necessidades materiais, emocionais e espirituais das famílias, sendo elas perfeitas ou imperfeitas, continua a manifestar sua Graça e provisão em nossos dias. Cabe a nós cumprirmos nossas responsabilidades com ela e permitirmos que o Senhor reine em nosso lar.
De fato, Deus tem bênçãos para nossa família. Nosso lar também pode ser um lar abençoado e se ele for espaço de comunhão, de amor, de perdão e de restauração, será também espaço para nos encontrarmos com Deus e sua maravilhosa Graça.

Para conversar
Quais são as minhas responsabilidades
com a minha família
e como as tenho cumprido?

Leia durante a semana
:: Domingo: Salmo 128
:: Segunda-feira: Deuteronômio 6.1-25
:: Terça-feira: Gênesis 18.11-14
:: Quarta-feira: Êxodo 20
:: Quinta-feira: 1Samuel 2. 12-36
:: Sexta-feira: Gênesis 37
:: Sábado: Gênesis 4.1-10



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ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 6 –

 

Todas as crianças são nossas crianças
Texto bíblico:  Marcos 10.13-16aluno

A criança é o modelo de cidadania do Reino de Deus. Jesus nos desafia a nos tornarmos como elas (Mateus 18.1-5). Sendo assim, elas devem ser observadas como inspiração para a nossa trajetória. Jesus não trazia um conceito abstrato quando valorizou as crianças, pelo contrário, seu discurso aconteceu enquanto Ele colocou uma criança ao centro (posição de destaque) e ainda alertou: “e quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe” (v.5). Assim, o convite deste estudo é pensarmos como temos recebido as crianças e como, à luz das ações de Jesus, podemos cuidar para que as nossas ações sejam as mais afetuosas possíveis.

Fundamento bíblico
O texto de Marcos 10.13-16 faz parte de um bloco literário que se localiza entre os capítulos 8.1 e 10.52. O início do capítulo 8 relata a segunda multiplicação de pães. Após esse evento, Jesus tem uma discussão com os fariseus e logo em seguida embarca com seus discípulos para as regiões de Dalmanuta, à margem ocidental do mar da Galiléia (Marcos 8.10). Os discípulos discutem sobre o fato de não terem pão. Diante dessa discussão, Jesus percebe que eles
ainda não haviam compreendido a mensagem do Mestre. Era preciso aprender sobre a mensagem da cruz.
A partir daí Jesus empreende uma jornada para ensinar sua doutrina aos discípulos, pois quando chegassem a Jerusalém precisariam dessas verdades para suportar a dor da crucificação. É nessa caminhada que Jesus se depara com algumas crianças. Esse episódio de Marcos 10.13-16 é também relatado nos evangelhos de Mateus (19.13-15) e Lucas (18.15-17). Aqui Jesus acolhe e defende a vida das crianças.

Algumas pessoas trouxeram crianças para serem abençoadas por Jesus, mas os discípulos as
impediram de chegar até o Mestre. Por quê? O texto não diz, mas provavelmente os discípulos reproduziam o comportamento comum da sociedade. Nessa época, as crianças não tinham importância. Conforme as normas dos rituais, crianças pequenas com suas mães viviam constantemente em impureza legal, portanto ao tocar nelas, Jesus ficaria impuro.

A reação de Jesus é totalmente contrária a essas normas. Ele se indigna com a atitude dos discípulos e diz: “Deixai vir a mim os pequeninos, não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus” (Marcos 10.14). Essa atitude de Jesus em insistir que as crianças fossem acolhidas é porque havia muitas crianças e mulheres sem acolhimento. Nos tempos de Jesus, mulheres e crianças não eram contadas (Mateus 14.21 e 15.38), elas eram desprezadas e silenciadas (Mateus 21.15-16).

A má interpretação da lei de Deus fazia com que muitas pessoas boas fossem excluídas. Em vez de acolher os excluídos, a lei era usada para legitimar a exclusão.
Jesus não vem para revogar a lei, mas para cumpri-la e ensinar para o povo como interpretá-la corretamente (Mateus 5.17). A lei deve sempre favorecer a vida, dar direito às pessoas que necessitam.

Palavra que ilumina a vida
Como tratar sobre as nossas crianças a partir do texto bíblico do nosso estudo? Abaixo algumas
sugestões a partir da conduta de Jesus:
Jesus acolheu todas as crianças: as crianças que vinham até Jesus foram chamadas por Ele de pequeninos. Na linguagem bíblica pequeninos significa crianças, mas também pessoas excluídas. Jesus não fez a opção por algumas crianças, ele acolheu todas que chegaram até ele. As crianças, assim como as pessoas adultas, são alvo das desigualdades.
Há desigualdade de toda sorte.
Há crianças que vivem muito bem, outras não e todas devem ser alvos de cuidado O gesto de Jesus ao acolher todas as crianças demonstra que Ele respeita a diversidade, mas abomina a desigualdade. Ao imitarmos a atitude de Jesus Cristo, nos comprometemos a acolher todas elas, independente das suas origens (sexo, raça, naturalidade, etc.) e condições sociais (composição
familiar, condições financeiras e de acesso à educação, etc.). As discriminações ajudam a criar
e a manter as desigualdades. Diversidade é fruto da criatividade de Deus. Desigualdade é fruto da injustiça humana.
Jesus repreendeu as pessoas que impediam as crianças de chegarem até Ele: os discípulos já estavam com Jesus há um bom tempo, mas ainda não tinham entendido que Jesus não excluía as pessoas, especialmente as mais frágeis e pobres. Quando elas chegaram, eles imediatamente
tentaram impedir que fossem até Jesus. Neste momento, Jesus ficou muito bravo e, mais uma vez, explicou que eles não podiam agir desta maneira. Estar próximo a Jesus simboliza ter a própria vida valorizada e a dignidade restaurada.
Muitos são os empecilhos para que as crianças tenham a vida valorizada, respeitada, e a dignidade preservada. Violência de todos os tipos: trabalho infantil; falta de acesso à educação de
qualidade, péssimas condições de moradia e saúde são alguns desses empecilhos. Assim como
Jesus lutou para que os empecilhos fossem retirados, nós precisamos fazê-lo também. Quando
ajudamos uma criança, contribuímos para que ela tenha uma vida digna. As injustiças são os
muros e a nossa ação pode ser a ponte para que as crianças tenham uma vida digna.
Jesus cuida e abraça todas as crianças: contrariando a norma de que as crianças eram impuras e, por isso, não podiam ser tocadas, Jesus não apenas as toca, mas as abraça e toma no colo.
Todo ser humano precisa de afeto, especialmente as crianças. Por meio do afeto, relações saudáveis são construídas. Uma criança que recebe afeto, recebe também a base para se sentir mais segura e confiante. Foi por meio do afeto que Jesus abençoou as crianças.
O afeto é a contramão da violência.
O toque dos discípulos era agressivo e impedia. O toque de Jesus acolhia.
As crianças perto de Jesus são livres: como as crianças se aproximaram de Jesus? O texto bíblico não diz se elas estavam quietas, em fila, ou se vinham brincando e sorrindo. Talvez por conta da repressão das pessoas adultas elas tivessem que chegar caladas, sérias, mas se isso realmente aconteceu, com certeza ao se aproximarem de Jesus puderam se sentir livres, houve sorriso, alegria e brincadeira. São direitos das crianças: brincar, sorrir, viver, se desenvolver de forma sadia. Aqui chamamos atenção para a nossa conduta como Igreja: nós somos responsáveis por fazer com que as crianças se aproximem de Jesus. Isto significa investimento na educação cristã de pequeninas e pequeninos.
A educação cristã acontece em diversos espaços, no entanto neste estudo damos destaque à Igreja, à comunidade de fé. Desde que a criança cruza os portões da Igreja sua educação cristã acontece.
Muitas pessoas sequer conhecem as crianças de sua comunidade, não sabem seus nomes, seus gostos, seus sonhos. Há quem seja capaz de falar com os seus pais e mães sem sequer perceber que elas estão por perto; mas não há só isso, muitas igrejas têm elegido as crianças como prioridade missionária e isto é maravilhoso, o cuidado com espaços destinados a elas é fundamental: salas de ED, banheiros próprios, berçário e principalmente o lugar no culto.
É comum que as crianças fiquem nos cultos até o momento do louvor.
Como seria bom se nós desenvolvêssemos uma metodologia que elas conseguissem participar integralmente dele. Será possível conduzir o louvor de forma que as crianças adorem ao Senhor por meio de cânticos específicos para elas? Há ainda muito o que se pensar e muito o que fazer.
Outro ponto a ser pensado é a possível distinção que pode ocorrer no tratamento com as crianças da Igreja e aquelas oriundas de comunidades mais carentes ou de projetos sociais que a própria
igreja desenvolve. Muitas pessoas não querem que suas crianças se misturem a essas. Esta atitude é extremamente nociva para todas elas, isto lhes ensina a discriminar e as impede de viver a liberdade e a harmonia que existem na presença de Deus.

 Conclusão
Jesus acolheu todas as crianças, combateu os empecilhos para que elas desfrutassem do seu amor, lhes demonstrou afeto e lhes ofereceu o colo. Crianças não são a Igreja de amanhã, elas são Igreja, são membros da comunidade e devem ser tratadas com respeito. Em muitas partes, crianças são impedidas de desfrutar de uma infância saudável, mas na Igreja isso não deve acontecer. A comunidade deve ser o melhor espaço para uma criança e as boas e conjugadas
ações de juvenis, jovens e pessoas adultas são determinantes para isso.

Para conversar
Como você analisa o seu tratamento com as crianças? E a sua igreja tem havido uma política de acolhimento irrestrito a todas as crianças?
O que fazer para melhorar?

Leia durante a semana
:: Domingo: Marcos 10.13-16
:: Segunda-feira: Mateus 14.13-21
:: Terça-feira: Lucas 18. 15-17
:: Quarta-feira: Zacarias 8.1-8
:: Quinta-feira: 1Pedro 2.1-10
:: Sexta-feira: Salmo 8
:: Sábado: Mateus 21.14-17



REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 6 –

 

Todas as crianças são nossas crianças
Texto bíblico:  Marcos 10.13-16 – PROFESSOR-

Objetivo
Analisar o encontro de Jesus com as crianças, abordando o tema da acolhida dos pequeninos e pequeninas na convivência da Igreja..

Para início de conversa
Após a leitura bíblica apresente o vídeo “Hoje - crianças no Reino de Deus”, uma animação de 4 minutos que mostra a importância das crianças para o Reino. Disponível

Lembre ao grupo que o vídeo foi postado no ano de 2012, por essa razão, muitos dos números estatísticos ali apresentados, provavelmente já foram alterados. Mesmo assim, traz grandes contribuições para nossa reflexão.

Na falta do vídeo, prepare com antecedência uma pessoa para falar brevemente de sua infância, o que aprendeu sobre Deus e a Igreja, como era tratada pelas pessoas adultas e qual o comportamento que elas exigiam das crianças.

Por dentro do assunto
A Bíblia sempre valorizou as crianças. Desde os primórdios do Antigo Testamento, quando crianças não eram priorizadas e muitas vezes ficavam excluídas de muitas coisas,
elas já eram destacadas aos olhos de Deus.

Desde pequena a criança já sabia que pertencia a uma casa. Essa visão (união pela descendência de um patriarca comum) era reforçada pelas genealogias: Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão! Este sentido de pertença e de relação facilitava o contato e as relações entre as famílias.

O Encontro de Jesus com as crianças mereceu registro em três evangelhos (Marcos 10.13-16; Mateus 19.13-15; Lucas 18.15-17). Os discípulos e demais seguidores ficam perplexos quando
Jesus deixa de atender aos “melhores e mais influentes”, como faziam os grandes rabis, para receber crianças. Crianças? Sim!
Numa sociedade que só valorizava a pessoa maior de idade e do sexo masculino, ou seja, produtiva e autônoma, Jesus priorizou as crianças.

Jesus vê as crianças no meio da multidão; Ele estava atento. Num mundo para o qual as crianças
eram “invisíveis”, Jesus as olha como parte do rebanho a pastorear.
O encontro de Jesus com as crianças é mais do que uma audiência; torna-se um ensino e um desafio para os discípulos. O Senhor Jesus afirma, categórica e explicitamente, que as crianças fazem parte do Reino de Deus (Marcos 10.14).

Essa postura de Jesus tem exigido da Igreja repensar o lugar da criança, repensar o seu compromisso e sua responsabilidade com os pequeninos e pequeninas, que são “maiores no Reino”. Estes e estas que, independentemente de qualquer outra coisa, “já têm a cidadania” do Reino de Deus.

A Igreja, à semelhança de Jesus, deve pastorear as crianças. Elas precisam encontrar na Igreja “portas abertas”: um lugar onde são acolhidas e amadas incondicionalmente, onde encontram um ambiente favorável para desenvolver  a sua fé, em que se sentem parte ativa e atuante para  celebrar a fé, para servir a Deus, além de experimentar uma vida de intimidade com Ele.

Nós, povo de tradição wesleyana, cremos que a criança participa da salvação em Jesus. É alcança da pela graça de Deus e deve ser ensinada para que não se desvie dos caminhos do Evangelho. Comparando a Igreja ao rebanho de Deus mencionado nos salmos 23 ou 78.52-53, podemos dizer que o pastoreio da criança é responsabilidade da família, da igreja e do corpo pastoral. A educação cristã das crianças é um trabalho em parceria.

Vivemos tempos em que, por uma série de razões, a responsabilidade da educação cristã, em alguns casos, não tem sido assumida pela família. Quase sempre essa tarefa é transferida para a
Igreja, particularmente para a Escola Dominical. Mas, as duas horas semanais (ou menos) que a criança passa numa sala de Escola Dominical jamais serão suficientes para educar no caminho cristão. Uma criança gasta muito mais tempo recebendo outros tipos de ensino e informação, por exemplo, da babá, dos amigos e amigas, da escola, da televisão e atualmente, até das redes sociais. É preciso conscientizar as famílias do seu papel preponderante nesse processo, cabendo à Igreja o suporte, a orientação e a sistematização da fé.

Por fim
Conclua pontuando mais uma vez que no encontro de Jesus com as crianças, aprendemos que a responsabilidade pelo pastoreio delas é da família, Igreja, pastor e/ou pastora. Jesus abençoou as crianças nos ensinando que nós também devemos ser um canal de bênçãos para elas. A Igreja pode responder a este desafio orando constantemente pelas crianças, lembrando que nosso olhar não deve permanecer somente sobre as crianças de nossa comunidade, mas também aquelas que estão além dos nossos muros, porque todas as crianças são amadas por Deus.

Conclusão
Jesus acolheu todas as crianças, combateu os empecilhos para que elas desfrutassem do seu  amor, lhes demonstrou afeto e lhes ofereceu o colo. Crianças não são a Igreja de amanhã, elas são Igreja, são membros da comunidade e devem ser tratadas com respeito. Em muitas partes, crianças são impedidas de desfrutar de uma infância saudável, mas na Igreja isso não deve acontecer. A comunidade deve ser o melhor espaço para uma criança e as boas e conjugadas ações de juvenis, jovens e pessoas adultas são determinantes para isso.

Para conversar
Como você analisa o seu tratamento com as crianças? E a sua igreja tem havido uma política de acolhimento irrestrito a todas as crianças?
O que fazer para melhorar?

Leia durante a semana
:: Domingo: Marcos 10.13-16
:: Segunda-feira: Mateus 14.13-21
:: Terça-feira: Lucas 18. 15-17
:: Quarta-feira: Zacarias 8.1-8
:: Quinta-feira: 1Pedro 2.1-10
:: Sexta-feira: Salmo 8
:: Sábado: Mateus 21.14-17




REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 5 – aluno –

Vida e bênção em meio à união

Texto bíblico:  Salmo 133

Em sua Palavra Deus sempre nos exorta a vivermos em unidade e a valorizarmos o convívio entre irmãos e irmãs. Este também é o assunto do salmo 133, que nos convida a desfrutarmos desta bênção que é pertencer à família de Deus. O nosso encontro de adoração com Deus passa também pelo encontro com nossos irmãos e irmãs.
Encontros esses em que são manifestos sentimentos sinceros como amor, perdão, compaixão. Encontrar-se com Deus é também ir ao encontro do seu povo (Mateus 18.20).

Fundamento bíblico
O salmo 133 era um hino cantado pelo povo de Deus nos cultos públicos e sinalizava a unidade deste povo. Conhecido como um dos cânticos das subidas, o salmo retrata as ações de viajantes que percorriam longa jornada até chegarem a Jerusalém, isso geralmente acontecia em três grandes festas anuais (Êxodo 23.14-17).
São quinze os salmos que formam essa coleção que no Hebraico é chamada de Cântico de degraus ou das subidas (Salmos 120 a 134). As palavras destes salmos eram um discurso feito por um ancião ou líder, em que ele, usando expressões de fé, de amor e de esperança, juntamente com o povo, demonstrava um sentimento sincero e afetuoso, reflexo da alegria adquirida por viverem em união como família de Deus. O salmo 133, atribuído a Davi, se propõe a reforçar a importância dos irmãos e irmãs “viverem unidos”, que tem, no texto bíblico, o significado de bênção de Deus e vida abundante.

Este salmo é um hino de louvor a Deus, mas também enaltece o poder de sua Palavra. O salmista inicia esse cântico usando a expressão “Oh!”, expressão essa que pode ser traduzida também como “Eis aqui” e quando utilizada na Bíblia aponta para algo muito importante que será dito na sequência: o viverem em união. “O salmista valoriza a união do povo, pois esta era a arma mais eficaz contra o inimigo (...). “A união em torno de Deus era a garantia de que os inimigos do povo não seriam vitoriosos” (Tércio Machado Siqueira) 5.

A expressão “viver unidos”, “viver em união” ou “viverem juntos”, usada neste salmo, segundo o professor Tercio Machado Siqueira ², pode ser traduzida do original por “sentar junto”, “viver junto” e o professor Milton Schwantes aponta também o “morar junto” 6. Assim, este chamado à unidade ode apontar para um possível  problema existente entre o povo judeu daquela época, que era a questão das divisões internas, e nos mostra o desejo do salmista de ver o seu povo reconhecendo a importância de viver a unidade.

A união é boa e agradável, é bela.
Para ressaltar a importância deste acontecimento o salmista faz uma comparação, usando expressões de grande significado para o povo do Antigo Testamento:

É como o óleo precioso (133.2a): o óleo, na Bíblia, é símbolo da unção de Deus, algo reconhecido como sagrado e que não poderia ser usado de forma negligente
ou em qualquer pessoa (Êxodo 30.22-33). Era visto como sinal de alegria, riqueza e liberdade (Salmo 23.5;45.7;92.10; Provérbios 27.9). Usado em rituais litúrgicos desde a antiguidade, também era usado como tratamento medicinal.
O apóstolo Tiago recomendava a unção como óleo na oração pelos enfermos (Tiago 5.14).

A barba de Arão (133.2.b): Arão, irmão de Moisés, foi sumo sacerdote e tinha a incumbência de cuidar da direção do Templo, do culto e dos levitas, pessoas que prestavam serviços a Deus (Êxodo 29.44). A barba, que era uma característica dos anciãos de Israel, era símbolo de beleza, dignidade e autoridade.

O orvalho de Hermom (133.3a): o Hermom é uma majestosa montanha, cujo cume permanecia coberto de neve, enquanto a terra ao seu redor vivia queimada pelo sol. O Orvalho, por sua vez, era símbolo de bênção e fecundidade (Bíblia de Estudo Almeida) 4. No Hermom o orvalho era abundante, por isso o salmista dizia que os montes de Sião também se beneficiavam desse fenômeno.
A união comparada ao óleo e ao orvalho sinalizava o refrigério em terras secas.

Os montes de Sião (133.3b): O “monte” é uma das colinas de Jerusalém, também chamado de o “Monte Santo”, local onde foi construído o Templo do Senhor.
Com essas comparações o salmista revela que assim como o óleo da unção derramado sobre a cabeça traz força e alegria, e assim como o orvalho no monte Hermom desce sobre o monte Sião (monte onde o povo de Deus estava reunido), assim é a bênção de Deus que vem sobre aqueles e aquelas que permanecem unidos como irmãos e irmãs.

Palavra que ilumina a vida
A unidade é bênção e vida para a comunidade (Salmo 133.3). É comum encontrarmos pessoas ou ministérios se desestruturando ou simplesmente cambaleando em meio às rivalidades, contendas e animosidades. Portanto, para que possamos sentar lado a lado e vivermos em união, algumas atitudes são recomendadas:

Perdoar as ofensas recebidas: Este é um assunto tão sério que foi trabalhado em várias narrativas bíblicas. Jesus falou dele no Sermão da Montanha e orientou seus seguidores e seguidoras a trabalhar pelo perdão e pela reconciliação (Mateus 5.21-24).
A falta de perdão sempre foi um empecilho no avanço do Reino e continua sendo. Muitas pessoas têm perdido a alegria de viver em comunhão com outras pessoas e consequentemente com Deus, por falta de perdão. A falta de perdão é uma prisão e nos afasta das bênçãos divinas (Provérbios 28.9).

Deixar de lado as competições: Paulo enfrentou esse problema na Igreja de Corinto quando os cristãos e cristãs começaram a questionar quem seria a pessoa com mais honra ou mais importância naquela igreja, devido a quantidade de pessoas evangelizadas (1Coríntios 3.1-9). Parece algo bobo, mas trata-se de uma armadilha para nos distrair em meio a missão de levar o Evangelho a toda criatura. Paulo designou isso como algo infantil e carnal (1Coríntios 3.1). Descobrir quem faz mais ou quem faz melhor não é útil para o Reino de Deus. Aliás, se Deus não der o crescimento não haverá colheita.
Somos todos trabalhadoras e trabalhadores da Seara (Lucas 10.2), cooperadores/as de Deus (1Coríntios 3.9).
Há quem semeie, quem regue, quem colha.
 Quem pregue a Palavra, quem leve para o culto, quem interceda, quem caminhe junto. Todas as pessoas têm sua importante função nesse corpo, portanto, competições são inúteis e não promovem a unidade, mas enfraquecem e dividem a Igreja.

Em meio aos nossos conflitos, muitas vezes nos esquecemos que o nosso Senhor nos recomendou sermos sal da terra e luz do mundo (Mateus 5.13-14).
A Igreja ainda é sinal da Graça de Deus na sociedade e precisa sinalizar essa Graça ao mundo através do seu testemunho diário de fé e unidade.

Fundamento bíblico
O salmo 133 era um hino cantado pelo povo de Deus nos cultos públicos e sinalizava a unidade deste povo. Conhecido como um dos cânticos das subidas, o salmo retrata as ações de viajantes que percorriam longa jornada até chegarem a Jerusalém, isso geralmente acontecia em três grandes festas anuais (Êxodo 23.14-17).
Estudo 5
5 SIQUEIRA, Tércio Machado. Hinos do povo de Deus – Salmos. São Paulo: Imprensa Metodista,
1993.
6 SCHWANTES, Milton. Salmos da vida: a caminho da justiça – Salmos 120-134. São Leopoldo: Oikos editora, 2012.

Conclusão
Uma igreja viva, abençoada e abençoadora vive, a partir do Salmo 133, fundamentada na unidade. Engana-se quem acha que a unidade é ausência de conflitos, não se trata disso. Unidade é uma opção de vida assumida diante dos conflitos e dos problemas que surgem na convivência. Assumir essa opção é se comprometer com o bem maior da comunidade o que significará, muitas vezes, a difícil decisão de renunciar às vontades, orgulho e vaidades pessoais.
Óleo e orvalho, refrigério para um corpo cansado e renovo para uma terra seca. São estes os privilégios da unidade. Que sejamos, por meio da nossa convivência, óleo e orvalho para a nossa sociedade cansada e ressecada pelo pecado e pela falta de amor.

Para conversar
Temos vivido em verdadeira unidade com nossos irmãos e irmãs a ponto de percebermos que isso é “bom e agradável”?
Além da falta de unidade, vamos pontuar aquilo que pode ser instrumento de enfraquecimento na igreja, interferindo em nossos encontros com Deus.

Leia durante a semana
:: Domingo: Salmo 133
:: Segunda-feira: Êxodo 30.22-33
:: Terça-feira: Mateus 18.18-20
:: Quarta-feira: Marcos 12.29-31
:: Quinta-feira: Tiago 5.13-16
:: Sexta-feira: Provérbios 27.1-12
:: Sábado: 1Coríntios 3



REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 5 – PROFESSOR-

 Vida e bênção em meio à união

Texto bíblico:  Salmo 133

Objetivo
Trabalhar o tema dos relacionamentos.

Para início de conversa
Faça a Dinâmica do Relacionamento Humano: providencie palitos de dentes com papeizinhos colados nas pontas, com palavras que identifiquem atitudes boas para os relacionamentos (harmonia, confiança, reconhecimento, atenção, perdão, zelo, paciência, entrega de si, carinho, convívio, respeito, alegria, reciprocidade, transparência, gentileza) e ruins (inveja, ciúmes, calúnia, desconfiança, mágoa, mentira, violência); saco plástico grande e transparente cheio de água e amarrado à ponta, representando a vida e o relacionamento entre as pessoas; bacia para reter a água que vai vazar. Peça ajuda a alguém para segurar o saco sobre a bacia.
Distribua os palitos entre o grupo e peça que cada um leia a atitude ali escrita e depois espete-o no saco, deixando-o fixo no mesmo.
Em seguida mostre ao grupo o que acontece quando colocamos em nosso relacionamento as más ações. Você deverá espetar os palitos no saco dizendo que má ação ele representa e em seguida retirá-los, para que a água comece a vazar.

Conclua pontuando que mesmo com tantas ações positivas, algumas atitudes negativas, ainda que pontuais (que não vão permanecer), podem destruir um relacionamento. Os furos representam essas ameaças, por isso, devemos tomar cuidado com a forma com que nos relacionamos com as pessoas, família e igreja.
Se tiver dúvida quanto a realização da dinâmica, assista ao vídeo: https://goo.gl/jPt6QU.

Por dentro do assunto
O livro dos Salmos é uma coleção de orações e cânticos que narram as experiências do povo de Deus.
Eles são chamados de saltério e uma dessas coleções chama-se cânticos de degraus, que são os salmos que o povo entoava em suas peregrinações a caminho de Jerusalém ou no seu retorno, narrando as experiências vivenciadas nesse trajeto.

Os cânticos dos degraus ou das subidas, que formam uma coleção de quinze salmos (Salmos 120 a 134), eram cânticos expressados pelo povo que subia a Jerusalém para as festas anuais. “A celebração das três festas tem muito a ver com a unidade fraterna e teológica na caminhada do povo bíblico”. Tal é a importância para ao povo cristão que Jesus participou dessas festas e ordenou esta prática à comunidade cristã: ... fazei isto em memória de mim (Lucas 22.19-20; 1Coríntios 11.24-25)”. (SIQUEIRA, Tércio Machado. A importância das festas, na Bíblia. Disponível em: http://alemdameraletra.blogspot.com.br/, acesso em 26/12/2016).

Jerusalém era uma região localizada a mais de 750 metros acima do nível do mar, uma cidade muito destacada nestes cânticos, como no salmo 121, em que o salmista faz menção aos perigos existentes pelos caminhos percorridos, revelando a certeza do socorro que encontrariam em Deus, no salmo 122 que relata o momento da chegada do povo à cidade e destaca a mesma como “uma cidade compacta” (v.3), bem agrupada, sinalizando que ela fora “construída para que nela se reunisse a comunidade de fé” (Bíblia de Estudo Almeida), ou no salmo 125, que destaca as colinas que cercam a cidade, entre outros.

A Bíblia trabalha com muita ênfase o tema dos relacionamentos interpessoais, tendo em vista que eles são a base para um verdadeiro relacionamento com Deus.
Prova disso é que o maior mandamento, “amar a Deus sobre todas as coisas”, só se cumpre quando o segundo maior acontece, o amor ao próximo (Mateus 22.36-39).
O apóstolo João ensinou que “se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê... aquele que ama a Deus ame também a seu irmão” (1João 4.20-21).

Na vida o relacionamento é uma possibilidade sempre constante.
Nos relacionamos com Deus, com outras pessoas e conosco mesmos. A questão é o que buscamos ou enfatizamos em nossos relacionamentos.

Ao abordar esse tema a Bíblia também apresenta alguns conflitos que surgem. Relacionar-se com outras pessoas pode ser feito de forma harmoniosa ou conflituosa.
Abraão e Ló, por exemplo, tiveram problemas para se relacionar quando seus pastores começaram a se estranhar, e para que não surgissem conflitos maiores, precisaram se separar (Gênesis 13.7-9); Filemom e Onésimo, que antes eram senhor e servo e se tornaram irmãos em Cristo, também vivenciaram momentos de conflito. Neste caso, o apóstolo Paulo precisou interferir com oração e orientação, para que houvesse perdão e tudo fosse superado (Filemom 1.8-21). O próprio Davi, indicado como autor deste salmo, tinha muitas dificuldades para manter um bom relacionamento com sua família. Entretanto, ele reconhecia que na harmonia dos bons relacionamentos era possível vivenciar momentos de paz e alegria e principalmente perceber a bênção de Deus (Salmo 133.3).

Por tudo isso, falar em bons relacionamentos é falar sobre amor, perdão, tolerância, respeito, paciência, sacrifícios etc. Nem sempre é fácil cultivarmos bons relacionamentos com todas as pessoas.
O apóstolo Paulo exortou: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os ho mens” (Romanos 12.18).
Quando isso não for possível, precisamos lembrar que o exercício do amor e do perdão precisa começar em nós.

Por fim
O salmo 133 possui uma mensagem muito atual e importante para o povo cristão, pois viver em união é um princípio importante para ser e se fazer igreja, comunidade.
A igreja se faz e se fortalece na companhia e convívio das pessoas, que são diferentes umas das outras. É importante que o povo de Deus permaneça unido.
Este foi o desejo do salmista expresso neste salmo. Foi também o desejo de Jesus, expresso em sua oração (João 17.21), pois somente pelo testemunho desta unidade o mundo poderá crer no poder e na mensagem do evangelho de Jesus Cristo.

“Embora não possamos pensar do mesmo modo, não podemos amar de maneira igual? Não podemos ter um só coração, ainda que não tenhamos uma opinião só?” (John Wesley – Carta a um Católico Romano. Disponível em https://goo.gl/cXrfT0. Acesso em janeiro de 2017)

Conclusão
Uma igreja viva, abençoada e abençoadora vive, a partir do Salmo 133, fundamentada na unidade. Engana-se quem acha que a unidade é ausência de conflitos, não se trata disso. Unidade é uma opção de vida assumida diante dos conflitos e dos problemas que surgem na convivência. Assumir essa opção é se comprometer com o bem maior da comunidade o que significará, muitas vezes, a difícil decisão de renunciar às vontades, orgulho e vaidades pessoais.
Óleo e orvalho, refrigério para um corpo cansado e renovo para uma terra seca. São estes os privilégios da unidade. Que sejamos, por meio da nossa convivência, óleo e orvalho para a nossa sociedade cansada e ressecada pelo pecado e pela falta de amor.
Em Marcha - 43

Para conversar
Temos vivido em verdadeira unidade com nossos irmãos e irmãs a ponto de percebermos que isso é “bom e agradável”?
Além da falta de unidade, vamos pontuar aquilo que pode ser instrumento de enfraquecimento na igreja, interferindo em nossos encontros com Deus.

Leia durante a semana
:: Domingo: Salmo 133
:: Segunda-feira: Êxodo 30.22-33
:: Terça-feira: Mateus 18.18-20
:: Quarta-feira: Marcos 12.29-31
:: Quinta-feira: Tiago 5.13-16
:: Sexta-feira: Provérbios 27.1-12
:: Sábado: 1Coríntios 3


REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 4 –

 

Encontrei meu Salvador!
Texto bíblico: Lucas 2.21-38 – ALUNO-

Vemos Jesus nascendo numa simples manjedoura (Lucas 2.7), representando que Ele não veio para algumas pessoas, não veio somente para as pessoas ricas (como se pensava), mas também e principalmente para as pessoas pobres, desprovidas de quase tudo.
A família de Jesus, naquele momento, também estava desprovida de quase tudo, menos do cuidado de Deus. Ali havia amor, solidariedade, provisão divina. Os reis magos levaram presentes (Mateus 2.1-11) e provavelmente esses presentes serviram de sustento para aquela família, tanto nesse tempo quanto durante sua fuga para o Egito (Mateus 2.12-21).

A história do nascimento de Jesus nos revela que Deus trouxe salvação para toda humanidade. Jesus veio para trazer paz e revelar a boa vontade de Deus a todas as pessoas (Lucas 2.14).

Fundamento bíblico
O texto bíblico nos apresenta duas pessoas muito tementes a Deus, Simeão e Ana. Simeão era alguém que acreditava nas Escrituras e sendo um idoso, “revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor” (Lucas 2.26). Com muita fé ele aguardava o cumprimento da promessa, o momento de ter o seu encontro com o Filho de Deus. Ana por sua vez, era uma viúva, também idosa, dedicada a uma vida de consagração ao seu Senhor. “Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações” (Lucas 2.37).

A promessa de Deus (Malaquias 3.1) começou a se cumprir quando José e Maria foram a Jerusalém para apresentar o seu filho diante do Senhor, no templo, conforme exigia a Lei de Deus (Lucas 2.22-24). Ali, Simeão e Ana puderam ter o seu encontro com o menino Deus.

Aqueles eram tempos difíceis. A Palestina (e todo o Mediterrâneo) era dominada pelo Império Romano que governava com uma falsa paz, enquanto arrancava dos povos o máximo de impostos que pudesse. Esse governo opressor fazia aumentar no coração do povo o desejo de ter um novo governo.

A religião era liderada pelos fariseus e saduceus, que mantinham ligação com os políticos de Roma. Parte desses religiosos foi criticada posteriormente por Jesus devido a atitudes hipócritas, vazias de amor e misericórdia. Assim, a religião que deveria aproximar as pessoas de Deus, era usada para promover ainda mais opressão.

Simeão também esperava a consolação de Israel (Lucas 2.25), o alívio para as aflições vividas, porém, sua espera estava relacionada com a esperança messiânica.

Muitos profetas anunciaram o novo tempo que haveria de vir, dentre eles, Isaías, que profetizou o consolo do povo de Deus, quando o Messias perdoaria os seus pecados, endireitaria os caminhos tortuosos, manifestaria a sua glória e apascentaria o seu rebanho (Isaías 40.1-11; Isaías 49.13; Isaías 57.18).

Assim, a espera de Simeão era sustentada através da oração, e o Espírito Santo que estava sobre ele o ajudava a crer que a salvação chegaria.

Palavra que ilumina a vida
Ao receber a promessa (Lucas 2.26) Simeão creu e passou a alimentar o desejo de ver o Cristo, por isso, movido pelo Espírito, tomou algumas atitudes:

Foi ao Templo (Lucas 2.27). Ao ir ao Templo presenciou a chegada de José, Maria e do menino Deus.
Não há melhor lugar para nos encontrarmos com Deus do que indo à sua casa. O rei Davi também acreditava nisso e assim declarou sua alegria em estar nesse lugar chamado casa de Deus (Salmo 122.1), que é também o lugar onde permanece a sua glória (Salmo 26.8). É cultuando a Deus que nos encontramos com Ele. É certo que esses encontros não estão limitados ao templo, porém, temos a recomendação de não nos ausentarmos desta
Casa de Oração, nem da comunhão com nossas irmãs e irmãos (Hebreus 10.19-25). Não somos nós somente que vamos ao encontro de Jesus, mas Ele também nos encontra dentro do templo e ali renova a nossa espiritualidade como fez com Simeão.

Tomou Jesus nos braços (Lucas 2.28). Ao ver o menino Deus, Simeão não se conteve e o envolveu em seus braços, passando a louvar a Deus por lhe permitir ver com seus olhos a salvação, o Salvador, a Luz que veio tirar o povo das trevas (Lucas 2.29-32). Tomar Jesus nos braços é abraçar e deixar-se abraçar, é carregar Jesus, é assumir a fé.
Tomar Jesus nos braços é assumir o compromisso de caminhar com Ele, como fez Ana, que diariamente estava na presença do Senhor consagrando sua vida e que, ao ver o Cristo de Deus, se dispôs a ser uma anunciadora dessa boa-nova (Lucas 2.38).
Atitudes como as de Simeão e Ana fortalecem a nossa fé, nos ajudando a perseverar e
continuar crendo na Palavra de Deus e no cumprimento de suas promessas. Em nossos encontros com Jesus temos a oportunidade de ter nossa fé renovada e a religiosidade “ressignificada”.

Anunciou a Palavra de Deus (Lucas 2.34-35). Enquanto contemplava o Filho de Deus, Simeão não se deixou levar pela emoção e, por isso, não perdeu a espiritualidade daquele momento. Foi assim que ele recebeu a revelação de Deus a respeito do futuro daquela criança. Palavras difíceis demais para se dizer a um pai e uma mãe, e Simeão, cheio de compaixão, piedoso como era (Lucas 2.25), antes de pronunciar qualquer palavra que pudesse entristecer o coração de Maria e José, os abençoou. Somente sob a bênção de Deus é que conseguimos ficar de pé em momentos difíceis, tais como os que viveria essa mãe, que veria o seu filho morrer crucificado para cumprir a Palavra de Deus e tornar-se o Salvador do mundo. Como Simeão, somos chamados e chamadas para abençoarmos as pessoas, para sermos suportes na vida delas, mas também, para anunciarmos aquilo que o Senhor nos dá a conhecer. E devemos fazer isso debaixo de uma certeza: o seu Espírito está sobre nós e é Ele quem nos capacita.

Conclusão
Simeão e Ana viviam à procura de Deus, enquanto Deus também os buscava nesse encontro.
Não há limites de idade para encontrarmo-nos com o nosso  Salvador. O Senhor é aquele que sai em busca de homens  e mulheres de todas as idades e de todos os povos. A promessa de salvação anunciada a Simeão e testemunhada por Ana foi manifesta a toda humanidade (Tito 2.11-14).
Como naquela época, também vivemos tempos difíceis, tanto na política quanto na religião. Manter viva a esperança de dias melhores e a certeza da presença divina em nós ajuda a não perdermos a fé.
Como Simeão, também temos uma promessa que nos sustenta: a promessa de que Jesus vai voltar (João 14.1-3).

Por fim
Antes de orar encerrando a aula, abra espaço para pedidos de oração com relação a promessas que são aguardadas e apresente-os a Deus.
Ore também pela sua cidade e pelo nosso país, pedindo a Deus que levante homens e mulheres que promovam a verdadeira justiça e a paz.

Para conversar
Como vimos, no passado o povo andava desanimado com a situação
em que vivia. Como podemos consolar o nosso povo diante das aflições vividas em nossos dias?

Leia durante a semana
:: Domingo: Lucas 2.21-38
:: Segunda-feira: Tito 2.11-14
:: Terça-feira: João 14.1-3
:: Quarta-feira: Salmo 26
:: Quinta-feira: Isaías 40.1-11
:: Sexta-feira: Salmo 122
:: Sábado: Hebreus 10.19-25



REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 4 –

 

Encontrei meu Salvador!
Texto bíblico: Lucas 2.21-38 – PROFESSOR-

Objetivo
Rever a história do nascimento de Jesus a partir da vida e fé de Simeão e Ana.

Para início de conversa
Promova a dinâmica dos sonhos.
Providencie bexigas, distribuindo-as entre a turma. Elas representarão os nossos sonhos. Peça que encham a bexiga e amarrem.
Dê um tempo para pensarem nos seus próprios sonhos: o que desejam alcançar, o que esperam da vida.
Em seguida, deverão jogar a bexiga ao alto e mantê-las no alto um minuto, empurrando com as mãos. Vá relembrando que elas representam os sonhos e não podemos deixá-los caírem ao chão, mas devemos empurrá-los para o alto, para as mãos de Deus, em oração.

Ao término, explique que Simeão e Ana também tinham sonhos.
Um deles era ver o seu povo, Israel, restaurado.
Foi empurrando este sonho para o alto que eles tiveram a certeza de sua concretização.
Prossiga com a lição.

Por dentro do assunto
Muitos foram os homens e mulheres da Bíblia que enxergão Reino de Deus pelos olhos da fé, entre os quais se encontram Simeão e Ana. Simeão soube vivenciar a fé tal como expressa em
Hebreus 11.1.
Ele enxergou algo não visível, não palpável, o Reino de Deus. O palpável naquele tempo era a forte dominação do Império Romano que controlava a Palestina e que, através dos abusivos impostos recolhidos do povo para os cofres públicos, ceifavam a alegria e esperança da
população.

Naqueles tempos difíceis Simeão e Ana continuavam esperando o cumprimento da promessa divina, de que nasceria o Salvador, a verdadeira Luz que iria iluminar todas as nações (Lucas 2.32), o Filho de Deus. Enquanto muitas pessoas se desiludiam com o avanço do reinado militar e político de Roma, Simeão e Ana não perdiam a fé e continuavam buscando o templo como espaço para encontrarem-se com Deus e renovarem a esperança.

A circuncisão do menino Jesus, mencionada no verso 21, diz respeito a uma prática realizada pelo povo judeu desde os tempos de Abraão até os dias atuais, conforme ordenado por Deus: “... guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas gerações... todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidarás a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós. “O que tem oito dias será circuncidado...” (Gênesis 17.9-12).

Apesar de Jesus ter sido circuncidado, pois era um judeu, entre os cristãos essa prática foi abolida, até mesmo porque Jesus, em seu ministério, nunca ordenou que seus seguidores fossem circuncidados, mas que todos, homens e mulheres, recebessem o batismo (Marcos 16.15-16).

Pedro foi uma das pessoas que tiveram dificuldades para entender isso. Para ele, os que se convertiam à fé cristã e não eram circuncidados, deveriam fazê-lo (Atos 15.1). Paulo, porém, tinha outra compreensão sobre este assunto. Para ele essa prática era desnecessária, pois a base da vida cristã não era a circuncisão, como afirmava o povo judeu, mas a fé em Jesus Cristo. Paulo falou disso aos efésios quando afirmou que em tempos passados, eles que eram gentios, viviam longe de Deus, “...sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa... sem Deus no mundo”, mas foram reconciliados com Deus através do sangue de Cristo, sem a necessidade da circuncisão (Efésios 2.11-13). Paulo chegou até mesmo a repreender o apóstolo Pedro quanto a este pensamento, quando ele começou a excluir e se afastar dos novos convertidos que não eram circuncidados (Gálatas 2.11-16). Só depois de muito tempo de reflexão sobre o assunto, no chamado Concílio de Jerusalém, é que aos cristãos que não eram circuncidados, só é pedido que: “abstenham-se de carnes sacrificadas aos ídolos, das carnes de animais sufocados e de uniões ilícitas” (Atos 15.29).

Alguns dias após ser circuncidado, o menino Jesus foi levado por seus pais ao templo para ser apresentado diante do Senhor (Lucas 2.22). Quando os dias da purificação de Maria se completaram, pois esse era o procedimento após o parto ordenado na Lei (Levítico 12.2-4), ela pôde então entrar novamente no santuário e oferecer sacrifícios a Deus, juntamente com sua família (Lucas 2.24). Havia duas opções de sacrifícios para serem apresentados: uma para quem tivesse mais recursos financeiros e outra para a população pobre (Levítico 12.6-8). José e Maria ofereceram a oferta dos pobres, um par de rolas ou dois pombinhos, revelando a condição social em que viviam.

A presença da criança no templo, para ser apresentada diante do Senhor, também dizia respeito a uma prática do judaísmo. Segundo a lei dada a Moisés, todo o primogênito pertencia a Deus, por isso eles deveriam ser apresentados a Deus, santificados (Êxodo 13.1-2). Ana, a mãe do profeta Samuel, também levou seu filho ao templo para apresentá-lo diante do Senhor (1Samuel 1.21-22). No caso de Samuel, ele havia sido oferecido ao Senhor, consagrado para o serviço (1Samuel 1.11), por isso sua ida ao templo foi para ficar.

A prática de levar os bebês ao culto e apresentá-los ao Senhor permanece em nossos dias, seja levando-as ao culto, ou fazendo o culto do bebê, contudo o fazemos não como ordenança, mas como ato de fé, em que busca a bênção divina sobre suas vidas.

Simeão e Ana são exemplos de perseverança e fé.
Durante quase toda a vida aguardaram o cumprimento de uma promessa que nem sabiam se veriam, mas creram e permaneceram firmes nessa promessa por toda a vida. Que possamos seguir seus exemplos.

Por fim
Antes de orar encerrando a aula, abra espaço para pedidos de oração com relação a promessas que são aguardadas e apresente-os a Deus.
Ore também pela sua cidade e pelo nosso país, pedindo a Deus que levante homens e mulheres que promovam a verdadeira justiça e a paz.

Para conversar
Como vimos, no passado o povo andava desanimado com a situação
em que vivia. Como podemos consolar o nosso povo diante das aflições vividas em nossos dias?

Leia durante a semana
:: Domingo: Lucas 2.21-38
:: Segunda-feira: Tito 2.11-14
:: Terça-feira: João 14.1-3
:: Quarta-feira: Salmo 26
:: Quinta-feira: Isaías 40.1-11
:: Sexta-feira: Salmo 122
:: Sábado: Hebreus 10.19-25



REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                            

ESTUDO 3 –

 Senhor, rocha minha e redentor meu’ – aluno -

Texto bíblico: Salmo 19

No mundo antigo, antes da era cristã, os gregos elegeram as Sete Maravilhas do Mundo. Eram elas: o Farol de Alexandria, o Templo de Artemis, a Estátua de Zeus, o Colosso de Rodes, os Jardins Suspensos da Babilônia, o Mausoléu de Halicarnasso e as Pirâmides de Gizé. Em 2007, foram eleitas as Sete Maravilhas do Mundo Moderno: o Coliseu, na Itália; a Cidade Maia de Chichén Itzá, no México; Machu Picchu, no Peru; o Cristo Redentor, no Brasil; a Muralha da China; as Ruínas de Petra, na Jordânia e, o Taj Mahal, na Índia.

Sem dúvida são grandes maravilhas. Todas, obras humanas e dignas de serem admiradas. Há, porém, além destas, outras e maiores maravilhas que foram feitas sem a participação humana, mas por Deus, e para contemplação da humanidade; falamos da criação.

Fundamento bíblico
Existem muitas maneiras de nos encontramos com Deus: pela oração, pela leitura e estudo da Palavra, através dos louvores, etc. Com certeza, o livro dos Salmos é um importante instrumento para nos aproximar da presença divina, porque ele nos ensina sobre louvor, adoração, oração sincera, quebrantamento e confissão de pecados, vida santa e outras formas de nos achegarmos a Deus com inteireza de coração.
salmo 19 nasceu no coração de um adorador, de alguém que antes de falar, sabia contemplar e, por isso mesmo, reconhecia os grandes feitos de Deus na criação. Sendo este salmo escrito por Davi, podemos imaginá-lo em meio ao pastoreio contemplando o mundo ao seu redor. Provavelmente, foi num desses momentos que nasceu este cântico que exalta o poder de Deus na criação e em sua Palavra. O salmo está dividido em duas partes, a primeira fala do agir de Deus na criação (vv.1-6) e a segunda reconhece esse mesmo agir em sua Palavra (vv.7-14). Estas são duas maneiras de expressarmos nosso louvor a Deus: declarando suas obras e anunciando a eficácia e veracidade de sua Palavra. As duas ações, além de exaltar a glória e o poder de Deus, contribuem para o fortalecimento da nossa fé:

Os céus expressam a grandeza de Deus e quão poderoso Ele é. Ao meditarmos em seus feitos nos sentimos confiantes de que Aquele que criou todas as coisas, também pode com perfeição cuidar de nós (Mateus 6.26-30; Jeremias 32.17).

A Palavra de Deus, que também revela sua glória, mostra ainda a fidelidade de Deus, que promete e cumpre. Por isso, meditar na palavra de Deus traz alegria e refrigério para a alma (Salmo 19.7-8).
A atitude de Davi neste salmo foi de contemplação. Ao contemplar a grandeza de Deus e a manifestação do seu poder na criação, o salmista é levado a olhar para dentro de si e reconhecer o mesmo poder operando em sua vida através da fé adquirida por meio de sua Palavra.

Palavra que ilumina a vida
Contemplar aquilo que Deus fez e faz é algo tão importante que Jesus procurou ensinar essa prá- tica aos seus discípulos quando os orientou a observar as aves do céu (Mateus 6.26). Embora muitas vezes estejamos a olhar para o alto, para uma árvore ou mesmo diretamente para um pássaro, nem sempre estamos a observá-los.

Observar é notar detalhes, é refletir sobre a importância daquilo que se vê. Quando observamos a criação de Deus nossa fé é renovada, pois “os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Salmo 19.1). Foi isso que Jesus disse aos seus discípulos: se observarem as aves, verão como Deus cuida delas e entenderão que Ele também cuida de vocês (Mateus 6.30).
Este salmo nos ensina a contemplar a beleza de Deus na sua cria- ção e a reconhecermos o quanto sua palavra nos fez bem. Nos ensina a perceber que esta palavra nos chama para um encontro diário com Ele e esse encontro pode acontecer através do louvor e adoração, quando paramos para meditar em quão grande é o nosso Deus (Salmo 19.1-6), como também por meio da santificação, quando permitimos que sua Palavra nos transforme e nos santifique (Salmo 19.7-14).
O que se observa na natureza é que servimos a um Deus grandioso que com o seu poder e por meio de sua palavra criou todas as coisas e as criou com perfeição: “E viu Deus que isso era bom” (Gênesis 1.10). Contudo, observamos também que sua mais perfeita criação - o ser humano - tem destruído e assim menosprezado aquilo que Deus tão perfeitamente criou, rejeitando as próprias palavras do Criador que deu ordem ao homem para que cuidasse da natureza: “Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar” (Gênesis 2.15).
Deus nos concedeu a tarefa de administrarmos e zelarmos por este mundo, que é dele (Salmo 24.1).
Somos apenas mordomos da criação, ou seja, podemos  usufruir de toda obra criada, mas com a responsabilidade de cuidarmos dela. É parte da nossa missão como Igreja, cuidarmos da criação de Deus, preservando o meio ambiente, adotando novos hábitos, assumindo práticas sustentáveis, lembrando que nossas ações testemunham o ardor da nossa fé.
“A preocupação com o meio ambiente deve ser de todos e todas, onde cada um/a deve fazer sua parte para que este mundo que conhecemos hoje permaneça por muitas e muitas gerações o mais intacto possível evitando assim, que muito do que hoje existe não se transforme em peças de museu ou extinto da face da Terra por falta de uma preocupação com o que nos cerca”

4 . (Ser Cristão é ser sustentável: Cartilha de incentivo a conscientização socioambiental. Igreja Metodista. 3ª Região Eclesiástica. Disponível em: http:// portal.metodista.br/fateo/noticias/ cartilha-ambiental-terceira-re. Acesso em 21/12/2016).

Conclusão
Nossos encontros com Deus são diários e acontecem de várias formas, inclusive admirando aquilo que Ele fez e faz.
Contemplar a criação com os olhos de quem reconhece a grandeza do Criador nos eleva em nossa espiritualidade e intermedeia a nossa comunhão com o Pai.
Não podemos nos esquecer que não há espiritualidade saudável distanciada de práticas de misericórdia, amor e justiça.
É nosso dever cuidar da criação de Deus, tanto de nossos irmãos e irmãs quanto deste mundo lindo com que Ele nos presenteou.
Que possamos, em nossos encontros com Deus, nos render à sua presença para contemplá-lo, assim como Davi o contemplou.

Para conversar
De que forma temos feito diferença no cuidado com a criação? Quais os impedimentos que existem hoje para nos dedicarmos à contemplação da criação de Deus? Você tem essa prática?

Leia durante a semana
:: Domingo: Salmo 19
:: Segunda-feira: Mateus 6.25-34
:: Terça-feira: Gênesis 1
:: Quarta-feira: Gênesis 2.1-15
:: Quinta-feira: Salmo 24
:: Sexta-feira: Salmo 98
:: Sábado: Salmo 148


REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 3 –

 

Senhor, rocha minha e redentor meu’ –PROFESSOR-



Texto bíblico: Salmo 19

Objetivo

Perceber, através do estudo do salmo 19, o poder de Deus manifesto na criação e nossa responsabilidade para com ela.



Para início de conversa

Inicie a aula lendo o salmo 19 e faça a seguinte pergunta à classe: o que você mais admira na criação? Em seguida apresente o vídeo “Preservação do Meio Ambiente”, disponível em: https:// goo.gl/qLcNmq. O vídeo mostra uma triste realidade: o mundo que perfeitamente Deus criou e deveria ser preservado, está sendo destruído a cada dia. Como tem sido a nossa ação em rela- ção à criação? O estudo de hoje também é um convite para esta reflexão. (Caso não seja possível exibir o vídeo, procure recortes de jornais ou revistas sobre a devastação do meio ambiente e propostas de conservação).



Por dentro do assunto

Quando contemplamos a natureza, percebemos mais uma vez o poder criador de Deus. Deus criou o mundo, cujo ciclo era harmonioso e equilibrado. Criou o ser humano e ele interferiu neste ciclo natural, causando desarmonia e desequilíbrio.

O que é, segundo Wesley, ser cuidador (ser que cuida) da criação? Podemos ver como ele responderia à questão nos seguintes textos, tirados de seus sermões1 : “Nós somos agora cuidadores (stewards) da criação de Deus... Nós somos devedores de tudo o que temos... Um guardador não pode utilizar o que lhe foi confiado em suas mãos como quiser, pois, ele não é o proprietário de nada do que lhe foi apenas custodiado por outro. Esse é exatamente o caso da relação de cada um com Deus: não somos livres para usar o que Deus confiou em nossas mãos conforme nos agrada, mas conforme agrada a Deus. Deus é quem possui exclusivamente os céus e a terra e é o Senhor de toda criatura... Todos os bens da criação nos foram confiados sob expressa condição de que os tratemos estritamente como bens do Senhor e de acordo com as instruções que nos foram dadas por sua Palavra”2 .

Ou ainda: “Nós devemos cuidar dos céus e da terra e tudo o que ¹ Foi utilizada a edição Wesly’s Sermons, de Jackson, publicada em dois volumes, por Lane and Tippet, New York, 1947. A edição reúne uma seleção de 140 sermões.

2 II, p.283s. existe como se estivesse na palma da mão de Deus que pela sua íntima presença sustenta cada um do seu ser; e que permeia e atua em toda estrutura (frame) do ser criado e é, em sentido verdadeiro, a alma do universo”3 . Em outro sermão, Wesley declara: “Não deveríamos olhar nada como se fosse separado de Deus, o que seria uma espécie de ateísmo prático”.

A lógica do ser humano cuidador da criação implica que vejamos tudo não como nosso, e que façamos tudo segundo a vontade do Criador. Devemos amar a criação como Deus a ama; devemos estender todas as formas de graça que nos chega pela história até ela. Ela tem também as premissas do Reino. Amar a Criação como Deus ama significa para Wesley ser capaz de cuidar com carinho, misericórdia e compaixão. Cuidar não é só ter sentimentos nobres em relação à natureza; cuidar do outro e da natureza, em seu sentido mais profundo, significa estar envolvido e agir no sentido de criar possibilidades para o autêntico desenvolvimento do outro e da natureza. (...) A Criação é vista em Deus e Deus é visto na Criação. Aos animais é estendida a compaixão do espírito, isto é, como cuidadores, não estamos Em Marcha - 25 3 I,p.57.

acima da natureza. Mas somos apenas a parte da natureza responsável por aquilo do qual somos parte”. (JOSGRILBERG, Rui. A preocupação ecológica na tradição wesleyana.In: CASTRO, Clovis Pinto de.Meio ambiente e missão: a responsabilidade ecológica da Igreja. São Paulo: Editeo, UMESP, 2003 pp.89-104.).


Por fim
Construa com o grupo uma ação (para ser implementada a curto e médio prazo) em relação ao cuidado com o meio ambiente. Há diversas publicações que podem ajudar nessa área:
Flics e os amigos da natureza. Disponível em: https://goo.gl/mELJ2m (baixar cartilha Flics e os amigos da natureza);
Ser cristão é ser sustentável. Disponível em: https://goo.gl/qFJzz7; Região Missionária do Nordeste. Disponível em: https://goo.gl/DECrnp

Para conversar
De que forma temos feito diferença no cuidado com a criação? Quais os impedimentos que existem hoje para nos dedicarmos à contemplação da criação de Deus? Você tem essa prática?

Leia durante a semana
:: Domingo: Salmo 19
:: Segunda-feira: Mateus 6.25-34
:: Terça-feira: Gênesis 1
:: Quarta-feira: Gênesis 2.1-15
:: Quinta-feira: Salmo 24
:: Sexta-feira: Salmo 98
:: Sábado: Salmo 148

 

REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 2 –

TRAZER O MELHOR AO REI - ALUNO


Texto bíblico: Mateus 2.1-12
Encontros geralmente soam como algo bom. Nos encontramos com amigos e amigas, com a família da fé, com pessoas interessantes para nós. Entretanto, alguns encontros também causam incômodo. Jesus era ainda uma criança bem pequena e já tinha encontros marcados com algumas pessoas. Um desses encontros, no entanto, representava uma ameaça à sua vida, como veremos a seguir.
Fundamento bíblico
A história dos magos (ou sábios do oriente) está inserida num pequeno bloco de narrativas sobre o nascimento de Jesus. Citada somente no evangelho de Mateus, nos mostra a peregrinação destes que, crendo numa antiga profecia (Miquéias 5.2; Mateus 2.6), buscam encontrar-se com com o “Rei dos Judeus” (v.2). Diferente do que a tradição aponta, o texto bíblico não afirma que são três magos, nem tampouco cita os seus nomes. A ideia de que eram três magos e que se chamavam Melquior, Baltasar e Gaspar surge no século IV no Evangelho apócrifo armeno sobre a infância de Jesus.

Os magos, na verdade, eram reis que recebiam essa designação pelo fato de serem estudiosos dos astros e acreditarem que, por meio deles, seria possível conhecer o curso da história humana. A tradição aponta que eles são de origem persa, por isso são chamados de Magos, o que equivale aos escribas na tradição judaica e aos sábios na tradição Estudo 2 8 - Para os judeus eram considerados gentios e, ainda assim, ao ouvirem a antiga profecia a respeito do Messias, cujo nascimento seria anunciado por uma estrela, creram. Ao identificarem esta estrela na região onde moravam (Mateus 2.1-2), saíram ao encontro do menino (Mateus2.9).

Há pesquisas bíblicas que indicam que quando os magos mencionaram o nascimento de Jesus anunciado por “sua estrela” (Mateus 2.2), eles talvez estivessem se apoiando em outra antiga profecia feita por Balaão (Números 24.17), na qual se declara que “uma estrela procederá de Jacó”, e que alguns textos judaicos antigos interpretavam como um símbolo messiânico. De acordo com os povos orientais, sempre que uma pessoa importante nascia, aparecia uma estrela no céu para anunciar este importante acontecimento. Em busca do menino Deus, os magos dirigiram-se primeiramente a Jerusalém, afinal era bem mais provável que um rei nascesse na capital e não em uma região periférica como Belém. Em Jerusalém foram até Herodes, rei da Judéia, acreditando que o monarca teria informações que pudessem ajudá-los. Ao ouvir a notícia de que um novo Rei havia nascido em suas terras, Herodes e toda Jerusalém alarmaram-se (Mateus 2.3), a ponto do tetrarca convocar uma reunião com todos os principais sacerdotes e escribas, pessoas entendidas nas Escrituras, para indagar delas informações precisas sobre as profecias e descobrir onde o menino nasceria (Mateus 2.4-5). Para os magos, entretanto, fingiu interesse no assunto (Mateus 2.7-8), a fim de usar esta estratégia como possibilidade de matar a criança.

O plano de Herodes não era o mesmo dos magos, que queriam adorar o novo Rei (Mateus 2.2). Sua intenção era tirar do seu caminho uma possível ameaça ao seu trono, por isso, não hesitou em mandar matar todos os meninos menores de dois anos daquela região (Mateus 2.16).

Palavra que ilumina a vida
O nascimento de Jesus, embora tenha sido a grande salvação de Deus para a humanidade, trouxe alegria para algumas pessoas e perturbação para outras. Vemos que tanto os magos quanto Herodes desejaram encontrar-se com Jesus, porém, com intenções diferentes: Herodes: seu desejo de encontrar-se com Jesus era motivado por ganância, soberba, ódio, desejos cruéis. Por isso, perturbou-se com essa notícia, porque sentiu que poderia perder o seu trono. Ele não era um rei legítimo de Jerusalém porque não era judeu, mas um estrangeiro mancomunado com Roma. Reinava defendendo seus próprios interesses e os de Roma. Não estava interessado em defender o povo, por isso o anúncio de um novo rei lhe trouxe tanta preocupação, pois ele sabia que essa notícia traria esperanças para as pessoas, que poderiam se rebelar contra ele e rejeitá-lo.
Herodes representa aquelas pessoas que só pensam em si e para ter o que querem são capazes de qualquer coisa, até de se tornarem injustas. Aquelas cujas práticas revelam quão distantes estão de Deus, por isso, falta-lhes a paz. A inquietação domina os seus pensamentos.
Há muitos Herodes em nossos dias. Não só os que continuam oprimindo o povo em busca de causa própria, como os que negam os avisos de Deus, o chamado à salvação, e preferem continuar no seu mundo de engano.
Quem negligencia encontrar-se com Deus para adorá-lo, como fez Herodes, renuncia à verdadeira salvação, a luz da humanidade, o Príncipe da paz.

Magos: o encontro dos magos com o menino Jesus é motivado pela fé e repleto de significados. Ao trazerem suas ofertas: ouro, incenso e mirra, oferecem também sua submissão ao menino Deus. Acreditam que, embora a estrela tenha brilhado no céu para guiá-los, a luz maior estava na manjedoura. Jesus seria a verdadeira luz do mundo. O ouro é um metal precioso que representa poder, glória. Ao oferecerem ouro como presente, os magos renunciam à sua própria glória para contemplarem a glória divina.
O incenso era um perfume muito utilizado em celebrações oferecidas a vá- rias divindades.
Ao oferecerem o seu incenso ao menino, estavam reconhecendo publicamente sua divindade, conforme anunciado a José (Mateus 1.20-21). Somente alguém divino tem o poder de libertar o seu povo dos seus pecados e oferecer-lhes a salvação. Os magos reconheceram que o menino Jesus era também o menino Deus e, por isso, se prostraram para adorá-lo. A mirra era uma substância extraída de uma planta medicinal, muito utilizada também em rituais cúlticos e em sepultamentos, para preparar os corpos. O uso da mirra nesse momento de adoração simbolizava a fé na morte de Jesus para a salvação da humanidade.
Todos esses presentes eram as grandes riquezas da Arábia, conforme Jeremias 6.20 e Ezequiel 27.22. Assim, vemos a grande motivação dos magos do oriente, que já saíram de suas casas preparados para esse encontro. Muito provavelmente, estes presentes foram os recursos utilizados por José para suprir as necessidades de sua família durante o tempo de perseguição instaurada por Herodes.
Enquanto Herodes se perturbava com o anúncio do nascimento do Rei dos judeus, os magos se alegravam com a possibilidade de estar diante dele (Mateus 2.10). Quanto mais perto estivermos de Jesus, mais alegria Ele trará à nossa vida. Sua presença será sempre paz para nosso coração e mente (Filipenses 4.7).
Nos dias de hoje, ainda há muitos Herodes se opondo a Deus e oprimindo o povo, mas a presença de Jesus em nós continua sendo anúncio de esperança, de dias melhores e da certeza da salvação que um dia já nos foi anunciada.

Ainda que forças contrárias tentem nos impedir de manifestar nossa fé em Deus, não podemos parar, mas devemos persistir em nosso propósito de nos encontrarmos sempre com o Deus Emanuel, o Deus que também deseja se encontrar conosco.

Devemos alimentar nosso desejo de nos encontrarmos com Jesus, como fizeram os magos, mas precisamos nos achegar com o coração submisso, a fim de que Ele seja sempre soberano em nossa vida. 12 - Em Marcha Para conversar Você acredita que o nascimento de Jesus ainda divide as pessoas em nossos dias, trazendo paz para uns e inquietações para outros? Comente.

Conclusão
Devemos avaliar o que motiva nossos encontros com Deus e, como os magos, apresentar a Ele aquilo que temos de melhor. Seguindo a orientação do salmista, nunca nos apresentarmos diante de Deus vazios (Salmo 95.2; Salmo 100.2), mas sempre trazendo algo que expresse a nossa adoração, sejam cânticos, sejam ações de graças, seja a nossa vida.

Os magos se encontraram com Jesus e, depois disto, avisados em sonho, regressaram por outro caminho para as suas casas (Mateus 2.12). Uma adoração sincera é entrega irrestrita das nossas vidas. Assim como aconteceu com os magos, Deus nos orienta para que não tracemos caminhos onde possamos ser enganados/as. O Senhor quer nos guiar por caminhos seguros. Para que a “luz do palácio de Herodes” não nos engane, temos que concentrar nosso olhar no Senhor, a estrela da manhã (Apocalipse 22.16).

Que possamos sempre nos aproximar do nosso Deus, trazendo-lhe o que temos de melhor e recebendo também o que Ele nos tem dado de melhor: a eterna salvação.

Leia durante a semana
:: Domingo: Mateus 2.1-12
:: Segunda-feira: Mateus 2.13-15
:: Terça-feira: Mateus 2.16-21
:: Quarta-feira: Mateus 1.18-15
:: Quinta-feira: João 3.15-24
:: Sexta-feira: Salmo 95
:: Sábado: Salmo 100


REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS                                                              

ESTUDO 2 -

TRAZER O MELHOR AO REI -- PROFESSOR

Texto bíblico: Mateus 2.1-12

Objetivos
Apresentar o encontro dos reis magos com o menino Jesus; destacar que Herodes também
queria encontrar-se com Ele, mas por motivações erradas; refletir sobre as nossas motivações nos encontros com Deus.
Para início de conversa Ao iniciar a aula, lance a seguinte pergunta: como podemos reconhecer
a intenção do coração das pessoas? É possível saber se uma pessoa se aproxima de nós somente por interesse ou com más intenções? Após ouvir a participação da classe, introduza o assunto da lição: no nascimento de Jesus, alguns buscaram se aproximar para adorá-lo, outros, porém para atentar contra sua vida.
Por dentro do assunto Quando Jesus nasceu, a Palestina estava sob o domínio do Império
Romano (Mateus 2.1). Os judeus tinham autonomia cultural e religiosa e esperavam a vinda de um reino messiânico. O povo esperava um messias político, por isso, ao ouvir o anúncio do nascimento desse rei, Herodes ficou imensamente preocupado (vv.2-3). Assim, ao mesmo tempo em que o nascimento de Jesus era razão de esperança para quem cria na promessa, para muitos representava uma ameaça, como foi o caso de Herodes. Vejamos que ameaças eram essas:
1. O surgimento de um rei entre o povo judeu poderia desestruturar o governo romano;
2. O processo político no qual Jesus foi acusado de querer ser rei baseava-se em acusações inconsistentes, contudo, através dele Jesus expõe sua realeza, cujo objetivo não consiste em assumir um reinado na terra (Marcos 15.2; Lucas 23.2-5), mas em proclamar com palavras e atos um novo comportamento de vida que torna concreto o Reino de Deus na terra (João 18.33-37).
3. Além de cumprir a lei, Jesus resgatou o seu sentido integral, trazendo um discernimento crítico quanto à sua aplicação prática, que levava a vários riscos. Assim, Jesus expôs uma religiosidade superficial: A organização do serviço do templo podia levar a uma atitude formalista, sobrepondo a autêntica religião do coração (Marcos 11.15-18); Este mesmo formalismo levava a práticas de “boas obras” por ostentação (Mateus 6.2,5,16); à negligência de preceitos mais importantes e à priorização de costumes secundários (Mateus 23.16-26) e à prática de uma justiça puramente aparente (Mateus 23.27-28); A lei se tornara um jogo pesado e não libertava as pessoas dos seus pecados anteriores (Marcos 7).
4. Os valores de vida de Jesus (valores do Reino de Deus) entravam em choque com os valores instituídos na sociedade da época.
Ele valorizou as pessoas excluídas socialmente (Gálatas 3.28).
5. Jesus mostrou que a sua missão era salvar as pessoas pecadoras e para isso mantinha um relacionamento íntimo com elas (Marcos 2.15-17; Lucas 7.36-50; Lucas 15).
6. Ele anunciava um Deus que abre os olhos das pessoas para a realidade, dando consciência da situação, mostrando novos horizontes e concedendo forças para mudar a vida.
7. Jesus ensinava que quem pretendesse ser maior, deveria servir (Lucas 22.26). O poder recebido é para servir o povo e não para benefício próprio. Ele anunciava um reino no
qual todas as pessoas são reconhecidas e valorizadas e não há qualquer tipo de discriminação (Romanos 2.11)8. O evangelho de Cristo é de anúncio das boas-novas de salvação e denúncia das injustiças e pecados que afligem a sociedade (Marcos 7.21-23). Para Jesus a questão não era lutar contra os poderes estabelecidos em nome de uma liberdade abstrata, mas ter um discernimento crítico dos tipos de comportamento que contrariavam pontos fundamentais da aliança e da lei.
Assim como o anúncio do nascimento de Jesus representou esperança para os magos e tanta gente que aguardava o cumprimento da promessa, Ele continua a ser esperança para a humanidade.
Jesus é esperança porque: 1. Ele é o anunciado no Antigo Testamento (Lucas 24.21). No
Reino de Deus anunciado por Ele há lugar para todas as pessoas e esse Reino teve início com suas ações libertadoras.
2. Ele ensina que este é o tempo de olhar para a vida e fazer do sonho um instrumento de transformação da realidade ruim em uma realidade boa.
Chama todas as pessoas a uma verdadeira conversão (Mateus 4.17; Romanos 12.2). Propõe uma vida de liberdade em oposição às forças que oprimem (governo, templo, lei...) e tal liberdade será realidade na medida em que se estabelecer um caminhar junto com o Pai e ao mesmo tempo assumir o seu projeto de
salvação da humanidade.
3. Mostra valores bem diferentes dos já estabelecidos: em lugar de castigo fala em perdão e misericórdia (Efésios 4.32); o ódio é substituído pelo amor (Colossenses 3.14); o egoísmo é substituído pela solidariedade (Gálatas 6.2); o individualismo pelo viver comunitário (Mateus 18.20); ao invés da guerra, a paz (Romanos 12.18). Ele estabelece relacionamento com todas as pessoas, sem distinção de cor, gênero, idade, condição física ou social, mostrando sua importância e valorizando-as.
4. Ao priorizar a vida humana, esclarece a função da lei. Ela deve existir para promover a vida, devendo ser mudada quando se distanciar deste propósito (Marcos 2.27). A vida está acima da lei, que deve ter como base o amor (Romanos 13.10).
5. Ele é o Filho de Deus que optou por morrer para salvar a todas as pessoas e esta morte trouxe a realidade da vida plena e eterna (João 3.16).
Assim, pensar no que o nascimento e a vida de Jesus representaram para muitas pessoas
no passado nos ajuda a repensar o mesmo significado para nossa vida, nossa igreja, nosso mundo.
Por fim
Reafirme a importância de uma vida santificada. Termine com um tempo de oração.

Para conversar
Você acredita que o nascimento de Jesus ainda divide as pessoas em nossos dias, trazendo paz para uns e inquietações para outros?
Comente.

Leia durante a semana
:: Domingo: Mateus 2.1-12
:: Segunda-feira: Mateus 2.13-15
:: Terça-feira: Mateus 2.16-21
:: Quarta-feira: Mateus 1.18-15
:: Quinta-feira: João 3.15-24
:: Sexta-feira: Salmo 95

:: Sábado: Salmo 100


REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS

ESTUDO 1 -

‘A SUA MISERICÓRDIA DURA PARA SEMPRE’ – ALUNO-

 

Texto bíblico: Salmo 136

A Bíblia relata a história de muitas pessoas que se encontraram com Deus e cada encontro se mostra como uma oportunidade de crescimento na fé, aperfeiçoamento do caráter, renovação do ânimo e ampliação da nossa visão da vida e propósitos do Senhor. Encontrar- -se com Deus nunca pode ser um evento único em nossa vida, este encontro deve ser constante. O livro dos Salmos nos ensina que é possível nos encontrarmos com Deus e através destes encontros conhecermos os seus atributos, como por exemplo a misericórdia, tema deste estudo. Aliás, a misericórdia divina é o que garante o nosso cotidiano encontro com Deus.

 

FUNDAMENTO BÍBLICO

O salmo 136 é um hino de ação de Graças (v.1a e v.26). Ele era recitado anualmente, de forma responsiva, nas grandes festas judaicas como a Páscoa, Pentecostes e a Festa dos Tabernáculos. Neste salmo, recorda-se e proclama-se as grandes obras de Deus:

Exaltando-o por aquilo que Ele é: Deus bom (v.1), Deus dos deuses (v.2), Senhor dos senhores (v.3), e que opera maravilhas (v.4). Reconhecer aquilo que Deus é, isto é, nomear seus atributos, é uma 4 - Em Marcha Estudo 1 forma de exaltá-lo. Deus é o único Deus (Salmo 18.31), seu nome está acima de todos os deuses (Salmos 48.10, 83.18, 102.2) e o poder lhe pertence (Salmo 62.11).

 

Proclamando o seu poder na criação (vv.5-9). Relembrando Gênesis 1, o salmista relata a maneira como Deus criou o céu, a terra, as águas e os luminares. O reconhecimento do poder de Deus na criação aparece também em outros salmos, como outra forma de louvor a Deus (Salmos 8, 19.1-4).

 

Recordando seu agir na história do seu povo (vv. 10-22). O salmista relembra a ação misericordiosa de Deus no Egito, quando operou a libertação do povo de Israel (Êxodo 12.29-51; 14.21-29; Deuteronômio 8.2-16; Números 21.20-35). Além de ser um outro modo de exaltação a Deus, trazer à memória a sua Palavra, a Torá, era uma forma encontrada pelo povo de Deus para fortalecer a fé, além de ser uma prática recomendada pelo próprio Deus (Josué 1.8; Salmo 1.2).

 

Reconhecendo e declarando a sua ação na atualidade (vv.23-25). O salmista também louva a Deus pelo seu agir no meio do seu próprio povo, reconhecendo que certa vitória conquistada no meio de uma batalha fora ação divina (v.24). Também agradece por toda provisão (v.25) e encerra convidando a dar louvores somente a Deus (v.26).

 

Todos os 26 versos deste salmo proclamam a misericórdia de Deus. Outros salmos também mencionam essa misericórdia, quando convidam o povo para louvá-lo (Salmo 100.5, 106.1, 107.1, 118.1-4, entre outros).

O salmo 118 possui essa estrutura de intercalar este mesmo coro (a sua misericórdia dura para sempre) com frases afirmativas de exaltação a Deus.

 

PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA

Durante toda a composição deste salmo, o salmista não se esqueceu da misericórdia de Deus. Logo de início ele afirmou: “... a sua misericórdia dura para sempre” (Salmo 136.1). O escritor estava convicto disso e por isso declarou repetidas vezes que todos os atos de Deus Em Marcha - 5 em favor da humanidade foram realizados devido à sua misericórdia.

 

Ao convidar as pessoas para renderem “graças ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre”, o salmista tem a convicção de que é possível nos aproximarmos de Deus por meio desta misericórdia.

 

A palavra misericórdia (Hesed no hebraico) aparece em torno de 250 vezes no Antigo Testamento, sendo 127 vezes somente nos salmos. Esse atributo de Deus é tão real para o povo da Bíblia, que Davi chega a chamar Deus de misericórdia: “Minha misericórdia e fortaleza minha, meu alto refúgio e meu libertador, meu escudo, aquele em quem confio e quem me submete o meu povo” (Salmo 144.2).

 

O autor de Lamentações também afirmou que “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se a cada manhã...” (Lamentações 3.22-23a). É essa misericórdia que permite nos achegarmos a Deus todos os dias. É por ela que nós, pecadores e pecadoras, não somos rejeitados/as, excluídos/as ou destruídos/as. É justamente porque elas não têm fim e renovam-se a cada manhã que continuamos a ter livre acesso à presença de Deus.

 

Quanto mais nos encontramos com Deus, quanto mais o buscamos, mais aprendemos sobre sua misericórdia. É por meio dela que alcançamos o perdão e a graça divina. Entretanto, apesar da misericórdia, Deus continua sendo justo, pois “justiça e direito são o fundamento do seu trono...” (Salmo 89.14), e por isso não podemos tentá-lo, voltando à prática do pecado ou apoiando-nos na misericórdia para 6 - Em Marcha permanecermos em pecado diante do Senhor. Foi essa exortação que Paulo trouxe aos romanos quando os alertou que a graça divina não nos permite a prática do pecado (Romanos 6.1). O autor de Hebreus também previne que sem santificação, ninguém verá ao Senhor (Hebreus 12.14).

 

CONCLUSÃO

Porque o Senhor é misericordioso, podemos encontrá-lo em nossos momentos de adoração e oração. Podemos nos encontrar com Deus ao contemplar a criação, obra de suas mãos, e assim sermos tocados pela certeza de sua grandiosidade, como também podemos nos encontrar com Deus por meio de sua Palavra, quando em nosso momento de devocional e de estudos bíblicos buscamos aprender mais sobre Ele.

 

Que nossos encontros com Deus nos tornem mais convictos de sua misericórdia em nossa vida e de como, por meio dela, somos abençoados e abençoadas a cada dia.

 

PARA CONVERSAR

Como você entende a misericórdia e a justiça de Deus? Você consegue percebê-las em sua vida? Em que sentido?

 

 LEIA DURANTE A SEMANA*

:: Domingo: Salmo 136

:: Segunda-feira: Êxodo 34.1-9

:: Terça-feira: Lamentações 3.1-33

:: Quarta-feira: Romanos 6.1-14

:: Quinta-feira: Salmo 144

:: Sexta-feira: Salmo 118.21-29

:: Sábado: Salmo 117

*Releia os textos desta seção durante a semana para fixar a lição de hoje.

 Faça isso semanalmente para cada lição.



REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS

ESTUDO 1 -

‘A SUA MISERICÓRDIA DURA PARA SEMPRE’ - PROFESSOR

 

Objetivo

 Apresentar o tema da misericórdia divina, a partir do salmo 136.

 

Para início de conversa

Para iniciar a aula, prepare diversos pedaços de papel com nomes de personagens bíblicos sem repeti-los (Abraão, Jonas, Davi, Débora, Ester, Zaqueu, Nicodemos, etc.), em número suficiente para toda a classe. Dobre-os e deposite em uma caixa ou outro recipiente. Cada participante pegará um papel e ao ler o nome deverá, em poucos minutos, explicar um encontro desse personagem com Deus (como foi, onde, o que aconteceu, o que se lembra). Caso alguém tenha dificuldade, peça à turma que ajude. Cuidado para não causar constrangimento. Em seguida, explique que nessa revista vamos trabalhar o tema dos encontros de Jesus com várias pessoas, narrados nos evangelhos, e o encontro de várias pessoas com Deus, a partir do livro dos Salmos. Poderemos refletir sobre como os nossos encontros com o Senhor têm acontecido e o que eles nos proporcionam pessoalmente. Ore nesse sentido e prossiga com a aula.

 

Por dentro do assunto

Ao falarmos sobre encontros com Jesus, estamos falando de experiências de fé e estas sempre nos levam a aprofundar nossa relação com Deus, nos desenvolvermos e amadurecermos espiritualmente.

 

O revelar de Deus na vida do seu povo sempre proporcionou experiências maravilhosas como curas (Marcos 1.32-34), libertações (Lucas 9.37-43), ressurreições (Marcos 5.35-43) e muitos outros milagres (Marcos 6.34- 44), sendo o maior deles a salvação conferida a toda humanidade através do sacrifício de Jesus (João 3.16; 1João 3.1). O salmo é um convite para render graças pelas inumeráveis bênçãos que Deus concede ao seu povo (Salmo 136.1). É um reconhecimento de que tudo é obra de suas mãos (vv.23-25) e uma exaltação ao seu poder (vv.12, 26). O salmista narra alguns atos poderosos de Deus como os da criação (vv. 5-9) e a libertação do povo israelita do Egito (vv.10- 22), destacando o cuidado especial para com seu povo (vv.23-25). A cada destaque dos feitos de Deus um coro é entoado: “porque a sua misericórdia dura para sempre”. Essa afirmação se torna o refrão deste salmo, provavelmente, feito como leitura responsiva.

 

 Essa misericórdia divina não tem a ver somente com o perdão concedido ou as bênçãos e livramentos que recebemos. “Tem a ver com todos os recursos dados por Deus para fazermos a travessia desta vida em meio às muitas contradições, paradoxos e contingências de nossa experiência humana que escapam por completo de nosso controle”. (SANTOS. Luiz Fernando dos. De misericórdia em misericórdia. Disponível em: https:// goo.gl/ZecC1O. Acesso em janeiro de 2017).

 

A misericórdia do Senhor nos cerca de tal forma (Salmo 32.10) que é possível percebê-la. Vejamos:

 

Através do seu cuidado que tudo provê: cremos num Deus misericordioso que nos sustenta e em todos os momentos cuida de nós, não apenas nos guiando e livrando do mal, mas também provendo todas as necessidades, materiais e espirituais (Mateus 6.8; Lucas 11.9- 13). É confiando na misericórdia divina que cremos que jamais estaremos desamparados/ as e que o Senhor sempre providenciará o que necessitamos, tanto no presente quanto no futuro. Através da sua forma de disciplinar que não pesa a mão, mas ama: O apóstolo Tiago ensinou que Deus não nos induz à tentação (Tiago 1.13); Jeremias profetizou que seus pensamentos a nosso respeito são de paz e não de mal (Jeremias 29.11). Essas palavras também apontam para a misericórdia divina. Um Deus de amor não lança seus filhos e filhas à ruína, não acrescenta dores, nem lhes pesa a sua mão (Provérbios 10.22). De fato, Ele disciplina e corrige a quem ama (Provérbios 3.12; Hebreus 12.6), porém, jamais retira o amor, pois esta é sua essência. Deus é amor (1João 4.8) e com amor nos trata.

 

Renovando a nossa fé nos momentos mais difíceis da caminhada: Quando nos sentimos num “deserto espiritual” – tempo de maiores angústias da alma – sejam quais forem as razões que nos levaram a essa condição, temos a promessa de que ao invocarmos o Senhor com fé, receberemos ainda mais da sua misericórdia (Hebreus 4.16). A misericórdia do Senhor é facilmente percebida em momentos de fragilidade espiritual. Por meio dela não permanecemos prostrados, mas o Senhor nos renova e nos põe novamente em pé (Salmo 145.14).

 

Deus é misericordioso e por meio dessa misericórdia manifesta a todas as pessoas seu amor, graça e bondade. Contudo, não podemos esquecer que Ele também é justo, “justiça e direito são o fundamento do seu trono...” (Salmo 89.14). Sua graça e misericórdia sempre estarão disponíveis a nós, mas nem por isso devemos tentá-lo (Deuteronômio 6.16), vivendo na prática do pecado (Romanos 6.1) ou por nossos próprios desejos. Sua infinita misericórdia não anula a sua justiça, por isso Deus nos tem chamado a viver em obediência e santidade, lembrando-nos de que Ele tem consciência dos nossos erros e pecados, contudo, “Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades. Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem” (Salmo 103.10-11).

 

Por fim

Ao encerrar a aula, convide a turma para observar, durante a semana, ações que expressam a misericórdia divina sobre suas vidas. Se desejarem, poderão compor um salmo, tal como os da Bíblia, narrando os feitos de Deus e intercalando-os com a frase “porque a sua misericórdia dura para sempre”. Use-o para louvar a Deus na classe ou em um momento de culto.

 

PARA CONVERSAR

Como você entende a misericórdia e a justiça de Deus? Você consegue percebê-las em sua vida? Em que sentido?

 

 LEIA DURANTE A SEMANA*

:: Domingo: Salmo 136

:: Segunda-feira: Êxodo 34.1-9

:: Terça-feira: Lamentações 3.1-33

:: Quarta-feira: Romanos 6.1-14

:: Quinta-feira: Salmo 144

:: Sexta-feira: Salmo 118.21-29

:: Sábado: Salmo 117

*Releia os textos desta seção durante a semana para fixar a lição de hoje.

 Faça isso semanalmente para cada lição.


 


REVISTA EM MARCHA 2017-1

ENCONTRO COM DEUS

PALAVRA DA REDAÇÃO

 

 Irmãos e Irmãs, graça e paz!

Apresentamos uma nova revista de estudos bíblicos para contribuição do vosso desenvolvimento espiritual. Dessa vez o tema é “Encontros com Jesus”. Através do estudo da Bíblia conhecemos inúmeras pessoas que tiveram seus encontros com o Mestre, mas também outras tantas que viveram desencontros, além daquelas que ousaram ir em busca de um reencontro. Na caminhada da vida, algumas vezes nos perdemos, saímos da rota, começamos a errar o alvo e, em momentos assim, reencontros são necessários. Para falarmos sobre estes temas escolhemos trilhar dois caminhos em nossos estudos: rever alguns encontros de Jesus apresentados nos evangelhos e também alguns salmos, que nos ajudam a perceber que nos desencontros da vida a presença restauradora de Deus sempre estará disponível à alma sedenta.

Uma das afirmações mais maravilhosas da Palavra de Deus é a de que Deus sempre nos acolhe em sua presença. O seu famoso “Vinde a mim”, é prova disso (Mateus 11.28), prova desse amor e da disposição de Deus em tratar nossas feridas e renovar a nossa vida diante dele, capacitando-nos para prosseguir na caminhada.

Que estejamos disponíveis ao agir do Espírito de Deus, para que Ele venha cumprir o seu precioso propósito em nossas vidas e assim possamos continuar crescendo na graça e no conhecimento do nosso Senhor Jesus (2 Pedro 3.18).

Bons estudos.

Deus nos abençoe!

No amor de Cristo,

Pastora Roseli Oliveira, redatora da Em Marcha.



ENCONTRO COM DEUS

 

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

 Caro(a) Professor(a):

 Esperança e paz!

A revista da Escola Dominical tem o objetivo de colaborar com a educação cristã de cada discípulo e discípula que dela participa.

 

 Nosso desejo é que ela seja um instrumento no processo de formação do povo de Deus. Entendemos que um material nacional, muitas vezes, não contempla de maneira igual todas as necessidades locais. Nesse sentido, é fundamental que o professor ou professora se capacite cada vez mais. Você será uma importante ponte entre o conteúdo aqui apresentado e seus alunos e alunas.

 

No intuito de colaborar com a sua prática, partilhamos algumas dicas:

 

1. Leia toda a revista para que você tenha uma visão total do material; assim, poderá adaptá-la à sua igreja local. Caso perceba que é preciso inverter a ordem das lições, por exemplo, ministrar o estudo 3 antes do 2, não hesite, faça. É a visão total do material que lhe dará segurança para adaptá-lo à sua realidade.

 

2. Quanto mais tempo dedicado ao planejamento, mais possibilidades de construir uma aula criativa e bem embasada. Durante a semana, invista tempo para preparar a lição.

 

3. Esteja atento(a) às notícias, fatos do cotidiano, situações da igreja, vídeos, músicas, imagens. Isso pode contribuir no planejamento da aula.

 

4. Ao estudar as lições, pode-se ter dúvidas sobre o conteúdo e até mesmo sobre o significado de uma palavra. Diante disso, pesquise e pergunte. Ao planejar a aula, se possível, tenha um dicionário de português, mais de uma versão da Bíblia Sagrada para comparação dos textos e outros materiais de apoio. Dialogue sobre as dúvidas com o ministério pastoral ou alguém da equipe pedagógica. O conhecimento é uma construção coletiva.

 

5. Aproveite os recursos humanos da sua igreja, convide pessoas que possam contribuir com a exposição da lição, proponha parcerias com outras classes. Essas experiências, além de enriquecer e dinamizar a aula, promovem comunhão.

 

6. Escola Dominical é um relacionamento que se estende para além da sala de aula! O controle de frequência nos ajudar a buscar e cuidar das pessoas ausentes. Visite, ligue e ore com seus alunos e alunas, estreite os laços, proponha atividades de lazer e comunhão. Utilize as redes sociais ou outro meio que achar adequado. O importante é se relacionar!

 

7. Cuide do ambiente de sua sala de aula, deixe-a mais aconchegante. Você pode envolver o grupo nesse projeto.

 

8. Cuidado com a linguagem, seja simples e objetivo(a). Tenha paciência com quem não compreende o conteúdo da maneira que você gostaria, cuidado em como abordar comentários e dúvidas. Às vezes, nossos gestos traem as palavras e denunciam nossas verdadeiras intenções.

 

9. Procure uma pedagogia, um modo de ensinar, que facilite o envolvimento do grupo no processo de aprendizagem. A Bíblia é estudada para iluminar a vida; utilize-se de exemplos práticos, corriqueiros e, ao final do estudo, proponha desafios de transformação da vida cristã.

 

10. Lembre: um conteúdo nunca está desligado da pessoa que o comunica. A bondade e o amor, que transparecem nas palavras, precisam fazer parte do conteúdo total do/a professor/a, pois só assim ele/ela terá possibilidades de estabelecer um relacionamento com alunos e alunas que facilite a aprendizagem.

 

11. Cada lição propõe um desafio para ser realizado durante a semana; incentive a turma a realizá-lo e separe sempre um, durante a aula, para quem deseja partilhar sua experiência na realização do mesmo.

 

“Aquele que ensina, esmere-se no fazê-lo” Romanos 12.7b

 

Deus te abençoe. Bom trabalho!


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