Família: Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 21– A IGREJA COMO COMUNIDADE TERAPÊUTICA
Texto bíblico: Atos
2.42-47
A vida em comunidade é
uma vida prazerosa. Caminhar na companhia de irmãs e irmãos com os quais nos
identificamos é força e ânimo para a nossa própria caminhada. Sentir-se parte
de uma Igreja que é acolhedor e que diante de nossas fragilidades está sempre pronta
a nos ajudar, se torna um refrigério para os momentos difíceis da vida. Uma
comunidade que acolhe, abraça oferece apoio é uma comunidade terapêutica e por
meio dela Deus manifesta sua cura e restauração a todas as pessoas que delas
necessitam.
FUNDAMENTO BÍBLICO
O texto de Atos 2.42.47 revela a foto da Igreja
Primitiva. Uma foto no mínimo inquietante, quando a comparamos com a Igreja na
qual hoje estamos inseridos/as. Inquietante porque, não somente algumas
práticas desta Igreja Primitiva aparecem ser completamente impossível como
também os valores, nos quais eles se apoiavam como comunidade de fé, parece estar
bem distante.
Alguns destes valores
e práticas podem ser assim enfatizados:
1-
Ha via perseverança na doutrina dos apóstolos (v.42). A Igreja já sabia no que cria e por que cria.
Contrariamente hoje, muitas Igrejas estão como “folhas ao vento”, arrastadas para todo lado de doutrina e
sujeita a toda e qualquer influência (Efésios
4.14).
2- Havia comunhão no essencial, na
partilha do pão e nas orações (v.46).
Hoje encontramos muitas dificuldades em estarmos juntos no essencial, inclusive
para a comunhão e a oração.
3- Havia temor a Deus e a manifestação
de Deus (v.43). Temor envolve reverência,
busca de santidade, reconhecimento. Hoje até algumas linguagens do mundo “gospel”
e a compreensão equivocada do que é “ser evangélico”, desviam a Igreja deste
temor.
4- Havia unidade, apoio mútuo,
investimento nos mais necessitados (vv.44-45).
Hoje, se não tomarmos cuidado, reproduziremos uma das máximas deste mundo
secular, “cada um por si e Deus para
todos” dentro do âmbito da Igreja.
5- Havia perseverança mesmo na simplicidade
das ações. Comer o pão, estar com o outro era sempre motivo de alegria (v.46). Infelizmente, algumas pessoas
deixam de ser perseverantes e acabam se
privando desta bênção que é viver em comunhão com o Corpo.
6- Era uma Igreja simpática ao olhos de
todo o povo (v.47). Não era uma
Igreja que se colocava separa, exclusiva, dona da verdade. Era uma Igreja
aberta, acolhedora. Não e à toa que pessoas iam, dia a dia, sendo salvas.
É claro que precisamos
entender que a história da Igreja tem sido acoplada à história do mundo e por
isso, infelizmente, contaminada, deturpada e até perdida em meio aos valores e
desafios cristãos. É n´tido também, que mesmo a Igreja Primitiva sofreu
influências nos primeiro anos de sua existência. Quando Paulo escreveu suas
cartas às Igrejas de corinto, muitos problemas já haviam sido detectados ali, influenciados
pelo mundo. Contudo, se esta foto da Igreja Primitiva foi preservada pelos
escritos bíblicos, talvez precisemos nos questionar o que devemos retomar e
praticar, nesta forma de ser Igreja.
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA
O modo de ser Igreja
dos primeiros cristãos e cristãs é um referencial também para a Igreja
contemporânea, porque a vida comunitária da Igreja Primitiva estava apoiada no
amor ao próximo e no desejo de promover a integralidade a dignidade e o
crescimento de todas as pessoas.
Ou seja, aprendemos
com nossos irmãos e irmãs do passado que uma comunidade de fé precisa
manifestar vida. A vida que foi oferecida por Jesus.
Nesse sentido, a
Igreja se torna um espaço de cura, libertação, restauração, crescimento e encorajamento
para muitas pessoas. Ela se torna uma comunidade terapêutica. Um lugar onde
Deus atua na proporção da vida humana.
Ser uma comunidade terapêutica
é algo que precisa ser percebido como uma vocação da Igreja, na qual toda a
ação comunitária beneficie os relacionamentos do Corpo. Nosso mundo é enfermo,
muitas pessoas se encontram envolvidas por sentimentos de desprezo, rejeição,
vergonha, e tantos outros que contribuem para uma existência vazia e
desanimadora. Muitas dessas pessoas, ao chegarem à Igreja, clamam em alta voz por
uma mudança. Outras, por insegurança de se expor, escodem seus tormentos e
continuam aprisionadas em seus medos. Por isso, a Igreja de Cristo precisa ser
esse espaço de cura: star junto orar uma pelos outros, saber ouvir, deixar
falar, abraçar, motivar, encorajar, são algumas das ações libertadoras que
podemos promover.
Quando uma comunidade de
fé é marcada por estes pilares apresentados pela Igreja Primitiva – os ensinamentos
dos apóstolos, a comunhão, o partir do pão, e a vida de oração – ela se torna
uma comunidade terapêutica, porque estas marcas são sinais da presença de Deus
no meio do seu povo e, é essa presença que torna possível o surgimento dos
frutos, tais como, ganhar a simpatia do povo, realizar sinais e prodígios,
produzir crescimento na comunidade.
CONCLUSÃO
É satisfatório saber que nos momentos
de grande dificuldade temos alguém que nos ouve e estará ao nosso lado sendo
suporte na caminhada.
Deus é o mesmo ontem, hoje e o será
eternamente! A ação do Espírito Santo de
Deus, que agiu na vida das primeiras pessoas cristãs conduzindo-as a uma
vivência saudável, profunda e frutífera enquanto Igreja, Corpo Vivo de Cristo,
também está presente em nossas vidas e histórias. Mas, para que os frutos desta
ação aconteçam e permaneçam, precisamos nos dispor a repensar qual a nossa
contribuição atuação nessa comunidade.
Todos os desafios que temos enquanto
Igreja, só terão pleno sentido, se estiverem pautados no compromisso do amor (1
Coríntios 13). Algumas vezes, faz-se necessário reavaliar nossos alvos como
comunidade de fé. A Igreja deve sempre ser acolhedora e espaço da manifestação
da Graça divina a fim de manifestar descanso a pessoa que está cansada,
aconchego a quem se sente desamparado/a, alegria às pessoas entristecidas,
consolo para quem sofre.
PARA CONVERSAR
Qual desafio o estudo de hoje nos propicia?
O que você considera como essencial na forma de ser Igreja?
Quais características você acredita que não podemos perder ou deixar de ter
enquanto Corpo Vivo de Cristo?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo:
Atos 2.42-47
:: Segunda-feira: João 13.34-35
:: Terça-feira: Romanos 12.9-16
:: Quarta-feira:
Lucas 7.18-22
:: Quinta-feira: Marcos
5.25-34
:: Sexta: Lucas
4.18-19
:: Sábado: Isaias 61
REVISTA EM MARCHA - SEGUNDA UNIDADE
Família: Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 20– A PRESENÇA
DE CRISTO EM NOSSOS LUTOS!
Texto bíblico: Lucas
7.11-17
Ficamos felizes quando
ganhamos um presente, uma dádiva, um reconhecimento, uma boa nota, um bom
trabalho. Porém quando perdemos, temos a tendência de nos entristecermos. Por exemplo:
Quando perdemos um objeto que tem um significado muito relevante para nós,
podemos nos abater. Quando perdemos uma pessoa querida nosso mundo pode desabar
e perdermos o sentido de nossa vida. Nosso mundo torna-se diferente e perguntas
sem respostas brotam em todos os cantos.
Na Bíblia encontramos
muitas histórias de perdas e ganhos, como veremos a seguir.
FUNDAMENTO BÍBLICO
A possibilidade de
acompanharmos cortejos fúnebres é frequente. Todos os dias pessoas morrem. Não era
diferente na época de Jesus. Aliás, os enterros naquela época envolviam toda
uma atenção que muitas vezes não encontramos nos dias atuais havia carpideiras
e músicos que puxavam o cortejo fúnebre. Repleto de mudanças no rumo da vida
das pessoas, o capítulo 7 de Lucas apresenta a difícil situação das pessoas da
época, especialmente as mais fragilizadas pela sociedade, como as mulheres, por
exemplo. Só no capítulo 7, encontramos duas histórias de mulheres que servem de
base para nossa reflexão: a viúva de Naim e a mulher que ungiu pés de Jesus (Lucas 7.36-50).
A cidade de Naim era
considerada na época um local aprazível, porém naquele momento específico
estava abrigando um dos acontecimentos mais difíceis para o ser humano: a
morte. Jesus depara-se com um enterro, assim que entra na cidade. É importante
perceber que o texto deixa claro dois aspectos relevantes para a nossa
reflexão: a morte do filho único de uma viúva e a presença de uma grande
multidão que a acompanhava, ou seja, possivelmente aquela viúva era conhecida
das pessoas.
Diante deste
acontecimento que pode desestabilizar todos/as nós, o texto demonstra uma compaixão
de Jesus, que sem menção de nenhum pedido daquela mulher, aproxima-se dela e
diz: “Não chores” (Lucas 7.13). Essa
aproximação de Jesus para com aquela
mulher já representava um milagre. Em meio ao silêncio dela, sem expectativa,
enfrentando a perda do filho e a perda do sustento econômico, social e de sua
identidade, ouvira voz de Jesus era uma surpresa e mudança de seu cenário. O
consolo, portanto, não é simplesmente a aceitação da situação de forma passiva
mas a possibilidade de encontrar o outro, no diálogo e no silêncio, mas que expressa
a presença de Deus em nossas perdas
nossos ganhos.
A Boa Nova acontece já
na expressão pronunciada por Jesus: Não chores! E a continuidade dessa Boa
notícia acontece por outra atitude incomum naquela época: tocar o esquife,
aproximar-se do caixão. Quem tocasse o esquife ficaria impuro. Impureza no
mundo religioso da época era sinal de exclusão também social. Tocar o esquife
não era somente uma atitude de reaver a vida do jovem, mas burlar as expectativas
daquelas pessoas que excluíam as viúvas e ainda mais, uma viúva sem filhos.
Tocar o esquife também era anunciar um Reino, e que a vida supera os sinais de
exclusão e morte advindas de uma sociedade injusta e que se esquece dos mais fragilizados.
Jesus entrega o filho novamente
à sua mãe, que no texto não pronuncia nenhuma palavra. O reconhecimento de que
Deus visitou o seu povo, pode ser visualizada pela graça de Deus em meio ao
sofrimento humano. Desta maneira, percebe-se que mesmo sem apresentar “sinais”
visíveis de fé daquela mulher , a compaixão e a graça de Jesus acolhe a situação
difícil da mesma. Jesus levava sinais de vida onde havia sinais de morte.
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA
Percebemos que a historia da viúva
cujo filho havia morrido, se parece com muitas outras histórias que encontramos
em nossa realidade. Há muitas pessoas que morrem de um luto mal elaborado. Ou seja, por não terem apoio por
não poderem chorar e por estarem sozinhas acabam deprimindo ou adquirindo outro
tipo de doença que pode levar à morte.
A importância de sermos uma comunidade
de consolo é uma atitude missionária que promove a esperança por meio de Cristo
e também contribui de forma significativa com a saúde das pessoas.
Assim, em nossa sociedade onde faltam
espaços para as pessoas exprimirem seu lamento e suas dores, consolar as
pessoas enlutadas é uma vocação de extrema necessidade. Faltam espaços que
gerem esperança e novo fôlego para seguir a vida.
As comunidades cristãs são espaços de
consolo e esperança quando cultivam a importância de estar ao lado das pessoas em qualquer
ocasião, como Cristo está ao nosso lado!
CONCLUSÃO
Qual a perda que ainda dói dentro de
nós? Deus nos convida a entregar nossas lágrimas diante dele. Ele compreende as
perguntas, revoltas, raivas, vontade de desistir, e nos ajuda a viver a saudade
de quem perdemos, porém sem dor. Ele está ao nosso lado, caminhando conosco nos
nossos momentos mais difíceis e quando nos sentimos a sós.
O Evangelho reafirma que nos momentos
de perda Deus semeia entre nós a Esperança da Vida que continua. Essa esperança
está no Consolo que Deus nos oferece por meio do apoio que também podemos receber
de nosso/as irmão/as m Cristo. Nesse momento, o Evangelho nos ensina que a
presença de uma pessoa amiga é um suporte indispensável para lidar com o luto.
Nesse sentido, como comunidade de fé, somos convidados/as a vivenciar a dor, o
sofrimento e também a esperança, perseverança e renovação das forças para
prosseguir.
PARA CONVERSAR
Quis são as diferenças entre perda e luto?
Que desafios surgem diante dos nossos lutos? Como superá-los?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo:
Lucas 7.11-17
:: Segunda-feira: João 11.1-46
:: Terça-feira: Lucas
10.25-37
:: Quarta-feira:
Romanos
12.15
Quinta-feira: 1 Reis 17.8-24
:: Sexta : Lucas 15.11-32
:: Sábado: Lucas 24.13-35
REVISTA EM MARCHA - SEGUNDA
UNIDADE:: Sábado: Lucas 24.13-35
Família: Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 19– DEPRESSÃO E
ESTRESSE – ISSO PODE ACONTECER COMIGO?
Texto bíblico: Provérbios
15.13
Falar sobre depressão
e estresse hoje é como falar sobre comprar pão na padaria ou verdura na feira. É
algo comum, corriqueiro e, infelizmente, uma experiência muito presente em
nossas vidas e na vida de muitas pessoas que estão conosco na caminhada de fé.
SIM! Estes assuntos não são próprios apenas de pessoas que não professam a fé em
Jesus. Eles não dependem de nenhuma condição física ou social; mental ou
espiritual. Atingem a todas as pessoas que diante da dinâmica da vida, em algum
momento e em decorrência de formas, opções e escolhas próprias, sentem-se
desmotivadas e sem força e vigor para seguir adiante.
FUNDAMENTO BÍBLICO
O Livro de Provérbios
nos permite uma reflexão sobre muitos problemas e situações existenciais. Ao
escrevê-lo, Salomão e outros “sábios” se debruçaram sobre as questões
perturbadoras e geradoras de questionamentos, anseios e condutas do caminho do
homem e da mulher sobre a terra. É, portanto um livro que de forma incisa traz
luz e direção sore diversos temas. O propósito para o qual foi preservado e
chegou até nós esta explicito nele mesmo (Provérbios
1.2-6).
Ao encontrarmos este
livro um texto que reflete com vivacidade os resultados que um coração e
espirito abatidos produzem numa pessoa (Provérbios
15.13), nos parece estarmos lendo um diagnóstico médico sobre u caso de
depressão. Sim! Porque a depressão provoca este estado de humor, fazendo com
que percamos o brilho da alegria nos olhos.
Essa evidência também
é pontuada por Davi quando ele mostra sinais claros de uma pessoa enfrentando
este quadro com envelhecimento dos ossos, gemidos todos os dias e vigor transformado
em sequidão de estio (Salmo 32.3-4).
Também é inegável a experiência depressiva vivida pelos profetas Elias (1 Reis 19) e Jonas (Jonas 4), como também por Noemi diante
da perda de seu marido e filhos (Rute
1.3; 20-21) por Jó diante de muitas perdas materiais emocionais e outras pessoas citadas nas
narrativas bíblicas.
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA
A depressão é antes de tudo,
definida por uma tristeza existencial, não uma tristeza que se refira a um
objeto preciso, como a que vivencia durante um luto, mas a tristeza de um vazio
absoluto. Já o estresse está mais relacionado com uma ou diversas reações, com
um acontecimento especifico perturbador e descentralizador em nossas vidas. Ele
pode ser fruto de um processo de desgaste físico, mental, emocional e espiritual,
quando de uma pessoa é exigido mais ou além do que ela pode produzir. Já a
depressão tem a ver com um estado permanente de perda de alegria motivação
desejo e forças pra enfrentar a vida. Enquanto em quadros de estresse a pessoa
continua “remando com dificuldades o barco” na depressão ela tende a “abandonar
o barco”, desistindo das possibilidades que a vida lhe oferece.
A capacidade de reagir e as
respostas que apresentamos diante dos processos tanto da depressão, como dos
quadros de estresse, estão relacionadas com a estrutura de nossa personalidade,
nossa constituição física e com as reações químicas do nosso corpo, com seu
funcionamento de glândulas e células, e nossa estrutura emocional que representa
o arsenal de respostas que damos diante das circunstâncias da vida.
Dependendo destes fatores, uma
pessoa reagirá mais facilmente ou com maior dificuldade diante de quadros de
depressão e estresse. Por isso, temos que ser misericordiosos e não emitirmos
condenação diante da forma com que cada pessoa enfrenta estas enfermidades.
Até mesmo porque, muitas pessoas, por se sentirem temerosas com o que as outras
vão pensar tendem a se calar e acabam tendo seu quadro agravado, tal como o
desabafo de Jó (Jó 31.34).
É importante procurar
informações sobre a depressão, pois ao conhecermos essa doença, entenderemos
que em princípio, ela nada tem a ver com falta de fé e uma frágil
espiritualidade. São decorrentes de diferentes processos pontuados por desgaste
físico emocional, como por exemplo, acompanhar uma pessoa querida em um
processo de enfermidade e até morte; por desgaste mental, caracterizado
por um esforço exagerado e longo para se conseguir algum objetivo; por processos
de frustações e desapontamentos diante de expectativas não realistas; por
experiências deturpadas diante de uma fé bíblica e também em decorrência de processos
químicos e biológicos experimentados em nosso organismo. Por isso, qualquer
pessoa está suscetível a esta situação.
CONCLUSÃO
É muito especial saber que
homens e mulheres de Deus também vivenciaram tempos difíceis de dor, medo,
desânimo e depressão em suas vidas e, que estes foram relatados para nosso
encorajamento e perseverança na caminhada terrena. As experiências que temos de
compreender o poder e a graça de Deus, não devem nos conduzir apenas a uma
visão triunfalista da vida cristã, em que não há espaços para sentirmos e
experimentarmos o que e inerente à nossa humanidade. Reconhecermos as limitações
e fragilidade a que estamos sujeitos, torna-nos disponíveis a buscar ajuda, se
necessário.
PARA CONVERSAR
Que tipo de ajuda a Igreja pode oferecer
a quem vivencia a depressão?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Provérbios
15.13
:: Segunda-feira: Salmo 32
:: Terça-feira: Lamentações
3.1-21
:: Quarta-feira: Jó
7.1-21
:: Quinta-feira: Filipenses 4.10-14
:: Sexta-feira: Salmo
42
:: Sábado: Neemias 8.8-12
REVISTA EM MARCHA - SEGUNDA UNIDADE
Família: Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 18– ELIAS:DO MEDO AO PÂNICO
Texto bíblico: 1 Reis 19.01-18
Diante de processos de ansiedade que geram medo e até pânico, muitas pessoas se sentem confusas, inseguras e desmotivadas para seguir adiante. Como compreender a ansiedade? Quais as fontes que podem dar origem não somente a ela, mas aos sentimentos de medo e pânico que ela pode produzir em nós? Como lidar com esses sintomas que enfraquecem a alma? O que aprender a partir da experiência de Elias?
FUNDAMENTO BÍBLICO
O profeta Elias é apresentado nos relatos bíblicos não somente como aquele que realizava milagres, mas, principalmente como aquele que procurava estabelecer a pureza do culto a Deus, abolindo toda forma de idolatria cultivada por outros povos. Foi por essa razão que ele se aproximou do rei Acabe e, por instrução divina, convocou todos os profetas de Baal (ao todo 450) para um desafio no monte Carmelo.
O desafio seria que o verdadeiro Deus deveria ouvi-los e responder por fogo (18.24). Após o preparo do altar e de uma longa invocação dos profetas de Baal e do poste-ídolo ao seu deus, sem nenhuma resposta, Elias ora a Deus e presencia diante de todas as pessoas, a manifestação do poder divino (18.25-39). Após dar fim aos profetas de Baal (18.40), Elias se dirigiu ao Monte Carmelo e ali clamou a Deus por chuva (18.41-45).
Acabe comunicou a sua esposa Jezabel todos os feitos de Elias e como matara todos os profetas de Baal, que eram protegidos por ela. Enfurecida, Jezabel ameaçou Elias de morte (19.2) que, ao saber da sentença, amedrontado fugiu para Berseba, refugiando-se no deserto, onde pediu que Deus lhe concedesse a morte (19.4).
O profeta Elias foi tomado por uma intensa tristeza (19.3-4; 9), não somente pelas ameaças de Jezabel, mas também pela situação espiritual de Israel, por insistirem em viver distantes de Deus como também pela morte de alguns profetas (19.10-18).
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA
A Bíblia revela a fragilidade de um homem de Deus que diante de uma ameaça foge para se esconder e salvar a sua vida, embora pedindo a morte. O que leva uma pessoa com tantas experiências de fé, provisão, conhecimento e manifestação do poder de Deus se deixar dominar pelo medo e pânico diante de algo tão pequeno, como o cuidado de sua própria vida? O que impediu Elias de se lembrar de que ele servia a um Deus maior do que qualquer circunstância momentânea que o cercava e, usufruir de paz e descanso?
A resposta talvez esteja no fato de que Elias foi somando experiências de desgaste emocional, físico e espiritual. Havia muita pressão e opressão diante de uma política ímpia e corrupta, de um povo apático e oportunista e de um lugar onde Baal, o deus da fertilidade era cultuado em uma terra assolada pela seca e pela fome. Diante deste cenário, certamente, Elias estava tendo que reunir todas as forças para continuar crendo, desafiando e professando sua fé no Deus de Israel. Todo este esforço deve ter produzido tal desgaste que o levou a enfrentar com medo, insegurança e ansiedade, um perigo pequeno, diante dos demais que já havia enfrentado.
Da mesma forma, quando estamos em meio a processos assim, podemos desenvolver um grau de ansiedade que pode torna-se, mediante nossas forças humanas, aterrorizante e esmagador.
Como fruto deste contexto, Elias adoece emocionalmente, se deixa aprisionar pela ansiedade e pelo medo e, em pânico foge para se esconder em uma caverna. Alto nível de ansiedade gera um medo tão forte que nos paralisa, e foi isso que aconteceu com Elias. Dentro da caverna, ele vive a crise da depressão, optando pelo isolamento (19.3b), pelo desejo da morte (19.4) e pela sensação de que sua vida, com pouco valor, não tinha razão ou objetivo para prevalecer. A ansiedade, quando nos domina, tende a nos jogar dentro de cavernas de medos e inseguranças, de onde parece que não vamos conseguir sair.
De forma belíssima nesta narrativa, encontramos um Deus que compreende com profundidade os sentimentos de desamparo, emoção, ansiedade, medo e dúvida, e que ao invés de julgar seu profeta e condená-lo por estar experimentando estes sentimentos, literalmente acalenta Elias, provendo-lhe tempo para descansar, renovar suas forças, podendo assim se preparar para o que haveria de vir (19.6-8). Em meio a este processo, Elias também carência de ter um reencontro com Deus, de sentir de forma precisa o quanto ele não estava só.
Finalmente veio o desafio (19.15), porque o Deus da Vida nunca deixa de nos desafiar a recomeçar, a voltarmos ao nosso caminho e à nossa missão.
Desta forma, Elias curado de seus medos, de sua ansiedade pela aflição do momento e do pânico que o levou a um caminho de fuga, sai da caverna e volta a cumprir seu ministério profético.
CONCLUSÃO
De modo semelhante ao profeta Elias, podemos experimentar sentimentos de cansaço, ansiedade, medo e pânico, diante dos desafios que a vida nos impõe. É preciso compreender e identificar que todos estes processos podem ser originados em situações de estresse, pendências emocionais não confrontadas, lutos e dores não vividas, mas sufocadas, e também, por respostas diferenciadas do nosso organismo diante de mudanças biológicas.
Podemos “esticar” tanto nosso elástico emocional e espiritual que ele pode arrebentar-se, fazendo com que nos sintamos incapazes de prosseguir da forma como precisamos, ainda que desejemos continuar, não mais conseguimos.
É muito importante reconhecer o que tem minado nossas forças e quais fontes têm produzido em nós estes sentimentos. É preciso admitir e respeitar nossos limites e nossas estruturas, reconhecendo e aceitando ajuda quando percebemos que estamos no caminho da ansiedade, do medo e do pânico, para que, com a graça divina, os superemos.
PARA CONVERSAR
Quais atitudes podemos ter para ajudar as pessoas que estão enfrentando estes processos?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: 1 Reis 19.1-18
:: Segunda-feira: Filipenses 4.4-9
:: Terça-feira: Salmo 37
:: Quarta-feira: Mateus 6.25-31
:: Quinta-feira: Lucas 12.16-21
:: Sexta-feira: 1 Pedro 5.7
:: Sábado: Provérbios 3.5-8
REVISTA EM MARCHA - SEGUNDA UNIDADE
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LIÇAO 17– AUTOESTIMA:
QUEM EU SOU PARA MIM
Texto bíblico: Marcos 7.24-30
Para uma vida emocionalmente saudável
é importante levarmos em consideração as palavras de Jesus: “Ame ao seu próximo
como a você mesmo” (Mateus 22.39). Entretanto,
ninguém poderá cumprir essa orientação se não tiver um bom conceito a seu respeito,
ou seja, se não se amar.
Uma das grandes crises
humanas é a pessoa sentir-se pequena ou impotente aos seus próprios olhos. A
baixa autoestima cria uma visão deturpada daquilo que a pessoa realmente é. Como
mudar esse pensamento à luz da palavra de Deus?
Vamos pensar sobre isso a partir da experiência da mulher siro-fenícia.
Fundamento Bíblico
A cidade de Tiro, onde
se deu o encontro de Jesus com a mulher Cananeia ou siro-fenícia era uma cidade
gentílica, localizada na Fenícia (hoje o Líbano). Jesus deixou o seu território
habitual, a Galileia, e foi para um território estrangeiro, para as partes de
Tiro e Sidom. Sua intenção era buscar um lugar onde fosse pouco conhecido e
pudesse quem sabe, descansar (v.24).
Porém, sua fama já tinha chegado também àquela região e essa mulher que tinha
uma filha que sofria possuída por um espírito imundo, foi procura-lo. Essa mãe,
que pertencia a outro grupo religioso, se lançou aos pés de Jesus e implorou
socorro para sua filha (vv.25-26).
Algumas pessoas da
casa e os discípulos também faziam parte desse cenário e todos presenciaram o
diálogo que se estabeleceu naquele momento: de um lado, Jesus dizia à mulher
que Sua missão era exclusivamente para os filhos (povo judeu) e do outro, a
mulher estava disposta a insistir até conseguir o seu favor (vv. 27-28).
A postura dessa mulher
tirou Jesus do seu descanso e o levou a considerar os seus propósitos
missionários e a necessidade particular que ela tinha. Diante de sua urgente
necessidade, a fala de Jesus surge como possível empecilho a sua bênção, mas a
mulher o enxergou como possibilidade.
A forma como Jesus se
dirige a esta mãe, além de inesperada, é inquietante e soa como ofensiva,
demonstrando uma recusa em atendê-la. A ênfase dada por Jesus nesse diálogo é a
de que a sua missão no mundo estava vinculada ao povo judeu, o povo escolhido
por Deus e atender aquele pedido seria o mesmo que ver um pai de família tirar
o pão que sustenta os seus filhos e o dar a um estranho. Não seria legítimo da
parte de um líder de família não oferecer, primeiro, o alimento para a sua
própria prole.
Diante destas palavras
e dos olhares atentos, ela não se deixa intimidar pela comparação feita com os
cachorrinhos (expressão usada pelos judeus quando se referiam aos gentios: os
não-judeus, os pagãos, os gentios, os de fora do povo de Deus, eram os cães) e,
com respeito, confirma o que Jesus lhe diz enfatizando que não buscava o alimento
que era destinado aos filhos, mas as migalhas “que caem da mesa”. Por certo, as
migalhas que caem da mesa do Filho de Davi, O Cristo, seriam suficientes para
resolver o seu problema. Sua persistência e a capacidade de se manter firmem seus
objetivos, apesar dos preconceitos
vividos, lhe concederam o reconhecimento de Jesus Cristo que libertou a sua
filha.
A chegada daquela mulher até Jesus e a conquista da sua bênção
dependeu da superação de alguns obstáculos.
O preconceito: Nesse contexto as mulheres estavam em condição desfavorável
em relação aos homens, por isso ela jamais poderia se dirigir a um homem em
público. Por conta do preconceito da época isso era totalmente reprovável. Ela também
tinha contra si o fato de não ser judia, mas apesar disso, foi em busca de
Jesus, pois provavelmente já ouvira falar das profecias a respeito do filho de
Davi (Mateus 15.22), enviado por
Deus para proclamar libertação aos cativos e por em liberdade os oprimidos
(Lucas 4.18)
O desânimo: Se não bastasse o preconceito, ao chegar aos pés de Jesus, a
princípio, ela ouviu dele algo bem diferente do que esperava: “Deixa primeiro que
se fartem os filhos...” (v.27). Ela
não conseguiu de imediato o que desejava, precisou dialogar com Jesus,
argumentar em favor de si mesma e foi o que fez. Diante da recusa inicial de
Jesus, ela não desanimou, mas perseverou.
O olhar de desprezo
dos discípulos: em Mateus 15.21-28,
no qual lemos esta mesma narrativa, vemos os discípulos incomodados com a
insistência desta mulher, chegando ao ponto de pedirem que Jesus a despedisse
sem lhe dar atenção (Mateus 15.23).
Superar a rejeição recebida de início pode revelar um equilíbrio emocional na
vida dessa mulher, que apesar de já estar fragilizada em decorrência dos
problemas enfrentados com a sua filha, encontra forças para continuar em busca
do favor divino.
Sua determinação foi fundamental
para ser abençoada, resultado de saber quem ela era e o que queria. Ela não
deixaria ninguém interferir em seu projeto de vida.
Palavra que ilumina a vida
Sobre essa mulher não sabemos o nome,
apenas sua origem, provavelmente explicitada para marca-la como impura. Pelo
relato, podemos concluir que ela era uma mulher humilde, pois suplicou a Jesus,
um judeu, por auxilio (Marcos 7.26). Por não ter vergonha de quem era
(mulher, estrangeira, não judia) não temeu a reprovação que poderia surgir. O amor pela sua filha, sua
segurança e ousadia fizeram com que ela não só se aproximasse de Jesus, mas
dialogasse com ele em busca do que precisava. Sua atitude de enfrentar os problemas,
os obstáculos, os olhares preconceituosos em favor de outra pessoa, nos inspira
a pensar sobre o tema da autoestima.
A psicologia relata que o melhor
caminho para cultivarmos uma boa aceitação a nosso respeito, desenvolvendo a
autovalorização é, justamente, pensando não somente em nós, mas também no
outro. Quando desenvolvemos a compaixão pelas outras pessoas e por nós,
desprendido do nosso egocentrismo, somos motivados/as a lutar e alcançar nossos
objetivos, principalmente nos momentos de maiores dificuldades.
Vale destacar que autoestima em nada
tem a ver com egocentrismo. Enquanto a autoestima diz respeito a possuir uma
autoimagem positiva sem desconsiderar nosso erros e limitações, o egocentrismo
proporciona uma imagem distorcida de nós mesmos que nos faz pensar que somos melhores
do que as outras pessoas e que essas devem nos servir sempre. Muitas vezes, uma
pessoa egocêntrica esconde uma baixa autoestima.
Desenvolver a autoestima nos torna
pessoas felizes e seguras, independente das circunstâncias que vivemos. É por
meio de uma autoestima saudável que encontramos forças para enfrentar os
preconceitos e vencer os desafios da vida, buscando auxilio em Jesus como fez
aquela mulher.
A Bíblia afirma que Deus nos conhece
desde o ventre da nossa mãe e nos resgatou para Ele mesmo, com o precioso sangue de Jesus. Assim, não há
duvidas de como somos pessoas valiosas para Deus.
A mulher Cananeia possuía um
autoconhecimento satisfatório, do tipo que não se deixava abalar pelas
negativas que enfrentava na vida e reconhecia que precisava de ajuda para
resolver alguns problemas. Da mesma forma, também podemos nos fortalecer,
procurando em Deus, em nós mesmos/as e nas pessoas próximas, o reconhecimento de
que somos pessoas possuidoras de qualidades únicas, singulares. Não somos
pessoas perfeitas, mas não temos só imperfeições. Há muito de bom em nós. A
presença de Deus nas nossas vidas nos faz muito especiais.
Conclusão
Nossa saúde emocional pode ser
delineada pela concepção que fazemos de nós, quanto ao nosso próprio valor, a
nossa autoestima. Não podemos permitir que pessoas ou situações da vida que são
difíceis de suportar, passem a ditar a maneira como nos sentimos. Se, ao
olharmos para dentro de nós, não conseguimos enxergar o sentido pelo qual somos
e quem somos, então é hora de pensarmos em procurar algum tipo de ajuda. Essa
ajuda pode ser de alguém da comunidade de fé, como também uma ajuda
profissional.
Podemos nos espelhar na autoconfiança dessa
mulher ao enfrentarmos os nossos próprios desafios na vida, não nos esquecendo
de Deus, que é quem nos assegura o nosso real valor.
Para Conversar
Por que uma pessoa com baixa autoestima precisa mudar o modo de
se perceber? Como fazê-lo?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Marcos 7.24-30
:: Segunda-feira: 2 Coríntios 1.1-4 e 14-15
:: Terça-feira: Salmo 139
:: Quarta-feira: Jeremias 1.1-10
:: Quinta-feira: Números 13.17; 27-23
:: Sexta-feira: Números 14.1-10
:: Sábado: Josué 1.1-9
Família: Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 16 – QUANDO PARAR É
O PASSO PARA CONTINUAR
Texto bíblico: Atos 13.4-5
e 13-15; 15.36-41
Ainda hoje se escuta
que as pessoas crentes em Cristo não precisam de terapia ou qualquer processo
de tratamento médico dos problemas emocionais. Isso é um engano e tem adoecido
ou impedido o restabelecimento de muita gente. É preciso ter coragem de enxergar-se
e assumir-se em suas fragilidades. Assim é o ser humano um possuidor de
virtudes e fragilidades. Com esse estudo começa a segunda parte da nossa
revista que tem por objetivo refletir sobre a importância do bem-estar
emocional.
Quanto mais aprendemos
a lidar com a nossa humanidade, menos necessidade temos de fingir ser alguém
que não somos, de mostrar que tudo está bem, quando na verdade estamos
destroçados/as; ou de parar quando não há mais forças para caminhar. No
reconhecimento das nossas fraquezas e fragilidades, Deus encontra mais
possibilidades de atuar.
Fundamento Bíblico
Não é fácil reconhecer
e aceitar que, às vezes, quando não estamos bem, precisamos parar por um tempo.
João Marcos teve coragem de parar e isso foi determinante em sua vida.
Era a primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé que, abençoados pela Igreja de Antioquia (atos 13.3), foram enviados pelo espírito Santo para anunciar a Palavra de Deus (atos 13.4) Junto a eles seguiu João Marcos, sobrinho de Barnabé (Colossenses 4.10) que, depois do episódio que levou a conversão de Sérgio Paulo (Atos 13.4-12), decidiu não continuar na missão e retornou para Jerusalém, onde morava (13.13).
Paulo e Barnabé seguiram anunciando a Jesus Cristo, e no retorno a Antioquia, logo planejaram oferecer outra chance a João Marco, integrando-o a equipe, mas Paulo discordou, pois entendia que por haver desistido da primeira vez, não era justo que seguisse com o grupo (Atos 15-39). Após um acordo, Barnabé e Marcos foram para Chipre e Paulo em companhia de Silas seguiu para o norte pela Síria Cilícia (Atos 15.36-41).
A parada de João Marcos em sua carreira ministerial, ainda que a princípio tenha sido entendida por Paulo como uma desistência, foi determinante para que depois voltasse completamente engajado na missão. No final de sua vida, ao escrever sua última carta a Timóteo, Paulo clama pela companhia de João Marcos, reconhecendo-o como uma pessoa útil ao seu ministério (2 Timóteo 4.11). A Filemom, Paulo o apresenta como um de seus cooperadores (Filemom 24), e aos Colossenses, como pessoa digna de ser acolhida (Colossenses 4.10).
A desistência do sobrinho de Barnabé deve ser encarada como um ato de coragem e não de covardia. Ao ver que não era possível seguir viagem, não teve vergonha de dizer o que estava sentindo.
Talvez se seguisse fingindo estar bem, não teria se tornado essa importante pessoa que mereceu o reconhecimento de quem o havia criticado inicialmente. Essa pausa na caminhada serviu para renovar-lhe as forças e, uma vez recuperado, seguiu determinado em sua missão. É dele o primeiro Evangelho a ser escrito sobre a vida e missão do Senhor Jesus.
Na fragilidade de João Marcos as atitudes de Barnabé e Paulo nos inspiram reflexão. Não cabe aqui defender um e acusar o outro. No zelo com a missão, precisamos ter cuidado com as pessoas que a realizam. Respeitar o tempo de quem está sofrendo e ajuda-lo/a a tentar quantas vezes forem necessárias, pode ser o apoio que falta para que essa pessoa cresça espiritualmente e se fortaleça como ser humano. O desejo de Barnabé de estender a mão e dar outra oportunidade possibilitou um recomeço para João Marcos.
Palavra que ilumina a vida
A parada ministerial de João Marcos nos inspira sobre a necessidade de parar quando não nos sentimos em condição de seguir adiante. Parar não significa necessariamente desistir, mas dar outro significado a nossa trajetória, reavaliando nossa vida emocional e espiritual. Essa pausa pode propiciar tempo para reflexão e possibilidade de rever nossas ações e conceitos para mudar o que for preciso.
A pausa feita por João Marcos foi fruto do reconhecimento de que ele não podia mais continuar, faltava-lhe as forças (Eclesiastes 9.10ª). Esse reconhecimento requer coragem para encarar-se com sinceridade, e não mais mascarar ou esconder as feridas que incomodam.
A pausa pode provocar críticas, mas nesse momento a sua necessidade e sua opinião devem valer mais do que a das outras pessoas. Não se mostre forte quando não está, isso só nos prejudica. João Marcos aguentou firme a sua decisão e apesar das críticas, não desanimou. Depois de um tempo mostrou-se amadurecido na fé, ao apresentar-se para a missão junto a Barnabé. Agora tudo estava diferente. Há tempo para todo o propósito debaixo do céu (Eclesiaste 3.1).
O dever de “ser mais que vencedor/a” é a pregação de triunfo que, muitas vezes, tem invadido as nossas casas e Igrejas. Essa afirmativa do autor de Romanos é feita no sentido de que a nossa vitória não é fruto da nossa força, mas da Graça de Deus que opera em nós: “... mais que vencedores por meio daquele que nos amou” (Romanos 8.37). Aquele que nos amou estava ciente das nossas fragilidades e dificuldades, ele mesmo alertou que passaríamos por aflições (João 16.33).
Não podemos nos apoiar na ideia de que uma vida próspera e vitoriosa é aquela onde estamos sempre fortes e não caímos diante de nenhuma adversidade. Davi relatou que aqueles que não confiam em Deus são os que caem e ficam prostrados, porém, os servos do Senhor, se levantam (porque já caíram) e permanecem de pé (Salmo 20.8). Angústias, cansaço, sofrimento, necessidade de mudar ou parar, são situações da nossa humanidade e precisamos encará-las.
Conclusão
Esteja disponível para ser cuidado pelo Espírito Santo por meio dos próximos estudos.
Uma Igreja forte é composta de membros que não escondem suas fragilidades, mas que estão sempre prontos para que o Consolador opere em meio às nossas fraquezas e trate nossa vida e nosso caráter.
A Igreja pode ser o espaço em que nós nos sintamos à vontade para ser quem somos e para pedir ajuda quando necessário. Nesse sentido a atitude de Barnabé tem muito a nos ensinar.
Para Conversar
Como reagimos diante das pessoas que desistem de fazer a obra de Deus?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Atos 13.4-5 e 13-15;
:: Segunda-feira: 2 Timóteo 4.11 e Colossenses 4.10
:: Terça-feira: Salmo 4.4
:: Quarta-feira: Filipenses 1.1-11
:: Quinta-feira: Eclesiastes 9.10
:: Sexta-feira: Salmo 20
:: Sábado: Isaías 40.28-31-
REVISTA EM MARCHA
Saúde
Emocional
Esta segunda unidade da nossa revista
tem por objetivo analisar importância do
bem-estar emocional. Nossa finalidade é refletirmos sobre as limitações da vida
humana e, ao mesmo tempo, reforçar a soberana Graça de Deus que fortalece, cura
e restaura nossa vida. Que Deus nos abençoes.
Oração do Cuidado
(Rodolfo Gaede Neto)
Senhor
dá-me a Tua mão e conduze a minha vida.
Guia os
meus passos para que eu caminhe seguro.
Sob as
asas da Tua misericórdia sinto-me protegido.
No colo
da Tua bondade encontro descanso verdadeiro.
Em dias
de medo e angústia, abriga-me em Teu poder.
Em
momentos de ansiedade, faze cair sobre mim a Tua paz.
Ao
sentir-me fragilizado, ajuda-me a ter esperança.
Cuida de
Mim e dos meus amados.
Cuida do
meu destino.
Quando a
culpa me acusar, acolhe-me em Tua Graça.
Absolve-me
do pecado e faze-me renascer do Tu perdão.
Se eu
cair, permita que eu caia em Tuas mãos.
Se eu
permanecer caído, dá-me a Tua companhia.
Seja como
for, cobre-me com o manto do Teu amor.
Graças,
pelo Teu cuidado, graças pela salvação.
Agora
dá-me a bênção que tanto anseio. Amém!
REVISTA EM MARCHA
Família: Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 15 – A PRIORIDADE DE
DEUS NA VIDA FAMILIAR
Texto bíblico:
Efésios 5.22-29
Tem se ouvido a respeito de uma lista de prioridades para a
pessoa cristã casada, dizendo que em primeiro lugar vem Deus; em segundo lugar
vem o cônjuge; em terceiro, os filhos e filhas; em quarto o emprego e em quinto
a Igreja. É usado costumeiramente, como texto bíblico base para esta afirmação
a Carta aos Efésios (5.22-29). Esta leitura não corresponde
com os métodos adequados usados para a interpretação da Bíblia, pois ela tira o
texto do seus contexto histórico, do
contexto imediato (o que vem antes e o que vem depois) e, principalmente,
coloca como chave de leitura a questão da prioridade, quando deveria ser
relacionamentos intitulados de fundamentais.
Não encontramos na Bíblia uma escala de prioridades, mas ela
insiste, várias vezes, na questão do primeiro lugar, indicando que há, sim, uma
prioridade de Deus para a pessoa cristã casada, solteira, viúva ou divorciada.
Alguns textos nos apontam estes tema: Mateus 22.34-38 –fariseus doutores
questionam Jesus sobre qual seria o grande mandamento da Lei. Jesus responde
que é o mandamento do amor; Apocalipse 2.4 – dirigindo-se à Igreja de Éfeso,
Jesus apresenta o tema do primeiro amor e adverte que os cristãos voltem a prática
das primeiras obras (Apocalipse 2.5); João 4.19 – apóstolo João, chamado
discípulo amado, diz que esse primeiro
amor é decorrente de Deus ter amado primeiro; Mateus 6.33 – falando aos
discípulos, Jesus diz que a justiça deles deveria superar a dos escribas e
fariseus, e orienta para isto deveriam procurar, Deus; Lucas 9.60 – na parábola
dos Mortos enterram Mortos, o rapaz quer
seguir a Jesus, mas somente depois que seu pai morrer, até lá queria cuidar do
pai, conforme mandava a cultura judaica. Jesus responde que o Reino de Deus é
urgente e vem, portanto, em primeiro lugar; Lucas 9.62 – na parábola do Arado,
outro moço deseja pedir permissão para o pai e depois, com o consentimento,
seguir a Jesus. A parábola ensina que o discípulo que seguir a Jesus não pode
olhar para as coisas que deixou para trás. A prioridade é o Reino de Deus, que
vem antes de todas as coisas.
Portanto, esta é a prioridade de Deus para cristãos e cristãs,
seja qual for a sua condição civil: O Reino de Deus.
Relacionamento
fundamentais decorrentes da prioridade
Segundo o texto de Efésios 5.15-21, um dos sinais da presença do
Espírito Santo é a sujeição uns aos outros: “sujeitando vos uns aos outros no
temor de Cristo” (Efésios 5.21). A partir daí, Paulo passa a enfatizar esses
relacionamentos de “sujeição” que estou preferindo chamar de Relacionamentos fundamentais.
Esses relacionamentos serão observados, porque existe observação
da Prioridade de Deus. O que vem primeiro? O Reino de Deus. O que vem depois? Com
os demais familiares, com os/as irmãos/as da igreja e de ministérios, com os/as
vizinhos/as, com os/as colegas de trabalho. Nenhum deles vem antes do outro ou
depois, mas todos vêm em decorrência da Prioridade, que é o Reino de Deus.
O texto inicia falando de “Remir o Tempo”: aproveitar ao máximo
o tempo que nos resta. Paulo dá algumas sugestões do que significa este
aproveitar, ao máximo, o tempo: compreensão da vontade de Deus, enchei-vos do
Espírito Santo. O “enchei-vos” do
Espírito anto é acompanhado de alguns ingredientes: louvor, ação de graças e
sujeição aos outros. Vamos destacar o “sujeitando-se uns aos outros no temor de
Cristo”, no ambiente familiar. Paulo da quatro dicas desta sujeição familiar
Efésios 5.22 – “mulheres, sede submissas”; 5.25 –“maridos, amais as vossas
mulheres” e 6.1 – “filhos obedecei aos pais” e 6.4– “Pais não provoqueis
vossos filhos”. É uma recomendação para todos os membros da família.
Tem sido enfatizada, principalmente, a sujeição da mulher. As
demais sujeições – do marido, do pai e dos filhos – são citadas, muitas vezes,
de forma superficial não se dando a mesma ênfase que se dá à submissão da
mulher.
Esse texto deve se lido e estudado, levando-se em conta o
ambiente onde surgiu, ou seja, o mundo greco-romano do primeiro século da Era
Cristã. Nesse ambiente, a sujeição era cultural, tanto da mulher para com o
marido, como dos filhos para com os pais. Quando Paulo inclui a submissão da
mulher nos relacionamentos fundamentais, não está dizendo nada novo, pois a
mulher era ensinada desde criança a sujeitar-se aos pais e ao marido,, fosse
ela judia , grega ou romana. Ao converter-se vem a dúvida: ser submissa ao
marido que escolheu? Pois casou por ordem dos pais. Paulo diz que sim, destacando que agora seria uma
submissão como “ao Senhor” não pela imposição dos costumes culturais.
O peso maior desse texto esta na sujeição do marido, pois pelos
costumes da época, o esposa tratava a mulher como uma “mercadoria” que podia
ser, inclusive, comercializada. Quando Paulo Orienta o marido a amar a mulher
como Cristo amou e se entregou pela Igreja (Efésios 5.25), está questionando o
comportamento dos maridos de então. O apóstolo resgata, portanto, a dignidade
da mulher que deve ser amada e respeitada, e não subjugada como determinava a
cultura da época. O relacionamento marido e mulher deve ser regido pelo amor.
Portanto quatro vezes Paulo se refere a este amor (Ágape- 5. 25, 28ª, 28b e
33), além de outras atitudes que são frutos do amor, tais como: entrega,
cuidado e respeito. Estes novos paradigmas são aplicados também no
relacionamento pais e filhos. Portanto, é uma recomendação para a família, e não
apenas pra maridos ou mulheres. Este texto nos apresenta alguns elementos
essenciais na vida familiar, que inspira a sujeição:
1 – Um motivo – o motivo
é o amor. Cada membro da família tem
este motivo para sujeitar-se aos demais. O amor de Cristo é o maior exemplo
para isto. Este amor leva a valorização do outro e inibe o sobrestimar ou o subestimar.
2 – Um Ideal – a felicidade e o bem-estar do outro. Por causa
deste ideal promove-se o outro na família.
3 – Uma estrutura – na família há funções. Quando fala de
submissão e obediência. Paulo está falando de função e não está fazendo classificação:
mais poder – menos poder. Não há superioridade e nem inferioridade no casamento
ou na família. Existe, sim, a prioridade de Deus para todos os membros.
Como a família pode contribuir com a igreja:
1 – Participando do trabalho Missionário (Gênesis 12.1-3) – Deus
vocacionou a família para que abençoasse todas as famílias da terra. Esta
vocação continua vigente, e a família hoje tem a oportunidade de contribuir
para o trabalho missionário: orando, ensinando e evangelizando.
2 – Ensinando (Deuteronômio 6.4-9) – O lugar ideal para a educação é o lar. Não
existe ambiente mais apropriado para isto. Moisés deixa bem claro para o povo
que o sucesso na nova terra estava no ensino dentro do lar. Esta era a primeira
tarefa dos pais: transmitir aos filhos o que Deus fez e ensinar seus
mandamentos.
3 – não rejeitando os filhos (I Samuel 16.6-13) – Jessé esperou que
um dos seus filhos mais velhos fosse escolhido. Eram fortes, bonitos e
habilidosos nas lutas. Passou um por um até o sétimo. Nenhum deles havia sido
escolhido para ser rei. Deus havia orientado Samuel para que não olhasse para a
aparência e, sim, para o interior. Jessé havia se esquecido de Davi, que estava
no campo cuidando das ovelhas, pois não imaginava que o “Davizinho” poderia ser
rei. Mas ele foi o escolhido para surpresa da família e do povo.
4 – Reconstruindo e começando sempre ( Rute 4.17) – Uma história
de desgraça e de dor. Noemi fica sozinha, apenas com o amor de uma nora. A
história é comovente, pois Noemi, sem marido e sem filhos, era o mesmo que sem
Deus, sem terra e sem pão. Mas Deus possibilitou a reconstrução desta família.
O final é surpreendente. Noemi toma nos braços o seu neto Obede, pai de Jessé,
pai de Davi (4.17), que veio a ser o pai de Jesus (Mateus 1.1-17).
Como a igreja pode contribuir com a família :
1 – Consolando (1 Tessalonicenses 5.11-14) – Paulo, após
consolar e edificar a igreja em Tessalônica, exortou os membros a fazerem o
mesmo que havia feito: consolar uns aos outros, ajudar os mais fracos e consolar
os desanimados. Consolar tem o sentido de colocar-se lado a lado do/a outro/a
para ajudar. Deus fizera isto com Paulo, que posteriormente fez o mesmo na
fundação das igrejas. A Igreja exerce essa função par com as suas famílias.
2- Edificando (Efésios 4.12-14) – Dois verbos se destacam:
Aperfeiçoar, no sentido de consertar alguma coisa estragada, como pescador
conserta a rede para a pescaria; e Edificar, que vem da palavra oikos, lar, família.
A Igreja possibilita este crescimento e maturidade, a fim de que os
relacionamentos sejam sólidos.
3- Pastoreando (Colossenses 3.13,16 e Efésios 4.12) – Mais de 30
vezes aparece a expressão uns aos outros, mostrando que a Igreja, através de
seus membros e das famílias, desenvolve este sentido de pastorear.
CONCLUSÃO
Como a PRIORIDADE para o cristão é o Reino de Deus, tanto a
família como a Igreja podem providenciar a reflexão , o estudo e a orientação
sistemática para que os relacionamentos sejam reflexos da experiência como a
Graça de Deus e com a justiça do Reino de Deus. Assim, família e Igreja, contribuindo
uma com a outra valorizam a PRIORIDADE e enfatizam os RELACINAMENTOS
FUNDAMENTAIS.
PARA CONVERSAR
Quais as consequências que as escolhas erradas em termos de
prioridades podem trazer para a família e Igreja?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Efésios 5.22.29
:: Segunda-feira: Gálatas 3.19-29
:: Terça-feira: Colossenses 3.18-25
:: Quarta-feira: Filipenses 1.1-11
:: Quinta-feira: I Pedro 3.1-7
:: Sexta-feira: I Pedro 8-12
:: Sábado: Tito 3.1-8
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Família: Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 14 – SUPERANDO OS
PROCESSOS DE PERDAS NA FAMÍLIA
Texto bíblico:
2 Reis 4.1-7
Todas as pessoas estão suscetíveis a experimentar circunstâncias
difíceis e frequentemente dolorosas, como resultado de suas próprias ações, das
ações de outras pessoas ou de coisas que estão além do próprio controle.
As principais questões da vida, tais como: a morte de um ente
querido, perda do emprego, enfermidades graves, pressões financeiras, podem ser
devastadoras; sobretudo quando os sofrimentos geram perdas que atingem
profundamente a estrutura familiar. Como à família pode se posicionar a fim de
superar esses processos de perdas?
Fundamento Bíblico
A Bíblia sempre relata a fragilidade
da vida humana, embora, como sabemos, ela não é somente um relato de tragédias
e fracassos, mas também e principalmente, uma revelação da soberania de Deus
que atua na história humana e a transforma. É assim que percebemos a
misericórdia divina sobrea a vida desta viúva que aparentemente estava passando
por um terrível momento em sua vida familiar, mas, que foi socorrida por Deus, através
do profeta Eliseu.
Suas palavras ao profeta revelam a dificuldade
da situação: “meu marido, teu servo,
morreu; e tu sabes que ele temia ao Senhor. É chegado o credor para levar os meus
dois filhos para lhe serem escravos” (v.1)
Já sabemos que a condição de uma
mulher viúva neste tempo, era de incertezas e preocupações. A não ser que
tivesse algum parente ou filhos/as para sustentá-la, estaria entregue ao
abandono. Esta mulher da história possuía dois filhos, dos quais não sabemos a
idade. Contudo, além da dor da viuvez, ela é tomada por outra dor. A de saber
que o falecido marido havia lhe deixado uma dívida, que o credor não estava
disposto a perdoá-la e que seus filhos seriam levados como escravos para penhor
da mesma.
Essa história nos revela uma prática
comum da época e que era motivo de desespero para muitas mães viúvas. Seu
coração de mães viúvas. Seu coração de mãe não estava pronto para mais esta
perda e por essa razão foi ao encontro do profeta, clamar por ajuda. Diante de
sua aflição, o profeta a convida a refletir sobrea as possibilidades de
resolver o seu problema: “dize-me o que tens em casa?” (v.2).
Aquilo que parecia tão pouco, ou quase
nada – uma botija de azeite – tornou-se a solução. Eliseu então, a manda pedir
aos vizinhos, vasilhas emprestadas (v.3) e a orienta a voltar para casa e
encher todas elas com o pouco de azeite que possuía (v2), realizando assim, o
milagre da multiplicação do azeite e possibilitando recurso para que essa mãe
saldasse sua dívida e salvasse a vida de seus filhos (vv4-7).
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA-
Como é difícil quando vivemos momentos de perdas e tragédias na
família, seja a de alguma pessoa querida por uma questão de separação ou morte;
seja a da saúde, por conta de doença progressiva; da alegria; da instabilidade
financeira da família provocada pela falta de emprego ou endividamento etc. As
perdas familiares podem ser caracterizadas por diversas circunstâncias, e todas
elas tendem a abalar de alguma forma as estruturas familiares.
É importante saber que as perdas são inerentes a nossa condição
humana, especialmente por causa da característica de finitude e, desta forma, não
há como apontar uma lista exata de perdas que a família sofre ou sofrerá durante seu período existencial. A
única certeza e saber que de fato, em algum momento da vida, situações difíceis
baterão à nossa porta.
A alternativa tomada pela mulher indica alguns caminhos pedagógicos
no processo de restruturação da estabilidade familiar.
1- Ela procura o profeta Eliseu, mestre doo homem
que faleceu. A queixa é bastante desafiadora para o profeta: “tu sabes que ele
(o marido temia ao Senhor” (v.1).
Com estas palavras a mulher estava trazendo à memória aquilo que a própria
Palavra de Deus ensinava, que o justo não mendigaria o pão.
2- A queixa da viúva aponta o caminho da
busca da orientação, como metáfora do cuidado pastora, implícito na presença de
Eliseu. É comum no processo de sofrimento causado pelas perdas, a busca pelo isolamento,
que pode provocar solidão e depressão. Mas, temos a alternativa de romper com o
sofrimento procurando orientação e ajuda. A viúva o fez e recebeu.
3- Seguindo a orientação do profeta, após
tomar emprestadas várias vasilhas, ela volta para casa e com a ajuda dos
filhos, começam a trabalhar a solução do problema. Há muitas estratégias para o
processo de superação de perdas, mas, o permanecer e lutar sozinho/a, com
certeza, não é uma delas. É necessário que em processos difíceis, a família se unam
em busca da superação. Dependendo da idade dos filhos e filhas, é importante coloca-los/as
a par das necessidades da família e inclusive, dar a eles/as a oportunidades
para que contribuam com sugestões. Permanecer próximos num tempo de dor
fortalece o vínculo familiar e contribui para que todos os membros da família
se lembrem de que o Senhor prometeu estar conosco sempre (Mateus 28.20b)
CONCLUSÃO
Após apontar uma saída para aquela
família, Deus ainda usou o profeta para mostrar um modo de sobrevivência com a
venda do azeite produzido. Diante de nossas experiências difíceis, não devemos
nos esquecer de que Deus sempre tem um novo caminho, com novas alternativas
para nós. Não devemos esmorecer, mas confiar na graça e soberania do Deus que
nunca nos abandona. O ensino da viúva é que de fato, não podemos nos mostrar
fracos no dia da angústia (Provérbios 24.10), mas perseverar sempre.
PARA CONVERSAR
Você concorda que é importante compartilhar os problemas
familiares com todos os membros da família?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: 2 Reis 4.1-7
:: Segunda-feira: Salmo 4 e Provérbios 24.10
:: Terça-feira: Salmo 10.11-18
:: Quarta-feira: Mateus 5.1-12
:: Quinta-feira: Salmo
55.1-8 e 16-22
:: Sexta-feira: Salmo 37.23-25
:: Sábado: Gálatas
6.10
REVISTA EM MARCHA
Família: Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 13 – QUANDO MINHA
FAMÍLIA NÃO COMPARTILHA DA MINHA FÉ
Texto bíblico:
João 7.1-9
Nem sempre a nossa família compartilha da nossa fé, isso pode-se
tornar um problema ou não. Para muitas pessoas, isso é um empecilho pra a
frequência à igreja e para a vida devocional em casa, e quando isso acontece
desafios se apresentam: como se relacionar com a família apesar das diferenças
religiosas? Qual deve ser a minha postura diante da hostilidade que possa
surgir? O meu comportamento tem colaborado para que as pessoas não compartilhem
da minha fé? Como a minha família enxerga a minha Igreja? Como minha Igreja
enxerga a ausência da minha família? Estas perguntas se dirigem a quem vive
essa dificuldade e também à Igreja, a família da fé onde essa pessoa está
inserida.
Fundamento Bíblico
O texto de João 7.1-9
apresenta um diálogo entre Jesus e seus irmãos. Encontramos poucos relatos
sobre Jesus e sua família, mas é óbvio que em todo tempo Jesus estava inserido
em uma família e se relacionava com ela. Pelo que se observa, os irmãos de
Jesus não compreendiam muito bem a sua fé e seus ensinos. É o que nos indica o
evangelista João: “pois nem mesmo os seus irmãos criam nele” (v5). Como Jesus lidava com a
incredulidade em sua família?
Jesus ensina que é possível servir a Deus em uma família que não
professa a mesma à fé (v2-4). A narrativa mostra que os irmãos de
Jesus fazem uma provocação a ele, e insinuam que se Jesus era mesmo o Cristo,
deveria aproveitar a expectativa messiânica da Festa dos Tabernáculos e se
revelar publicamente como Messias em Jerusalém – Judeia. A essa provocação,
Jesus responde sem autoritarismo sem verificá-los e mantendo-se firme nos propósitos
do Pai, indicou sabiamente a seus irmãos que sua hora ainda não havia chegado (vv.6-8).
Jesus ensina que convicções religiosas não podem ser motivo para
hostilizar a família (vv.6-9). Jesus não vai à Festa dos tabernáculos com seus irmãos
por discernimento espiritual: não era sua hora de se revelar como Messias. Além
disso, ele sabia que as forças do mal, presentes no mundo, estariam em operação
naquela festa e poderiam oferecer-lhe perigo de vida, já que as lideranças
político-religiosas queriam mata-lo (v.1).
Todavia, Jesus não impede os seus irmãos de irem à Festa.
Jesus ensina que o alimento da espiritualidade é suporte à vida e centro
da vivência harmoniosa da família (v.8-9). Jesus era um homem de constante e
profunda vida de oração, sempre meditava na Palavra e buscava ter intimidade
com Deus. Esse alimento da vida espiritual foi importante para ele na vivência de sua vocação e destino
messiânico, bem como na relação com sua família e demais pessoas. Por isso, no
diálogo com seus irmãos, Jesus esboça equilíbrio emocional, segurança e lucidez
espiritual para não aceitar as provocações.
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA-
Que ensinamentos esse texto nos traz?
É comum em lares onde familiares não professam a mesma fé em
Cristo, haver provocações, intimidações ou alguma tensão religiosa. Isso pode
gerar angústia e aflição. Aprendemos com Jesus a não responder agressivamente
às provocações. Ser fiel a Deus no lar não é entrar em confusão por questões de
fé, mas saber ouvir dialogar com palavras sábias e demonstrar amor aos nossos
familiares frente às suas incompreensões religiosas.
A falta de discernimento espiritual, sabedoria e amor têm levado
muitas pessoas cristãs a darem mau testemunho em seus lares: no dia a dia, em
reuniões familiares e datas festivas. Agindo assim, essas pessoas, que deveriam
ser exemplo, criam enormes confusões e abismos pra que seus familiares aceitem
a fé em Jesus. Nossa fé em Cristo não pode ser motivo para hostilizarmos nossos
familiares.
A convivência no lar não é nada fácil, sobretudo, quando os
membros da família não abraçam a mesma fé. Assim como para sobreviver às lutas
na vida necessitamos nos fortalecer espiritualmente, também é preciso essa
disposição no enfrentamento das crises e conflitos na família.
Fortalecidos/as espiritualmente, temos
maior disposição para ouvir, demonstrar amor e buscar palavras de sabedoria na
família, testemunhando a Cristo em nosso lar.
CONCLUSÃO
O tema da família é um assunto que
desafia a Igreja. Por isso, devemos aprofundar mais nosso diálogo sobre esse
tema e buscar alternativas para pastorear e ajudar as pessoas cristãs que
sofrem pelo drama de seus familiares não abraçarem o Evangelho.
Cremos que Deus ama a família e que,
portanto, a salvação é para toda a casa (Atos 16.30-34). Não desista meu
irmão e irmã de ver sua família rendida a Crist. Enquanto isso não acontece,
faça como Jesus: 1 – sirva a Deus
com fé, amor e sabedoria em seu lar; 2- não deixe que suas convicções
religiosas sejam motivo pra você hostilizar seus familiares; e, 3 –
alimente sempre sua espiritualidade, pois
é muito importante para uma vivência familiar harmoniosa.
PARA CONVERSAR
O que a Igreja pode fazer para ajudar as pessoas que têm
familiares que não compartilham da mesma fé?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: João 7.1-9
:: Segunda-feira: I Coríntio 7.12-14
:: Terça-feira: Atos 16.30-34
:: Quarta-feira: Gênesis 12.1-3
:: Quinta-feira: Salmos 128.1-6
:: Sexta-feira: Salmos 40.1-5
:: Sábado: Salmos
27
REVISTA EM MARCHA
Família: Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇÃO 12 – FAMÍLIA E CRISE
FINANCEIRA
Texto bíblico: Gênesis – 41.37-57
Você já deve ter ouvido o ditado: “Dinheiro é um bom servo, mas
um péssimo patrão”. Esta é uma verdade, principalmente para aquelas pessoas que
não planejam, não se organizam financeiramente e não têm controle de seus
gastos. A vida financeira de uma família também é uma área que requer cuidados
especiais para o bom andamento e harmonização do lar.
Fundamento Bíblico
A história de José é bastante conhecida. Depois de se envolver
num conflito familiar, do qual ele nem tinha culpa (Gêneses 37.1-4), acabou sendo vendido por seus irmãos para um
mercador de escravos, indo parar no Egito (Gênesis
37.23-28). Ali, após anos de muita provação (Gênesis 39. 7-20) e sempre sob os cuidados de Deus (Gênesis 39. 2; 21) acabou tendo a sua
história modificada, quando foi convocado para interpretar um sonho de Faraó.
Em sua interpretação, José anunciou que sete anos de
prosperidade viriam sobre toda a terra do Egito, mas após esse período, sete
anos de grande fome também alcançariam a terra (Gênesis 41. 25-32).
A ápice dessa história se dá no momento em que José orienta
Faraó a colocar alguém prudente e sábio
para administrar todos os recursos do Egito e assim, economizar o suficiente
para prover reservas para os anos de fome que viriam (Gênesis 41.33-36). Por este sábio conselho, Faraó nomeou José como
governador de todo o Egito (Gênesis 41.40-41)
e assim, pôde sobreviver aos anos terríveis que vieram durante o seu reinado.
José administrou muito bem os recursos que tinha e por
intermédio dele, Deus abençoou aquela nação e todos os demais povos, pois a
fome havia atingido todo o mundo conhecido da época (Gênesis 41.57) e todos puderam comprar mantimentos no Egito. Até a
família de José foi beneficiada, pois, sendo também atingida pela fome, foram
ao Egito em busca de alimento (Gênesis
42.1-3 e 45.5-11).
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA-
Falar de finanças, em relação à família é sempre um tema complicado,
pois, cada família tem suas necessidades próprias, além das eventualidades, e por
que não dizer, escolhas e desejos, que nem sempre são tão importantes, mas
geralmente, responsáveis por parte dos nossos problemas financeiros.
A função de José era de encontrar caminhos de sobrevivência para
o Egito, diante dos tempos de escassez que se aproximavam, Deus concedeu sabedoria, discernimento e prudência
para que ele pudesse realizar essa tarefa. Estas três características que se
destacaram na vida deste servo de Deus, também servem para nós, quando enfrentamos
tempos difíceis em nossa vida financeira.
A primeira atitude de José
foi fazer um levantamento de todos os recursos que ele possuía: “Era José da idade de trinta anos
quando se apresentou a Faraó, rei do Egito, e andou por toda terra do Egito” (Gênesis 41.46). Antes de tomar qualquer providência ou decisão José
teve a sensatez de conhecer a real situação em que se encontrava o Egito
naquele momento. Era como se ele dissesse: “Já que eu vou administrar tudo
isso, deixe-me ver quanta terra possuímos, em quantas podemos plantar, quantos
homens temos para fazer esse serviço, qual será o retorno de cada plantio,
quantos grãos precisamos para nos manter e quantos poderemos economizar”.
Diante de situações complicadas em nossa vida financeira, fazer
um levantamento dos recursos que possuímos, bem como das despesas e dívidas,
nos ajudarão a melhor organizar nosso futuro.
A segunda atitude foi
planejar: “E ajuntou José todo o mantimento que houve
na terra do Egito durante os sete anos e o guardou nas cidades; o mantimento do
campo ao redor da cidade foi guardado na mesma cidade. Assim, ajuntou José
muitíssimo cereal, como a areia do mar, até perder a conta, porque ia além das
medidas” (Gênesis 41.48-49).
Para vencer a crise no Egito, houve um planejamento. José precisou guardar o
suficiente para sete anos e para não errar o cálculo, se preveniu e guardou a
mais. Sabiamente economizou o que sobrava pensando no futuro, onde poderiam
faltar esses recursos. Essa prudência o levou a abrir os seus celeiros em tempo
oportuno (Gênesis 41.56) e vender do
que tinha sem ter medo de que lhe faltasse depois.
É certo, que diante das crises financeiras, a insegurança sempre
surge em nosso caminho. Basta aumentarem os preços dos remédios, do aluguel, da
mensalidade da escola, do plano de saúde, dos alimentos, da conta de luz ou
água, que nossas preocupações com as despesas aumentam também. E se surge o
desemprego então, me se fala.
CONCLUSÃO
Lidar com os problemas financeiros da
família não tem a ver com o “Eu”, mas sim com o “Nós”. Toda a família precisa
estar ciente de suas necessidades e principalmente das dificuldades.
Estabelecer um diálogo o em que se oriente sobre a participação de todas as
pessoas, é muito importante para encontrar possíveis soluções. E, lembre-se do exemplo
a ser dado para seus filhos e filhas. Ensine-os/as desde cedo a pensar na vida
financeira e mostre a importância da economia e de não fazer gastos sem antes
refletir sobre sua real necessidade.
Para ajudar, você pode manter um plano
financeiro. A maioria das pessoas acredita que seus problemas financeiros
resultam delas não ganharem o suficiente. Mas, é preciso considerar que, muitas
vezes o problema não é o quanto ganham , e sim, como administram o que ganham.
Perceba que na vivência cristã, prosperidade financeira depende de três coisas:
trabalho, boa administração financeira e fidelidade a Deus.
PARA CONVERSAR
“Ganhe tudo o que puder, poupe tudo que puder e doe tudo o que
puder”. John Wesley, a partir desta afirmativa, propõe um comportamento financeiro.
Identifique-o e aponte as vantagens e dificuldades em adquiri-lo.
Como a Igreja pode colaborar na educação financeira de seus
membros?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Gênesis 41.37-57
:: Segunda-feira: Gênesis 37.1-4 e 23-28
:: Terça-feira: Gênesis 41.25-32
:: Quarta-feira: Gênesis 41.33-36
:: Quinta-feira: Malaquias 3.6-12
:: Sexta-feira: Lucas 12.22-34
:: Sábado: Lucas
12.28-33
REVISTA EM MARCHA
Família: Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 11 – DIVÓRCIO NA FAMÍLIA
Texto bíblico: Deuteronômio
24.1.-4 e Mateus 5.31-32
A família é uma instituição planejada e abençoada por
Deus e por isso, pastoras e pastores oficializam os casamentos, invocando sobre
eles a bênção divina. Entretanto, essa bênção em cerimônias de casamento não
significa que esta união estará livre de adversidades.
A boa convivência no casamento se baseia em dois pilares:
no relacionamento com Deus e no relacionamento com a outra pessoa. Deus permite
que as pessoas envolvidas nessa relação façam suas escolhas, e estas podem ser
abençoadoras ou não.
Por essa razão, podem acontecer situações de conflitos
com alguns casais, em que o divórcio acaba se tornando a última solução para
permanecer em paz, com dignidade e sem medo, mas com certeza, esse não é um
processo fácil, porque toda separação provoca dor. Ninguém deve se casar
pensando em um possível divórcio, essa opção não deve ser a primeira diante dos
conflitos. O ideal é esgotar todas as possibilidades para a reconstrução do
casamento. Todos esforços para salvar a relação vale à pena!
Fundamento Bíblico
No Antigo Testamento: Conforme o relato bíblico de Deuteronômio 24.1-4, o divórcio não
era proibido nos tempos do Antigo Testamento. Vemos que à mulher divorciada,
era concedido o direito de casar-se novamente. No entanto, a decisão do
divórcio deveria partir sempre do marido, e podia ser pelas razões mais banais.
Porém a mulher não possuía autonomia plena, nem mesmo, desligada de seu marido.
Se não se casasse novamente, deveria viver debaixo da tutela de seu pai. Pai e
marido tinham plenos direitos sobre tudo o que dizia respeito à mulher, por
isso, ela não podia tomar suas próprias decisões.
A leia para tratar do divórcio no AT encontra-se em Deuteronômio 24.1-2: “Quando u homem
tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos,
por haver achado nela alguma coisa indecente, escrever-lhe-á uma carta de
divórcio e a dará em sua mão e a despedirá da sua casa”.
Em Deuteronômio
6.2 observamos que a Lei de Deus era dada sempre para promover o senso da
presença de Deus “a fim de que temas o Senhor, teu Deus, tu, teu filho e o
filho do teu filho...” e não apenas pela dureza dos corações. Assim, o divórcio
era numa maneira de regulamentar as separações, tendo em vista que o homem
repudiava a mulher por qualquer razão, deixando-a à mercê da sua própria sorte.
Sem a carta de divórcio, a mulher ficava presa ao marido e até escravizada.
Desta forma, a Lei do divórcio surgiu para promover proteção para as mulheres e
reforçar a monogamia (relacionamento matrimonial com apenas um cônjuge).
Na Bíblia, a mesma Lei que regulamenta o divórcio, também
sanciona a liberdade para casar-se novamente, como em Deuteronômio 24-2: “quando, então, a mulher sai da casa, vai e se
torna mulher de outro”.
No Novo Testamento: Em Mateus 5.31-32 “Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher,
dê-lhe carta de divórcio. Eu porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher,
exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e
aquele que casar com a repudiada cometera adultério”. Nesse caso, o assunto
abordado por Jesus era o repúdio (rejeição) e não o divórcio. No repúdio, o
marido não entregava a carta de divórcio. A mulher ficava presa o mesmo,
enquanto ele poderia casar-se novamente. No divórcio o marido entregava uma
carta à ex-esposa, de sorte que a mesma poderia casar-se novamente, sem cometer
perjúrio (falso juramento). Assim, o que3 Jesus propunha respaldado no mesmo
texto de Deuteronômio 24.1-2 era: Qualquer que repudiar sua mulher, sem seguir
devidamente os preceitos do divórcio, não teve, de fato, seu casamento
dissolvido e, portanto expõe (a sua mulher) a tornar-se adúltera (pois ela
ainda é casada) e quem casar com a repudiada comete adultério em função de ser
casada.
O divorcio, com certeza, não é a orientação plena da Bíblia
para um casal em crise, nem expressa a soberba vontade de Deus, porém, pode se
tornar a solução mais viável quando o convívio, a segurança, a felicidade e a
dignidade familiar estão ameaçadas.
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA-
Muitas são as situações que levam um casal a
divorciar-se. Quando uma família enfrenta um divórcio, significa que já passou
por muitos momentos difíceis até chegar a esta decisão. É verdade que com essa
atitude, outros momentos difíceis deverão ser enfrentados, algumas perdas serão
inevitáveis, mas é certo também, que a médio e longo prazo, novos valores serão
conquistados.
Entretanto, independente da realidade que envolve um
casamento, o casal que enfrenta o divórcio, enfrenta também uma carga de
questões emocionais, que faz com que esta família precise de muito apoio e
oração. E se esse casal possui filho e filhas, é bom lembra que eles/as não
estão de fora deste doloroso processo.
Há esperança para pessoas envolvidas no divórcio, se
houver verdadeiro arrependimento e disponibilidade de mudança. Um exemplo
bíblico é o de Davi e Bate-Seba (2
Samuel 12.13) que depois de um casamento indevido, precedido de homicídio,
a graça de Deus manifestou-se sobre eles. Sempre há perdão, salvação, bênçãos
eternas de Deus para todas as pessoas.
CONCLUSÃO
Com certeza, o nosso Deus não
quer o divórcio, pelas diversas formas de sofrimento, angústias e medos que ele
traz para a toda família. Muitas vezes, Deus falou do divorcio para relatar
seus relacionamentos com o povo de Israel, que estava fragilizado pela
infidelidade (Ezequiel 16-23).
No Brasil, o IBGE apurou em
2011, que quase 30% dos casamentos acabam em divórcio, e sabemos que as pessoas
crentes não estão imunes a esse mal.
É preciso entender que o
divórcio sempre causa sofrimento e dor e que, a Igreja precisa abrir os braços
para acolher as pessoas divorciadas, descasadas e sós, bem como os filho e
filhas, que também sofrem com esse processo. Quem tem o privilégio de
participar de uma comunidade fé amorosa, jamais se sentirá só, pois como diz o
salmista: “Deus faz que o solitário more em família...” (Salmo 68.6).
PARA CONVERSAR
Você sente que em sua comunidade existe
boa vontade e disposição para entender, acolher e ajudar as pessoas que, por
desventura da vida precisaram se separar?
Como a Igreja pode ser instrumento de
ajuda para a família envolvida nesse processo de separação?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Deuteronômio 24.1-4 e Mateus
5.31-32
:: Segunda-feira: Jeremias 3.6-8
:: Terça-feira: Malaquias 2.16
:: Quarta-feira: 1 Coríntios 7.10-15
:: Quinta-feira: Salmo 68.18
:: Sexta-feira:
Lucas 16.18
:: Sábado: Eclesiastes
3.1-8
REVISTA EM MARCHA
Família:
Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 10
–VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: ATÉ QUANDO?
Texto
bíblico: João 10.1-11
Dentre as mais diversas
situações do cotidiano, a Igreja tem o desafio de refletir sobre um tema que
atinge a população mundial e consequentemente o Brasil: a violência domestica.
Quando esta terminologia
é usada, em geral, nos lembramos da violência contra as mulheres e da Lei Maria
da Penha, mas, infelizmente, além das mulheres, também são vítima de abusos,
maus tratos e outras atrocidades, as crianças as pessoas idosas, e também os
homens. Diante deste tema, qual o nosso papel como cristãos e cristãs?
Fundamente
Bíblico
No Evangelho de João,
Jesus se apresenta como o Bom Pastor, aquele que dá a vida por suas ovelhas.
Jesus não se compara ao boiadeiro que vai tocando o gado utilizando-se de
chicotes ou cachorros. Mas, Ele é aquele que vai à frente das ovelhas, guiando,
cuidando e protegendo dos perigos, apascentando e preservando a integridade de
suas vidas. Por isso, Ele afirma: “Eu vim
para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10.10)
A pratica ministerial de
Jesus sempre foi uma prática libertadora, por isso, seus ensinos sempre
procuravam instruir e libertar as pessoas de toda opressão e exploração a que
eram submetidas. Suas palavras no contexto de João 10 também tinham esta
finalidade. Insatisfeito com a liderança politica de Israel que se apresentava
ao povo como pastor, mas que na verdade eram os lobos que os devoravam (João 10.1; 5;8), oprimindo-os ao invés
de protege-los, Jesus se apresenta como o bom Pastor, aquele que dá a vida
pelas ovelhas (v.11)
O povo, que enfrentava
uma realidade de miséria e cegueira espiritual, clamava por liberdade, por
vida. Por isso, Jesus se apresentou a eles como sendo “a porta” (vv.1-2,7), aquele que os conduz para
fora do curral que os aprisiona. A porta, lugar de entrada e saída, é aquela
que conduz o povo para a vida em abundância (v.10).
Portanto, a vida que
Jesus oferece a todas as pessoas indistintamente, mulheres, crianças, homens,
jovens, pessoas idosas, pessoas com deficiência, é uma vida digna. Jesus sempre
procurou valorizar e incluir as pessoas e trazê-las para o “centro”, para o
meio, como fez, por exemplo com o homem
com a mão ressequida (Marcos 3.1-12)
e com as crianças que buscou incluir em ação ministerial, ao aproximá-las de si
(Marcos 10.13-16).
PALAVRA
QUE ILUMINA A VIDA
A palavra violência vem
do latim violentia, que significa “ abuso de força” , e do grego bía, palavra
que tem relação com o verbo biádzo, que significa “fazer violência, usar
violência”, e também o adjetivo biastês, “violento”. Estas palavras indicam
violência pela força. Em hebraico a palavra usada é ramatz, violência
sanguinária, a violência que tira a vida.
Portanto, a violência
não condiz com os ensinamentos que encontramos na bíblia, não condiz com a
Palavra de Deus, e não deve estar presente na prática da vida das pessoas
cristãs.
Quando à violência
doméstica, é assim chamada, pois ocorre no ambiente familiar. São encontradas
seis tipos de violência: física, psicológica, sexual, patrimonial, moral e
religiosa.
A Bíblia repudia
qualquer tipo de violência e desta forma, além não praticá-la (como se denuncia
todo tipo de pecado) e trabalhar em prol da justiça. (Provérbios 29.7; Isaías 1.17).
É assustador o número de
pessoas que sofrem violência todos os dias. Em 2012, o SUS gastou mais de 5
milhões de reais com vítimas de violência e atendeu 2,5 vezes mais mulheres do
que homens. Engana-se quem pensa que isto só acontece em lares não cristãos.
Muitas dessas vítimas, principalmente mulheres, crianças e pessoas idosas,
frequentam diversas Igrejas cristãs. Porém, esse tema gera medo e insegurança
para quem o vivencia, por isso, muitas vezes a violência doméstica se torna
algo oculto, um segredo muito bem guardado.
Atualmente muito se tem
falado sobre a violência doméstica. A todo tempo os noticiários nos colocam
diante dessa triste realidade. Procurando bem em nossa rotina, sempre
conhecemos alguém que vivencia essa experiência e, às vezes, somos nós mesmos,
as pessoas agredidas ou agressoras.
O quanto temos nos
posicionados diante disso? Há muitas dúvidas e ideias pré-concebidas sobre o
tema: “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”;
“Mulher de malandro
gosta de apanhar”; “esse homem é um
frouxo”; “ Essa criança deve ter feito alguma coisa para merecer essa surra, eu
sempre apanhei e nem por isso morri”... Estas são algumas coisas frases que
estão presentes no senso comum e isso revela que muitas pessoas acabam se
tornando conivente com esse pecado, seja por indiferença ou
desconhecimento.
Como cristãs e cristãos
temos o desafio de cuidar da pessoa que foi agredida e da pessoa que agrediu e
esse cuidado deve ser integral, nossa ação não pode se limitar somente a
oração, mas essa deve nos levar às ações concretas, ações solidárias e dignas
da vida abundante apregoada por Jesus. A violência doméstica é um círculo de
poder e controle muito difícil de ser rompido: coação, ameaças, intimidação,
abuso emocional, isolamento, desvalorização ou negação do ocorrido, culpa,
necessidade de proteção às crianças, abuso econômico, são alguns fatores que
colaboram para o fortalecimento desse círculo. Quem nele entra precisa de ajuda
para sair!
O que fazer? Muitas são
as ações. O primeiro passo é orar e ter a certeza das palavras de Jesus “Eis
que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mateus 28.20). Portanto, não podemos
fechar os olhos, os ouvidos e a boca. Temos que reconhecer que como Igreja nós
precisamos nos engajar muito seriamente nessa luta e buscar informações e
formação para lidar com isso da melhor maneira possível.
Um olhar acolhedor para
quem agride ou sofre agressão requerer discrição e sigilo, as brigas familiares
e as pessoas envolvidas não podem ser o tema das nossas conversas informais de
corredor. Quem vivencia esse processo precisa se sentir protegido/a , sentir
que pode partilhar sua dor sem que ela seja exposta de maneira irresponsável.
Temos ainda o desafio de apresentar a porta de saída do curral aprisionador das
pessoas violentadas para que elas possa repousar em pastos verdejantes onde é
possível encontra provisão, descanso e refrigério (salmo 23.2).
CONCLUSÃO
Ao trazermos à memória a
proposta do Reino de Deus, de que todas as pessoas tenham vida e vida em
abundância, somos desafiados/as, como pessoas cristãs, a denunciar quando a
vida está sendo ameaçada pela violência e anunciar a vida digna e abundante
apregoada por Jesus Cristo, e ainda, consolar os que choram, o que implica em
cuidar das pessoas que sofrem no enfrentamento das situações de violência. A
tarefa não é fácil, mas cremos que o Deus da vida caminha com seu povo
concedendo força, sabedoria e renovo de esperança.
PARA CONVERSAR
1-
Quais tipos de violência podemos pontuar
que estão próximos a nós cotidianamente?
2-
De que maneira a nossa comunidade pode
contribuir na luta contra a violência? Existe uma forma de agir
preventivamente?
3-
Que ações concretas podem ser realizadas
pela Igreja em prol da vida digna às crianças, mulheres e pessoas idosas?
LEIA
DURANTE A SEMANA
:: Domingo: João
10.1-11
:: Segunda-feira:
Marcos 3.1-12
:: Terça-feira: Amós
5.21-24
:: Quarta-feira:
Miquéias 6.6-8
:: Quinta-feira: Marcos
10.13-16
:: Sexta-feira: Provérbios 24.10-12
:: Sábado: Lamentações 3.21
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Família:
Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 9 – ADOÇÃO – ESCOLHAS E
SUPERAÇÃO
Texto bíblico: Ester
2.5-7
Ser pai e mãe, para a maioria
das pessoas é um projeto de vida, mas quando esse projeto não pode ser
concluído, um drama se instala na vida do casal. Não querer ter filhos é muito
diferente de não poder tê-los. Para muitos casais a ausência de filhos/as gera
uma lacuna, um espaço vazio, que algumas vezes infelizmente, provoca a desestruturação
familiar. Há casais, que por sua vez, desistem de alimentar a dor e encontram
lugar para o amor ao abrir seu coração para a adoção.
Fundamente Bíblico
O Livro de Ester é composto por
uma narração que esta ambientada em Susã, capital do Império Persa. O texto
Bíblico nos conta uma linda história de amor de alguém que abriu espaço em sua
casa e em seu coração para uma criança órfã. Ester era uma judia que ao perder
pai e mãe, fora escolhida e criada por Mordecai (Mardoqueu), sobrinho de seu
pai.
Ester deixou de ser simplesmente
uma prima para Mordecai para ser sua filha, a partir do momento em que ele a
recebeu como tal (Ester 2.7). Ele a
adotou no seu coração e sua forma de exercer a paternidade foi de terminante
para que Ester tivesse uma vida bem-sucedida. Vejamos algumas características
da paternidade de Mordecai:
Orientação e cuidado: Ester
foi uma das moças aceitas no Palácio (Ester 2.8-9) e como forma de proteção,
Mordecai orientou-a a não expor a sua origem (Ester 2.10). Além disso, todos os
dias, ele passeava por onde Ester estava hospedada para saber notícias de sua
amada filha, revelando assim, o seu cuidado (Ester 2.17).
Educação para a boa convivência: a
cuidadosa assistência/educação de Mordecai, fez de Ester uma pessoa querida que
alcançou o favor das pessoas (Ester
2.15) e do rei (Ester 2.17).
Orientação ética e
encorajamento: diante do perverso plano de Hamã para matar o povo judeu,
Mordecai orientou a filha para que agisse em favor da justiça e diante do medo
de Ester, a encorajou (Ester 4.13-16).
Educação religiosa: Ester
era descendente dos exilados deportados de Jerusalém, com o Rei Jeconias, para
a Babilônia. Mordecai foi uma desses exilados. Não sabemos se ela também veio
de lá, mas com certeza a fé e a esperança em Deus, mantidas pelo povo do
exílio, foi passada a ela por meio de seu tio (Ester 2.5-7).
Mordecai esteve presente em
todo tempo na vida de Ester, nos bons e maus momentos. Isso foi determinante
para que ela como rainha, pudesse intervir na mediação feita para salvar o povo
judeu da sua conspiração tramada por Hamã (Ester
3.1-13).
A beleza desta história está no
fato de que, a partir deste gesto de Mordecai, a história de vida de Ester, que
aparentemente era um futuro incerto pelo fato de sua orfandade, foi totalmente
modificada, a ponto de servir de instrumento divino para a salvação do seu
povo. Mordecai foi um excelente pai adotivo e assumiu Ester integralmente como
sua filha.
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA
A palavra “adotar” vem do
latim, e significa escolher perfilhar, dar o seu nome a, optar, ajuntar,
desejar. Do ponto de vista jurídico, adotar é a transferência de todos os
direitos e responsabilidade de uma criança ou adolescente para uma família substituída.
Muitas são as causas que levam
uma mulher a não poder gerar filhos/as: a infertilidade dela ou do marido é a
mais comum. Mas, as dificuldades para tentar reverter essa situação também são
muitas: o alto custo e as dificuldades dos tratamentos, a cobrança das pessoas
que acham que já passou da hora de terem filhos/as etc. Diferentes causas levam
uma criança a estar sem família: o abandono, violência, morte dos pais (como no
caso de Ester), abuso sexual etc.
Adoção para dar certo, precisa
ser um ato de amor! A Igreja torna-se fundamental na acolhida das crianças e
adolescentes, no suporte aos pais e mães e demais familiares. Outra ação pertinente
à Igreja é o envolvimento com orfanatos e com a promoção de campanhas de
adoção.
A preocupação divina com as
pessoas órfãs é notória nos relatos Bíblicos (Salmo 68.5); há muitos textos em
que o povo é chamado à responsabilidade de cuidar não só das viúvas, mas também
das pessoas órfãs (Êxodo 22.22-23;
Deuteronômio 24.17-21; 27.19; Salmo 82.3; Tiago 1.27). As pessoas órfãs são
nossa responsabilidade!
Um processo de adoção não é
fácil e requer disponibilidade de ambas as partes, no entanto quem adota é que
precisa assumir a maior responsabilidade para que esse processo dê certo.
Quem assume esse compromisso
precisa estar ciente de sua responsabilidade na educação das pessoas adotadas,
precisa saber que a educação esperada é a que faz com que essas pessoas se
sintam valorizadas e capazes de escrever as suas histórias com segurança e
autonomia.
Muitos sentimentos estão
envolvidos em tudo isso: a tensão com aspectos burocráticos da adoção, o medo
do novo, a saudade dos pais, preconceitos e culpa, mas não só isso, há também o
amor e o desejo de que tudo dê certo e são eles que vencerão as dificuldades.
Deus vai ã contramão dessas
dificuldades e acredita na dimensão solidária da adoção. Buscar e cumprir a
vontade de Deus é determinante para o sucesso de qualquer relação familiar. O
modelo de paternidade de Mordecai é um caminho para que tudo seja bem-sucedido.
Sem o devido cuide, como por
exemplo, cumpri os trâmites legais, o processo de adoção pode se tornar um
grande pesadelo. Faz-se necessário priorizar os caminhos legais, pois quando as
coisas começam erradas, o processo fica comprometido. Nem tudo são flores e é
preciso estar preparado/a para a frustações no processo. É em Deus que buscamos
conforto e consolo, caso algo não de certo.
CONCLUSÃO
O processo de adoção pode ser
realizado de maneira que as pessoas envolvidas possam vivenciar a soberana
|Graça de Deus sobre suas vidas e as crianças adotadas tenham a oportunidade de
conviver em família.
Não se trata de uma ação fácil,
nem para quem adota, nem para quem é adotado/a. Por isso, a Igreja tem o
desafio de testemunhar que a adoção está no coração de Deus e assim, incentivar
e estimular as famílias que pensam em percorrer esse caminho, mostrando que é
possível vivenciar a Graça do Deus que realiza e restaura sonhos. O apoio da
família da fé com oração, presença e o que mais for necessário, é realmente
muito importante.
PARA CONVERSAR
O tema da adoção deve ser parte
do projeto missionário da Igreja?
Como a Igreja pode se
posicionar diante desta realidade?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Ester
2.5-7
:: Segunda-feira: Ester
2.16-17 e Tiago 1.27
:: Terça-feira: Ester
3.1-13
:: Quarta-feira: Ester
4.1-14
:: Quinta-feira: Ester
7.3-10 e Salmo 146.9
: Sexta-feira: Ester 8 3.17
Sábado: I João 3.17-18 e João 13.35
REVISTA EM MARCHA
Família:
Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 8 – FILHOS: ENTRE A
PERMANÊNCIA E A AUSÊNCIA
Texto bíblico: Lucas
2.39-52
A vida familiar é cheia de
percalços. Se o casal não tem filhos e filhas, tem seus dramas por não tê-los;
se os têm, tem seus dramas por tê-los. Quando os rebentos são pequenos, muitas
preocupações permeiam o coração de pais e mães; quando crescem, descobre-se que
essas preocupações estão longe de acabar.
Muitos pais e mães sofrem com a
ideia de ter que deixar seus filhos e filhas saírem de casa ao tornarem-se
adultos. Outros, que se preparam a vida toda para isso, sofrem com a ideia de não
vê-los querer partir.
Como a Igreja pode ajudar a
família nesse processo?
Fundamente Bíblico
O evangelista Lucas narra
alguns momentos marcantes da infância e adolescência de Jesus. Anualmente, sua
família viajava de Nazaré para Jerusalém, para as celebrações da Festa da
Páscoa. Terminados os dias da Festa, os pais voltaram para casa, acompanhando a
multidão, e não se deram conta de que o menino Jesus ficara em Jerusalém (v.43). Tão tranquilos estavam, que só
depois de um dia inteiro de viagem, sentiram a falta do filho (v.44).
Lucas relata um momento
especial na vida de Jesus, que era o momento de transição de sua infância para
a adolescência. Diz o texto bíblico que “quando ele completou doze anos de
idade, eles subiram à festa, conforme o costume” (v.42). Muito mais do que entrar na fase de adolescência, como nos
referimos hoje, essa transição marcava a entrada de Jesus na vida religiosa de
um judeu. Aos doze anos (maioridade religiosa da época), um menino judeu
tornava-se membro da religião judaica, tendo assim, acesso ao Templo e podendo
participar de todos os rituais ali praticados.
Assim, o Evangelho nos mostra
um exemplo de mudanças na vida familiar, a partir da família de Maria e José,
pois, com essa nova fase na vida de seu filho (os 12 anos de idade), era de se
esperar que outras mudanças começassem a surgir.
Ao ficar no Templo e ser achado
depois no meio dos doutores, podemos entender que Jesus sinalizava para seus
pais humanos, que não ficaria com eles para sempre, pois tinha uma Missão a
cumprir. Maria e José precisavam fazer um novo arranjo na relação com seu filho
Jesus e percebê-lo de outra maneira. Não mais como um menino, mas como alguém
que estava entrando na juventude e que mais adiante, teria o seu próprio
caminho – independente de seus pais.
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA
Reconhecer e aceitar a nova
fase na vida dos filhos e filhas não é tarefa fácil. Uma das primeiras
descobertas para pais e mães que procuraram se preparar a vida toda para isso é
perceberem que não estão preparados/as para deixarem o filho ou filha ir, o que
atualmente chamamos de “Síndrome do Ninho Vazio”. Esta Síndrome é caracterizada
pelos sintomas de extremo vazio, tristeza e depressão, sentidos pelos pais quando
um/a filho/a deixa a casa paterna e materna, geralmente para estudar, trabalhar
fora ou para se casar.
Antes a vida familiar era
bastante preenchida com os cuidados que os filho e filhas exigiam; depois
quando eles vão embora e a casa se esvazia, costuma-se ficar com uma sensação
de vazio e inutilidade, que pode variar de casal para casal e atingir de modo
diferente cada um dos cônjuges.
Mas há outra situação que também
pode gerar certo desconforto. É aquilo que se chama de “Síndrome do Ninho Cheio”.
Este é um fenômeno mais recente e tem a ver com a permanência do filhos/as, já
adultos/as, na casa dos pais- aqui o ninho continua cheio, não se esvazia. Nesse
caso, os pais, ou um deles, prepararam-se toda a vida para ver o filho ou filha
“bater asas e voar”, mas, no entanto, alguns destes, optam por trabalhar ou
estudar próximo a casa dos pais, para não ter que deixar de viver com eles.
Enquanto no Ninho Vazio, o
problema é aceitar que os filhos e filhas crescem e se vão, no Ninho Cheio, a
dificuldade é organizar, numa mesma casa, a vida entre adultos – pais e
filhos/as. Neste caso é preciso estabelecer regras explícitas de convivência,
mantendo-se a clareza de que a casa é dos pais – e precisa ser respeitada como
tal.
Embora a dor da separação seja
inevitável, podemos pensar em algumas atitudes e práticas que podem ajudar a
enfrentar melhor essa situação.
1- Relacionamento
do Casal: Se a vida do casal girou só em torno dos filhos e filhas, evidentemente
quando eles saem de casa a sensação de vazio vai ser muito maior. Por isso,
embora o cuidado dos filhos/as seja uma tarefa fundamental de um casal, a vida
a dois não pode se resumir a isso. O casal precisa cultivar uma vida rica a
dois (independente dos filhos/as). O desenvolvimento da intimidade, da ternura,
do companheirismo ao longo da vida do casal é elemento essencial para a
continuidade satisfatória do relacionamento. Assim, apesar tristeza natural e a
saudade diante da saída dos filhos/as de casa, o pai e a mãe podem se sentir
realizados diante das tarefas cumpridas e mais livres e disponíveis um para com
o outro. Se esse relacionamento entre o casal não foi cultivado, surge agora,
quando estão somente os dois, uma nova e excelente oportunidade para esse
aprendizado.
2- Desenvolvimento
de interesses pessoais: Além dos filhos e filhas do seu cônjuge e
dos compromissos com a manutenção e organização da casa, é importante que tanto
marido, quanto a mulher preserve, ao longo da vida, interesses e atividades
pessoais que podem ser de várias naturezas; vida profissional, hobby, atividade
voluntária na comunidade, cultivo pessoal de uma vida espiritual/devocional e
semelhantes. No decorrer da vida, nem sempre é possível dedicar o tempo que se
gostaria para o desenvolvimento de atividades pessoais, mas se esse interesse
foi de algum modo preservado e cultivado, quando cessam as obrigações mais
constantes para com os filho e filhas, pode-se, com o tempo que fica livre,
dedicar-se a alguma atividade que antes não foi possível desenvolver mais
plenamente.
CONCLUSÃO
É preciso considerar os
desafios destas duas situações especificas do ciclo vital da família, e entender
que elas envolvem o amadurecimento tanto dos filhos e filhas, quanto de seus
pais. Sem dúvida é muito bom esse convívio familiar saudável, porém, é
importante estimular a completa independência dos filhos/as e ela somente é
plena quando ele ou ela assume a responsabilidade e sustento de sua própria
casa, independente de ser solteiro/solteira ou casado/casada. No nosso modelo
nuclear de família é assim que o processo se dá.
PARA CONVERSAR
O que leva um/a jovem a abrir
mão de certa independência e desejar permanecer na casa dos pais? Alguém nesse
grupo já sofreu com uma dessas síndromes? Como conseguiu superá-la?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Lucas
2.39-52
:: Segunda-feira: Êxodo
12.1-14
:: Terça-feira: Êxodo
23.14-17
:: Quarta-feira: Deuteronômio
16.16-17
:: Quinta-feira: João
9.2-3
:: Sexta-feira: Eclesiastes 3.1-8
:: Sábado: Salmo 34
Família:
Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 7 – IGREJA: UMA FAMÍLIA
SEM PRECONCEITO
https://www.youtube.com/watch?v=VcJkN73nlps - Testemunho de Nick Vujicic
https://www.youtube.com/watch?v=VcJkN73nlps - Testemunho de Nick Vujicic
Texto bíblico: Êxodo
4.10-17L
A acessibilidade é um tema
relevante para a atuação missionaria de nossas igrejas, pois podemos contribuir
significativamente para a mudança sócial no sentido da construção de uma sociedade
inclusiva. Mas, o que é acessibilidade?
Acessibilidade é “a
possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia,
dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos
transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de
deficiência ou com mobilidade reduzida” (Decreto de Acessibilidade, 2004). Ou seja,
acessibilidade não se reduz às pessoas com deficiência, mas atende a todas, por
exemplo, pessoas idosas, gestantes, pessoas com carrinhos de bebê etc.
Fundamente Bíblico
O texto de Êxodo 4.10-17 nos apresenta Moisés, um dos pais da fé, que é
referencia na história do povo de Deus por libertar o povo escravo do Egito e o
guiar pelo deserto. Toda esta historia começou com uma discussão em que Moisés
argumentava: “Ah! Senhor! Eu nunca fui eloquente!” (Êxodo 4.10).
Este homem para ser líder do
povo era gago, tinha enormes dificuldades com o uso da palavra por causa da
gagueira. A gagueira é um distúrbio no ritmo da fala, no tempo de execução dos
sons, sílabas, palavras e frases, que afeta a fluência das mesmas e consequentemente
prejudica seriamente a comunicação. Imaginem tamanho desafio: um homem com gagueira sendo vocacionado a
proclamar a palavra de libertação ao povo hebreu!
No diálogo entre Deus e Moisés,
buscamos inspiração para refletir sobre o tema da deficiência e da inclusão.
Nessa relação, podemos identificar o olhar de Deus para além destas situações (Êxodo
3.9.12). Deus enxerga o potencial de Moisés; é em meio à limitação física que
Ele age. Moisés, por outro lado, resume seu olhar sobre si mesmo à gagueira e,
diante do chamado de Deus, a usa com impeditivo para o cumprimento da missão (Êxodo 4.10-13).
Deus não abre mão de Moisés (Êxodo 4.11-12), mas escuta o seu
clamor e coloca Arão como um apoiador nessa importante missão. Se por um lado,
Moisés não é eloquente, por outro ele recebe um bordão e autoridade para
cumprir o chamado. Uma deficiência não é maior que as demais habilidades que um
se humano pode desenvolver sob a Graça
de Deus (Êxodo 4.17).
A palavra de Deus nos indica
que todos os seres humanos podem marcar a história como agentes de transformação
e libertação. Ainda hoje, existem pessoas com deficiência que são chamadas e
vocacionadas para o serviço à igreja e ao mundo, segundo a vontade de Deus.
O Evangelho de João testemunha,
nas palavras de Jesus, esta vocação que não faz acepção de pessoas ou de
famílias. Quando os discípulos perguntaram “Rabi, quem pecou, este ou seus pais para
que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para
que nele se manifeste as obras de Deus” (João 9.2-3). A deficiência insere-se nos mistérios da criação de
Deus e aponta para a força e a criatividade diante da vulnerabilidade humana.
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA
As famílias das pessoas com deficiência,
bem como elas mesmas, devem ser alvo de acolhimento e aceitação pelas Igrejas,
que são chamadas a:
1-
Testemunhar o amor incondicional de Cristo,
demonstrando a essas pessoas e suas famílias que elas são amadas por Deus
independentemente de suas limitações.
2-
Disponibilizar-se a conhecer, relacionar-se
e aprender com essas famílias que têm muito a nos ensinar sobre a convivência
com as diferenças.
3-
Assumir a responsabilidade de ser apoio
para aqueles/as que têm alguma limitação, incluindo ações práticas e a
necessidade de não enxergar obstáculo na deficiência, mas, assim como Deus
olhou para Moisés, ampliarmos o nosso olhar para além delas.
As pessoas com deficiência podem
enriquecer a vida da igreja com sua diferentes formas de ser e viver, nos
ensinando sobre a diversidade da criação e sobre a interdependência e
solidariedade no corpo de Cristo.
A vocação de Moises, um homem
que tinha uma limitação na fala, aponta para ministérios que devem se mostrar
acessíveis a todas as pessoas. Assim, a igreja constantemente deve perguntar
pelas formas de eliminação de barreiras e de preconceitos em seu cotidiano como
comunidade de fé.
A comunidade também deve ir ao
encontro das famílias das pessoas com deficiência, no sentido de apoiá-las em
seus diferenciados desafios cotidianos – seja na escola, no trabalho ou na
própria comunidade de fé.
No caso de Moisés, a gagueira
oportunizou a parceria e cooperação entre dois irmãos (Moisés e Arão) rumo à libertação
do povo. No caso da Igreja, hoje, as deficiências oportunizam novos
conhecimentos à comunidade de fé, como aprender novas formas de ser e viver em
comunidades, bem como aprender construir espaços e relações acessíveis a todas
as pessoas e famílias.
CONCLUSÃO
Como Igreja, família da fé
importa perguntarmos pelo apoio e acolhimento que temos oferecido às pessoas
com deficiências e suas famílias, e também pelas condições de acessibilidade
oferecidas às pessoas que deseja participar da nossa comunidade e seus
diferentes ministérios. Sim há que incentivarmos e apoiarmos a participação de
todas as pessoas (com ou sem deficiências) nos diversos ministérios da Igreja.
PARA CONVERSAR
Os ministérios da Igreja têm
atuado junto às famílias das pessoas com deficiência?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Êxodo
4.11-17
:: Segunda-feira: Romanos
12.4-5
:: Terça-feira: João
14.1-6
:: Quarta-feira: Marcos
10.46-52
:: Quinta-feira: João
9.2-3
:: Sexta-feira: Atos
10.34 e Tiago 4.17
:: Sábado: Mateus
22.37-39
REVISTA EM MARCHA
Família: Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 6 – SÚPLICAS DA
PESSOA IDOSA
Texto bíblico: Salmo 71
No Brasil, pessoa
idosa é toda aquela que tem acima de 60 anos, e estima-se que atualmente esta
população seja de 23,5 milhões de pessoas. A velhice, entre tantas coisas, traz
uma série de consequências desagradáveis, tais como a perda da mobilidade, dificuldade
de locomoção, limitação da saúde, perda da liberdade, rugas, cansaço e solidão.
Nossa sociedade não
valoriza a experiência acumulada nos anos de vida e, por esse motivo, algumas
pessoas veem a velhice como um estorvo. Mas, se a família e a Igreja estiverem
atentas às necessidades e súplicas da pessoa idosa, essa fase, embora
dificultosa, podem ser também muito agradável e satisfatória, tornando-se
assim, uma grande bênção.
Fundamente Bíblico
A Bíblia aponta a
velhice como um período a ser valorizado e vivido com a intensidade. Deus não
privou Abrão e Sara da alegria de gerarem um filho por causa da idade avançada.
A idade também não foi empecilho para que Moisés conduzisse o povo à Terra
Prometida nem para que Josué e Calebe tomassem posse da mesma.
Os personagens
bíblicos expressam uma preocupação com as gerações vindouras. A fé precisava
ser transmitida aos mais jovens, como vemos no Salmo 78.4: “Não o
encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do
Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez”.
O Salmo 71, que é o Salmo escrito por um ancião, revela a mesma
preocupação quando o salmista afirma que necessita da presença falar do amor e
cuidado de Deus à geração presente e declarar o poder de Deus às gerações
futuras (v.18).
O salmista sente que
os anos passaram, os cabelos embranqueceram, as pernas se enfraqueceram, mas
ele tem uma contribuição a dar às gerações futuras, afinal, viveu e
experimentou muita coisa e acumulou uma rica bagagem de vida para ficar
guardada numa mochila, abandonada num quarto vazio. Por este motivo, ele afirma
que precisa falar do amor de Deus.
O livro dos Salmos
expressa a realidade cotidiana; o sofrimento que a vida coloca diante de nós
diariamente: inimigos, doenças, traições, pecados, lutas; assim como expressa
também a alegria da superação das dificuldades por conta da presença constante
de um Deus fiel e amoroso. No Salmo 71,
o grande problema do salmista é a
velhice e o consequente enfraquecimento físico e visual., Este homem expressa
seus temores e seu medo do desamparo.
Ele tem um pedido a
fazer: que Deus não o abandone na sua velhice. Ele pede que assim como Deus
esteve presente em toda a sua vida, Deus não o abandone , agora que seus
cabelos estão brancos, suas forças estão reduzidas e os seus inimigos estão
espreitando sua casa (vv.9-10)
Mas, há uma relação de
fé e amizade com Deus. O salmista expressa sua confiança no Deus desde o
nascimento até agora, na velhice e, exatamente por isto, sente necessidade de
partilhar o amor de Deus com as gerações futuras.
O Salmo 71 é uma oração que mescla uma súplica, recordações e
promessas. O biblista José Bortolini afirma que o salmista é velho e está sem
forças (v.9), de cabelos brandos (v.18) e tem medo de ser abandonado por
Deus, acabando envergonhado (v.1) e
confundido. Os injustos o perseguem, afirmando que Deus se desinteressa dos
velhos que lhe são fiéis. Este homem não tem a quem recorrer, a não ser Deus.
Ele ora e, na sua oração,
ele pede, confia e promete. Pede a proteção divina e promete viver para louvar
a Deus (v. 14).
Ao longo de sua vida,
este ancião confiou em Deus e a sua oração reflete que ele ainda confia; ele
pode sentir-se fragilizado, abandonado, enfraquecido, envelhecido, mas continua
confiando. Nos versículos iniciais, ele apresenta a imagem de Deus como rocha,
refúgio e fortaleza.
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA
Os médicos afirmam que
na velhice as pessoas serão exatamente como foram durante toda a vida, ou seja,
se eram ansiosas, continuarão sendo ansiosas; se eram briguentas, continuarão sendo
briguentas, se eram pessoas alegres, amigas e animadas, refletirão as mesmas
qualidades na velhice. Reuel Howe afirma que “nosso seguro contra o amanhã é o
que fazemos hoje”.
Buscar formas de
encarar a velhice de maneira saudável é a chave para uma vida mais feliz. Não é
possível apagar os infortúnios que a idade avançada pode trazer, mas é
necessário não reduzir o foco apenas nos problemas. Há muito que fazer, o que
ensinar, o que aprender, o que viver! A Igreja é um dos muitos espaços para que
na velhice as pessoas possam manter-se em atividades. A aposentadoria garante mais
tempo para engajar-se na proclamação do Reino de Deus. Aqui entra a
responsabilidade da Igreja. Uma sociedade
que ignora as pessoas idosas é uma sociedade desumana e isso vale para a
Igreja. O salmista tinha uma experiência de vida a transmitir. Muitas idosas e
idosos também têm, mas será que as pessoas querem ouvi-los/as? Não queriam no passado, será que querem nos
dias de hoje?.
Como Igreja, somos
chamados/as a agir de forma diferente com as pessoas idosas. A Igreja deve ser
um espaço para acolhimento e não para exclusão; era isso que Jesus fazia e é
isso que devemos fazer. Nesse sentido, é necessário repensar a maneira como a
Igreja vem lidando com essas pessoas. Garantir espaço para elas não diz
respeito apenas a colocar rampas para facilitar o acesso ao templo. Isso não é
tudo. Outros aspectos da inclusão devem ser levados em conta.
Como o culto tem
contemplado as expectativas e necessidades das pessoas idosas? O volume do som, o tempo de culto e as
músicas consideram essas pessoas? Qual a participação das mesmas nos cultos da Igreja? Muitas vezes “aposentamos” dessas pessoas sem
que elas queiram, outras vezes limitamos suas atuações às “atividades pouco
valorizadas”. Promover atividades
específicas a preservar as especificidades de cada uma delas nas atividades da
Igreja são os nossos desafios.
Algumas Igrejas têm
programações específicas para as pessoas idosas, como é o caso do culto da
maturidade; no entanto o ideal é incentivar a presença de toda Igreja,
principalmente jovens e crianças. Esse culto deve ter ministrações específicas
para essa faixa etária, como conter os hinos ou cânticos preferidos deles/as e
devem-se incluir momentos de oração em dupla, de modo que jovens tenham a
oportunidade de orar pelos/as idosos/as
e vice-versa. A ideia é aproximar gerações e promover a Igreja como um espaço
plural que exige de todas as pessoas a tolerância com quem é diferente.
CONCLUSÃO
É bom ressaltar que
nem todas as pessoas idosas estão vivendo sua melhor idade. Infelizmente, há
aquelas que estão ou se sentem abandonadas; que sofrem com enfermidades e dores
contínuas; que lamentam terem sido esquecidas por muitos da Igreja, como por
exemplo, pelos mais jovens; e as que nem conseguem mais ir à Igreja, devido às
suas limitações.
O papel da Igreja é sempre
valorizar as pessoas idosas, não somente com palavras, mas em práticas que
contribuam para que elas se sintam de fato, valorizadas e amadas. Essa valorização
é fundamental para uma Igreja saudável e equilibrada.
PARA CONVERSAR
Que desafios a velhice
apresenta para a ação missionária da sua Igreja local?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Salmo 71
:: Segunda-feira: Isaías 46.3-4
:: Terça-feira: Salmo 37.23-25
:: Quarta-feira: 1 Samuel 12
:: Quinta-feira: Salmo 94
:: Sexta-feira: Salmo 23
:: Sábado: Salmo 90
REVISTA EM MARCHA
Família: Dispondo-se ao cuidado de
Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO 5 – VIUVEZ NA
FAMÍLIA
Texto bíblico: Rute 1.1.-22 e
4.13-17
A palavra viuvez
deriva do latim vidua que significa
ser “privada de algo ou alguém”, Palavra que traz embutida uma ausência. É um fenômeno
que chega à vida das pessoas sem fazer parte previamente do seu projeto de
vida, e que por isso, tende a trazer modificações inesperadas e provavelmente
nunca antes experimentadas.
Este acontecimento é
profundamente desafiador, pois desintegra a estabilidade emocional e em alguns
casos também, a estabilidade socioeconômica da família. Por isso, cabe
perguntar: o que podemos aprender sobre essa experiência de forma que nos
auxilie na tarefa de cuidarmos das pessoas viúvas?
Fundamente Bíblico
O livro de Rute narra uma história do tempo dos
juízes, antes de se instalar a monarquia em Israel. A publicação escrita do
livro deu-se após o período de Esdras. É sabido que nesse período, Esdras
editou a Torá, o ensino divino (o Pentateuco) e deu muita ênfase ao cumprimento
de suas palavras.
Todavia, o povo
procurava cumprir as formalidades externas da Lei, sem procurar relacioná-la à
vida humana e suas carências básicas, a saber, o amor, a bondade, a compaixão.
Foi nesse momento que o povo crente fez uso da história de Tute, para mostrar
às pessoas que o amor é mais importante que a letra da Lei.
Certamente, a situação
do povo bíblico era de desobediência, pois o livro mostra que a disciplina da
comunidade estava fraca: a “Lei do Levirato”, criada para proteção das viúvas
(ler Deuteronômio 25.5-10 e Gênesis 38) e
que obrigava um irmão ou parente mais próximo a casar-se com a viúva do irmão
ou parente falecido, não estava sendo aplicada.
O livro de Tute trata
da vida cotidiana do povo: casamente, viuvez, amizade, relacionamento familiar
e preocupações com a sobrevivência e a descendência.
O drama vivenciado
pela família de Noemi caracteriza de forma profunda os desafios causados pela experiência
da viuvez: saudade, ausência do cônjuge, amizade, desajuste financeiro e solidão. No caso de Noemi, um dos momentos mais desconcertantes,
porém de profundo amor com as noras Orfa e Rute, foi o momento de pedir para
que elas fossem embora, na tentativa de refazerem as suas vidas.
O ato de Noemi revela
seu estado de amargura, pois ela abandona-se, quer esquecer-se de si mesma,
pede até mesmo para ser chamada de Mara (amarga), pois atribui sua experiência ao
próprio Deus. Orfa segue seu caminho, mas Rute fica com sua sogra (Rute 1.16) e incorpora Noemi em seu
projeto de vida. Noemi por sua vez, ainda que resistente no começo
abre-se para a possibilidade de continuar a viver. O amor e a disponibilidade
de Rute dão nova vida e novas expectativas para Noemi.
Rute quer ser feliz em
conjunto com Noemi e, ao contrário de Orfa, quer Noemi em sua história. Para
isso, não leva em conta o desejo de Noemi. O que a principio poderia parecer intransigência,
foi na verdade, a escuta da dor por trás das palavras de sua sogra. Não era
hora de Noemi perder mais pessoas.
Agora, as duas seguem
seus caminhos que, por acordo de ambas, estão entrelaçados. Vale destacar a relação
estabelecida entre essas mulheres., Não vemos em Tute a arrogância de
direcionar a vida de Noemi; ela está disposta a ajuda-la e não dominá-la (Rute
2.1-2) e demonstra respeito a sua sogra quando escuta suas palavras e acolhe sua
experiência (Rute 3.1-5). Noemi com essa relação se torna uma intercessora pela
vida de Tute e ganha a possibilidade de desenvolver outras relações humanas, no
caso, com o filho de Rute e Boaz, Obede, a quem passou a cuidar (Rute 4.16-17).
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA
Dentre todos os
eventos que ocorrem com as pessoas durante o seu ciclo vital, aquele
relacionado com a morte de alguém muito próximo afetivamente é talvez o mais
traumático e que deixa marcas mais profundas.
Embora sabendo que
todas as pessoas vão morrer um dia, isto não significa aceitar tranquilamente a
experiência. Sobretudo porque a viuvez pode significar mudanças drásticas, como
o enfrentamento da solidão, tristeza, modificação na forma de viver, de ver o
mundo, quebra de planejamento a dois, medo do novo, culpa e raiva.
Rute, que significa “amiga
e companheira”, tem muito a nos ensinar no cuidado do processo da viuvez.
Escutar a dor por trás
das palavras:
uma pessoa que acabou de passar por uma perda precisa ter companhia, e essa
companhia deve continuar com ela além dos primeiros dias da perda. Isso só é possível
quando a Igreja, os irmãos e irmãs, abrem espaço em seus projetos pessoais para
acolher essas pessoas.
Um incentivo para
continuar a viver: a viuvez provoca uma mudança de rotina, aquilo que era feito a dois, já
não acontece mais. Da simples tarefa de se alimentar à participação em
festividades, a ausência grita e pode, por vezes imobilizar. Nesse sentido,
tanto a família quanto a Igreja, precisam ser instrumentos de motivação para
que essa pessoa encontre razões para seguir adiante. A atribuição de tarefas e
a valorização pessoal são duas das muitas cosas que podemos fazer para ajudar.
Cuidar não é dominar: assumir o projeto de cuidar das
pessoas viúvas pode ser tão libertador quanto opressor. Cuidar de alguém não significa
eximi-lo das suas responsabilidades e ditar a sua conduta. Em alguns casos, a
família e a Igreja têm muita dificuldade em respeitar a decisão tomada pela
pessoa viúva de casar-se novamente. Muitas vezes, é o preconceito que gera a
recriminação dessa pessoa. Toda pessoa independentemente da idade tem o direito
de refazer as suas relações.
Por outro lado, existe
quem excessivamente induza a pessoa a um futuro casamento, mesmo a contragosto
dela. É preciso entender que toda radicalidade não é saudável.
O mais importante nesse período de viuvez é
ajudar a pessoa a passar por ele, sem perder de vista o fato de que ela terá
que ressignificar a sua vida. A família e a Igreja devem procurar meios de ajuda-la
a despertar a sua capacidade de conduzir sua vida, encontrar forças para
superar as dificuldades, resgatar e preservar o desejo de viver.
CONCLUSÃO
Sem o devido cuidado,
o processo de viuvez, além de adoecer quem está acometido pela perda de uma
pessoa querida, pode gerar o desequilíbrio de toda família, especialmente
quando ela também está sofrendo e por isso, mesmo sem intenção, acaba não
prestando o devido cuidado à pessoa viúva.
As mudanças trazidas
por este acontecimento podem desestruturar o cotidiano da família. Sentimentos
como medo, culpa, raiva, solidão e até a falta de dinheiro, podem levar a
pessoa viúva a entrar num processo de fuga, de afastamento de outras pessoas e
até de adoecimento da alma.
É preciso que tenhamos
um olhar de cuidado respeitando a dor da pessoa, mas, ao mesmo tempo, propiciar
meios para que se sinta motivada a seguir a vida com confiança, alegria e fé.
PARA CONVERSAR
Como a Igreja pode
colaborar na restruturação familiar da pessoa viúva?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Rute 1.1-22
:: Segunda-feira: Rute 4.13-17
:: Terça-feira: Deuteronômio 25.5-10
:: Quarta-feira: Salmo 68. 1-6
:: Quinta-feira: I Timóteo 5.3 ; 14; 16
:: Sexta-feira: Tiago 1.25-27
:: Sábado: Êxodo 22.22-23
Obs. Ressignificar, na
prática, é a capacidade que possuímos e quase não percebemos, de encarar de
forma simples as situações que antes eram complicadas; de perceber de uma nova
maneira e dar um novo sentido àquilo que já estava formatado no nosso sistema
de valores e crenças.
Ressignificar é um processo de
modificação do filtro pelo qual percebemos os acontecimentos.
A finalidade é alterar
o significado anteriormente dado.
REVISTA EM MARCHA
Família: Dispondo-se ao cuidado de
Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇÃO 4 – DIALOGO ENTRE
FILHOS E PAIS
Texto bíblico: Efésios 6.1-4
Comunicação é uma
palavra derivada do termo em latim “communicare”, que significas “participar,
de algo, tornar comum”. Da simples observação sobre essa definição de
comunicação é possível entender que, em muitos relacionamentos, esses objetivos
nem sempre são alcançados. A inversão de valores, fundamentais a sobrevivência
humana, tem causado profundo desajuste.
Em se tratando de
comunicação familiar, percebemos que para muitas pessoas, o diálogo, ou a falta
dele, é um dos indicativos que algo não vai bem com a família. Como conviver
com essa condição ou como recuperar essa pérola em nossos lares?
Fundamente Bíblico
No texto de Efésios 6.1-4, o autor aponta alguns
caminhos para o desenvolvimento da unidade familiar, à luz daquilo que hoje
podemos chamar de ética.
a) Ao filhos e filhas ele propõe o
caminho da obediência e da honra aos seus pais, seguindo a tradição do antigo
Testamento;
b) E aos pais, o caminho do afeto, do
amor, que, segundo os padrões educacionais daquele tempo, buscava ganhar os
filhos/as para assim poder “cria-los na doutrina e admoestação do Senhor”. (v.4)
As orientações
contidas em Efésios encontram profunda ressonância com a linha orientadora do
Antigo Testamento, conforme lemos em Êxodo
20.12: “Honra teu pai e tua mãe, para
que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”. Neste
texto, a palavra “honra” é descrita
pelo verbo Kabade- que significa
amparar, proteger e sustentar, sinalizando assim, que os deveres dentro de uma
família são recíprocos. Desta forma, pais e filhos são chamados a estabelecerem
relações de interação, a fim de se alcançar um vínculo harmonioso.
Quando o apóstolo
Paulo orienta os filhos e filhas a obedecerem e honrarem seus pais, ele está
profundamente embasado com a tradição de orientação familiar do antigo
Testamento. É preciso entender que o conceito de família nesta tradição é bem
mais amplo do que o conceito que compreendemos hoje. A família desta época
compreendia um clã (mispahah), um pequeno acampamento de pessoas (pai, mãe,
filhos e filhas, netos e netas) que formavam unidades de parentesco consanguíneo.
Honrar e respeitar pai
e mãe nessa cultura implicava compromisso de toda comunidade: preservando –lhes
os bens , o casamento, a autoridade familiar, não roubando, não adulterando,
honrando especialmente as pessoas idosas. Sendo assim, em Efésios 6.1-4, Paulo
estaca a autoridade que orienta a vida familiar.
Não esqueçamos de que
quando Paulo orienta os pais e os filhos
quanto a alguns de seus deveres familiares, ele está opondo um modelo distinto
da cultura greco-romana, a chamada “pater potestas”, que propunha uma
orientação que concedia plenos poderes ao pais sobre os filhos e filhas,
permitindo-lhes poder casar, vender, firmar compromisso sobre a vida dos
mesmos. Na contramão desta orientação, Paulo aponta o caminho da pedagogia do
afeto (Efésios 6.4)
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA
Muitas são as causas
que têm contribuído para o desgaste do vínculo familiar e o rompimento de um
diálogo saldável. Uma delas é a violência, seja ela física verbal ou emocional.
Outro fator que enfraquece as relações é a analogia “tempo e dinheiro”
estabelecida pela economia, que afasta pais e mães do convívio familiar, com a
justificativa de oferecer melhor sustento e maior “conforto” a seus filhos/as.
E para fundamentar mais ainda o distanciamento, vivemos numa cultura tecnológica,
que cria uma falsa impressão de relacionamentos físicos. Os encontros virtuais,
nos espaços sugeridos pela internet não podem substituir a importância o
convívio com a presença física.
O pastor Charles R.
Swindoll, em seu livro “Filhos: da sobrevivência ao sucesso”, pontua ações para
trabalhar a reconciliação em relacionamentos desgastados; dentre elas
destacamos.
a. Demonstre humildade. Essa atitude abre caminhos para a reconciliação e faz com qua a outra
pessoa se encontre aberta e disposta a ouvir (Provérbios 15.1);
b.
Renova o jugo. O fugo aqui é o peso de palavras de culpas e
acusações lançadas sobre os ombros das pessoas. Proponha-se a não acusar (Provérbios 16-32);
c.
Considere-se um agente da restauração. Nem todos os relacionamentos podem
ser transformados. Dependendo dos danos causados, o processo de restauração
ficará difícil. Mas não desanime. Veja suas ações como um avanço e uma porta
aberta para o agir de Deus (Provérbios
16.23-24).
Ainda que a
convivência provoque problemas na comunicação familiar, é a convivência,
maneira saudável, que superará essas dificuldades. Providencia oportunidades
para que isso aconteça. Algumas sugestões: invista na qualidade das suas
conversas; não use o espaço de diálogo apenas para cobranças; saber ouvir não é
aproximar-se com julgamento pré-estabelecido; organize seu tempo de forma que
haja espaço para a convivência familiar; cuide da coerência entre a sua conduta
e seu discurso (faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço); não aja com
violência; certifique-se de que suas permissões ou proibições não sejam frutos
de mimos ou raiva.
CONCLUSÃO
Se a família
estabelecer relacionamentos pautados na paciência, diálogo, compreensão,
misericórdia, benignidade, domínio próprio e mansidão, contribuirá para um
convívio familiar de amor, respeito e obediência.
É possível preservar a
família sem a cultura do diálogo, em que todas as pessoas têm direito de falar
e manifestar suas opiniões e, onde o falar, não é mais importante que o ouvir.
Em tempos de muitas
demandas e responsabilidades que assumimos em nossas atividades cotidianas, o
diálogo com nossos filhos e filhas deve ser uma prioridade e pode se tornar uma
ponte, mas nunca muros. Para isso é preciso exercer a paciência e a tolerância,
no processo de entender que o tempo0 difere muito entre as gerações.
PARA CONVERSAR
Do que precisamos
abdicar para melhorar e fortalecer o diálogo familiar?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Efésios 6.1-4
:: Segunda-feira: Provérbios 11.29 e 22.6
:: Terça-feira: Efésios 4.31-32
:: Quarta-feira: Colossenses 3.20-21 e 4.2
e 6
:: Quinta-feira: I Timóteo 5.3-4 e 8
:: Sexta-feira: Salmos 127.3-5
:: Sábado: Provérbios 17.6
REVISTA EM MARCHA - 2016
Família:
Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO
3 - CONFLITOS
FAMILIARES: O QUE FAZER?
Texto bíblico: 1
Samuel 25.1-38
No
relacionamento familiar é comum o surgimento de conflitos, tendo em vista as
particularidades e diferenças de cada membro da família, tais como idade,
interesses, temperamento. Todas as famílias estão à mercê de situações
conflitantes; o problema é quando não sabemos lidar com elas. Como família
cristã, podemos buscar inspiração na Palavra de Deus, a fim de trazer direção
para o nosso caminhar.
Fundamento bíblico
A
Bíblia aponta as diferenças na vida do casal Nabal e Abigail. Enquanto a mulher
era “sensata e formosa”, o marido era “duro e maligno em todo seu trato” (v.3). O nome “Nabal” tem origem
hebraica e significa “estúpido, tolo”. Nabal era um homem rico (v.2) e estava no Carmelo tosquiando
suas ovelhas, quando foi visitado por homens que Davi enviou para recolher
alimentos para o seu agrupamento que estava no deserto. Neste tempo, Davi ainda
não era rei, embora já tivesse sido ungido por Samuel para esse cargo, mas sua
fama de guerreiro do Senhor já era conhecida de muitos (vv.28-31). Saul, o então rei de Israel, buscava a Davi para
matá-lo. Esta era a razão pela qual Davi vivia a esconder-se de deserto em
deserto (v.1). Seu temor a Deus não
o permitia ferir o “ungido do Senhor”
(24.1-6). No deserto, Davi se juntou a um bando de uns quatrocentos homens
que quiseram apoiá-lo contra o rei, e Davi passou a liderá-los (22.1-20). Uma pequena parte destes
homens é que foi até Nabal em busca de ajuda. A aproximação de Davi e seus
homens à casa de Nabal foram feita com boa intenção. Embora pedindo ajuda (v.8), ele manda lembrar a Nabal que em
outros tempos, os servos deste também estiveram em aperto e foram ajudados
pelos homens de Davi (v.7,15,16).
Assim, Davi acreditava numa troca de favores. Ao receber o mal por bem (v.21), Davi se indignou com o desprezo
recebido e determinou em seu coração banir este homem, bem como sua
descendência (v.22). Entretanto, foi
impedido pelo gesto de Abigail, que em seu temor e prudência desviou o mal de
sua casa, ao aplacar a ira do rei. As diferenças de Abigail e Nabal excediam
questões aparentes. Elas estavam na postura que cada um possuía internamente.
Abigail era temente a Deus, zelosa, sabia ouvir (vv.14-17); Nabal por sua vez, era avarento (v.11), agia com indiferença aos problemas das outras pessoas (v.10), era relapso a fatos
concernentes à sua família (vv.18-19;36-
37).
Palavra que ilumina a vida
Embora
a Bíblia não relate a existência de filhos/as na vida do casal Abigail e Nabal,
é nítida a compreensão de como ações impensadas podem refletir na vida da
família e comprometer o futuro dela. Toda família que se forma, traz consigo o
sonho de ser uma família feliz. Porém, aos poucos, vamos descobrindo outras
características do nosso cônjuge, que nos mostram que ele ou ela, nem sempre é
tão gentil, tão paciente, tão tolerante, tão compreensivo/a como víamos, e o
viver a dois começa a adquirir um novo formato. A chegada dos filhos e filhas
perpassa o mesmo caminho. Nós os/as criamos para serem as crianças mais
adoráveis do mundo, mas, às vezes, percebemos com o tempo, que nem tudo saiu
como planejamos. Surgem as culpas, as críticas, os fracassos, os
desapontamentos, e outros sentimentos que fazem do convívio familiar um espaço
para diversas situações, dentre elas, os desentendimentos. E quando eles
surgem, dificilmente assumimos a culpa pelos erros, que entendemos ser sempre
da outra pessoa. Diante dos conflitos precisamos decidir qual será a nossa
postura: fugir dos problemas, ignorá-los, culpar o cônjuge, culpar filhos/as,
viver a lamentar, ou, enfrentar estes conflitos com fé e confiança, na certeza
de que Deus nos trará uma direção.
Algumas atitudes que poderão
nos ajudar:
1. Identifique o problema.
Isso não quer dizer achar um culpado, mas, localizar a causa, perceber qual o
gerador deste conflito.
2. Avalie honestamente em
oração a sua parte nesse conflito. Tenha coragem de assumir as suas
responsabilidades.
3. Se necessário, peça
perdão e comprometa-se a mudar de atitude. Não espere que a outra pessoa faça
aquilo que é o seu dever.
4. Em diálogo e oração,
criem acordos de convivência e pensem em estratégias para solucionar o
problema. Confiantes na Graça de Deus, deem os passos necessários para a
mudança.
Conclusão
Criar
conflitos é bem mais fácil do que encontrar uma solução. Porém, aprendemos com
Abigail que com temor a Deus, sensatez e prudência, é possível encontrarmos o
caminho do perdão e da reconciliação. Todas as pessoas estão sujeitas a
situações conflitantes, sejam elas casadas, solteiras, com ou sem filhos/as. O
que precisamos aprender é não permitir que essas situações destruam nossas
forças, nossos sonhos e tirem a paz da família.
Para conversar
Como
sua família lida com os conflitos e o que faz para superá-los? Testemunhe a sua
experiência.
Leia
durante a semana
::
Domingo: 1 Samuel 25.1-35
::
Segunda-feira: 1 Samuel 25-36-38
::
Terça-feira: 2 Samuel 13.23-24
::
Quarta-feira: Provérbios 14.26-27
::
Quinta-feira: Salmo 1
::
Sexta-feira: Provérbios 9.1-12
::
Sábado: João 16.25-33
REVISTA
EM MARCHA -2016
Família:
Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO
2 - E quando a família não vai bem?
Texto
bíblico: 2 Reis 4.8-37
Oba!
Tenho uma família!” ou “Ai! Tenho uma família!”. Uma destas frases pode ser a
expressão que vem à nossa mente quando pensamos em nossa família. Sim, porque
ao mesmo tempo em que a família pode representar um lugar de alegria,
crescimento emocional e espiritual, desafios e sonhos compartilhados, ela também
pode representar um lugar de conflitos mal resolvidos, processos de julgamento,
críticas e dor, feridas abertas e ausência de comunicação saudável e
construtiva.
Por isso, é tão importante
que todas as pessoas cristãs que estejam inseridas no projeto maior do Reino de
Deus, olhem com cuidado e amor para a família e busquem formas de transformá-la
em um lugar que emana saúde, alegria e paz.
Fundamento bíblico:
O texto proposto relata a história de dois
encontros de uma família com o profeta Eliseu. No primeiro encontro, esta
família se revela acolhedora e abençoadora (vv.9-10), porém, segundo o conceito
de família daqueles tempos, incompleta. Faltava ao casal, um filho (v.14). O
profeta então intercede por aquela família e este filho vem completar a alegria
daquela casa. Tudo caminhava bem, até que surge uma circunstância não esperada:
o filho da sunamita adoece e morre (vv.19-20).
Tudo tão repentino que a
mesma só conseguiu reagir ao fato de forma impulsiva e emocional. Deixou seu
filho morto, e sem contar nada a ninguém nem se preocupar com os preparativos
para o funeral (reações que seriam racionais), foi ao alcance do homem de Deus
(v.22), provavelmente, porque acreditava que se alguém poderia reverter esta
história de perda e dor, seria o homem de Deus.
Este acontecimento possibilitou o segundo
encontro desta mulher com o profeta Eliseu. Ao aproximar-se do local onde ele
estava a sunamita foi recebida pelo moço Geazi que quis saber o que estava
acontecendo (v.25-27). Sem desprezá-lo, a mulher evita falar com ele e persiste
em sua busca de encontrar-se com Eliseu. Da mesma maneira, ela poderia se
contentar com a morte do filho, mas insistiu com o profeta, para que aquilo que
Deus havia começado, não terminasse daquele jeito (v. 28).
A sunamita viu a primeira
ação a favor de seu filho não ter resultados (v.31). Precisou de uma segunda
intervenção para que o milagre ocorresse (vv.32-36).
A primeira tentativa de
ressureição foi feita por Geazi, por meio do bordão do profeta Eliseu
(vv.29,31). O bordão (uma vara resistente que se leva à mão para sustentação do
corpo) era símbolo de apoio, e foi colocado sobre o menino, mas sem resultados.
A ressurreição do que estava morto se deu a partir do toque de Eliseu sobre o
menino, da aproximação, mãos sobre mãos, do olho no olho, e assim, o que estava
frio foi se aquecendo e a morte foi dando lugar à vida (v.34).
Após ver a vida de seu filho
restaurada, a sunamita se prostra diante do profeta (atitude comum na época,
por reconhecê-lo como Homem de Deus) e agradece a bênção alcançada (v.37)
Palavra que ilumina a vida
O
que essa experiência pode nos ensinar no que diz respeito a buscar a
restauração da nossa família?
Precisamos
identificar o que está morto em nossa família e
ir em busca de solução: assim como fez a sunamita, devemos
apresentar a Deus todas as necessidades da nossa casa. Embora, muitas vezes
necessitamos falar com alguém e nos aconselhar, precisamos entender, que o mais
importante é colocar tudo primeiramente aos pés do Senhor (v.27 e Salmo 55.17).
É
preciso perseverar na busca: a sunamita foi em direção ao
homem de Deus e perseverou para falar com ele. Em nossa busca pela restauração
da nossa família, muitos obstáculos surgirão com o intuito de nos desanimar ou
nos fazer parar. No entanto, devemos perseverar no nosso alvo, crendo que
Aquele que começou em nós sua boa obra, também há de completá-la (Filipenses 1.6; Lucas 18.1).
Nem
sempre nossa busca terá resposta imediata: Deus tem o tempo determinado para
realizar todas as coisas (Eclesiastes 3.1-3), por isso não podemos desistir,
mas confiar em Deus e descansar nele o nosso coração, pois com certeza, o
Senhor deseja o melhor para nossa família (Jeremias
29.11-13).
O
processo de restauração na família se dá a partir da oração e da proximidade. O
que deu vida ao filho foi a presença, o toque, mas é preciso destacar que
Eliseu orou antes deste gesto (v.33). Isso nos ensina a importância de termos a
nossa fé firmada na presença de Deus e não nos apoiarmos na fé de outras
pessoas. Necessitamos sim de intercessão; precisamos desenvolver a nossa fé, e
por meio dela, esperarmos em Deus. Nós devemos orar muito, mas a presença junto
à nossa família, o estar juntos, o olhar sincero que compartilha amor, o
perdão, a aceitação, são gestos que possibilitarão a renovação da vida.
O
processo de restauração inclui a gratidão: A
mulher ficou agradecida. A gratidão a Deus por todos os seus gestos de amor
para conosco é a atitude esperada para todos aqueles e aquelas que foram por
Ele abençoados.
Nossas
famílias são muitas vezes bombardeadas por acontecimentos, ora inesperados e
carregados de alegria, e ora carregados de dor, inquietude e medo. Por isso, é
preciso que em família desenvolvamos relações que permitam solidificar nossas
bases, adquirindo maturidade para enfrentarmos as diferentes e inesperadas
circunstâncias, mantendo, diante delas, o controle emocional. Nossa fé precisa estar
na certeza de que Deus pode mudar nossas impossibilidades em possibilidades,
mesmo sabendo que há situações que humanamente falando, não terão o desfecho
que esperamos. Ainda assim, devemos perseverar na fé, testemunhando e vivendo a
manifestação da Graça de Deus em meio às “desgraças” da vida, como nos exorta 2 Coríntios 4.8-9.
Conclusão
Nem sempre estamos preparados/as para
enfrentar, em família, as drásticas mudanças que nos atingem. Como reagir a
isso, sem perder nossos referencias e desanimar na fé? Algumas propostas:
1.
Sinta-se como parte responsável para garantir o bem-estar da sua família.
2.
Cultive um período semanal para, em família, realizar alguma atividade que
fortaleça os laços familiares.
3.
Tenha uma vida devocional em família. A oração e a leitura bíblica nos preparam
para o inesperado que só Deus conhece quando e como virá. Investindo nesses e
outros caminhos, alcançaremos a maturidade enquanto família e as dificuldades
se tornarão instrumentos de renovação da nossa fé.
Para conversar
Quais
são os desafios da família para garantir uma vida devocional? Como superá- los?
Leia durante a semana
::
Domingo: 2 Reis 4.8-37
::
Segunda-feira: Salmo 128
::
Terça-feira: Habacuque 3.13-19
::
Quarta-feira: Salmo 147:13
::
Quinta-feira: Provérbios 13
::
Sexta-feira: Filipenses 1.1-11
::
Sábado: Mateus 7.24-27
REVISTA
EM MARCHA 2016
Família:
Dispondo-se ao cuidado de Deus - Revista para Escola Dominical
LIÇAO
1 - Eu quero Jesus em minha casa
Texto bíblico: Marcos
1.16-31
Se
há um tema que ocupa boa parte das nossas orações, esse tema é a família. Seja
em orações de gratidão ou intercessão, nossa família é assunto em nossa relação
com Deus. E de fato, precisa ser mesmo. A família é algo muito especial para
Deus! Ela foi criada como um projeto de exaltação à vida em comunidade. Deus
entendeu que não era bom que o ser humano vivesse só. A família é também um
tema muito precioso para a Igreja. Pensar
sobre nossas relações familiares à luz da Palavra de Deus é o interesse
dessa revista. Desejamos com isso, colaborar para a transformação e o
fortalecimento desse núcleo tão importante. Para isso, é preciso convidar Jesus
para entrar em sua casa. Foi isso que Pedro fez, logo no início de sua vida
como discípulo de Jesus Cristo.
Fundamento bíblico
Simão, também conhecido como Pedro, levou
Jesus para a sua casa. Em que contexto isso acontece? Após a prisão de João
Batista, Jesus se dirige para a Galileia e começa o seu ministério. A visão de
Jesus era um exercício ministerial comunitário e, nesse sentido, ele começa a
chamar pessoas para caminhar ao seu lado no anúncio do Reino de Deus (Marcos
1.15). Os irmãos Simão e André são
as primeiras pessoas a serem chamadas. Em seguida, os irmãos Tiago e João também se unem ao Mestre.
Começa aqui o projeto de discipulado de Jesus Cristo. A chegada de Jesus em
suas vidas mudou a rotina deles e, o trabalho como pescadores de peixes, deu
lugar a um novo propósito: “pescar
pessoas”. Após chamá-los, Jesus os leva para a sinagoga, onde passa a ensinar
(v.21). Nesse espaço de ensino, os discípulos se deparam com a libertação de
uma pessoa endemoninhada. A sinagoga era um espaço de educação e, por meio da
educação, as mentes e os corpos são libertos: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.32).
A libertação ocorrida naquela sinagoga atingiu a pessoa endemoninhada e também
as pessoas que, maravilhadas, ouviam os ensinos de Jesus (Marcos 1.22 e 27). O projeto discipulador de Jesus Cristo é
para além da rua e da sinagoga, ele quer chegar à nossa casa. Ao sair da
sinagoga, o próximo destino é a casa de Pedro (v.29) e chegando lá, Jesus se
depara com a notícia de que a sogra deste estava doente (v.30). É em direção a
ela que ele se movimenta: se aproxima, toma-a pela mão e a febre a deixa.
Diante disso, a mulher passa a servir. A ação libertadora de Jesus na sinagoga,
agora acontecia na casa de Pedro: a mulher havia sido curada. Jesus foi levado para a intimidade da casa,
a ponto de lhe mostrarem a mulher doente.
Palavra que ilumina a vida
Assim como Cristo deseja
habitar o nosso coração, ele também quer ter estadia em nossa casa, em nossa família. Por meio desse texto,
alguns desafios são apresentados: Aceitar o chamado de Jesus muda a nossa
rotina: a opção por uma vida em discipulado coloca em cheque a nossa rotina e
traz muitas mudanças e elas quando são propostas por Jesus são sempre visando o
nosso crescimento. É preciso não temer, confiar e ir com Jesus. Cristo não nos obriga, ele nos convida.
Ser discípulo/a é se dispor a aprender com o Mestre: a Palavra de Deus é
libertadora, tem a função de transformar a nossa mente. O primeiro ato de Jesus
foi levá-los a um lugar de aprendizagem. Qual
o valor que damos ao estudo da Bíblia? É preciso conhecer para não se
deixar dominar (João 5.39). Jesus em
nossa casa: muitas vezes, corremos o risco de não levar para casa o que
aprendemos na Igreja, outras vezes, limitamos o espaço da presença de Jesus em
nossa casa: uma Bíblia em cima da estante, versículos bíblicos nas paredes e
geladeira, orações na hora do almoço e só. Quando
Jesus entrou naquela casa, lhe mostraram quem estava doente. Esse deve ser o
propósito de se convidar Jesus para casa: mostrar as fragilidades, enfermidades
e angústias. Ele tem poder para curar e, o resultado disso, é que podemos
nos levantar para servi-lo.
Conclusão
Entre tristezas e alegrias, brigas e perdão,
abandonos e encontros, fartura e escassez, nós vivemos e nos relacionamos em
família. Ao levarmos Jesus Cristo para nossa casa, podemos ter a certeza de que
Ele cuidará de nossas mazelas, nos tomará pela mão e nos ajudará a levantarmos
para servi-lo. A nós, discípulos e
discípulas de Jesus, estão postos os seguintes desafios: dispor-nos a aprender
cada vez mais de Deus; levá-lo para a nossa intimidade familiar; apresentar-lhe
as mazelas e enfermidades; dispor-nos à cura; e servi-lo. Que a partir
desses estudos, a sua vida e de sua família se transformem cada vez mais!
Convide Jesus a ocupar por
completo a sua casa e a sua vida; isso mudará a sua família e a forma de vocês
servirem a Deus.
Para conversar
Atualmente,
ainda existem muitos desafios para a família. Eleja com o grupo os cinco
principais e discutam: como a Igreja tem tratado esses desafios?
Por fim
Faça a atividade proposta na seção Para
conversar. Depois da atividade, dê uma folha às pessoas e peça que escrevam
quais as suas dificuldades familiares que precisam ser tratadas. Faça
previamente uma caixa de oração, onde essas necessidades deverão ser depositadas.
Ore pelos pedidos e convide o grupo a assumir o compromisso de orar sobre isso.
Nossos desejos são que os assuntos propostos nessa revista possibilitem a
reflexão, e que a Graça de Deus atue de forma que as pessoas testemunhem as
curas e as transformações nas relações familiares e na comunhão da igreja.
Desafio: Escolha um dia da semana e se dedique a orar pelas famílias da Igreja.
Bibliografia ILDO. Bohn Gass. Uma introdução à Bíblia: as comunidades cristãs
da primeira geração. Vol. 7. 2ª ed. Paulus - São Paulo/CEBI- São Leopoldo, RS
2006. NOUWEN, Henri J.M. Mosaicos do presente: Vida no Espírito. São Paulo:
Paulinas, 1998. Sobre a dinâmica inicial, disponível em: http://goo.gl/Jn8yle
Leia durante a semana
::Domingo:
Marcos 1.16-31
::
Segunda-feira: Salmo 55.16-23 –“Lança
o teu fardo sobre o SENHOR, e Ele te sustentará; nunca permitira que o justo seja abalado”
::
Terça-feira: Isaías 42.1-16
::
Quarta-feira: 2 Samuel 22.21-33 – “recompensou-me
o SENHOR conforme minha justiça, porque não desviei dos seus estatutos” é Ele o
escudo de todos os que nEle se refugiam.
::
Quinta-feira: 1 Crônicas 13 -
::
Sexta-feira: 2 Samuel 7.18-29 – “ó
Senhor Jeová, o disseste; a casa do teu servo será abençoada para sempre”
::
Sábado: Salmo 138 – “Embora eu ande no meio da angústia, tu me
revivificas; contra a ira dos meus inimigos estendes a tua mão, e a tua destra
me salva” A tua benignidade, ó Senhor, dura para
sempre.
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 20
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
DISCIPLINAS ESPIRITUAIS: É
POSSÍVEL SEGUIR ADIANTE
Texto bíblico: Atos 10.1.35, 44-48
INTRODUÇÃO:
Depois de percorrermos vários estudos sobre disciplinas espirituais,
que balanço fazemos da nossa vida devocional? A realização de todas elas é
somente uma utopia ou uma prática possível de ser vivenciada por todas as
pessoas cristãs?
Na história do cristianismo, algumas pessoas foram
consideradas “gigantes na fé”, por conta do desenvolvimento espiritual que
tiveram. Você acredita que podemos imitá-las, ou será que somos
diferentes? Seriam elas especiais? A
prática das disciplinas espirituais não é privilégio somente de algumas
pessoas, mas é um convite feito a pessoas comuns, como você e eu.
Fundamento Bíblico
Os
capítulos 10 e 11 de Atos relatam a conversão de Cornélio ao cristianismo e,
através dele, a expansão do Evangelho aos gentios. Até aquele momento, todas as
pessoas convertidas a Cristo eram judias (hebreus ou helenistas), com exceção
do etíope eunuco (Atos 8-26-39).
Córnelio
era um oficial romano que vivia em Cesaréia e, apesar de não ser um judeu, era
um prosélito, isto é, um simpatizante. Cornélio era temente a Deus (Atos 10.22a) e, em seu desejo de
alcançar a graça divina, era um ardente praticante da vida devocional, tanto
dos atos de piedade (oração), quanto das obras de misericórdia (esmolas). Esta
foi a razão pela qual suas orações foram ouvidas por Deus (10.4).
A
fim de ultrapassar as barreiras de separação e do preconceito, levando a
salvação a outros povos, Deus se manifesta a Pedro, por meio de uma visão, e o
convence de que, de fato, Ele não faz acepção de pessoas (10.34). Assim, observamos um homem simples, que até aquele momento
era considerado um pecador pelo apóstolo Pedro e pelos demais judeus (Atos 10.9-15-34-35), praticando
cotidianamente sua devoção a Deus através das disciplinas espirituais, e vemos
os resultados que ele alcançou nesse processo.
O
texto de Atos 10 mostra que as disciplinas
espirituais estão ao alcance de todas as pessoas, isso é fruto da
universalidade da graça e da manifestação divina ao alcance de todos(as). A
conversão de Cornélio reforça que a comunhão com Deus e as experiências
adquiridas por meio dela não são frutos de merecimento, e sim do
desenvolvimento de uma intimidade que pode e dever ser praticada por quem
queira.
A
Bíblia não considera ninguém como gigante diante de Deus por conta de suas
conquistas e/ou posição “espiritual”; entretanto, destaca que é possível termos
uma vida íntima com Ele, através do que denominamos disciplinas espirituais. Na
verdade, nós é que categorizamos as pessoas como gigantes na fé ou não.
Palavra que ilumina a vida
Como
já vimos, o que denominamos disciplina espiritual, na verdade, são práticas que
visam ao fortalecimento e amadurecimento de nossa fé e nos auxiliam na caminhada cristã. Por isso,
é necessário que entendamos que essas disciplinas bíblicas, quando vividas de
forma madura e consciente, são capazes de nos ajudar a enfrentar as lutas do
cotidiano e proporcionar novas experiências com Cristo. Da mesma forma,
entendemos que elas precisam ser acompanhadas de atitudes que sinalizem a
vivência desses valores em nossa vida.
Entendemos
que a espiritualidade sem a prática de nada adiante. Na verdade, podemos,
inclusive, cair em erros por não conseguir equilibrar essas duas dimensões da
fé cristã: a piedade e a misericórdia. Uma vez que o cristianismo se expressa
através de uma fé social, como dizia John Wesley.
Cabe
também ressaltar que não se pode fazer de tais prática um fanatismo, ou uma
espécie de barganha com Deus. A prática da disciplina espiritual deve visar ao
nosso crescimento espiritual e maturidade na vida cristã, pois seu intuito
maior é nos fortalecer para que vivamos a fé madura e consciente e
glorifiquemos a Deus através da nossa vida.
As
disciplinas espirituais são atitudes realizadas com o desejo de nos
aproximarmos mais de Deus. O simples conhecimento delas não se torna uma
disciplina espiritual. Ler Livros e livros sobre oração, jejum, estudo da
Bíblia, e não exercer essas práticas, embora fortaleça a nossa fé e nos
edifique, acrescenta conhecimento, mas não a experiência.
A
prática destas disciplinas exige esforço e dedicação, mas é o único caminho
para nossa sobrevivência espiritual e permanência em Cristo. É o único caminho
para o avivamento espiritual que, antes de acontecer na igreja, precisa
acontecer dentro de nós. Sem a prática das disciplinas espirituais, não existe
avivamento, apenas movimento. Contudo, é um movimento superficial que, como uma
semente sem raízes profundas, não possui chance de sobrevivência.
Por
mais dinâmica que seja a nossa vida na igreja, por mais que tenhamos
compromissos em nossa agenda, se não vivermos a prática diária da comunhão com
Deus, através da vida devocional constante, seremos fortes candidatos(as) ao
naufrágio espiritual; pois é a vivência destas práticas que gera o
fortalecimento espiritual, produzindo em nós a santidade, a transformação do
caráter, a renúncia de certos comportamentos e cada vez mais sede de Deus.
Conclusão
Ao
encerrarmos o estudo desta revista, que possamos renovar nosso compromisso
diante de Deus, reavaliando nossa prática devocional e, se preciso for,
clamando por restauração, a fim de experimentarmos mudanças, crescimento e
amadurecimento da nossa vida espiritual com Deus. Esse é o desejo do Senhor. À
luz de tudo o que estudamos, vamos refletir, em oração, sobre as áreas da nossa
vida com as quais precisamos ter mais cuidado e dispensar maior dedicação.
Conversa Afiada
Quais os impactos que os estudos desta
Revista trouxeram para sua vida?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo:
Atos 10.1-35,44-48
::
Segunda-feira: Atos 8.26-39
::
Terça-feira: Salmo 55.17
::
Quarta-feira: Provérbios 3.1-6
:: Quinta-feira: Jó 22.21-29
::
Sexta-feira: Hebreus 10.19-25
::
Sábado: Salmo 141
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 20
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
ACONSELHAR: EXERCICIO DE
COMUNHÃO
Texto
bíblico: I Timóteo 5.17-25
INTRODUÇÃO:
Diz o velho ditado que “se conselhos
fossem bons, não se davam, se vendiam”. Esse não é o pensamento bíblico. A
própria Bíblia é um livro de conselhos. O sábio Salomão anunciou muitos deles
gratuitamente (Provérbios 19.20). Conselhos são ensinos para a vida que, se
forem colocados em prática, nos ajudarão a viver melhor. Feliz quem os acolhe
pois “onde não há conselho, fracassam os projetos mas com os muitos
conselheiros há bom êxito” (Provérbios
15.22).
Fundamento Bíblico
A
Epístola de Paulo a Timóteo aborda uma mensagem de conselhos, de orientações. O
apóstolo Paulo sempre foi um atencioso cuidador do ministério pastoral de seu
filho na fé, Timóteo. Suas duas cartas endereçadas a ele tinham a finalidade de
trazer conselhos importantes para a sua vida pessoal e ministerial. Tais recomendações
tinham a intenção de fazer Timóteo agir com prudência, responsabilidade,
parcialidade diante de assuntos pessoais e principalmente aqueles que envolviam
outra pessoa.
Nesta
carta, Paulo o aconselha sobre vários assuntos: como lidar com as viúvas da
Igreja e com as demais irmãs, com as pessoas idosas, com os escravos, escravas
e seus senhores, com os falsos mestres infiltrados na comunidade, com os
presbíteros que com ele trabalhavam na expansão do Evangelho e, até mesmo, com
sua própria saúde física.
Paulo
já havia lidado com muitos assuntos parecidos ao longo de sua vida. Não era o
portador de toda verdade e conhecimento, mas, com certeza, com seus erros e
acertos acumulados ao longo da vida, tinha muitas experiências para transmitir
para o jovem pastor.
Acredita-se
que ao receber essa carta, Timóteo fosse bem jovem, por volta de seus vinte
anos de idade, ao passo que Paulo pudesse estar no fim de seus dias. Essa
diferença de idade torna a atitude do jovem Timóteo, ao acolher os conselhos
paulinos, muito mais louvável. Em muitos
livros da Bíblia, a pessoa idosa é sempre reverenciada: “Diante das cãs te
levantarás e honrarás a face do velho, e terás temor do teu Deus” (Levítico 19.32), e ainda: “Ouve a teu
pai, que te gerou, e não desprezes tua mãe, quando vier a envelhecer” (Provérbios 23.22).
Palavra que ilumina a vida
Assim
como Timóteo pôde receber os sábios conselhos de Paulo, a Palavra de Deus,
sabiamente, também nos aconselha sobra diferentes assuntos da nossa vida:
familiar, profissional, sentimental, espiritual, financeira. Entretanto, é
muito bom e importante que tenhamos alguém com quem possamos nos aconselhar.
Muitas vezes, pela falta de ouvir ou buscar um sábio conselho, acabamos agindo com
insensatez e atraindo muito mais problemas para nossa vida (um bom exemplo é a
história de Nabal e Abigail, conforme
(1 Samuel 25).
A
Bíblia enaltece a prática de ouvir os conselhos de pessoas mais velhas, e muito
mais ainda, quando esses conselhos são dirigidos para a vida. Num tempo em que
as pessoas são dadas muito mais a falar do que a ouvir, somos chamados(as) a
não agir precipitadamente, mas a buscar direcionamento para nossa vida, quando
necessário. O bom conselho dá entendimento, discernimento, abre nossos olhos,
que antes pareciam estar fechados, livra nossa alma de angústias acumuladas
pela inquietação e ilumina o nosso caminho.
No
serviço a Deus, devemos estar prontos(as) a oferecer um bom conselho. O
aconselhamento é um ministério de ajuda que não está vinculado,
necessariamente, a um grupo especificamente habilitado para isso. Nós somos chamados(as)
a aconselhar. Para isso, é preciso, antes de mais nada, saber ouvir, portar-se
de forma que a pessoa sinta-se à vontade e confiante para se expressar.
Muitas
vezes nos precipitamos no falar e perdemos a oportunidade de trazer luz para a
vida de alguém em aflição. Quando alguém buscar a sua ajuda, esteja pronto a
ouvir e a semear palavras sábias em sua vida. Ser um conselheiro ou uma
conselheira requer vida de oração, para que Deus nos ensine a ouvir, falar e a
perceber quando precisamos buscar ajuda mais especifica para quem aconselhamos.
Conclusão:
Aconselhar
e ser conselheiro são duas realidades postas a nós. Compreender que, muitas vezes,
necessitamos de conselhos, ajuda a aconselhar as pessoas de forma que não nos
consideramos donos(as) da verdade. Que tenhamos humildade e coragem para pedir
conselhos!
Que
tenhamos compaixão e sabedoria para aconselhar.
Conversa Afiada
Você já precisou ser aconselhado por
alguém na Igreja e encontrou essa ajuda?
Quais os desafios para quem se propõe a
ser uma pessoa disponível para aconselhar?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo:
I Timóteo 5.17-25
::
Segunda-feira: Provérbios 5.22-33
::
Terça-feira: Tiago 1.5,6,19
::
Quarta-feira: Provérbios 11.9-14
::
Quinta-feira: Provérbios 12.23-26
::
Sexta-feira: Provérbios 15.1-5
::
Sábado: Samuel 25
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 19
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
A DISCIPLINA DO SERVIÇO
Texto
bíblico: Mateus 25.31-46
INTRODUÇÃO:
Misericórdia e
serviço são a mesma coisa? No estudo anterior, tratamos da misericórdia, que
diz respeito a sentir no coração a dor e a miséria da outra pessoa. A prática
do serviço e a misericórdia devem ser parte da nossa vida devocional. Ambas serão
critérios utilizados no julgamento, elas são expressões preciosas da nossa salvação
em Cristo Jesus. Trataremos do serviço nessa lição.
Fundamento Bíblico
O
texto bíblico está inserido num bloco maior, o Quinto Discurso de Jesus em
Mateus, e vai do capítulo 24.1 até o 25.46. É um discurso apocalíptico em que a
Igreja é chamada à fidelidade, ao discipulado de Jesus e à vigilância. É uma
mensagem radical que apresenta o serviço, as obras, como parâmetro que será
utilizado no julgamento.
Há
algumas imagens importantes nesse texto, Jesus, o Filho do Homem, é apresentado
como Rei, Pastor e Juiz: governo, cuidado e julgamento. Figuras que expressam a
totalidade do Messias. Ovelhas e cabritos são as imagens utilizadas para
descrever quem estará e quem não estará diante de Deus. Diversas são as interpretações
utilizadas por meio dessas duas imagens: as ovelhas são obedientes e os
cabritos independentes; as ovelhas, por conta da sua lã, são mais resistentes
que os cabritos: assim, o bem e o mal se personificam nos dois animais; e até
mesmo abstração que coloca as ovelhas como as pessoas bem-aventuradas e os
cabritos como as autossuficientes e poderosas.
É
preciso ter cuidado com tal dicotomia. Isso é uma parábola, e quer sempre dizer
mais do que parece. Na época de Jesus, havia uma consideração maior que relação
às ovelhas do que aos cabritos; e essa imagem pode ter sido escolhida para que
Jesus pudesse ser entendido. O problema é
que em nossas interpretações, já predeterminamos quem fica e quem não fica;
o critério não é obediência, resistência ou maior dependência; o critério é o serviço,
a forma como nos relacionamos com Jesus Cristo por meio da nossa relação com as
pessoas necessitadas.
É
desafiador ter que aceitar que Cristo está nas pessoas famintas, sedentas, sem
teto, sem amparo, doentes, aprisionadas, marginalizadas e discriminadas,
inclusive, pela religião. “É assustador que, de acordo com o texto, não tenho a
liberdade de escolher em quem eu quero encontrá-lo. É assustador encontra-lo fora do espaço
sagrado, sem poder limitá-lo a esse espaço”. (Arteno Ilson Spellmeier).
Palavra que ilumina a vida
O
serviço prestado às pessoas em situações de escassez, solidão e sofrimento é o
critério que Deus usará no seu julgamento. Seria então, uma base bíblica para
afirmar que a salvação é pelas obras? Não aprendemos que somos salvos e salvas
pela graça de Deus? Como entender este critério divino? Não podemos e nem
queremos negar o ensino bíblico da salvação pela graça e não por obras. Não
podemos construir um princípio doutrinário com base num texto apenas. Por outro
lado, não podemos descartar um texto que, de modo tão veemente, afirma a
importância do serviço às outras pessoas Os serviços mencionados nos vs. 35.36 são
frutos da salvação e não a raiz. Os feitos não são a base para entrada no
Reino. Eles são o critério objetivo para o julgamento, porque são a evidencia da
fé salvadora (Tiago 2.14-26).
O
texto nos dá algumas pistas para responder essas questões: a surpresa das
pessoas justas ao descobrirem que o que fizeram “aos pequeninos” foi um serviço
a Deus (Mateus 25.44). Isso revela que não realizavam boas obras com a intenção
de merecer o céu; faziam, espontaneamente, naturalmente, como fruto do amor
genuíno gerado pela Graça de Deus.
Entendemos,
então, que a salvação não é um pagamento pelo serviço prestado a Deus e às
pessoas, mas fruto da graça divina que transforma as pessoas em servas que agem
por amor. As boas obras confirmam a graça de Deus presente na vida humana. Não há
salvação, se não for pela Graça; e não há salvação que não produza frutos de
justiça e amor. As pessoas justas não foram justificadas pelas obras. As suas
boas obras são sinal de quem foram justificadas pela graça de Deus.
O
serviço posto em prática é o sinal de nossa salvação! Você já parou para
refletir na seriedade desta afirmação? Este é um texto radical! Encontramos
Deus não apenas nos momentos de celebração, oração e culto; nós o encontramos
no serviço que prestamos às pessoas pobres, enfermas, presas, famintas,
estrangeiras.
Acreditamos
que a ação da Igreja Cristã no mundo é o principal veiculo da manifestação do Reino
de Deus, e que essa ação tem seu eixo orientador no anúncio da verdade do
Evangelho. Nós, evangélicos e evangélicas, não podemos deixar de cumprir a Missão.
Conclusão:
Que
comprova nossa salvação não são as confissões de fé, o modo de se vestir, o
modo de cultuar e nem o fato de realizarmos rituais corretos. Não queremos com
isso desprezar dogmas e doutrinas, mas exaltar o valor do serviço, com sinal
determinante da nossa salvação em Cristo Jesus.
Jesus
põe em destaque o serviço às pessoas necessitadas, as quais chama de
pequeninos: o serviço não é uma prática menos importante do que o culto, a oração
e o jejum. Ao contrário, essas práticas de piedade devem levar ao serviço,
senão perdem o sentido. O louvor e adoração prestados a Deus em nossos cultos e
cânticos se materializam na medida em que servimos e amamos as pessoas.
Conversa Afiada
1. Emita a sua opinião sobre essa afirmativa:
“A
relação espiritual e mística com o Cristo de Deus torna-se mais profunda quando
confrontada com a realidade de ter fome e sede, de ser estrangeiro, de estar
nu, doente e preso do “mais humilde dos irmãos” pois ela não mais está em função
de si, não é mais deturpada pela ânsia pela própria salvação. Ela terá que
ajudar a discernir as relações neste mundo, a suportar as contradições vividas
pelos mais “humildes dos irmãos (irmãs)”, a ter esperança quando a coisa está
feia, a acreditar que o Cristo de Deus continua a ter o poder de julgar com
justiça, quando nos deparamos com injustiças mil, com juízes corruptos, com
cristãos que conseguiram criar para si um “modelito” de piedade que está acima
disso tudo e já não mais enxerga Cristo nos “mais humildes dos irmãos” (Arteno
Ilson Spellmeier)
2. A quem você servirá hoje?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo:
Mateus 25.31-46
::
Segunda-feira: Mateus 24.1-14
::
Terça-feira: Mateus 24.15-31
::
Quarta-feira: Mateus 24.32-44
::
Quinta-feira: Mateus 24.45-51
::
Sexta-feira: Efésios 2.1-10
::
Sábado: Tiago 2.14-26
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM
MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 18
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
MISERICÓRDIA QUERO E NÃO
HOLOCAUSTOS!
Texto
bíblico: Mateus 9.9-13
INTRODUÇÃO:
Geralmente,
quando falamos de “disciplinas espirituais” ou “espiritualidade”, pensamos em
ações e gestos que nos ligam a Deus. De fato, as disciplinas espirituais
possuem em si uma dimensão mais pessoal e intimista, mas não só. A
espiritualidade cristã extrapola o pessoal e o íntimo: ela se realiza, também,
em ações e gestos que alcançam outras pessoas. Por isso, a “misericórdia” é uma
prática espiritual importante para a vida cristã. Isso é o que nos ensina o
próprio Jesus no texto bíblico de hoje.
Fundamento Bíblico
Do
texto em destaque, saltam dois grupos que caminham em direções apostas:
“publicanos e pecadores” e “fariseus”. O primeiro, representa as pessoas
consideradas pelos entendidos da lei divina como distantes de Deus e de sua
vontade; o segundo, via-se e era visto como o padrão de vida santa e agradável
a Deus (veja a Parábola do Fariseu e o Publicano e preste atenção nas palavras
do Fariseu a respeito de si mesmo – Lucas 18.9-14).
A
palavra “pecadores” era usada para classificar as pessoas cujos pecados eram
notórios: prostitutas, ladrões, pessoas envolvidas em trapaças. “Publicanos e
pecadores”, juntos, representavam as pessoas excluídas da vida religiosa,
consideradas ritualmente impuras e não aceitas por Deus. Quem queria viver a
“pureza” da religião (fariseus) se afastava desses indivíduos para não se contaminar;
mas “os puros” também cometiam pecados, afinal, não há outra categoria eu não o
pecado para classificar soberba, hipocrisia e falta de amor, muitas vezes
presente nas atitudes dos fariseus.
Mateus,
o coletor chamado por Jesus, tinha vaga garantida no primeiro grupo. Um coletor
era alguém contratado por “empresários” para assumir a função de recolher
impostos para o Império Romano, nessa negociata, apenas os empresários e o
Império saíam ganhando ao explorarem as pessoas. Já o coletor era apenas um
assalariado, responsável por fazer o “trabalho sujo” e, por isso, contava com a
antipatia de todo o povo; essa profissão era muito desprezada. Ao chamado de
Jesus, Mateus se levantou, começava agora o seu discipulado e era preciso levar
Jesus para casa (Lucas 5.29).
Jesus
está em uma casa, os Evangelhos de Marcos e Lucas sugerem ser a casa de Levi
(Mateus), lá ele participa de uma
refeição. À mesa, publicanos e pecadores. Ao sentar-se junto a esse grupo,
comer e dialogar com ele, Jesus incomoda os fariseus, que logo pensam que “uma
pessoa santa não faria isso”. Na cultura judaica, sentar-se à mesa com alguém
era sinal de intimidade, de comunhão.
Jesus
responde à incompreensão e indignação dos fariseus com um provérbio: “os sãos não precisam de médico e sim os
doentes”. Na lógica de Jesus, nada mais natural do que conviver com os
pecadores; são essas pessoas que mais precisam da graça de Deus.
Diante
da incompreensão dos fariseus, era preciso ensiná-los: “Ide, porém, e aprendei
o que significa “misericórdia quero e não
sacrifícios” (Oseias 6.6). Essa expressão Ide, porém, e aprendei o que
significa era uma expressão muito usada por rabinos quando desejavam fortalecer
um conceito. Jesus ao falar dessa maneira, utilizava a metodologia da época
para ensinar os doutores da lei, incapazes de compreende-la verdadeiramente.
O povo cultuava a Deus e, por meio dos sacrifícios,
buscava seu perdão e favor. A realização dos rituais era comum as pessoas
prestarem seu culto a Deus sem se importarem com a dor, o sofrimento e o pecado
das outras pessoas, o mesmo acontecia nos tempos de Jesus. A Palavra de Deus,
por meio do profeta, é de correção: o culto que Deus quer não são os
sacrifícios, nem o cumprimento de rituais, mas sim o exercício da misericórdia.
Palavra que ilumina a vida
Quem
deseja ser discípulo(a) por Jesus, deve permitir que ele participe
integralmente de sua intimidade. Mateus levou Jesus para sua casa. Aceitar o
chamado de Jesus ‘e permitir que ele entre integralmente em nossa intimidade.
Ele deseja cear conosco (Apocalipse 3.20) e, por meio dessa carinhosa relação,
nos ensinar. Sentar-se à mesa com Jesus é se dispor a aprender o que ele tem
para nos ensinar (Lucas 24.30-31).
Mateus
tinha uma profissão, na qual um coração misericordioso não cabia; o primeiro
ensinamento de Jesus Cristo que ele presencia diz respeito à misericórdia. No
processo de discipulado, somos confrontados(as) com as nossas limitações e
devemos ter coragem de enfrenta-las e mudar de atitude. Quanto mais intimidade
com Deus, mais força temos para mudar nossos comportamentos inadequados.
A
razão desarticulada do coração garantiu aos fariseus arrogância e indiferença.
A razão articulada ao coração garantiu a Jesus Cristo valorizar a vida das
pessoas e perceber que era preciso cuidar de forma especial de quem estava
doente.
Misericórdia
é uma palavra composta por duas outras: “miser” miséria e “cordis” = coração. Ou seja, é ter o coração
na miséria do outro; é sentir a dor e o sofrimento da outra pessoa. É isso que
move Jesus em direção aos “pecadores e publicanos” e a quem sofre. Seu coração
está com essas pessoas: suas dores, suas angústias, seus sofrimentos doem no
coração de Jesus. É esse movimento de sofrer com que Deus espera de nós. Esse é
o nosso verdadeiro culto e, provavelmente, o maior sacrifício.
Conclusão:
Um
olhar mais atento ao texto de Mateus evidencia a postura dos fariseus na indiferente
ou passiva contemplação diante da vida e dos fatos que os rodeavam. Hoje,
recebemos o chamado para desenvolvermos uma relação que caminha na contramão dessa postura. Nosso chamado diz
respeito a não nos entregarmos aos nossos próprios interesses e pré-conceitos,
mas sim nos disponibilizarmos a desafiadora comunhão misericordiosa com outras
pessoas.
Um
dos graves problemas que nos afligem é a incapacidade de nos sensibilizarmos
com o sofrimento alheio. Cenas de pessoas sofrendo tornaram-se tão comuns que
já não nos sensibilizam mais. Muitas pessoas pensam que o contrário de amor é
apenas o ódio. Mas, no contexto cristão, é também a indiferença. Há gente que
diga que não tem inimizades e que não sente raiva, rancor ou ódio por ninguém e
nem deseja o mal. Isso é bom! Mas, não é o bastante. Somos chamados(as) a
demonstrar, de maneira prática, que é possível um estilo de vida que coloca o
amor a Deus e ao próximo bem acima dos interesses pessoais, e traduz esse amor
em boas obras e práticas de misericórdia.
Conversa Afiada
Diante da afirmativa “Misericórdia
quero e não holocaustos”, quais são os
atuais desafios da Igreja para ajudar as pessoas entenderem o que é viver a
misericórdia?
LEIA DURANTE A SEMANA
::
Domingo: Mateus 9.9-13
::
Segunda-feira: Lucas 18.9-14
::
Terça-feira: Oseias 6.1-11
::
Quarta-feira: Lucas 1.10-20
::
Quinta-feira: Lucas 10.25-37
::
Sexta-feira: Lucas 16.19-31
::
Sábado: Miqueias 6.1-8
RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 17
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
TESTEMUNHAR A CRISTO: UM
DESAFIO DIÁRIO
Texto
bíblico: João 1.6-7; 19-28
INTRODUÇÃO:
A
Palavra testemunho em grego é martys, que dá origem a palavra martírio,
entendido como testemunho de sangue. Testemunho pela etimologia grega diz
respeito, entre outras coisas, a estar ocupado, cheio de cuidados. Pensar o
testemunho como um cuidado, tem a ver com a preocupação em falar a verdade, em
relatar fielmente, em fazer ouvir ou mostrar algo, que são atitudes esperadas
de quem se assume como testemunha de Jesus Cristo.
Assumir-se
cristão ou cristã é assumir o compromisso de testemunhar a respeito de Jesus
Cristo em toda e qualquer situação. O nosso testemunho é a expressão da nossa
fé. No entanto, mediante os desafios e dificuldades inerentes à vida e às relações
humanas, nem sempre é fácil ser testemunha. Nesse sentido, o testemunho assume
o papel de disciplina espiritual, à medida que exige de nós um exercício
diário. A vida de João Batista foi um exemplo de testemunho. O que ela tem a nos
ensinar?
Fundamento Bíblico
O
evangelho de João Batista como uma fiel testemunha de Jesus. Por assim ser, ele
levantou sobre si suspeita de que seria o Messias. A pregação destemida, a
ousadia, a simplicidade, o anuncio do batismo de arrependimento e a voz
profética faziam com que as pessoas pensassem ser ele o Salvador há tanto tempo
esperado. O Evangelho de João, ao apresentar João Batista como testemunha,
deseja afirmar que ele não é o Messias.
Os
textos bíblicos desse estudo, ainda que não estejam em sequência, têm uma
unidade, a qual deve-se agregar também o versículo 15. João é apresentado como
aquele que vem como testemunha de Cristo e que anuncia Jesus e a sua própria submissão
ao Salvador. A preocupação nesses textos é mostrar que João Batista, por ser
uma testemunha fiel, se compromete a dar toda glória a quem de fato merece:
Jesus Cristo, de quem ele não era digno de desatar-lhe as correias das
sandálias (João 1.28).
O
testemunho de João afetou as pessoas que com ele conviviam, de forma que elas
necessitaram interroga-lo; desejavam saber quem de fato ele era. Os versículos
19 a 28 registram esse momento. João rejeita o título de Cristo, como também a
honra de ser comparado a Elias e a um profeta. Segundo a interpretação da época,
os profetas eram os precursores do Reino de Deus, Ele rejeita toda e qualquer
fama. O seu testemunho se compromete a viver e anunciar o Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo (João 1.29), a ser a voz que clama no deserto:
endireitai o caminho do Senhor (João
23).
Palavra que ilumina a vida
O
testemunho de João é marcado pela humildade e consciência de seu papel enquanto
testemunha. O que isso nos ensina?
A testemunha
anuncia o Salvador, ela mesma não salva: é preciso anunciar o Salvador sem perder a dimensão de que é o
Espirito Santo que convence do pecado. Essa é a garantia para que o nosso
testemunho não seja a base para que acusemos as pessoas, senão para que as
amemos. Cristo nos salvou por amor, e é por amor às pessoas, que devemos
anunciar que ele traz salvação e vida em abundância.
A
testemunha não deseja a glória para si mesma: o nosso testemunho não pode ser motivo de arrogância.
Quando reconhecemos que toda a glória, força e poder pertencem a Jesus,
entendemos que nossa conversão, justificação e santificação são frutos da sua
Graça na nossa vida de pecado.
A
testemunha tem seu testemunho alicerçado em palavras e ações: o estilo de vida simples e o exercício coerente e
consciente do ministério de João Batista (João
1.23-26) justificavam e embasavam suas palavras. Esse, talvez seja o maior
desafio de quem deseja testemunhar: a coerência entre o que se prega e o que se
vive. João alcançou isso à medida que entendeu que não era a luz, mas apenas um
reflexo dela e, por isso, deveria cuidar de sua postura diante das pessoas.
Conclusão:
O
propósito do testemunho é anunciar que Jesus Cristo é o Salvador do mundo. Isso
não se faz apenas com palavras, há momentos que apenas os nossos gestos
conseguem anunciar essa mensagem. Na época, a mensagem de João encontrou
resistência, hoje essa mensagem também encontra, mas o Evangelho superou as
dificuldades e chegou até nós por meio de pessoas que se comprometeram em
testemunhá-lo. Esse mesmo Evangelho irá para além de nós, através do nosso
compromisso de cumprir a ordenança de Jesus Cristo: “e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra” (Atos 1.8).
Sobre
nós está a ordem de testemunhar, é o Espírito Santo que nos dá o poder para
tal: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e até aos confins
da terra” (Atos 1.8).
Conversa Afiada
Você acredita que o
testemunho pode ser encarado como uma disciplina espiritual? Justifique a sua
resposta.
LEIA DURANTE A SEMANA
::
Domingo: João 1.6-7; 19-28
::
Segunda-feira: Atos 18.1-18a
::
Terça-feira: 1 Coríntios 10.32-11.1
::
Quarta-feira: Filipenses 1.16
::
Quinta-feira: Tito 1.13
::
Sexta-feira: Salmo 59.9
::
Sábado: Lucas 18.9-14
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 16
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
SER E FAZER A IGREJA DE
CRISTO
Texto
bíblico: 1 João 3.11-24
INTRODUÇÃO:
A
palavra Igreja tem sua origem no termo grego ekklesia, comumente traduzido por
assembleia, isto é, reunião de pessoas. A igreja é a assembleia dos santos e
santas, a comunidade de fé que reúne cristãos e cristãs para adorar a Deus, o
corpo vivo de Cristo. Igreja também designa o templo onde as pessoas se reúnem
para cultuar a Deus.,
Esse
conceito dado à igreja é simples e chega a ser óbvio. Não encontramos tanta
felicidade ou obviedade em conceituar a igreja quando a enxergamos e a pensamos
como um espaço de relações humanas. São as relações, a base de toda igreja, de
toda vivência comunitária. E por meio de delas que a igreja se caracteriza e se
molda. Aliás, boa parte dos questionamentos de algumas pessoas, quanto a
permanecer ou não na igreja, tem a ver com a qualidade das relações que lá são
estabelecidas.; Uma boa igreja, entre outras marcas, se estabelece no nosso
compromisso de construir relações saudáveis.
Fundamento Bíblico
A
preocupação com a qualidade das relações humanas na igreja foi alvo da
preocupação de apóstolos e outras lideranças cristãs nos primórdios do
cristianismo. A igreja joanina, provavelmente situada na Ásia menor, foi a
destinatária da carta em destaque. Nesse período, a igreja persistia em meio às
muitas ameaças religiosas, entre elas o gnosticismo. Os gnósticos não aceitavam
a encarnação de Deus em Jesus Cristo e consideravam ter alcançado um estágio
avançado em termos de conhecimento de Deus, acreditavam ser mais elevados
espiritualmente que as demais pessoas e, assim, desprezavam quem não fazia
parte desse universo.
As
orientações do autor da carta, no trecho em destaque, caminham na direção de
afirmar que conhecer a Deus significa não desprezar as pessoas, e que não
desprezar as pessoas significa amá-las intensamente. Enquanto o gnosticismo
prega a idolatria ao conhecimento, à valorização do espírito e o menosprezo da
carne, o cristianismo apresentado nessa carta destaca que a elevação
espiritual, se alcança à medida que se manifesta o amor às pessoas. O acesso ao mundo material. O autor deseja que
a igreja viva e entenda o que é permanecer no amor de Deus (1João 3.17) e, a essa questão, traz a
resposta do amor revelado em atos concretos, que conjuga palavras e ações em
favor das pessoas (v.18)
Esse
exercício é difícil, desafiador e muitas não conseguimos sucesso. Será que
quando isso acontece é porque não se está no lado da verdade? A essa possível
dúvida, o autor tranquiliza quem lêr ao destacar que, independentemente dos
resultados, as ações amorosas anunciam que quem as pratica está do lado da
verdade (v.19). E Deus, o único que
tem todo conhecimento debaixo dos seus pés, conhecerá a intenção do coração (v.20-21). É nesse Deus, que podemos
descansar e confiar. É o seu conhecimento, que devemos buscar. A compreensão dos mandamentos de Deus se
resumem em: crer em Jesus Cristo como
seu filho e amar as pessoas se permitindo também ser amados(a) por elas.
Guardar os mandamentos é permanecer no conhecimento, é viver espiritualmente sem perder a dimensão
da a atuação na realidade. Tudo isso é fruto do Espírito Santo que ele nos deu (v.23-24).
Palavra que ilumina a vida
Na
igreja, as pessoas se congregam para conhecer mais a Deus e a sua Palavra.
Diante disso, a Igreja, como espaço de relações humanas, é desafiada a viver os
mandamentos divinos que, nos cultos, grupos de discipulado, salas de escola dominical, busca conhecer mais e mais.
Nesse sentido, as orientações dessa carta têm muito a nos inspirar em nossa
forma de ser e viver a Igreja, Vejamos:
Igreja j- uma comunidade de
amor e perdão (v.11-13): A comunidade Joanina é desafiada, diante das crises
relacionais e das hostilidades enfrentadas, a mar de fato e verdade;
perdoando-se mutuamente em amor; renunciando assim o amor fingido – uma marca
de Caim – e o ódio – lógica mundana de tratamento e dos problemas de
convivência. As coisas não podem ser resolvidas tendo o ódio como motivação.
Aos olhos de Deus, o ódio é comprado ao homicídio; é a semente que leva ao
homicídio.
Devemos
contribuir para a construção de uma comunidade de amor e perdão, do contrário,
agiremos como assassinos da vida comunitária (v.15), já que o amor é o símbolo
do novo nascimento em Cristo (v.14), é ele que deve motivar a resolução dos
conflitos. Numa sociedade marcada pelo ódio, rivalidades e violências, a Igreja
existe para profeticamente proclamar ao mundo que é possível viver comunitariamente
vencendo os conflitos e hostilidades.
A
indiferença, infelizmente, é uma marca de muitas pessoas em nossa sociedade
que, orientadas pela lógica da acumulação, fechar seus olhos para quem sofre.
Como igreja, nós não podemos ceder a essa lógica maligna e muito menos nos
fecharmos em uma espiritualidade intimista, que não se compadece nem se abre
para a vivência do Evangelho integral que é compassivo e solidário com quem
necessita.
Igreja: uma comunidade de fé,
oração, vida na Palavra e discernimento espiritual (v.21-24). A carta
demostra, nos versículos indicados, que a vida em amor e harmonia comunitária
dá a certeza, a quem crê, de que caminha em obediência à Palavra e dá também a
convicção de que suas orações são ouvidas por Deus. Pois o Espírito Santo
testifica ao espírito da pessoa cristã que ela está no centro da vontade de
Deus.
A
vida em comunhão é o termômetro da saúde espiritual de uma igreja. Quando a
igreja vive em amor, há harmonia entre os irmãos e irmãs, suas orações são
respondidas, a Palavra flui com liberdade e todos(as) sentem o agir do Espírito
Santo, confirmando a vontade de Deus no meio da Igreja. Com isso, nada pode
impedir o operar de Deus; sejam lutas, perseguições, divisões, falsas doutrinas
como as enfrentadas pela comunidade joaninha.
Conclusão:
Nós
somos a Igreja de Cristo, essa é uma frase alardeada aos quatro cantos nos
sermões e cânticos que ouvimos. De fato, nós somos a Igreja e isso significa
dizer que, debaixo da Graça de Deus, nós
fazemos essa Igreja por meio das nossas
ações e relações.
Nós,
desejamos ser a Igreja de Cristo, mas em que medida nos comprometemos a fazer
essa Igreja? Na conversão a Jesus, muitas vezes, é preciso valorizar o “nós”
muito mais do que o “eu”. A disponibilidade para uma vida de amor e comunhão
abre espaço para que a presença de Deus, em sua Graça, sare e fortaleça as
relações humanas, é assim que cresce o Corpo de Cristo. Essa disponibilidade se
transforma em conduta, quando assumimos de forma disciplinada o compromisso de
buscar e preservar a unidade da Igreja.
Conversa Afiada
Como você diferencia Ser a
Igreja de Cristo e Fazer a Igreja de Cristo?
Quais as nossas
possibilidades e limitações em busca de uma igreja caracterizada por relações
saudáveis e curadoras?
LEIA DURANTE A SEMANA
::
Domingo: 1 João 3.11-24
::
Segunda-feira: Hebreus 11.4
::
Terça-feira: 1 Tessalonicense
3.12-13
::
Quarta-feira: Hebreus 12.14
::
Quinta-feira: Efésios 5.1-2
::
Sexta-feira: João 14.6
::
Sábado: Apocalipse 3.14-21
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 15
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
ADORAR A DEUS EM TODO
TEMPO E LUGAR
Texto
bíblico: João 4.1-30
INTRODUÇÃO:
A
Bíblia apresenta Deus como o Todo-poderoso, criador de todas as coisas e o
único digno de toda adoração (Isaías 43.21). Ela também declara que fomos
criados(as) para “o louvor da sua glória” (Efésios 1.12-14). A adoração é a
nossa resposta ao grande amor de Deus, e ela deve ser fruto dos lábios e do
coração que foram transformados por esse amor. No diálogo de Jesus com a mulher
samaritana, aprendemos que a verdadeira adoração é aquela que deixa para trás
as diferenças, os preconceitos e pecados, para nos aproximarmos de Deus em
espírito e anuncia-lo em verdade.
Fundamento Bíblico
João
4.1-30 é o relato do diálogo entre Jesus e a mulher samaritana. Sobre a mulher,
o texto informa que ela: veio tirar água do posso ao meio-dia (hora sexta); se
assustou diante da postura de Jesus; se interessou pelo fato de Jesus ter água
viva (expressão que comumente significava água corrente ou manancial); se
surpreendeu porque ele revelou a sua vida matrimonial; desejou saber o lugar da
verdadeira adoração.
Sobre
Jesus, sabemos que ele: saiu da Judéia para a Galileia e sentiu a necessidade
de passar por Samaria; estava com sede e cansado da longa viagem; sentou-se
junto ao poço; pediu água para a mulher samaritana; respondeu às questões da
mulher; revelou a situação familiar dela; se apresentou como o Messias; preferiu
ir com a samaritana do que ficar com a recriminação dos seus discípulos.
Olhar,
de forma apurada, para as atitudes da mulher e de Jesus é se deparar com uma
série de simbolismos que não diminuem a verdade, mas que nos ensinam para além
da cena descrita.
A
briga entre judeus e samaritanos era algo muito antigo. Os judeus consideravam
os samaritanos como um povo impuro, idólatra e indigno do amor de Deus. Do lado
samaritano também havia muito ódio, se uma pessoa judia entrasse em terras
samaritanas e pedisse ajuda, esta lhe seria negada (conforme Lucas 9.53). Uma
das bases dessa briga estava no fato de que ambos tinham diferenças culturais e
de interpretação da Torah.
Ao
dialogar com a mulher, Jesus rompe o preconceito estabelecido. A necessidade de
passar por Samaria, era destruir barreiras e anunciar a Salvação. Jesus lhe
pediu água e a mulher se assustou, afinal de contas ela havia aprendido que judeus e samaritanos eram
inimigos (João 4.9). A água que Jesus tem para dar, não é alimento físico, não
está parada, é espiritual e jorra eternamente, saciando por completo.
A
amorosidade de Jesus e a ousadia em dar outro significado para as relações
entre judeus e samaritanos, tocou a mulher a ponto dela desejar essa água.
Jesus ofereceu essa benção para ela e sua casa, por isso pede que vá buscar o
seu marido (v.16), ao reconhecer que não tem marido, ela reconhece sua
fragilidade. A lei permitia casar-se duas ou três vezes, ela tivera cinco
casamentos e a relação que tinha agora, não podia ser considerada assim
(v.18).
Essa
revelação deixou a mulher ainda mais surpreendida. Ela o chamou de profeta, e
desejou conhecer mais sobre a verdade. Onde é o lugar que se deve adorar? Quem
está certo nessa briga: judeus ou samaritanos? Jesus respondeu que não era o
lugar que nos levava até a presença de Deus, mas as atitudes, o modo como essa
adoração era oferecida é que garantia a verdade da mesma (v.23).
Não
precisava mais esperar, ele havia chegado! Jesus se revelou a ela: “Eu o sou,
eu que falo contigo” (v.26). A ideia de
um Messias glorioso foi substituída por
um Messias amoroso, que se fez carne e habitou entre nós (João 1.14), que
escolheu a simplicidade e não o espetáculo. “E todos os que o receberam deu-lhes
o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome”
(João 1.12).
Palavra que ilumina a vida
Aquela
mulher perguntou sobre a adoração. Por meio das respostas de Jesus podemos
aprender que:
É preciso saber a quem adorar e porque o
adorar (João 4.22): “...porque de Sião sairá a lei, e a palavra do
SENHOR, de Jerusalém. Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações;
estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em
podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão
mais a guerra. Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do SENHOR” (Isaias
2.3-5).
O
Senhor saiu de Jerusalém, mas não se restringia apenas a esse povo. O profeta
Isaías chama a descendência de Jacó, e os samaritanos o tinham como pai. Nós
adoramos a Deus, que se revela como Pai, Filho e Espírito Santo. Nós fomos
salvos(as) e para sermos obedientes devemos viver em harmonia, não em guerra. A
harmoniosa relação da trindade deve ser o nosso modelo de relação com as
pessoas, inclusive as que pensam diferente de nós.
É preciso saber onde e quando adorar (v.23): no templo ou no monte? Sábado ou domingo?
Muitas vezes reduzimos nossos questionamentos a temas menos relevantes, o que
de fato importa, fica em segundo plano. A hora á chegou, a adoração não está
limitada a um lugar especifico, não são as peregrinações ou caravanas a lugares
santos que nos levarão à verdadeira adoração. Ela deve se dar em todo tempo na
nossa existência e em todo lugar que estivermos.
É preciso saber como adorar (v.24): Em espírito e em verdade, ou seja, a
verdadeira adoração. Ela enche o espírito e movimenta o corpo e a razão para
mudar a situações que são contrárias a vontade do Senhor que adoramos. A mulher
adorou ao Messias e reconheceu que deveria partilhar dessa água com outras
pessoas, ela deixou seu cântaro, já não queria a água parada, nem tampouco só
para si; era preciso anunciar o que vivera. Os samaritanos responderam ao
chamado da mulher, pois sua credibilidade não estava ancorada em si mesma, mais
na Palavra do Messias. Eles não tinham como negar, alguma coisa havia mudado.
(João 4.29-30).
Conclusão:
O
Pai procura adoradores(as) (v.23). Ele está sempre em busca de se relacionar
conosco, por isso enviou a Jesus Cristo que, por compreender a sua missão, “desvia
seu percurso” até Samaria para buscar o povo samaritano. Para Deus são as
pessoas que importam. Jesus sabia que viera servir, não ser servido, mas os
discípulos ainda não tinham entendido e, por isso, queriam deter Jesus: “Mestre, come” (v.31). mas esse lhes disse: “A
minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua
obra” (v.35). É por meio da adoração em espírito e em verdade que respondemos a
esse maravilhoso amor.
Conversa Afiada
Quais
os principais desafios para que a Igreja de Jesus Cristo se mantenha adorando a
Deus em espírito e em verdade? Como vencê-los?
LEIA DURANTE A SEMANA
::
Domingo: João 4.1-30
::
Segunda-feira: Mateus 22.37-38
::
Terça-feira: Salmo 19
::
Quarta-feira: 2 Coríntios 10.12-18
::
Quinta-feira: Mateus 15.1-9
::
Sexta-feira: Salmo 45.1-11
::
Sábado: Salmo 95
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 14
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
O CULTO DOMÉSTICO COMUNHÃO FAMILIAR
Texto bíblico: Lucas 10.38-42
INTRODUÇÃO:
A prática do culto doméstico pode ser considerada como uma disciplina espiritual fundamental para o desenvolvimento da vida cristã. Este tema nos ajuda a lembrar que a vida com Deus não se limita aos espaços religiosos oficiais da Igreja, mas acontece, principalmente, na vida cotidiana. Quando olhamos para história do povo de Deus na Bíblia, vemos que a casa é um dos lugares fundamentais para o cultivo da vida espiritual e vivência da Palavra de Deus. Hoje, estudaremos a história de uma família, que fez de sua casa um lugar para o encontro com Jesus.
Fundamento Bíblico
A família de Marta, Maria e Lázaro é conhecida como a família que Jesus amava. Este é o primeiro relato do encontro de Jesus com essa família. Em viagem missionária com seus discípulos, Jesus foi acolhido por ela. Depois disso, cresceu uma amizade entre ele e essa casa. O ministério de Jesus ficou marcado pela maneira como se aproximava das pessoas e as abençoava. Frequentou muitas casas, comeu com muita gente, foi amigo. Mas desta família da pequena aldeia de Betânia, ele era mais próximo. Marta, Maria e Lázaro eram conhecidos como amigos de Jesus, Quando Lázaro ficou gravemente enfermo, ao avisarem Jesus, mandaram lhe dizer. “Senhor, está enfermo aquele a quem amas” (João 11.3)
Em nosso círculo de amizade, temos nossas preferências, pessoas mais chegadas e mais íntimas, Isso é comum entre nós. Mas em Jesus também? Não é ele que não faz acepção de pessoas? Será que Jesus amava essa família mais do que as outras?
Jesus não tem preferencia por ninguém. A sua proximidade maior com algumas pessoas aconteceu por causa da maneira como elas o receberam em sua casa e em sua vida. Lázaro, Marta e Maria são amigos de Jesus. Porque o acolheram, fizeram de seu lar um lugar para o Senhor entrar e se sentir em casa.
Na cena relatada no texto bíblico, Marta, que significa dona ou senhora, estava com a preocupação de providenciar um ambiente o mais acolhedor possível a Jesus e , como fora ensinada, corria de um lado para outro a fim de dar conta de todo serviço, pois esse era o papel das mulheres. Em meio à correria, ela se depara com Maria sentada aos pés de Jesus. Maria nesse momento, rompe com a função social de servir e faz a opção por ser servida por Jesus: “o filho do Homem que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.38)
As mulheres, não era dado o direito de aprender com os rabinos, mas Jesus não se importa com isso, ao contrário, orienta Marta que a melhor parte foi escolhida por Maria. Jesus não estava ali para ser servido com m belo banquete, ou ter tudo a tempo e a hora: “pouca coisa é necessário” (Lucas 10.42), disse ele, Maria escolheu a boa parte, porque não se deixou oprimir pela rotina, nem pelos deveres sociais, antes abriu espaço em sua vivência para aprender com o Mestre.
Palavra que ilumina a vida
Essa é uma família com uma estrutura nada convencional para a época: não há relatos sobre o pai ou mãe; é uma família composta de um irmão e duas irmãs. O mais natural eram as famílias numerosas com o pai, a mãe, e filhas, netos e netas, mas é essa família não convencional que nos serve de exemplo.
Nos dias atuais, as famílias assumem estruturas muito diversas: há famílias chefiadas por mulheres; famílias onde o pai, na ausência da mãe, assumiu a função do cuidado doméstico de seu filhos e filhas; avós que sustentam toda a casa com a sua aposentadoria e são as referências de autoridade para os netos e netas. Mas, numa coisa, todas podem ser iguais; acolhendo Jesus em sua casa e se permitindo ser servida por sua Palavra. Mas, para isso, é preciso separar um tempo na rotina.
No texto bíblico vemos também, que é preciso tomar uma atitude ou uma decisão em relação à vida espiritual em família. Marta está tão preocupada com o serviço da casa e com a responsabilidade de receber as visitas – entre elas o próprio Jesus – que não consegue parar para ouvi-lo. Mais do que isso, pensa estar certa ao repreender a irmã, Maria, que “não faz nada para ajudar!” Na sua compreensão, o trabalho vem antes ou é fundamental – não dá para não ser feito!
Não agimos nós do mesmo modo que Marta? Por vezes, em nossa vida cotidiana, o cuidado com a casa, a preocupação com as coisas do trabalho e até mesmo o momento de lazer e relaxamento não vêm antes da vida devocional?
Jesus pensa diferente de Marta: o mais importante não é o trabalho nem o descanso. É ouvir as palavras de Jesus! “Maria escolheu a boa parte e esta não lhe será tirada” – foi a resposta que o Senhor apresentou. É uma questão de escolha; então, por mais difícil que possa nos parecer encontrar um momento para o culto doméstico, é, na verdade, uma decisão que temos que tomar: se escolhermos fazer, faremos!
Hoje, há tendência em transferir para a Igreja todo o trabalho de educação cristã e desenvolvimento da espiritualidade. Mas esta tarefa, primeiramente, é da família. Igreja e família são espaços que se complementam: a vida cristã é desenvolvida e alimentada nestes dois lugares.
Muitas são as demandas diárias para cada pessoa da casa, inclusive para as crianças que têm uma carga de atividades cada vez mais intensa, que sobra pouco tempo e energias para o momento devocional em família. Até mesmo para as refeições tem sido difícil reunir todas as pessoas da casa. A dificuldade começa em encontra um horário em que todos estão em casa ao mesmo tempo. Mas não podemos nos render às dificuldades.
Conclusão:
É preciso reagir e priorizar o culto doméstico. Ao fazer isso, não apenas nos aproximamos mais de Deus. Mas também uns do outros. Umas das outras. É um momento de comunhão, oração, partilhar da Palavra e louvor que ajuda a quebrar á barreiras e solucionar conflitos que, às vezes, querem separar os membros da família.
Ao pensar em nossas famílias hoje, devemos desejar e nos esforçar para que Jesus não seja para nós aquele a quem encontramos aos domingos no templo apenas . Mas que ele seja aquele amigo chegado que está sempre em nossa casa e faz parte de nossa vida.
Conversa Afiada
Sua família tem o hábito de praticar o culto doméstico? Se sim, qual o impacto dessa prática na vida familiar? Se não, você acha que a falta dessa disciplina familiar gera algum prejuízo à família comente.
Como cultivar momentos de espiritualidade doméstica quando boa parte da família não vivencia a mesma fé em Cristo Jesus.
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Lucas 10.38-42
:: Segunda-feira: Deuteronômio 6.1.9
:: Terça-feira: Exodo 12.1-28
:: Quarta-feira: Salmo 78.1-8
:: Quinta-feira: Samo 127
:: Sexta-feira: Salmo 133
:: Sábado: João 11.1.46
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 13
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
CONTENTAMENTO: O FRUTO DA SABEDORIA É O DISCERNIMENTO
Texto bíblico: 1 Reis 3.5-12
INTRODUÇÃO:
Nosso tema neste estudo é o discernimento. Você sabe no que ele se relaciona com a sabedoria? Discernir é saber distinguir entre o certo e o errado, e para isso precisamos de sabedoria. Salomão, no inicio do seu reinado, pediu a Deus discernimento. Vamos analisar a importância para a nossa vida.
Fundamento Bíblico
Herdeiro do rei Davi, Salomão não herdou de seu pai apenas o trono (1 Reis 1.37), mas também a capacidade de amar a Deus e dele depender (1 Reis 3.2-3). Num dia em que Salomão foi a Gibeão para adorar e sacrificar ao Senhor, teve uma experiência espiritual que passaria a influenciar todo o seu reinado. Nesse lugar de adoração Deus se revelou a ele em sonhos, fazendo-lhe uma importante afirmação: “Pede-me o que queres que eu te dê” (1 Reis 3.5).
A revelação em sonhos é muito comum nos relatos bíblicos: Jacó (Genesis 31.11), Labão (v.24); José (Genesis 37.5); os Magos (Mateus 2.12), entre outros, são exemplos disso. Davi já abençoara o reinado de Salomão; agora Deus, por meio desse sonho, ratificava o reinado do jovem. Antes de morrer, Davi transferiu o reino e abençoou seu filho Salomão na sucessão do trono (1 Reis 1.32-37). Ao ser visitado por Deus em sonhos e ao ouvir a pergunta divina: “o que queres que eu te dê?”, Salomão pode ter a absoluta certeza de que Deus também o abençoaria nessa importante missão, ratificando o seu reinado.
A resposta de Salomão está registrada dos versos 6 a 9. Com humildade e respeito, Salomão se apresenta como alguém desprovido de sabedoria, mas consciente da importância da compreensão e do discernimento para um reinado justo, por isso pede uma “coração compreensivo” (1 Reis 3.9). Nos versos 10-12, encontra-se a resposta de Deus a Salomão. Deus se agrada da escolha do rei e, porque Salomão reconheceu que a sabedoria e o discernimento eram mais valiosos do que qualquer riqueza, atende o seu pedido: “eis que faço segundo as tuas palavras: dou-te coração sábio e inteligente” (v.12)
O coração, centro da vida na cultura bíblica, é usado em sentido figurado para sinalizar a forma de ver e agir. É do coração que procedem as fontes da vida (Provérbios 4.23), mas também todo o pensamento do mal (Mateus 15.19)., Assim, ao pedir a Deus um coração compreensivo, Salomão revela o desejo de ter uma vida controlada pela sabedoria divina, e a esse pedido o Senhor atende alegremente. Uma característica relevante do pedido de Salomão é que ele deseja sabedoria para utilizar coletivamente, ou seja, em favor do povo de Deus (1 Reis 3.8)
Não podemos correr o risco de achar que Salomão agiu com sabedoria em todo tempo. Com uma leitura apurada de sua trajetória, percebemos que, muitas vezes, ele foi egoísta e insensato. No capítulo 11 de 1 Reis, um outro Salomão, bem mais velho, se apresenta. Aquele jovem que, em adoração, pediu sabedoria para Deus, agora revela que “Seu coração já não era de todo fiel para com o Senhor” e se prostra a outros deuses (1 Reis 11.7-8). Ele recebeu o discernimento, mas, ao colocar seu coração em outros valores, já não priorizava mais.
Palavra que ilumina a vida
O Pastor Elben M. Lenz César, em seu livro Práticas Devocionais, afirma que “o discernimento pode ser usado para distinguir entre o bem e o mal; o falso e verdadeiro; o justo e o injusto; a vontade de Deus e a nossa própria vontade; a falta alheia e a nossa falta; os acontecimentos comuns e os grandes momentos de Deus; Ele é relevante na totalidade da nossa vida” (p.69-71)
O discernimento ajuda a:
1. Olhar além da aparência: o profeta Eli não soube discernir o que acontecia com Ana e a Teve por embriagada – 1 Samuel 1.13;
2. Investigar as informações: Samuel não se firmou nas informações passadas pelas mães que disputavam pela criança – 1 Reis 3.16-28;
3. Não emitir juízo precipitado de valores: os discípulos não enxergaram que as crianças também pertenciam ao Reino de Deus – Mateus 19.13;
4. Fazer conhecida diante de Deus nossa própria vontade, mas abri mão dela para que a vontade divina seja cumprida; Paulo se queixou de seu espinho na carne, mas compreendeu que a Graça de Deus lhe era suficiente e descansou seu coração – 2 Coríntios 12.7-9;
5. Analisar as nossas atitudes e reconhecer os sentimentos que nos guiaram em nossas ações com o próximo e, diante disso, arrepender-se, se necessário for; a tirar as escamas dos nossos olhos e perceber o agir de Deus – 1 Coríntios 11.28;
Em nossa relação com Deus, é legítimo e necessário que peçamos discernimento. Ele é um dom e, por isso, dado graciosamente. Salomão foi atendido em seu pedido, e nós também podemos ser. Salomão humildemente, pediu a transformação do seu coração, e esse deve ser o caminho a percorrermos. Devemos, em humildade, colocar nosso coração diante de Deus, isso significa discernir que, sem o governo de Deus, nós perecemos.
A Sabedoria dada a Salomão não pode ser medida pelas riquezas adquiridas, nem tampouco legitimar suas práticas perversas e abusivas. Deus deu sabedoria a Salomão e, enquanto ele a usou coerentemente, foi bem-sucedido na vida; julgar sabiamente o caso das mulheres (1.Reis 3.16-28); foi um bom administrador (1 Reis 5.13-18; 6.1-13) e colaborou com o conhecimento da humanidade, compondo cânticos e criando provérbios (1 Reis 4.29-34). Interessante perceber que ele foi bem s- sucedido ã medida que teve o discernimento de usar a sabedoria em favor da comunidade. Assim devemos agir.
A sabedoria bem utilizada é aquela que promove a justiça e zela pela verdade. “A sabedoria verdadeira está intimamente ligada ao ouvir e à prática da justiça. Não existe sabedoria sem justiça, e não existe justiça sem a coragem de pessoas sábias em reconhecer, denunciar e anunciar a diferença entre o bem e o mal” (Márcia Blasi). Essa revelação nos é dada por meio do discernimento espiritual.
Conclusão:
Buscar o discernimento deve ser encarado como uma disciplina espiritual; por outro lado, as disciplinas espirituais são caminhos propor meio dos quais alcançamos sabedoria para agir com discernimento. Quanto mais intima e verdadeira for a nossa relação com Deus, maior a nossa percepção de que sem Deus nada podemos fazer. Terminamos esse estudo com a coerente afirmativa de Elbem César.
“A prática do discernimento é a arte de distinguir com a maior precisão entre duas ou mais coisas, cujas diferenças nem sempre aparecem à primeira vista. Sem a prática do discernimento é possível chamar o mal de bem e o bem de mal, a escuridão de claridade e a claridade de escuridão, o amargo de doce e o doce de amargo (Isaias 5.20)” Praticas Devocionais p. 69)
Conversa Afiada
Participe uma experiência de sua vida que o discernimento de Deus foi fundamental para evitar uma situação constrangedora e desconfortável
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: 1 Reis 3.5-12
:: Segunda-feira: 1 Reis 3.16-28
:: Terça-feira: Isaías 5. 19-23
:: Quarta-feira: Salmo 119.97-105
:: Quinta-feira: João 3.1-15
:: Sexta-feira: João 10.1-11
:: Sábado: Tiago 1.1-8
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 12
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
CONTENTAMENTO: O EXERCÍCIO DE ALEGRAR-SE
Texto bíblico: Filipenses 4.10-20 18.9-14
INTRODUÇÃO:
A Felicidade, no senso comum, vem sendo apontada como estado supremo de bem –estar, mas diante da nossa humanidade, sabemos que isso é impossível de se atingir, não tem como estar bem o tempo todo, já que as adversidades nos sobrevêm. O que fazer? Esse é um dos desafios que se apresentam diante de nós, quando temos dificuldades. Como agir de forma que os problemas e angústias não nos paralisem? O contentamento é uma virtude que se propõe a nós e, para cristãs e cristãos, ele é mais do que uma opção, é juma ordenança de Deus (Salmo 32.11)
A afirmativa de Paulo: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Filipenses 4.4) é uma expressão muito simbólica do que se entende por contentamento, já que este pode ser definido como a prática da alegria em toda e qualquer situação.
Fundamento Bíblico
“Alegrai-vos sempre no Senhor” (Filipenses 4.4) não foi apenas uma ordenança de Paulo a igreja de Filipos, é mais do que isso, essa fala do apóstolo é parte do seu próprio testemunho. Quando analisamos sua experiência de vida. Podemos afirmar que ele viveu essa experiência de se alegra em toda e qualquer situação (Filipenses 1.4)
Tribulação e necessidades materiais marcaram o contexto desta afirmação feita por Paulo. Quando ele escreveu esta carta, encontrava-se preso por causa da evangelização (Filipenses 1.12). Conscientes da prisão do apóstolo, a comunidade de
Filipos enviou, por mãos de Epafrodito, uma ajuda em forma de oferta, a fim de diminuir suas necessidades (Filipenses 4.18). Esse gesto sensibilizou o apóstolo, que agradeceu a solidariedade recebida e o compromisso dos Filipenses em participar com ele de suas tribulações (Filipenses 4.10).
Filipos enviou, por mãos de Epafrodito, uma ajuda em forma de oferta, a fim de diminuir suas necessidades (Filipenses 4.18). Esse gesto sensibilizou o apóstolo, que agradeceu a solidariedade recebida e o compromisso dos Filipenses em participar com ele de suas tribulações (Filipenses 4.10).
Por sua vez, a comunidade de Filipos também trazia em seu coração uma enorme gratidão pela vida e ministério de Paulo, que se permitiu ser um instrumento nas mãos de Deus para abençoa-la com seu trabalho e dedicação.
Conhecida como a “Epístola da Alegria”, Filipenses retrata o contentamento que permeia o coração de Paulo, ao perceber que sua vida não era cercada apenas de problemas, mas de cuidados divinos, revelados (também) por meio dessa comunidade, que se apresentou solícita, quando outras comunidades agiram como se estivessem esquecido dele (Filipenses 4.15)
A igreja filipense interviu com uma ajuda, uma oferta amorosa para o seu sustento; que ele mesmo denominou como pobreza. Contudo, o apóstolo não reclama da sua privação, mas diz que aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação.
Palavra que ilumina a vida
Paulo ensina que a pessoa cristã não precisa ser movida por circunstâncias (Filipenses 4.12-13), por isso, sua experiência com a prisão, ou com a indiferença de alguns irmãos e irmãs, não abalaram a sua fé. Pelo contrario, o seu contentamento e paz interior foram notados. Mesmo diante de conflitos e sofrimentos, a atitude do apóstolo em viver contente impediu que as circunstâncias oprimissem o seu espírito, gerando tristeza ou amargura.
Ele aprendeu que a sua alegria em Deus independe de circunstâncias, essa alegria pode e deve estar presente em toda e qualquer situação. Precisamos compreender que não são as circunstâncias que devem reger nossos sentimentos, mas sim a confiança na providência e sabedoria divinas. O relacionamento que Paulo buscou ter com Jesus lhe ensinou e capacitou a se desapegar completamente das coisas materiais e viver contente e confiante de que Deus é soberano, onipresente, onipotente e onisciente. Por isso, pôde afirmar que não importava qual o tipo de situação a enfrentar, pois ele podia todas as coisas naquele que o fortalecia: Deus(Filipenses 4.13).
Diferente do desejo de prosperar e progredir, a ganância é não se contentar com o que se tem, nem tampouco com a vontade de Deus para a sua vida. A única forma de não nos deixarmos envolver pela ganância é permitirmos que a Palavra prevaleça em nosso coração. O que as Escrituras Sagradas mais nos ensinam, no que tange às coisas materiais é que devemos viver com contentamento. O nosso coração não deve ser aprisionado pela ganância, mas sustentado pelo contentamento (Hebreus 13.5).
Quando e como ele aprendeu a exercer o contentamento? Foi durante as necessidades que passou, foram elas que Deus usou para ensiná-lo, é assim que Deus deseja fazer conosco. A fidelidade de Paulo foi preponderante para que o contentamento fosse gerado em seu coração. Paulo fez a opção de depender radicalmente de Deus, e a sua vitória veio por meio da Graça de Deus na vida de outras pessoas que se dispuseram a ajuda-lo.
O contentamento não inunda o nosso coração só porque fizemos uma oração nesse sentido. Ele vem de acordo com um processo de mudança de valores. Este processo é desencadeado quando começamos a dar ouvidos ao que as Sagradas Escrituras dizem sobre o assunto. A única forma, pela qual a ganância é tratada, é mediante a renovação da nossa mente pela Palavra de Deus. É necessário meditarmos nos trechos bíblicos que tratam do assunto, pesquisa-los, decorá-los, proferi-los sempre. É preciso orar sobre eles, pois o contentamento é algo que aprendemos, ouvindo a Palavra de Deus e remodelando valores.
Paulo disse que ele sabia como passar por escassez e também como ter em abundância. Tanto numa circunstância como na outra, precisamos aprender a nos contentarmos. Na falta, ele se contentava. Na abundância, ele também se contentava. O apóstolo dá a entender, nestes versículos, que ele não era um esbanjador na hora em que ele tinha de sobra, nem um murmurador na hora em que as coisas estavam faltando. Precisamos aprender estes princípios, para também aprendermos como lidar com cada circunstância.
A dificuldade que temos de não nos contentarmos não é proveniente do fato de ser impossível vivermos com menos, mas sim porque não queremos viver com menos, especialmente quando vemos outros vivendo com mais. Juntamente com a ganância, é fácil encontrar, caminhando de mãos dadas com ela, a inveja! (Eclesiastes 4.4)
O contentamento, por sua vez, é a forma de não permitirmos que estes erros nos enlacem. E, justamente por ser o oposto da ganância. O contentamento nos leva a semearmos na vida de outras pessoas, através da prática da bondade e da generosidade, assim como fez a comunidade de Filipos.
Conclusão:
A Alegria espiritual não se trata apenas de um bem-estar, gerado por alguma experiência ou pela ausência de tristeza. Ela não depende de momentos ou circunstâncias, mas é resultado de uma ação direta da presença de Deus na vida de quem nele crê e, por isso, produz um contentamento permanente.
O contentamento espiritual do apostolo Paulo nada tem a ver com otimismo, como se ele tivesse se programado para pensar positivamente, ignorando os problemas da vida ou fingindo não existirem.
Tão pouco, está apoiado na generosidade que recebeu dos Filipenses.
Sua alegria é fruto da sua comunhão com Deus e de uma vida cheia do Espírito Santo
(Gálatas 5.22).
A Palavra de Deus nos orienta que estamos sujeitos a passarmos também por tribulações, mas, através da experiência de Paulo, aprendemos que elas não podem destruir nossa alegria e paz interior.
Se nossas expectativas ou esperanças estiverem em coisas ou pessoas, poderemos, sim, desanimar ou nos frustrar. Mas, mantendo nossos olhos e esperança no Senhor-, continuaremos a provar que “a alegria do Senhor é nossa força” (Neemias 8.,10).
Temos conosco uma verdade eterna: “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28.20). Nessa verdade, dita pelo Senhor Jesus, devemos apoiar a nossa fé e alegrar o nosso coração.
Conversa Afiada
Quais os desafios que o texto de Habacuque 3.17-19 traz a nossa vivência cristã?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Filipenses 4.10-20
:: Segunda-feira: 2 Habacuque 3.16-19
:: Terça-feira: Salmo 98
:: Quarta-feira: Gálatas 5.22-23
:: Quinta-feira: 2 Coríntios 4.8-18
:: Sexta-feira: Salmo 96
:: Sábado: Filipenses 4.4-9
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 11
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
EM BUSCA DA HUMILDADE
Texto bíblico: Lucas 18.9-14
INTRODUÇÃO:
Humildade é um tema muito tratado na Bíblia, é virtude essencial para a vida de quem abraça o discipulado cristão. A palavra humildade vem do latim “humilitas” e descreve a qualidade da pessoa que sabe suas limitações e fraquezas e se orienta por essa consciência. Humildade é, também, a marca da pessoa que não procura ser superior às outras e não se orienta por sentimentos como orgulho ou arrogância.
A Carta aos Filipenses mostra a humildade como uma das características de Cristo, que “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo–se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte de cruz” (Filipenses 2.6-8). A frase “Antes, a si mesmo se esvaziou” (gr. Kenosis, lit. “vazio”) expressa a ideia de que ele deixou de lado não a sua divindade, mas a glória da sua divindade – seus privilégios. Percebemos, então, que humildade é a qualidade de quem se submete à vontade de Deus.
Fundamento Bíblico
Lucas 18.9-14 aborda a parábola de dois homens: um fariseu – membro de uma partido religioso – e um publicano - coletor de impostos – que subiram ao templo para orar. O fariseu, ao falar com Deus, se orgulhava de seus feitos (não cometer pecados, fazer jejuns, ser dizimista) e, assim, saiu do templo sem tocar os céus. O publicano reconhecendo suas imperfeiçoes, com humildade no coração, se esmurrava pedindo a misericórdia de Deus, com isso, saiu do templo justificado.
É triste notar que o fariseu, durante sua oração. Fixava-se em seus predicados, mantendo-se distante do propósito da oração: comunhão com Deus. Igualmente sua mente, coração, ao invés de se fixar em tocar os céus, se detinha mesquinhamente em comparações com o publicano (v.11.12) Manteve-se distante de Deus e do seu próximo o publicano.
Enquanto o fariseu olhava para seus feitos para se vangloriar, o publicano olhava para dentro de si e reconhecia sua fragilidade, que era pó, homem falho, entregue ao pecado e corrupção, dependente da graça de Deus. Seu reconhecimento como pecador o tornou justificado e mais próximo de Deus.
Sabemos que ler a Bíblia, orar todos os dias, ir aos cultos e participar da Ceia nunca foram, por si só, sinais confiáveis de espiritualidade, muito menos um caminho segura para maturidade. Muitas pessoas fazem isso por puro legalismo. Por outro lado, sabemos também que não fazer nada disso é um caminho seguro e certo para o fracasso espiritual – o que vale é a motivação do ato de buscar a Deus e viver comunitariamente a mesma fé que outras pessoas. Precisamos romper com essa tentação – o orgulho espiritual - e nos converter a Deus e ao nosso próximo; para isso, é necessário caminhar em humildade espiritual (Mateus 5.3; Miquéias 6.8; João 13.12-17).
A humildade nos permite ter um verdadeiro autoconhecimento e também provar e conhecer mais da Graça de Deus. A ausência de humildade distorce a imagem que temos de nós mesmos; não desejamos com isso que as pessoas se menosprezem e se sintam, constantemente, a pior das pessoas. Ser humilde, não diz respeito a distorcer a nossa imagem, mas a reconhecer nossas limitações, encará-las e superá-las, sabendo que para isso é preciso provar e depender da Graça de Deus.
A humildade mantém o centro da vida cristã no eixo certo: o centro da vontade de Deus. A pessoa que tem o Senhor como centro de sua vida, não concentra sua existência “em si mesma”, como fez o fariseu. Forcar-se em si mesma, de maneira cega, obstinada e egoísta, é colocar como alvo de nossa adoração o nosso ego, as nossas necessidades e desejos. Não é isso que Deus, o verdadeiro motivo de nossa adoração deseja.
O convite à humildade nos desfia a:
-analisar o modelo de espiritualidade que vivemos;
-investir tempo em perceber que imagem construímos de nós mesmos;
- pensar como e em que medida buscamos estar no centro da vontade de Deus;
-depender integralmente da Graça de Deus.
Conclusão:
Cristo tornou-se mais que um Deus no corpo humano, ele assumiu os atributos da humanidade e se identificou com as necessidades e fraquezas básicas da humanidade. Ele tornou-se o Deus-Homem, plenamente Deus e plenamente homem. Jesus humilhou-se mais ainda, no sentido de que não exigiu seus direitos como Deus e como homem, mas sujeitou-se a ser perseguido e a sofrer nas mãos de pessoas que não acreditavam no Reino de Deus.
Além da perseguição, Jesus chegou ao ponto mais baixo, ao extremo da humilhação para a ‘época, quando morreu como um criminoso, seguindo o plano de Deus para ele (Filipenses 2.8). Tanto na parábola quanto no texto de Filipenses, Jesus nos adverte a renunciar nossos privilégios e direitos para caminhar na vontade de Deus e viver em humildade. Qual a sua disposição para isso?
Conversa Afiada
Todas as pessoas, especialmente as muito envolvidas na igreja estão sujeitas à tentação de orgulhar-se espiritualmente. Além de anseio pela humildade, que outras estratégias nos ajudam a não ceder a essa tentação?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Lucas 18.9-14
:: Segunda-feira: 2 Samuel 22.19-29
:: Terça-feira: Salmo 10.12-18
:: Quarta-feira: Provérbios 15.28-33
:: Quinta-feira: Miquéias 6.1-8
:: Sexta-feira: Tiago 1. 9-10
:: Sábado: 1 Pedro 3.8-12
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 10
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
PERDOAR: UM ATO DE FÉ!
Texto bíblico: Mateus 18.15-22
INTRODUÇÃO:
Alguém certa vez, brincado com as palavras disse: “Jesus ensinou às pessoas que se amassem e não se amassassem”. Cotidianamente, temos o desafio de construir relacionamentos que sejam pautados no amor, no respeito, na tolerância, e em sentimentos que valorizem a outra pessoa e não a diminuam.
Infelizmente, muitas pessoas se esforçam bastante para desfazer esse ideal e, ao invés de pontes, constroem muros que segregam, discriminam e produzem sentimentos que dificultam o convívio com o outro. O resultado disso é cada vez mais pessoas “se amassando”, ou seja, confronto, revolta, briga, vingança, pessoas machucadas, feridas, rancorosas e incapazes de dar aquilo que não receberam: o amor e o perdão.
Fundamento Bíblico
Foi por conhecer as intenções do coração humano, que Jesus se esforçou para ensinar sobre o perdão. Um tema muito defendido pelo Senhor e que abre caminho para curas na alma, para a paz no espírito e para alcançarmos respostas às orações. Mas a falta do perdão abre caminho para angústias e fraqueza espiritual. Os ensinos do Mestre os convidam a refletir sobre o tema, com um olhar para nosso próprio coração e nossos relacionamentos.
As palavras de Jesus no texto bíblico abordam como devem ser o comportamento cotidiano dos filhos e filhas de Deus. Ao ser perguntado por seus discípulos, que desejavam competir entre si, sobre quem seria o maior no Reino de Deus (Mateus 18.1), Jesus responde elencando importantes exemplos: as crianças, símbolo dos fracos e humildes. (Mateus 18.2); aqueles que mudam seu comportamento pelo bem do Reino de Deus (Mateus 18.8-9); e quem trata os erros de um irmão com amor e perdão (Mateus 18.15-22).
No texto bíblico do nosso estudo, vemos que Jesus aborda o tema do perdão a partir de duas situações: a primeira é quando alguém nos atinge e nos torna os(as) maiores prejudicados(as); uma segunda circunstância ocorre quando o erro de uma pessoa afeta a vida de outras e passa a ser um problema da Igreja, no sentido de como esta comunidade deve lidar com isto. Em ambos os casos, Jesus ensina sobre a importância de dar e não recusar o perdão.
No caso da ofensa pessoal (Mateus 18.21-22), Jesus instrui o apostolo Pedro que o perdão deve ser oferecido sempre que necessário. Não existe um limite para perdoar, como, como pensavam os judeus. No caso de esgotadas todas as possibilidades de reconciliação (Mateus 18.15-17), Jesus orienta tratar essa pessoa que errou, que ele identificou como “teu irmão”, como um gentio e publicano.
Quem eram os gentios e publicanos?
Gentios e publicanos eram vistos pelos doutores da Lei como pessoas pecadoras, impuras e indignas do amor de Deus. Os judeus se referiam aos gentios como pessoas pecadoras, impuras e indignas do amor de Deus. Os judeus se referiam aos gentios como os “da incircuncisão”, por não terem sido circuncidados na carne, por isso, não os reconheciam como povo de Deus. Os publicanos, por sua vez, eram rejeitados por trabalharem para o governo romano como cobradores de impostos, profissão conhecida como desonesta.
Para os escribas e fariseus, tratar uma pessoa como um gentio ou publicano seria o mesmo que excluí-lo definitivamente do seu convívio. Para Jesus, não era assim. Os discípulos de Jesus já sabiam que gentios e publicanos eram alvos do amor de Deus: um exemplo é o discípulo Mateus, que foi um publicano, mas não deixou de ser acolhido por Jesus e chamado para participar em sua Missão.
Palavra que ilumina a vida
O ensino de Jesus, no referido texto, aborda o tema do perdão, a partir do nosso relacionamento com alguém que diretamente nos ofendeu. A Bíblia sempre relata a possibilidade de conflitos nos relacionamentos pessoais, mas ressalta veementemente a necessidade da reconciliação a partir do perdão sincero.
Uma das críticas de Jesus aos escribas e fariseus referia-se ao discurso de justiça e santidade que eles anunciavam e que na prática não aconteciam. Esses doutores da Lei conheciam as Escrituras, mas não exercitavam os seus ensinos. Jesus sempre condenou essa postura, instruindo que não basta saber, é preciso viver o que se sabe.
Devemos estar sempre disponíveis a perdoar qualquer pessoa, seja qual for a ofensa. Sacrifício mito maior foi o que Cristo ofereceu por nós, “ao nos dar vida, estando mortos em nossos delitos e pecados” (Efésios 2.1). Quando nos lembramos do que Cristo fez por nós, apoiados em seu amor, encontramos forças para transformar toda a amargura e ressentimentos em perdão. Essas são afirmações muito desafiadoras.
Ao olharmos para nossa humanidade, podemos nos sentir incapazes de cumprir tal desafio. Essa é uma atitude que pode parecer impossível a nós, porque só quem sofreu com a ofensa, sabe o tamanho da dor por ela gerada. É em meio a essa dor, que a Graça de Deus pode agir, nos restaurar e nos ajudar a perdoar.
Conclusão:
Jesus nos chamou para vivermos em comunidade, em um só corpo, mas sempre sinalizou que esta não tarefa fácil. As palavras do Mestre, expostas diretamente a seus discípulos, nos ensinam que tanto na igreja, como em nossa própria vida, sempre há algo a ser resolvido, e devemos fazê-lo.
E quando somos nós que ofendemos outras pessoas? Quando não vigiamos nosso falar e machucamos, magoamos e acusamos? Por meio da Graça de Cristo, devemos nos arrepender e procurar corrigir nosso erro, sabendo que o perdão de Deus também estará disponível a nós. O perdão é a porta para um relacionamento saudável, verdadeiro, sem conflitos e sem feridas na alma.
Conversa Afiada
Quais são os argumentos que geralmente usamos para não perdoar?
O que nos impede de exercitarmos o perdão?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Mateus 18.15-22
:: Segunda-feira: Salmo 38
:: Terça-feira: Mateus 18.23-35
:: Quarta-feira: João 8.1-11
:: Quinta-feira: 1-Pedro 2.1-5
:: Sexta-feira: Daniel 9.4-9
:: Sábado: Mateus 6.9-15
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 9
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
JEJUM: EXERCÍCIO DA FÉ E RENÚNCIA
Texto bíblico: 2- Corintios 11.27
INTRODUÇÃO:
A prática do jejum é antiga: 3000 anos antes de Cristo já se tinha registro dessa realização. Foi observada em diferentes épocas e por diversas religiões, e seu uso tanto esteve associado à aproximação de divindades, quanto às técnicas medicinais para promover ou melhorar a saúde física. A prática do jejum pelos cristãos e cristãs revela um reconhecimento do senhorio de Jesus Cristo e expressa, por quem faz, renúncia e entrega ao seu Senhor. O jejum é uma abstinência parcial ou total de alimentos, e tem por finalidade afligir o copo físico, a fim de se alcançar mais força para a vida espiritual.
Fundamento Bíblico
O jejum é a abstenção de alimento e água, mas sua verdadeira finalidade é a de se alcançar o fortalecimento do corpo espiritual (Gálatas 5.17). Não que o corpo físico precise ser castigado pura e simplesmente; mas quando há um jejum, nossa força espiritual se intensifica para buscarmos um contato mais profundo com Deus. Exemplo disso foi o jejum feito por Cristo, no inicio do seu ministério, quando foi tentado pelo diabo no deserto.
O jejum no antigo Testamento
O jejum aparece no Antigo Testamento como forma de humilhação espiritual, com destaque para a frase “afligir a alma” Levítico 16.29-31; Salmo 35.13; Isaias 1.12 ou como fruto de tristeza gerada por arrependimento (Joel 1.13-14 e 2.12). Porém, praticado sem estes sentimentos, era condenado pelos profetas como ato que desagradava a Deus, pois eram estas emoções que davam ao jejum o seu verdadeiro valor (Salmo 51-17).
No Antigo Testamento, o jejum muitas vezes era praticado como forma de preparação para se falar com Deus (Êxodo 34.28; Deuteronômio 9.9; Neemias 9.1-3). Outra razão pelo qual os israelitas jejuavam era para alcançar o favor de Deus, diante da opressão dos inimigos e, assim, alcançar vitória (2. Samuel 12.16-23). No livro do profeta Isaías encontramos promessas para quem jejua (Isaías 58.8-11-12).
O jejum no Novo Testamento
No Novo Testamento, o jejum era praticado tanto pelos primeiros cristãos e cristãs, como vimos anteriormente, quando pelo próprio Jesus (Mateus 4.1-2), que deixou a seus discípulos algumas instruções acerca dessa prática (Mateus 6.16-18). Até os Fariseus eram praticantes do jejum , observando-o duas vezes por semana (Lucas 18-12). Deus não se agrada somente de sacrifícios, do afligir do corpo, mas sim do afligir a alma; embora o afligir do corpo seja necessário, pois, durante o jejum, os desejos da carne são anulados pela força do espirito (Romanos 8.5-6).
O jejum não tem valor algum, se a atitude do coração não for de contrição, em espirito de oração e humilhação diante do Senhor. Sendo assim, a prática do jejum, que visa nos aproximar de Deus, necessita ser observada em total reverencia e, para atento, quanto mais afastados da TV ou entretenimentos da internet, melhor.
Palavra que ilumina a vida
Vivemos em uma época em eu o exercício da piedade tende a ser esquecido e abandonado tanto em nossa vida pessoal quanto comunitária. Na sociedade contemporânea, há uma forte ênfase para a supervalorização do corpo humano. Na busca pelo corpo perfeito, homens e mulheres fazem loucuras para alcançar seus objetivos, como cirurgias plásticas, tratamentos medicamentosos para acelerar o emagrecimento, uso de suplementação alimentar e desenvolvimento de distúrbios alimentares, como a bulimia. Com tanta ênfase a esse “culto ao corpo” que muitas vezes está presente também no meio da igreja, a prática do jejum como exercício para a disciplina espiritual tende a ser esquecida.
Atualmente, a ênfase e a importância que damos ao jejum não é a mesma observada pelos primeiros cristãos/ãs. O jejum praticado no passado tinha o objetivo do fortalecimento da fé, do aperfeiçoamento do caráter cristão, da formação da pessoa que o fazia pelo Espirito de Deus, a fim de ser usada na expansão do seu Reino. Em nossos dias, muitas vezes, o que vemos é a prática do jejum como forma de “barganha”, na qual são expostos os interesses pessoais, e não a total entrega na presença de Deus. Dessa forma, é preciso entender que nos apropriarmos dessa prática nestes termos expostos acima, nada mais revela a nosso respeito, do que uma religiosidade falsa ou imatura. Nosso jejum precisa ser direcionado para Deus, e o centro deste jejum precisa ser somente Deus.
O jejum para nós cristãos/ãs, não pode ser um simples ritual e muito menos ser praticado sem uma vivência real dentro do Evangelho. O jejum é uma prática que agrada a Deus (Isaías 58.1-7); por isso, separar um tempo para se dedicar exclusivamente a buscar o Senhor e, nesse caso, abrindo mão do alimento, por um estado de tempo que não prejudique nossa saúde, é legitimo e deve ser incentivado. Contudo, se isso não vier associado a uma vida dedicada em servir a Deus e ao próximo, torna-se apenas um ritual sem sentido, vazio e desprovido de resposta positiva da parte de Deus.
Alguns equívocos cometidos sobre o jejum acabam sendo praticados por alguns círculos cristãos. Devemos lutar para eu estes equívocos não sejam reais em nosso meio. Não devemos jejuar e, com isso, nos julgarmos mais espirituais do que aquele que não o faz. Fazer desse ato de piedade troféu ou ponte para a superioridade espiritual em relação às outras pessoas é cair em um dos erros denunciados pelo profeta Isaías (Isaias 58).
Ao mesmo tempo, também não se deve praticar o jejum para procurar “convencer” Deus. Ele sabe do que precisamos, e não será o autoflagelo que “tocará” o coração de Deus. O jejum dever ser feito com equilíbrio emocional e não como forma de barganha. Deus não está à procura de filhos e filhas que se comportem como “crianças mimadas”. O Senhor requer de nós maturidade espiritual.
Conclusão:
O jejum bíblico como objetivo nos estimular a uma concentração maior na oração e nos momentos de devoção a Deus. Mas, jamais, deve ser praticado como devoção externa. Deve, em principio, sinalizar uma entrega que, internamente, já é verdadeira e, principalmente, testemunhada nos atos de misericórdia.
Assim, devemos valorizar a prática do jejum sem negar ou diminuir o empenho da implementação do Reino de Deus na face da terra. O jejum deve nos ajudar a compreender a riqueza da vontade divina e a caminhar para sua plena realização.
Conversa Afiada
Compartilhe com o grupo experiência de dificuldades que você possui acerca do jejum.
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: 2 Coríntios 11.27
:: Segunda-feira: Isaias 58
:: Terça-feira: Mateus 6.16-18
:: Quarta-feira: Lucas 18.9-14
:: Quinta-feira: Mateus 4.1-11
:: Sexta-feira: Zacarias 7.1-14
:: Sábado: Daniel 9.1-19 e Atos 14.23
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 8 ---
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
SUBMETER-SE A DEUS PARA RESISTIR AO DIABO
Texto bíblico: Mateus 4.1-11
INTRODUÇÃO:
O cultivo da nossa espiritualidade colabora diretamente com o fortalecimento da nossa fé. Quando cuidamos da nossa vida espiritual e investimos nela, criamos um alicerce sólido que nos ajuda a resistir às provas e tribulações. A falta deste cuidado será uma porta aberta para cedermos às tentações e a todos os propósitos que elas nos apresentam. Refletir sobre a experiência da tentação de Jesus no deserto, ajuda a aprender a resistir e vencer nossas tentações.
Fundamento Bíblico
Ao estudarmos sobre a tentação de Jesus não queremos minimizar esse evento, comparando-o a qualquer outro tipo de tentação já vivenciada por alguém; de fato, nada se comparara à tentação vivida pelo filho de Deus, bem como ao seu sacrifício. No entanto, há muito que se inspirar nesse encorajador relato bíblico. Após o batismo, Jesus foi levado ao deserto para ser tentado. Ele vence o diabo e segue fortalecido para desempenhar o seu ministério. Esse relevante episódio foi registrado em três, dos quatro Evangelhos. Al\em de Mateus, você o encontra em Marcos 1.12-13 e Lucas 4.1-13.
O deserto é lugar de insegurança, onde o caminho vai sendo feito aos poucos; é lugar de impossibilidades e solidão, ele nos remete ao abandono. O deserto também é o lugar da exposição da impotência humana e da supremacia divina (Êxodo 16.3-4). Jesus não está sozinho no deserto, o Pai caminha com ele e, nessas circunstâncias, o diabo se apresenta para tenta-lo.
Na origem da palavra diabo, está a sua função: auele que vem para confundir, para separar. É em meio às dificuldades no deserto que o enganador distorce a Palavra de Deus para tentar e enganar Jesus Cristo.
Vamos analisar as tentações:
1ª- tentação – a fome: “Se és filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pão” (Mateus 4.3): já havia um tempo que Jesus não se alimentava (v.2) e, com certeza, estava com fome. Mais do que a fome, a ausência de alimento, por um longo período de tempo, provoca enfraquecimento do corpo físico e confusão mental. Em sua astúcia, o diabo propõe que Jesus satisfaça as suas necessidades físicas transformando pedras em pães.
Se Jesus cedesse à tentação de transformar pedras em pães, ele não estaria simplesmente fazendo demonstração do seu poder, mas atestando a sua incredulidade na provisão divina, que nos garante, por sua Graça, o pão nosso de cada dia. Além disso, Jesus quebraria o propósito de estar em por um determinado tempo e desobedeceria a Deus para satisfazer suas necessidades pessoais. Cristo encontrou na própria Palavra de Deus, citada em Deuteronômio 8.2-3: “... nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4.4), a força para resistir a essa tentação.
2ª – tentação – os anjos ao seu dispo: “Se´ és filho de Deus , atira-te abaixo” (Mateus 3.6). Jesus estava destinado a chegar à cidade Santa montado em um jumento. Cair do pináculo no templo, era trocar o jumento pelo cavalo do Imperador, era trocar a simplicidade pela arrogância do espetáculo e da autopromoção. A essa proposta, Jesus responde: “não tentarás ao Senhor teu Deus” (v.7), também citada Palavra registrada em Deuteronômio 6.16.
Palavra de Deus não deve ser usada em beneficio próprio. Essa resposta dada por Jesus, tem em sua sequência o versículo que diz: “Diligentemente, guardarás os mandamentos do Senhor, teu Deus”(v.17), ou seja, os mandamentos do Senhor precisam ser guardados com zelo, com cuidado. O respeito e a reverência devem estar presentes em nossa relação com a Palavra de Deus, não somente quanto à leitura e ao reconhecimento, mas na dedicação de sermos cumpridores(as) da mesma
(Tiago 1.22.15).
3ª – tentação – a glória do mundo: “tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (Mateus 4.9). Aqui já não há mais o uso das Escrituras por parte do diabo, ele não se vale desse artificio para mostrar o que veio fazer, ele quer se colocar entre Jesus e Deus para frustrar os propósitos divinos. Sua tentadora oferta exige uma condição: que Jesus o adorasse, mas o Cristo também sabia o porquê havia vindo a este mundo: para destruir as obras de satanás (1 João 3.8) e por isso, mais uma vez resistiu e o venceu.
Ceder a essa tentação da glória do mundo é optar por uma vida mundana com valores contrários à Palavra de Deus. O propósito do diabo é fazer com que nos esqueçamos de que somos filho e filhas de Deus. Foi essa dúvida que ele tentou lançar sobre Jesus, que convicto de sua relação com o Pai, venceu o enganador e todas as tentações. “Retira-te Satanás, porque está escrito: ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele prestarás culto”(Mateus 4.10; Deuteronômio 10.20).
Ao resistir à tentação, ele pôde ser alimentado fisicamente, pois nessa exercício de fidelidade o seu Espirito j’\a estava alimentado e fortalecido. Foi a humanidade de Jesus que garantiu a ele a possibilidade de ser tentado, e ele em nenhum momento se utilizou da sua divindade. Sua segurança estava na certeza da presença do Pai em sua vida.
Palavra que ilumina a vida
Em nossa caminhada cristã, deparamo-nos com experiências tentadoras que querem nos desviar dos planos de Deus para nós. Diante dessas propostas, somos convidados(as) a permanecermos firmes na fé, sabendo que “o Senhor sabe livrar das tentações os piedosos” (2 Pedro 2.9).
É inevitável vivenciar os desertos da vida, mas eles podem ser excelentes possibilidades de fortalecermos a nossa obediência a Deus. O jejum, a oração e o conhecimento da Palavra foram as estratégias utilizadas por Jesus para vencer o diabo, e elas estão disponíveis a nós hoje. Cristo não abriu mão da sua humanidade nesse processo e isso nos sinaliza que, apesar das nossas fragilidades, Deus nos capacita para vencer as tentações: “juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a posais suportar” (1 Corintios 10-13).
Dietrichf Bonhoeffer, pastor e teólogo alemão, disse certa vez que “a resistência contra o diabo só é possível na total submissão sob a mão de Deus”, foi assim que Jesus se comportou na sua relação com Pai, quando foi tentado pelo diabo. A carta escrita por Tiago também afirma isso quando diz: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”( Tiago 4.7).
As tentações vivenciadas e vencidas por Jesus o fortaleceram para seguir adiante. Assim sendo, nossas vitórias sobre as tentações devem nos fortalecer em amor, humildade e compaixão pelas pessoas. Não podemos cair na tentação de usrmos nossas experiências para autovalorização a ponto de acreditar que somos mais santos(as) do que outras pessoas, isso seria ceder ao convite do diabo de se jogar do pináculo do templo par a glória do mundo.
Conclusão:
Para finalizar, trazemos a contribuição de Dietrich Bonhoeffer em seu livro A Tentaçao. P.45: “Ninguém deve esta nem por um instante seguro de que ficará livre da tentação. Não há tentação que não pudesse me assaltar ainda neste momento. Ninguém creia que Satanás esteja longe dele: “Ele anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pedro 5.8). Nesta vida, não estamos seguros em nenhum momento em relação à tentação e à queda. Por isso, não te ensoberbeças quando vires outros tropeçando e caindo. A segurança vai tornar-se uma cilada para ti. Portanto, “não te ensoberbeças, mas teme” (Romanos 11.20). Deves estar sempre preparado, para que o tentador não tenha poder sobre ti”.
Conversa Afiada
Discuta em classe a afirmação: “é mais fácil resistir à tentação, do que sair dela”.
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Mateus 4.1-11)
:: Segunda-feira: 1 Coríntios 10.1-13
:: Terça-feira: Romanos 12-1-2
:: Quarta-feira: Salmo 37
:: Quinta-feira: Eclesiastes 12.1-8
:: Sexta-feira: Deuteronômio 6.1-25
:: Sábado: Mateus 6.9-13
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 7 ---
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
ARREPENDIMENTO DEUS DISCIPLINA A QUEM AMA -
Texto bíblico: 2 Samuel 12
INTRODUÇÃO:
Uma das maiores dificuldades do ser humano é reconhecer e confessar seus próprios erros. Para muitas pessoas, confessar suas falhas é sinal de fracasso, de vergonha e humilhação. Porém, para Deus, confessar as falhas é sinal de força, de graça e de recomeço. A confissão e o arrependimento são o caminho para o coração de Deus. Este é o tema da nossa lição.
Fundamento Bíblico
O texto em destaque nos apresenta Davi em sua experiência com a cobiça e o quebrantamento. O capítulo 12 de 2 Samuel é a parte final de uma história que começa no capítulo 11 com o relato do adultério do rei. Assim como Jesus (Mateus 13.34), o profeta Natã se utilizou de uma parábola para exortar a Davi. Consciente de seu papel profético de denúncia do pecado e anúncio da justiça, Natã conta a sua história.
Ao ouvir a exposição da parábola, Davi, como rei, julga em favor da pessoa pobre e sentencia o homem rico à morte. No entanto, quando convencido do seu pecado, percebe-se tão perverso e pecador quanto o homem rico. Ao ter seu pecado diante de si, reconhece que não há mais como esconder-se; tudo que fora possível fazer para encobrir o seu pecado, ele já tinha feito: enganou matou Urias e casou-se com Bate-Seba. Agora sera preciso encarar a verdade.
A cobiça surge em Davi à medida que ele dá espaço para a falta de compromisso. Era época de ir à guerra e ele escolheu passear no terraço
(1 Samuel 11.1). Não queremos dizer que o lazer seja maléfico, de sua função. Além disso, ele não precisava ter Bate-Seba, tinha um harém ao seu dispor, mas preferiu desejar o “fruto proibido”. Afinal, ele era o rei e podia ter tudo o que quisesse. Um rei ungido por Deus não pode usar o seu poder em benefício próprio, especialmente quando isso implica no sacrifício e na morte de outras pessoas.
Ao encarar a verdade, Davi se quebranta e se arrepende. Uma expressão de seu quebrantamento é o Salmo 51: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar” (v.4). Duras foram as conse quências do pecado de Davi: a morte de seu filho e a desarmonia em sua casa; mas, em nosso estudo, o foco está na postura arrependida de Davi, prostra-se, jejua e, diante da morte, não se revolta, mas obedece e vai adorá-lo porque se reconhece totalmente dependente de Deus.
O rei Davi já não quer viver pelo seu prazer, senão pela direção do Senhor, que misericordiosamente o perdoou e acolheu. Agora ele pode mudar as suas vestes e comer o pão que dá vida. É o Davi disciplinado, ciente de sua pequenez, que ensina aos seus servos que não se deve ir contra a vontade do Senhor. O Davi consolado, consola Bate-Seba.
Nasce Samuel, a quem o Senhor amou.
Palavra que ilumina a vida
A riqueza desse texto nos traz as mais diversas interpretações. São muitos os pontos que podem ser destacados para iluminar a nossa vida; mas, diante da intenção desse texto, enfatizaremos o arrependimento de Davi. O que podemos aprender?
Disse Jesus: “Porque vês tu o arqueiro (cisco) no olho do teu irmão, e, porém não reparas na trave que está no teu próprio olho” (Mateus 7.3). A atitude de Davi diante da parábola de Natã ilustra bem as palavras de Jesus. Um coração não arrependido está disposto a acusar sem escrúpulos e cuidado. Natã apontou o erro de Davi, mas não o fez em tom acusatório, senão com o desejo de reconciliar Davi com Deus. Para exercer o ministério da reconciliação (2 Coríntios 5.18), precisamos viver com o coração cotidianamente quebrantado.
Martim Lutero afirma que “se você não sentir mais pecados, então certamente já está amortecido por eles”. O arrependimento é justamente o movimento contrário à permanência no pecado. Ele é fruto da graça de Deus, do amor divino que não nos olha com olhos humanos. Em nossa humanidade, julgamos quem peca. A graciosidade divina acolhe, educa, disciplina e restaura quem peca. Quebrantar-se, mudar de atitude, não deve ser motivo de vergonha; ao contrário, é mostrar que não se conforma com pecado, é buscar o perdão com a ousada confiança no amor de Deus.
O quebrantamento provoca mudanças.
A partir de um movimento interior, as atitudes são transformadas. O verdadeiro quebrantamento não é arrependimento sem compromisso, ele deve nos levar a nos prostrarmos diante de Deus, mas também a nos levantarmos confiantes na graça e amor divinos, desejando comer o Pão da Vida, que alimenta não a cobiça, mas o desejo de estar no centro da vontade de Deus.
Entre idas e vindas da nossa relação com Deus, estão a cobiça e o quebrantamento. A cobiça nos afasta de Deus porque nos retira do centro de sua vontade; ela é mais perversa do que desejo. Na cobiça por algo, podemos agir sem nenhum pudor para atingir o que desejamos. O quebrantamento surge quando damos ouvidos ao clamor do pudor, da ética e dos valores de preservação da vida e da dignidade, seja a nossa, ou de outra pessoa que foi enredada por nossas cobiças. Quando a cobiça encontra raiz em nosso coração, o quebrantamento é a enxada para retirá-la. Quebrantar-se é dar espaço a repreensão de Deus, por saber que ele disciplina a quem ama: “Ora, na nossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e apoia a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?” (Hebreus 12.4-7).
Conclusão:
Davi traiu a Deus e as pessoas. Ele enxertou Bate-Seba não como uma pessoas, mas como uma mercadoria disponível. O arrependimento gerou à confissão da traição e o consolo da mulher que perdera o filho (2 Samuel 12.24). O adultério é um tema muito importante a ser discutido. No entanto, aqui queremos usar a imagem da traição para afirmar que, quando nos dispomos a estar cotidianamente arrependidos(as), já não queremos trair a Deus, as pessoas e a nós mesmos(as); além disso, o coração arrependido nos aproxima, de maneira amorosa e reconciliadora, das pessoas que estão sofrendo em seus pecados e dificuldades. Davi aprendeu e afirmou: “sacrifícios agradáveis a Deus são o espirito quebrantado; coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus” (Salmo 51.17)
Conversa Afiada
“Mesmo os mais vigilantes na guarda da verdade se encontram apenas meio crucificados para o mundo”, porque a raiz má ainda permanece em seu coração” (John Wesley). Qual o valor do arrependimento em um coração que ainda tem em si uma raiz má?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: 2 Samuel 12
:: Segunda-feira: Mateus 7.7
:: Terça-feira: Filipenses 4.6-7
:: Quarta-feira: Hebreus 11.l-3
:: Quinta-feira: Romanos 8.,26
:: Sexta-feira: Isaias 41.14
:: Sábado: João 14.13-14
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 6
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
DESABAFAR É PRECISO
Texto bíblico: 1 Samuel 1.1-20
INTRODUÇÃO:
Ao longo da vida, acumulamos muitas experiências – umas boas, outras ruins! Cada experiência vivida produz sentimentos e deixa marcas em nós. Alguns destes sentimentos ou sensações não são bons: tristeza, decepção, frustração, dor, raiva, angustia, ansiedade, se acumulados, podem nos fazer muito mal. Por isso, o exercício de colocar essas coisas para fora ajuda a manter nossa saúde emocional e espiritual. A essa prática, chamamos “desabafo”. Há inúmeros exemplos bíblicos sobre este tema. Para refletir sobre ele, estudaremos a história de Ana.
Fundamento Bíblico
O texto traz personagem central uma mulher, cuja história é mais conhecida por ser a mãe de Samuel. Ela é um bom exemplo da importância do desabafo em nossa espiritualidade; e as outras pessoas presentes no texto nos ajudam, também, a entender como ele acontece e é visto na comunidade de fé.
Ana, com amargura de alma, atribulada de espírito, ansiosa, aflita, chorosa e sem apetite, representa o ser humano com suas inquietações (versos 7,10, 16). Ser mãe, no contexto em que Ana vivia, era o que conferia dignidade às mulheres. A infertilidade era considerada uma “maldição” e colocava a mulher, que já era diminuída em relação ao homem, numa condição mais inferior ainda.
O fato de Ana não poder ter filhos provocava grande sofrimento em sua alma. Este sofrimento torna-se ainda maior, quando passa a ser ridicularizada e maltratada por Penina, que representa a sociedade que cobra de nós atos ou posições que muitas vezes não somos capazes de cumprir. Penina constantemente a irritava (versos 6 e 7). Muitas expectativas também, nem sempre, conseguimos perceber e compreender os sentimentos e tristezas das pessoas que nos são mais chegadas esposa, esposo, filhos, filhas, pais, mães, irmãos, irmãs, amigos e amigas.
Eli o sacerdote, representa a Igreja, que pode errar e acertar em nossa caminhada cristã. O sacerdote a observa (v.12), interpreta-a (v.13), chama-lhe a atenção (v.14), ouve (v.15) e a abençoa (v.17). Ele, também, a principio, não é capaz de compreender o que se passa com Ana e a interpreta mal. Antes mesmo de buscar entender, baseado em seu juízo, repreende-a. Mas ele tem a sensibilidade para ver seu engano, perceber o sofrimento da mulher e abençoá-la.
Palavra que ilumina a vida
É na oração, que Ana encontra o que precisa. É na presença de Deus, que ela encontra abrigo, consolo e resolve sua amargura. Mas isso só acontece, porque realiza a prática do desabafo. No exercício de “por para fora” os sentimento e desejos que estão dentro de si, ela experimenta a alegria e a paz (v.18), antes de obter a bênção que tanto queria. Há nela sinais de mudança que só acontece no encontro real com Deus, encontro de alguém que se revela, se expõe, sem medo de demonstrar o que sente.
O próprio Jesus chorou e não escondeu de seus discípulos a tristeza que sentia: “A minha alma está profundamente triste até ã morte, ficai aqui e vigiai comigo” (Mateus 26.38). Em oração, falando com o Pai e para os seus amigos, ele põe fora o seu sentimento; e nós devemos fazer o mesmo.
Eli julgou Ana pela aparência. Nós nem sempre somos compreendidos(as) e compreendemos o que está acontecendo com nosso irmãos e irmãs. Por isso, o juízo prévio sempre deve ser evitado. Para que isso não aconteça em nossa comunidade de fé, o caminho é a proximidade, o diálogo e a disposição para abençoar. Estas atitudes contribuem para a construção de um ambiente confiável, onde, sem medo de sermos mal interpretados(as), podemos receber a acolhida dos nossos desabafos.
Outro desafio é estarmos sensíveis à dor do nosso irmão ou irmã, Na mesma medida que queremos ser acolhidos(as) nas nossas dores, de vemos acolher e escutar, sem julgar, quem precisa desabafar.
Conclusão:
Deus nos cura na prática do desabafo; mas isto representa um desafio para nós. Não é tão fácil demonstrar sentimentos, ao contrário, nos ensinam a sufoca-los: diante da dor do outro, ficamos desconfortáveis e as palavras que nos vêm a boca são: “Não chore!”, Não fique assim!”, “Homem não chora!”; “Crente tem que ser forte!”.
Quem se fecha e não consegue desabafar pode acumular sentimentos ruins, e isso faz muito mal. A prática do desabafo ajuda a manter em dia nossa saúde emocional e espiritual. Essa prática, perante as outras pessoas e, especialmente, perante Deus, deve ter lugar em nossa caminhada de fé. Desabafe!.
Conversa Afiada
A partir de sua experiência, dialogue com o grupo sobre os benefícios e riscos do desabafo.
:: Domingo: 1 Samuel 1.1-20
:: Segunda-feira: Salmo 142
:: Terça-feira: Mateus 26.36-46
:: Quarta-feira: Salmo 137
:: Quinta-feira: Gálatas 6.1.-5
:: Sexta-feira: Salmo 102
:: Sábado: Salmo 73
LIÇÕES RETIRADAS DA REVISTA EM MARCHA –
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 5
ESCOLA DOMINICAL – LIÇÃO 5
ESTAR MAIS PERTO DE CRISTO
ACHAR A GRAÇA DA VIDA
Texto bíblico: 2 Samuel 9.1-13
INTRODUÇÃO:
Num movimento interno e externo, vamos interferindo na vida e sendo interferido(as) por ela. Durante a nossa existência, as experiências que temos vão nos moldando e, porque não dizer, transformando também. Nessas transformações, nos deparamos com nossas virtudes e fragilidades, com nossos medos, traumas e sentimentos de inferioridade. Libertar-se disso é muito importante para que tenhamos uma saudável relação com Deus e com as pessoas. Por outro lado, é por meio da relação de verdade e intimidade com Deus que nos libertamos.
Fundamento Bíblico
O texto bíblico traz a história de Mefibosete, um homem machucado, ferido, que um dia foi alcançado pela graça divina manifestada através de Davi. Para entender essa história é preciso revisitar a história de Davi e Jônatas. Eles desenvolveram uma bonita e fiel amizade (1 Samuel 18. 1-4). Jônatas era filho do rei Saul que se tornara inimigo de Davi, apesar disso, a amizade entre os dois se fortalecia. Davi prometeu que quando assumisse o reinado, cuidaria da família do amigo (1 Samuel 20.14-17).
O tempo passou e Davi se lembrou dessa aliança e, por isso ficou sabendo da existência de Mefibosete que era filho de Jônatas, neto de Saul. O príncipe que havia nascido para reinar, ao ter a sua vida protegida da morte por sua ama (2 Samuel 4.4), caiu e ficou manco. Uma tragédia mudou a história de Mefibosete.
O nome Mefibosete significa vergonha. Após seu acidente, ele vai viver isolado, escondido, por cerca de mais ou menos 15 anos, em uma cidade chamada Ló-debar, uma cidade esquecida. Ali ninguém se lembraria dele, e ficar ali, talvez fosse proposital. Mefibosete, com vergonha de sua vida e história, provavelmente não queria ser encontrado. Saber da existência do filho de seu amigo, Davi mandou busca-lo e foi bondoso e misericordioso para com ele (2 Samuel 9.7).
Palavra que ilumina a vida
A vida de Mefigosete foi marcada por decepções, medos, frustrações, tristezas, angústias, perdas irreparáveis. É nessa situação que Davi o encontra. Muitas vezes somos encontados(as) assim por Deus. O que Davi fez a Mefibosete é o que Cristo fez por nós, Ele nos salvou, manifestou a sua Graça, estendeu sua misericórdia e bondade. Na nossa perdição, ele nos buscou e nos atraiu para a sua presença (Ezequiel 34.11).
Identificando-nos com os traumas de Mefibosete
A palavra “trauma”, em sua raiz etimológica, significa “uma lesão causada por um agente externo”. Essa lesão está ligada a feridas ocasionadas quando nossas defesas psicológicas são violadas. Um trauma resulta de uma experiência emocional desagradável, que deixa uma marca interior que pode durar muito tempo. Os traumas de Mefibosete, muitas vezes podem ser os nossos também. Vejamos quais foram eles?
Traumas Familiares: sua família morreu. As pessoas que lhe serviam de amparo já não estavam mais ali. Isso também ocorre conosco. A perda de um familiar é uma situação extremamente difícil, seja por meio da morte física, ou da morte dos relacionamentos. Às vezes, nossas famílias se desestruturam de forma que nos sentimos impotentes, e isso pode nos ocasionar problemas emocionais.
Traumas emocionais: todas as situações vividas por ele justificam seus problemas emocionais; sua ferida, sua autoimagem destruída. Ele se via como um cão morto (1 Samuel 9.8). Nossas duras experiências podem afetar negativamente a nossa autoestima, distorcer a imagem que temos de nós e a nossa ideia de como Deus nos enxerga.
Em meio a tudo isso, o fraco e triste Mefibosete foi restaurado. Quando?
No momento em que foi ao encontro do rei: o rei o chamou e ele atendeu; no momento em que decidiu não se esconder, mas expor sua situação, sua dor e vergonha.
Ao entrar na presença do rei, ele passou a comer pão continuamente em sua presença e tudo lhe foi restituído. Alguém que tinha perdido a posição de príncipe, e se tornado um ninguém, é novamente colocado como príncipe, como um dos reis, temos o pão vivo que desceu do céu (João 6.51) para restaurar as nossas vidas.
Conclusão:
Deus nos chama para a sua presença e, em amor, nos oferece à sua mesa, um banquete. A única coisa que temos que fazer é comer da mesa do Rei, nos alimentarmos da sua \Palavra e da sua presença todos os dias de nossas vidas.
Quando não damos ouvidos à Palavra de Deus, quando não entramos em sua presença em oração, permitimos que os velhos medos, frustações, desesperos, falta de perspectiva, ocupem espaços prioritários em nossa vida, a ponto de tirar de nós a esperança e a coragem de ir em busca de mudanças.
Assim como Mefibosete foi alcançado pela bondade de Davi, a Graça de Deus nos alcança e, nessa Maravilhosa Graça, encontramos cura para todos os nossos traumas e medos. É certo que neste mundo temos aflição (João 16.33), mas é certo, também, que aquele que prometeu estar conosco todos os dias (Mateus 28.20) continua com suas mãos estendidas e dizendo: “Vinde a mim, todos os cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mateus 11.28).
Conversa Afiada
Você já viveu alguma situação traumática e consegui superá-la?
Poderia em poucas palavras, edificar à turma com sua experiência?
Como a Igreja pode ajudar as pessoas que vivenciaram traumas em suas vidas?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: 2 Samuel 9.1-13
:: Segunda-feira: Romanos 12.13-21
:: Terça-feira: Salmo 139
:: Quarta-feira: Filipenses 2.5-11
:: Quinta-feira: Isaias 43.1-7
:: Sexta-feira: Mateus 23.13-36
:: Sábado: Salmos 116
Parabenizo o professor da Escola Dominical, Classe dos adultos, irmão João Lissone, pela dedicação como professor. Dominicalmente, ele digita as lições, posta no blog, e entrega uma cópia para cada aluno/a. Deus continue te abençoando, mesmo com o tempo reduzido que tem. Levanta bem cedo, corre no trabalho, vem para dar aulas na Igreja, depois retorna pro trabalho. Está valendo pena seu esforço. Parabéns e continue assim. Tenham todos um feliz natal e um ano novo abençoado por Deus. No amor de Cristo Pr. Samir
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