REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 24 – Apocalipse: A revelação
da Eternidade
Texto bíblico: Apocalipse 21.1-5
A preocupação
com a vida futura sempre foi um tema trabalhado na Igreja. Nosso hinário, por
exemplo, possui muitos hinos sobre o assunto. Contudo, hoje as coisas estão um
pouco mudadas. Em alguns ambientes, falar da nossa expectativa pela vida eterna
pode parecer
antiquado. Mas, em meio à nossa ação missionária, não podemos perder a
perspectiva da Eternidade, caso contrário seremos “os mais infelizes de todos
os homens, se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida” (1 Coríntios 15.19).
Fundamento bíblico
A palavra Apocalipse significa revelação (tirar o véu) de algo que está
escondido. Chamamos de literatura apocalíptica a que foi produzida, de um modo
geral, em tempos de grande tribulação, que atingiu toda a comunidade e a nação.
Sua finalidade específica era apresentar uma
mensagem de encorajamento ao povo em sofrimento. Outros livros na Bíblia
apontam em seu conteúdo o gênero apocalíptico, como é o caso de Joel 1.15;
2.1-11; 3.1-4; 4.2; Isaías 34 – 35; Isaías 24.27; Zacarias 9 – 14; Daniel;
1Tessalonicenses 4.15-17; 2 Tessalonicenses 2.1-12; Marcos 13; Mateus 24 – 25;
Lucas 21; Apocalipse de João e outros textos.
O livro de Apocalipse surge em tempo de
opressão e perseguição do Império Romano ao povo
de Deus. Neste contexto, o livro apresenta a promessa de que: Deus se
“revelaria” a seu tempo,
com todo seu poder e graça. Diferente do que as pessoas pensam, não há nada de
terror neste
livro, pelo contrário, ele é escrito para revelar as Boas-novas que apontam
para uma vida eterna
abundante, isso animava o povo a perseverar. A sua linguagem figurada foi uma
forma de proteger as pessoas cristãs diante das perseguições da época.
Em Apocalipse é possível ver o Deus Libertador que agiu no Egito e que também
libertaria
o povo do Império Romano, o Deus que de forma justa julgaria o povo. Ao final o
julgamento,
luz vence as trevas, há o renovo da Aliança e o estabelecimento da Cidade de
Deus onde as pessoas não precisam se esconder, viverão em liberdade, em alegria
eterna.
A visão que abre o Apocalipse é a do Cristo ressuscitado (Apocalipse 1.9-20), ele é
a fonte de
vida eterna e, para falar sobre este tema, o melhor caminho é tomar como
referencial o discurso das testemunhas do momento em que a própria Eternidade
veio habitar no tempo, ou seja, quando o Verbo se fez carne e habitou entre nós
(João 1.14). João
testemunhou e, seguindo a ordem divina, escreveu sobre isso. É para a
Eternidade que o capítulo 21 aponta.
Neste capítulo há uma descrição da vida eterna marcada pela ausência das
perseguições. Para o
autor do Apocalipse, chegará o tempo em que “a morte já não existirá, já não
haverá luto, nem
pranto, nem dor...” (Apocalipse 21.4). Vejamos como esse capítulo nos apresenta a
vitória da vida eterna.
Apocalipse 21.1: o anúncio de um novo tempo: um novo céu e uma nova terra,
agora sem o mar. O mar na linguagem bíblica representa o caos primitivo (Gênesis 1.1-2). O
caos acabará com esse novo tempo.
Apocalipse 21.2: o novo tempo vem do céu, é a Cidade Santa, a nova Jerusalém,
que presentada como noiva. Uma imagem que se encontra no Antigo Testamento em Isaías 54.1-7 que
anuncia a
restauração de Jerusalém. A imagem de Jerusalém como noiva também pode ser vida
em Isaías
62.1-12.
Apocalipse 21.3: O tabernáculo era uma espécie de tenda da congregação, que
remete ao tempo
do Êxodo. Na tenda “falava o Senhor a Moisés, como qualquer fala ao seu amigo” (Êxodo 33.11).
A tenda marcava o lugar de reunião do povo com seu Deus, nela
estava a Arca da Aliança que acompanhou o povo na trajetória do deserto. Deus
descerá mais
uma vez e habitará perpetuamente com seu povo. Na relação entre Deus e o seu
povo já não há
lugar para rebeldia ou adultério, mas será uma relação respeitosa e eterna de
comunhão (Ezequiel
36.28;37.26-27).
Apocalipse 21.4-5: a novidade eterna chegou. O Deus Consolador se manifestou em
sua expressão máxima: Deus enxugará toda lágrima (Isaías 25.8-9). O
próprio Deus se manifesta anunciando e determinando o tempo novo.
Num tempo de perseguição e descrença ele afirma que a sua Palavra é fiel,
verdadeira e eterna,
pois Ele é o princípio e o fim, o alfa e ômega (Apocalipse 21.6), que
representam respectivamente a primeira e a última letra do lfabeto grego.
No final, a vitória da vida sobre a morte, a vitória de Jesus Cristo que é a
fonte da água da vida,
jorrará eternamente (João 4.13-14). Esta é a mensagem de esperança do Apocalipse,
que não
serviu apenas para animar as comunidades daquela época, mas é fonte de vida e
de fortalecimento da nossa fé, pois também almejamos essa vida eterna. Que mais
podemos aprender sobre essa maravilhosa vida?
Um pouco antes do Apocalipse ser escrito, o apóstolo Paulo fez suas afirmações
com respeito à
vida eterna. Para ele, o principal elemento da eternidade é o evento da
ressurreição “porque
se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé...” (1 Coríntios 15.16-17).
A partir da ressurreição de Cristo é que devemos entender a vida eterna, porque
“Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dos que dormem” (1 Coríntios 15.20). Na
ressurreição, “transformados seremos todos” (1 Coríntios 15.51).
O modelo para a ressurreição é o próprio Senhor Jesus. Caso alguém queira saber
como os
mortos ressuscitam (1 Coríntios 15.35), deve buscar na figura do Cristo ressuscitado
a resposta.
Segundo Paulo, “assim como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os
demais homens terrenos; e, como é o homem celestial (Jesus), tais também os
celestiais” (1
Coríntios 15.48).
Palavra que ilumina a vida
Muitas vezes nos referimos ao céu como um local. Contudo, a Bíblia não
utiliza o termo céu apenas como um espaço geográfico.
Céu, para o pensamento bíblico, carrega também um sentido teológico: a dimensão
de Deus e
o Seu poder. Considerando que os limites do tempo e do espaço caracterizam a
nossa existência, a Eternidade poderia ser compreendida como vida além desses limites.
Por isso, falamos de Deus como sendo aquele que tem vida eterna, na medida em
que Deus mesmo não está confinado ao tempo e ao espaço.
Trazendo essa afirmação para a nossa existência, é possível então antever a
vida eterna como a realização plena e absoluta da vida que hoje conhecemos.
Portanto,
muito mais que um lugar, o céu deve significar para nós o novo mundo e a nova
vida que, por
antecipação, nos foram reveladas em Cristo (João 12.45).
Se conseguimos estabelecer essa distinção entre vida finita e vida eterna, é possível,
então, falar
sobre o céu não a partir de afirmações, mas de negações, ou seja, não podemos
dizer como é
o céu, mas podemos falar o que ele não é. Aliás, foi desse modo que o
reformador Martinho Lutero se referiu ao céu: “Sabemos tão pouco sobre a vida
eterna quanto as crianças que estão no útero materno sabem sobre seu nascimento”.
Vida eterna precisa ser entendida como superação da existência marcada pela
morte, sem a presença das ervas daninhas e espinhos da terra (Gênesis 3.17-18),
sem a fadiga e a exploração das pessoas no mundo do trabalho, sem a relação
predatória do ser humano com o restante da criação de Deus, sem a dominação e as servidões nas
relações humanas, sem o pecado que desumaniza as pessoas e destrói tudo o que
existe (Apocalipse
22.3).
Conclusão
Embora não sejam tão relevantes para a nossa época como o foram para
aquela em que foram escritos, podemos dizer que a escritura apocalíptica, com suas características,
muitas vezes estranhas para nós hoje, carregaram numa forma peculiar, o
ministério da consolação
e da esperança para seus leitores e leitoras, falando-nos ainda em nossos dias
da vitória final da justiça, na consumação do Reino de Deus.
A crença na vida eterna faz parte dos princípios fundamentais da fé cristã
e essa crença alimenta a nossa esperança.
Chegamos ao final dessa revista e por meio dela aprendemos um pouco sobre os
diferentes caminhos através dos quais os livros do Novo Testamento foram
escritos e colecionados, muitos destes caminhos desconhecidos por nós até hoje.
O que acreditamos é que o Espírito
Santo foi guiando a Igreja a ajuntar verdadeiras joias e reais instrumentos da
Palavra de Deus. Isso para o nosso benefício.
Através dos tempos, Deus sempre providenciou sua Palavra para que seus servos e
servas se tornassem canais de comunicação de sua vontade e de seu amor para com
todas as pessoas. Esta bênção, a da formação da Bíblia, alcança hoje e
alcançará para sempre todas as pessoas que, em humildade e fé, perpassarem as
páginas das Escrituras, com o intuito de buscar conforto, crescimento
espiritual e palavras de vida eterna.
Ao encerrarmos mais esta revista, deixamos mais uma palavra de orientação: “...
recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas
almas” (Tiago
1.21).
Para conversar
Em que sentido a crença na vida eterna influencia nossa
vida no atual momento histórico?
Leia durante a semana
:: Domingo: Apocalipse 21.1-4
:: Segunda-feira: Mateus
25.31-46
:: Terça-feira: João
14.1-6
:: Quarta-feira: João
3.16-21
:: Quinta-feira: Romanos
8.31-39
:: Sexta-feira: João
11.17-27
:: Sábado: Apocalipse 22.6-7
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 24 – Apocalipse: A revelação
da Eternidade -PROFESSOR
Texto bíblico: Apocalipse 21.1-5
Objetivo
Apresentar o livro do Apocalipse, destacando a promessa da vida eterna.
Para início de conversa
Pergunte ao grupo o que já escutaram falar a respeito do livro de Apocalipse.
Além disso, devem
citar músicas que conhecem que tratam do tema da vida eterna e dos últimos
tempos. Enfatize que muitas interpretações são fantasiosas e nenhum pouco
preocupadas com o contexto com que esse livro foi escrito. Quando nos aproximamos
desse livro, verificamos a sua beleza. Por meio das suas promessas fortalecemos
a nossa fé.
O apocalipse não é um livro que anuncia tragédias, mas um livro que traz
esperanças, não é um livro para amedrontar o povo, mas para gerar alegria
apesar das tribulações. Afirmando que Cristo é o Alfa e o Ômega, isto é, o
Princípio e o Fim. Se achar pertinente, leve o alfabeto grego
para a sala e mostre o alfa e o ômega, a primeira e ultima letras do alfabeto
grego, o alfabeto oficial naquela época.
Cristo é a Palavra que se fez carne e vem dele a palavra final, isto é a vitória
do povo fiel e justo.
Por dentro do assunto
A literatura apocalíptica parece ter sua origem numa antiga crença
entre o povo israelita, segundo
a qual criam que haveria um dia especial na história, quando Deus interviria
poderosamente em favor de Israel, contra as nações e povos que o oprimiam.
Neste dia, que era chamado de “O Dia do Senhor”, Israel seria estabelecido como
o líder absoluto de todas as nações.
O propósito e o método da literatura apocalíptica
Para se compreender a mensagem dos livros apocalípticos (principalmente
Daniel no Antigo Testamento e o Apocalipse de João no Novo), é necessário
primeiramente indagar qual é a intenção de seus autores. Estes não pretendiam
relatar acontecimentos do passado. Quando incluíam dados históricos em suas
narrativas, faziam apenas para terem um enredo. Os dados não precisam
necessariamente ser exatos.
Por outro lado, os livros apocalípticos não são de natureza enigmática. Eles
não apresentam um
enigma para ser resolvido pela perspicácia ou sagacidade dos leitores e
leitoras. O livro foi escrito para animar as pessoas diante das perseguições e
adversidades.
Ao escrever um livro dessa natureza, o autor tinha o propósito de levar uma
mensagem de esperança, a fim de não esmorecerem diante das tribulações.
O método seguido pelos escritores dos livros apocalípticos é bem peculiar.
Usavam nomes de
pessoas importantes do passado, líderes, profetas, patriarcas, em narrativas
onde se mesclavam
símbolos da mitologia babilônica, com temas da religião judaica ou cristã. Os
símbolos eram figuras animalescas, compostas de traços característicos de
vários animais, formando assim, criaturas fantásticas. É bom ressaltar que o uso
dos símbolos babilônicos não representa qualquer ligação dos judeus ou cristãos
à mitologia.
Não atribuíam qualquer valor religioso a tais símbolos; estes eram usados
apenas como um recurso para a simulação da verdadeira mensagem que só deveria
ser compreendida pelas pessoas fiéis.
Os “Apocalipses” do Antigo Testamento
Não é somente o “Apocalipse de João” o único livro apocalíptico da
Bíblia. Daniel e os capítulos 9
a 14 do Livro de Zacarias também o são. Todos foram escritos em tempos difíceis
para pessoas cristãs e judias.
No apocalipse de João não encontramos referências históricas da sua época, mas
percebe-se
que João, através da simbologia,
insinua, se não indica, que o Império Romano era o grande inimigo opressor. Em
Apocalipse
13.1-4 e 7, diz-se que ao inimigo (a besta que emerge do mar) foi permitido
“que pelejasse contra
os santos e os vencesse”. Contudo, está subentendido, que tal vitória seria
momentânea. A verdadeira vitória estava escondida e logo seria revelada pelo
Senhor.
Assim, a situação histórica fica bem caracterizada: foi o Império Romano, o
único poder estatal
que moveu perseguições contra os cristãos e cristãs.
A pesquisa bíblica aponta que o perseguidor tenha sido Domiciano, que morreu 96
anos depois de Cristo.
Diante desta perseguição, a intenção do autor foi de encorajar os santos e
santas a permanecerem fiéis e a
guardarem a manifestação de vitória que Deus lhes tinha preparado.
Atualizar o livro de Apocalipse para a nossa vida, para o nosso tempo, é saber
que a vitória final
pertence a Cristo e, com ele alcançaremos a vida eterna, onde não haverá mais
choro ou rancor.
Essa mensagem de fé pode se tornar estranha para muitas pessoas que não
conhecem a Jesus
e até debocham da nossa fé, mas nós entendemos essa palavra, nós cremos nela
até o fim. Ela é
verdadeira! E, como consolou e animou o povo a perseverar na fé, ela nos anima
hoje e o fará até
quando Jesus Cristo voltar.
Outros apocalipses que não estão na Bíblia
Embora geralmente ignoremos este fato, há também outros livros
apocalípticos que não foram
introduzidos entre os canônicos, como os que se seguem: o Livro de Enoque, os
Salmos de Salomão, o Testamento dos Doze Patriarcas, a Ascensão de Isaías e
outros. Estudos cuidadosos comprovaram que todos estes foram produzidos na
mesma época do Livro de Daniel (180 a 160 antes de Cristo). Como este, eles
trazem a memória de “heróis da fé” em narrativas adaptadas para os acontecimentos
da vida do povo.
Por fim
Parabéns. Nossa persistência e fé nos levou ao final de mais uma revista.
Parabenize sua turma
e tenham juntos um tempo de oração, pedindo a Deus que a semente lançada a
partir destes estudos possa gerar muitos frutos na vida na vida das pessoas, na
família, igreja e sociedade onde vivemos.
Para conversar
Em que sentido a crença na vida eterna influencia nossa
vida no atual momento histórico?
Leia durante a semana
:: Domingo: Apocalipse 21.1-4
:: Segunda-feira: Mateus
25.31-46
:: Terça-feira: João
14.1-6
:: Quarta-feira: João
3.16-21
:: Quinta-feira: Romanos
8.31-39
:: Sexta-feira: João
11.17-27
:: Sábado: Apocalipse 22.6-7
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 23 – PROTEGENDO
A FÉ
Texto bíblico: Judas
Situações
que colocam a nossa fé em xeque são muito comuns. As pessoas mais velhas devem
lembrar de como era difícil ser evangélico/a ou protestante antigamente. Muita
gente foi apedrejada de verdade, xingada, desprezada por assumir a sua fé. Hoje
essas situações não são comuns.
O povo evangélico, diferente de algumas religiões, tem a sua liberdade religiosa
mais preservada em nosso país. Ainda que algumas pessoas evangélicas, por seus
testemunhos no cenário nacional, possam nos envergonhar, de um modo geral,
Igrejas sérias, comprometidas, são respeitadas. No entanto, esse respeito não nos livra de questionamentos e até
mesmo de ataques ao que cremos. Diante deles precisamos estar prontos/as,
manejando bem a Palavra do Senhor (2 Timóteo
2.15), pois, se não a conhecemos, corremos o risco de nos
enganarmos e, pior, de enganarmos outras pessoas.
Fundamento bíblico
Na época de Judas, a fé em Cristo estava ameaçada por discursos falsos,
feito por pessoas que falsificavam a verdade e negavam a soberania de Jesus
Cristo. Judas então exorta o povo de Deus a batalhar pela fé que vos foi
entregue. As pessoas deveriam não só batalhar, mas permanecerem firmes na salvação que lhes era comum.
O pequeno livro de Judas trata um tema central
para cristãs e cristãos: a salvação. O surgimento de “falsificadores” da
verdade levou o autor a denunciar as heresias e motivar os destinatários da carta a permanecerem firmes na fé, diante da ameaça de falsas doutrinas e
desvios da verdade.
Este livro é uma epístola ou carta que tem como autor alguém que se identifica
como “Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago”.
Tiago é possivelmente o irmão de Jesus (Mateus 13. 55). Seria então, o escritor da carta, um irmão de
Jesus, o que, modestamente, ele não destaca.
Embora não haja na carta nenhuma indicação de destinatário, ela é voltada à
Igreja, porém não é possível uma localização geográfica. Também não há um entendimento explícito
quanto à datação da carta, que deve ter sido escrita na segunda metade do
primeiro século depois de Cristo. Embora concisa, a carta é enfática e
vigorosa. Estimula a fé, enaltece a salvação e exalta a Deus. É um incentivo a
defesa da fé verdadeira, como possibilidade para não permitir que influências
negativas destruíssem a Igreja.
A Salvação é o tema central (v.3), do
qual Judas empregava toda a diligência (interesse, cuidado). O autor se vê na
responsabilidade e na necessidade de exortar a Igreja para batalhar pela fé,
resistir aos falsos ensinamentos em defesa da verdade.
A acusação mais contundente tem a ver com a libertinagem, que pode ser definida
como uso inadequado da liberdade. Algumas pessoas trocavam a graça de Deus por um
comportamento libertino, e provavelmente estavam agindo de forma inconsequente,
cometendo pecados sem se preocuparem. Assim, estavam distorcendo os ensinos do apóstolo Paulo
quanto a Graça de Deus (Romanos
6.1,14). Achavam que por estarem no tempo da Graça, podiam fazer o
que quisessem, pelo fato do pecado não ter mais o domínio.
A Bíblia de Estudo Almeida, na versão revista e atualizada aponta que “a dureza
da linguagem, característica deste texto, revela a preocupação do autor. Este adverte sobre
as consequências da confusão espiritual e da depravação moral que podiam
arrastar as pessoas ingênuas aos ensinamentos e ao comportamento dos falsos
mestres contra os quais escreve” (p.368).
Embora seja uma carta com tom crítico e contundente, percebe-se também um tom
amável e motivador. A palavra “amados” repete-se por quatro vezes (versos 1; 3; 17; 20).
Judas, apesar do ousado discurso confrontador, se coloca como alguém amoroso
para animar o povo a permanecer no Evangelho e encorajar os irmãos e irmãs a
batalharem pela fé.
Judas faz um resgate histórico.
Nos versos de 5 a 11, ele cita alguns acontecimentos da história do povo de
Deus, começando com a libertação do povo do cativeiro no Egito e terminando no fato de terem
perecido na revolta de Corá (Números 16.1-35).
Tais citações confrontavam severamente as pessoas que diziam crer, mas que, de
certo modo, apostataram da fé, falsificando, alterando a verdade. São, de fato, exemplos de
punição.
Quais as características dessas pessoas que Judas cita em sua carta? Apascentam
a si mesmas, isto é, são egoístas, usurpadoras como aponta o profeta Ezequiel (Ezequiel 34.8);
insubmissas, volúveis, infrutíferas (Judas v.12); murmuradoras, descontentes, se deixam levar
por seus desejos sem medir as consequências, arrogantes, bajuladoras e
interesseiras (v.16),
causavam divisões, lidavam de maneira distorcida e inconsequente com a sua
sexualidade. Diante disso, Judas conclui: não têm do Espírito (v.19).
Essas pessoas viviam na Igreja e, por isso, era preciso alertá-las e fazê-las
lembrar dos ensinamentos dos apóstolos (v.17), a fim de gerar mudanças que as fizessem viver
em constante oração (v.20).
Judas termina sua carta afirmando a Soberania do Senhor e apontando-o como Deus
protetor e orientador (v.24-25).
Palavra que ilumina a vida
Como batalhar pela fé e vencer os conflitos? Batalhar pressupõe lutar,
pelejar, combater. Mas, de que forma? Qualquer forma é adequada? Não. Não podemos nos igualar às pessoas
más, isso é testemunho contra a bondosa Graça de Deus.
A batalha pela fé se dá mediante os princípios da fé. Eles precisam ser vividos
sempre e, em tempos de luta e combate, precisamos ter mais atenção para não
sucumbir. Afinal, nossas armas não podem ser carnais, mas poderosas em Deus.
Então, como batalhar? Que armas usar? Judas nos
oferece algumas recomendações: v. 20:
“Edificai-vos sobre a santíssima fé”. É
preciso construir a vida cristã sobre a fé em Cristo Jesus, nosso Salvador.
Este é um processo de solidificação que exige dinamismo, esforço, disciplina,
dedicação.
Tem a ver com conhecer os preceitos de Deus e buscar no Senhor, graça para
prosseguir (Lucas
6.46-49). No entanto, não deve ser uma ação apenas individual e
solitária. Os grupos de Oração, Discipulado, Escola Dominical, a participação
nos Cultos e o serviço nos Ministérios da nossa igreja, nos ajudam nesse
processo de edificação, que deve ser mútua e solidária (Atos 9.31).
v. 20: “Orando no Espírito Santo”. Não
existe construção da fé que não seja alicerçada na oração. Nossas orações devem
depender do Espírito que intercede por nós com gemidos inexprimíveis, pois não
sabemos orar como convém, mas Ele nos ensina (Romanos 8.26). Neste
sentido, oramos por nós, pela igreja, pelas demais pessoas. É preciso falar com
Ele e viver Nele (Atos 17.28).
v. 21: “Guardai-vos no amor de Deus”. Ter o
cuidado, a atenção constante para não se desviar do caminho, afinal, este
caminho é o amor de Deus. Devemos nos guardar no amor “esperando a misericórdia
de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna”.
v. 22-23a: “Compadecei-vos dos que estão na
dúvida; salvai-os, arrebatando-os do fogo”. As
recomendações se voltam para quem foi atingido pela pregação dos falsos
profetas. Nosso povo brasileiro, de uma maneira ou de outra, é muito crédulo,
tem fé na vida, ainda que não saibam canalizá-la para Cristo (é nosso dever de ensinar). As pessoas estão
disponíveis a acreditar naquilo que lhes é ensinado (certo ou errado) e,
inclusive dentro da Igreja, por crendices ou falta de reflexão, vão se perdendo
da sã doutrina. É nosso dever ajudar, a carta indica isso. No entanto, aponta
também que, a defesa da fé e essa
exortação, devem ser feitas com compaixão. Defender a fé sem misericórdia é
como negar a própria fé. É preciso trabalho árduo e amoroso com quem tende a se
excluir ou apostatar da fé.
v.23b: “Quanto a outros, sede compassivos em
temor, detestando até a roupa manchada pela carne”. É preciso
ter misericórdia com quem tem agido de forma perversa e descomprometida com a
fé em Jesus, mas isso deve ser feito com temor a Deus e orientação do Espírito.
Judas ensina que é preciso não abandonar a misericórdia, mas sem deixar de ser
vigilante.
Conclusão
Judas ensina que a batalha pela fé se faz mediante uma convicção verdadeira
que vem do Espírito Santo e deve ser acompanhada por humildade e amor, pois a
fé em Cristo é sinônimo de pacificação e misericórdia. Por isso, sua carta
embora forte e confrontadora, tem um tom amável, motivador e afetuoso. Isso
aponta a nossa responsabilidade em sermos vigilantes e comprometidos com o fortalecimento da nossa
fé, reconhecendo que isso se dá por meio de vida de intimidade com Deus e de
solidariedade com todas as pessoas, inclusive com quem nos ataca. Que Deus nos
ajude a batalharmos pela nossa fé e exercermos sempre a vigilância e a
misericórdia!
Para conversar
De que forma você tem guardado a sua fé?
Ser amável significa apontar os erros também, disciplinar, mas como fazê-lo?
Quais os limites, as dificuldades que você encontra nesse exercício? Como
superá-las?
Leia durante a semana
::
Domingo: Judas
::
Segunda-feira: 2 Pedro 2
::
Terça-feira: Romanos 6
::
Quarta-feira: Marcos 11.12-19
::
Quinta-feira: Romanos 8.1-25
::
Sexta-feira: Salmo 131
::
Sábado: Efésios 4.7-24
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 23 – PROTEGENDO
A FÉ - PROFESSOR
Texto bíblico: Judas
Objetivo
Apresentar o tema do perdão como expressão do amor de Deus à todas as
pessoas e a afirmação da encarnação e divindade de Jesus.
Para início de conversa Inicie a aula com a dinâmica “abrindo o
coração”, para tal, providencie uma chave, que pode ser da sua casa, carro ou
até confeccionada em papel. Apresente a chave e perguntem a turma: para que serve uma chave? Aguarde as respostas.
Normalmente, apenas é mencionado o ato de abrir, por isso, pontue que ela
também é utilizada para fechar. Destaque que o perdão pode ser comparado a uma
chave e pergunte então, o que o perdão pode abrir ou fechar? (Exemplos: Abrir: reatar
amizade, alívio de um peso, sentimento de liberdade, perdão de Deus, alegria e
etc. Fechar:
espaço para brigas, amarguras, ressentimentos, doenças e etc.
(Fonte: MACEDO, Sulamita. Relacionamento e perdão. Dinâmica de aula. Disponível
em: http://ebdinterativa.com.br/jovens-licao-11-relacionamento-e--perdao-dinamica-de-aula/,
acesso em 25/08/2016).
Verifique se o exercício do perdão é fácil de
ser praticado ou bem compreendido para todo o grupo e, em seguida, conclua esse
momento relembrando que a Palavra de Deus nos ensina que devemos sempre perdoar,
porque nós mesmos já fomos perdoados e perdoadas de todas as nossas ofensas.
Prossiga a aula.
Por dentro do assunto
Docetismo:
um pouco da história
No início da nossa era surgiram dificuldades com respeito à pessoa de
Jesus. Os gnósticos só aceitavam o lado divino de Jesus. Se Jesus figura como
pessoa da Trindade, portanto, Sua natureza só poderia ser divina. Os docetistas
acreditavam que a vida humana de Jesus era mais uma “encenação” do que
realidade. Rejeitavam a humanidade de Jesus por não conceber a possibilidade de
um Deus sofrer, padecer e etc. A Igreja cristã afirmava a realidade do lado
humano e divino de Jesus. Irineu, os dos pais da Igreja Primitiva chegou a
afirmar: “Jesus foi feito humano (o que nós somos) para que Ele pudesse nos fazer
o que Ele mesmo é (divino)”.
Visão bíblica
No Novo Testamento encontramos afirmações claras da divindade de Jesus
na mais alta expressão da palavra (João 2.51; João 4.35; João 7.37-39; Colossences 3.9;
Colossences 1.13-23) e também encontramos o reconhecimento franco e
direto de que Ele era humano em todos os pontos (Lucas2.52; João 4.6; João 11.35; João 19.28;
Hebreus 4.15).
Em meio às afirmações sobre a sua divindade, Jesus é visto não como centro de
tudo, mas sim, o Pai. Na realidade, Jesus não chamou para si nada, sempre deu glória a Deus.
Por um lado vemos Jesus fazendo opções humanas em situações diárias. Por outro
lado, Deus está operando nele. “... Quem me vê a mim vê o Pai... Não crês tu
que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não
as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. (João
14.9-10).
Visão Wesleyana
João Wesley afirmou: “O Filho que é o Verbo do Pai, verdadeiro e terno
Deus, da mesma substância do Pai, tomou a natureza humana no ventre da bendita
virgem, de maneira que duas naturezas inteiras e perfeitas, a saber, a
divindade e a humanidade, se uniram em uma só pessoa para jamais se separarem,
a qual pessoa é Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que realmente sofreu,
foi crucificado, morto, sepultado, para nos reconciliar com seu Pai e para ser
um sacrifício, não somente pelo pecado original, mas, também, pelos pecados atuais
dos homens”. (Artigo 02 dos 25 Artigos de Religião do Metodismo).
Jesus era Santo e perfeito
Jesus era sem pecado, mas sua santidade não era considerada uma façanha
humana, e sua bondade não era empenho separado, independente. A sua perfeição está no fato de
ter renunciado todo heroísmo ético, isto é, provar concretamente que “ Ele em
si era o tal” ou convencer Deus dos seus méritos. Jesus, ainda que sem erros,
não confrontou Deus com a sua obediência, com a sua “folha de serviços agradáveis,
valiosos”. Antes, Ele se lançou totalmente à graça de Deus junto com todos as
pessoas pecadoras (só que as pessoas pe cadoras
raramente, ainda que precisando, tomam este salto de fé).
A importância da encarnação para nós
Se Deus em algum sentido vive em nós, é porque Ele viveu plenamente em
Cristo. Sem a encarnação, Deus para a humanidade seria uma abstração,
incompreensível, e o que Ele requer de nós seria sempre uma grande dúvida, não
identificável.
Por esta mesma razão, a encarnação revela que nada é alto demais, difícil
demais, porque o poder divino está a nossa disposição. E ainda, nada é
insignificante, sem valor, porque Deus se fez completo e perfeitamente humano para
se identificar conosco desde nossa pequenez e em nossas lutas, dificuldades e
preocupações diárias.
Ideias a respeito de Jesus para serem rejeitadas
1. Algumas
pessoas pensaram e hoje ainda há quem pense, que Jesus viveu uma vida bondosa e
que por isso, Deus O exaltou para o status divino ou quase divino.
Esta promoção foi feita pelos Seus méritos. Esta ideia errônea induziu a crer
no valor das obras, em si mesmas. Dá a entender que existe um processo para o
ser humano virar divino. A fé cristã rejeita radicalmente este pensamento. A
encarnação de Jesus proclama que Deus virou humano para entrar em comunhão,
salvar e redimir a todas as pessoas. É, pois, amor, graça preveniente (que vem
primeiro). É iniciativa de Deus, nunca resultado de méritos pessoais.
2. Quando
o Novo Testamento fala de “um mediador entre Deus e os homens”, não quer criar
a ideia de Jesus como um tipo situado entre o divino e o humano, um ser
intermediário, uma criatura superior aos homens, mas inferior a Deus. A fé
cristã crê que Jesus era Deus e Humano, possibilitando a ligação perfeita, a ponte
única, mediação plena.
3. A tendência
a “espiritualizar a fé, de tentar escapar das coisas humanas para se tornar
Deus”, é contrária ao princípio da encarnação. Deus não se envergonhou de se
tornar humano. Portanto, nós não devemos ter a ousadia de negar nossa humanidade em busca das “coisas
espirituais”. Estaremos mais próximos/as de Deus quando aceitarmos nossa plena
humanidade e vivermos em solidariedade com as outras pessoas, encarnando o Espírito
de Cristo.
Por fim
Desde o início do cristianismo, as pessoas cristãs refletiram sobre o sentido
da sua fé e usaram palavras e frases para afirmar suas crenças.
Foi assim que surgiu o Credo Apostólico, que é um resumo das doutrinas
essenciais da fé cristã. O mesmo ganhou a aceitação da Igreja e se tornou um
instrumento valioso para combater heresias e erros, para proteger a fé e para
instruir as novas pessoas candidatas ao batismo.
Encerra a aula reafirmando que termos plena convicção de quem Jesus é e de quem
não é, nos prepara para não sermos levados/as por qualquer vento de doutrinas.
Para conversar
De que forma você tem guardado a sua fé?
Ser amável significa apontar os erros também, disciplinar, mas como fazê-lo?
Quais os limites, as dificuldades que você encontra nesse exercício? Como
superá-las?
Leia durante a semana
::
Domingo: Judas
::
Segunda-feira: 2 Pedro 2
::
Terça-feira: Romanos 6
::
Quarta-feira: Marcos 11.12-19
::
Quinta-feira: Romanos 8.1-25
::
Sexta-feira: Salmo 131
::
Sábado: Efésios 4.7-24
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 22 – JESUS, NOSSO ADVOGADO!
Texto
bíblico: 1 João 1.5-10 e 2.1-2
O tema do
pecado é uma realidade da natureza humana e não deve jamais ser esquecido. Não
nos reconhecermos como pecadores e pecadoras nos coloca em posição de
autossuficiência e nos faz esquecer da Graça maravilhosa que nos alcançou,
justificou e nos chamou à santificação. Ainda que em processo de santificação, somos pecadores e
pecadoras, no entanto, Deus nos garante o Seu perdão, quando confessamos nossas
falhas e buscamos nele uma restauração.
Fundamento bíblico
A primeira epístola de João tem conteúdo e forma que lembram de perto o
Evangelho de João. Estudiosos do Novo Testamento afirmam que ambos foram
escritos pelo mesmo autor.
Os principais assuntos da Epístola são: Deus é luz; Jesus Cristo é quem perdoa
o pecado de todas as pessoas; Deus é amor; as pessoas cristãs, filhas deste
Deus de amor são chamadas a amar e, para amar a Deus, devem amar-se umas às
outras.
Esta epístola também alerta sobre a heresia do
cetismo, doutrina bastante influente neste
período e que afirmava que Jesus não teria vivido num corpo material,
verdadeiro, mas apenas aparentava ser humano, semelhante a um espírito ou
fantasma. Ou seja, para eles, Jesus nunca esteve sujeito ao sofrimento e à dor.
A carta surge para combater essa doutrina que já estava influenciando algumas
pessoas dentro da comunidade de fé. Um grupo, inclusive, já havia se separado da Igreja, dando
ouvidos a este ensino e acreditando e afirmando que Cristo não veio em carne (1 João 4.2) e
também negando que Jesus era o Cristo (1 João 2.22).
João se refere a esse grupo em sua carta, chamando-os de falsos profetas (1 João 4.1) e
anticristos (1
João 2.18-26). O autor desta epístola afirma, combatendo essa heresia:
“Todo espírito (pessoa) que confessa que Jesus Cristo veio em carne, é de Deus”
(1 João
4.2-3).
Na segunda epístola de João, o combate contra as heresias é retomado, como
também o tema do amor fraternal, observado na primeira epístola.
A “senhora eleita” a quem a carta se destina é a própria igreja, chamada aqui, por um nome simbólico.
A terceira epístola de João é na verdade um bilhete pessoal, escrito pelo mesmo
presbítero,
ancião ao amado Gaio (3 João 1.1). Não se pode precisar quem é esse Gaio, mas
percebe-se que ele é elogiado, tal como Demétrio (3 João 1.12), enquanto que Diótrefes é
criticado por sua atitude (3 João 1.9).
Buscando solucionar os conflitos existentes em sua comunidade, João procura
conscientizar as pessoas cristãs da realidade que as cerca e faz isso, usando o comparativo de
luz e trevas (1
João 1.5-7). O povo cristão permanece na luz, mas as trevas que os
cercam, influenciam, levando-os a pecar contra Deus (1 João 1.8).
Palavra que ilumina a vida
A fim de combater toda heresia presente e ajudar o povo cristão a
permanecer fiel à fé cristã, João apresenta-lhes algumas verdades:1. Deus é luz (1 João 1.5): essa certeza sempre esteve presente no coração do apóstolo
João. Ao escrever, por exemplo, o quarto evangelho, fez uso várias vezes dessa
expressão para reafirmar quem era Jesus e, para ele, a luz que é Jesus “... resplandece nas trevas, e as trevas não prevalecem contra
ela” (João 1.4-5). Também relembra as palavras do próprio Cristo: “Eu sou a luz
do mundo.
Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João
8.12).
Em contrapartida, o tema trevas também é destacado na Bíblia como força
contrária ao Reino de Deus. Jesus veio ao mundo para trazer luz à humanidade que
vivia dominada pelas trevas: “o povo que vivia nas
trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte
raiou uma luz” (Mateus 4.16). Assim, João busca
conscientizar seus leitores e leitoras a não andar em trevas, mas aproximar-se e
permanecer na luz.
De igual forma, a Palavra de Deus nos exorta a rejeitar tudo aquilo que se
assemelha com o mal (Efésios 5.11) e nos revestirmos da luz
do Senhor Jesus (Romanos 13.11-14)
2. Precisamos viver em comunhão uns com os
outros para termos comunhão com Jesus (1 João 1.6-7): para o
apóstolo, uma das maneiras de evitar ser enganado/a pelos falsos ensinos era
permanecer em comunidade.
A grande questão é que algumas pessoas se iludiam achando que só por crerem em
Jesus, já estavam na luz. João vai afirmar que é preciso mais do que crer, é
preciso uma conduta de vida coerente com as verdades do Evangelho; assim se
manifesta a verdadeira fé: porque cremos, agimos coerentemente com o que
acreditamos. Querer manter comunhão com Jesus, mas viver na prática do pecado é
totalmente incoerente, contraditório aos ensinos do Mestre. Assim, ele exorta a
comunidade a assumir nova postura e não o fazer de forma isolada,
mas comunitária. A comunhão entre irmãos e irmãs nos aproxima de Deus e nos
ajuda a focar nossos interesses na comunidade e no bem comum, e não em assuntos que nos
desviam da nossa fé.
3. Não somos melhores que as outras pessoas; somos todos/ as
pecadores/as (1 João 1.8 e 10): apesar de ter um grupo que se afastou da igreja para seguir
doutrinas hereges e saber que essa atitude trouxe desgastes para a comunidade, João procura demonstrar que
identificar os erros daquele grupo, não torna o grupo que permaneceu na igreja, mais santo:
“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade
em nós” (1
João 1.8). Todas as pessoas possuem suas falhas, cada uma à sua
maneira. Ainda que enxerguemos claramente o erro de algumas pessoas, não podemos fechar os olhos para os nossos próprios
erros/pecados.
4. O perdão de Jesus é para todas as pessoas (1 João
2.1-2): após conscientizá-los de seus próprios pecados, o apóstolo relembra que o perdão de Deus estará sempre
disponível àqueles e àquelas que se arrependerem e confessarem seus erros. Destaca o fato de que
mesmo as pessoas que abandonaram a fé cristã, ainda são alvos do amor de Deus e
podem um dia receber o seu perdão mediante o arrependimento, pois Cristo é o
nosso “... Advogado junto ao Pai, Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e
não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”
Conclusão
Assim como nos tempos de João, muitas situações, heresias, inadequadas
interpretações da Bíblia ameaçam a comunhão e o equilíbrio da nossa comunidade
de fé e a nossa comunhão com a Deus e a Igreja. Precisamos ter cuidado com o
que acreditamos e com a maneira como convivemos com as pessoas. Deus é sempre o
nosso alvo e quando a convivência ou as doutrinas pregadas nos afastam de uma vida de comunhão com o Deus vivo,
misericordioso, gracioso, amoroso e perdoador, há que se desconfiar e se
proteger.
Não podemos jamais nos esquecer que ainda que alguém se afaste, Deus não se
esquece dessa pessoa, pois não rejeita ninguém.
Seu amor e perdão estarão sempre disponíveis a todas as pessoas. O Advogado
Jesus continuará intercedendo para salvar e justificar aqueles e aquelas que se afastaram da luz
e se contaminaram com as obras das trevas.
Que no viver comunitário e em verdadeira comunhão com Deus, possamos continuar
espalhando a luz de Cristo, a fim de iluminar com essa luz as pessoas que estão em trevas.
Para conversar
Como agir quando percebemos que alguém que já esteve em
nosso meio cristão, mas afastou-se da igreja, dissemina comentários
maldosos ou falsos a nosso respeito?
Leia durante a semana
::
Domingo: 1 João 1.5-10 e 2.1-2
::
Segunda-feira: 1 João 2.12-17
::
Terça-feira: 1 João 2.18-25
::
Quarta-feira: 1 João 3.11-24
::
Quinta-feira: 1 João 4.7-21
::
Sexta-feira: 1 João 5.1-5
::
Sábado: 1 João 5. 6-12
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 22 – JESUS, NOSSO ADVOGADO!
PROFESSOR
Texto
bíblico: 1 João 1.5-10 e 2.1-2
Objetivo
Apresentar o tema do perdão como expressão do amor de Deus à todas as
pessoas e a afirmação da encarnação e divindade de Jesus.
Para início de conversa
Inicie a aula com a dinâmica “abrindo o coração”, para tal, providencie uma
chave, que pode ser da sua casa, carro ou até confeccionada em papel. Apresente a chave e perguntem
a turma: para que serve uma chave? Aguarde as respostas. Normalmente, apenas é mencionado o
ato de abrir,
por isso, pontue que ela também é utilizada para fechar. Destaque que o perdão
pode ser comparado a uma chave e pergunte então, o que o perdão pode abrir ou
fechar? (Exemplos: Abrir: reatar amizade, alívio de um peso, sentimento
de liberdade, perdão de Deus, alegria e etc. Fechar: espaço para brigas,
amarguras, ressentimentos, doenças e etc. (Fonte: MACEDO, Sulamita.
Relacionamento e perdão. Dinâmica de aula. Disponível em: http://ebdinterativa.com.
br/jovens-licao-11-relacionamento-e--perdao-dinamica-de-aula/, acesso em 25/08/2016)
Verifique se o exercício do perdão é fácil de ser praticado ou bem compreendido
para todo o grupo e, em seguida, conclua esse momento relembrando que a Palavra de Deus nos ensina
que devemos sempre perdoar, porque nós mesmos já fomos perdoados e perdoadas de
todas as nossas ofensas. Prossiga a aula.
Por dentro do assunto
Docetismo:
um pouco da história
No início da nossa era surgiram dificuldades com respeito à pessoa de
Jesus. Os gnósticos só aceitavam o lado divino de Jesus. Se Jesus figura como
pessoa da Trindade, portanto, Sua natureza só poderia ser divina. Os docetistas
acreditavam que a vida humana de Jesus era mais uma “encenação” do que
realidade. Rejeitavam a humanidade de Jesus por não conceber a possibilidade de
um Deus sofrer, padecer e etc. A Igreja cristã afirmava a realidade do lado
humano e divino de Jesus. Irineu, os dos pais da Igreja Primitiva chegou a
afirmar: “Jesus foi feito humano (o que nós somos) para que Ele pudesse nos fazer
o que Ele mesmo é (divino)
Visão bíblica
No Novo Testamento encontramos afirmações claras
da divindade de Jesus na
mais alta expressão da palavra (João 2.51; João 4.35; João 7.37-39; Colossences 3.9; Colossences
1.13-23) e também encontramos o reconhecimento franco e direto de
que Ele era humano em todos os pontos (Lucas 2.52; João 4.6; João 11.35; João 19.28; Hebreus 4.15).
Em meio às afirmações sobre a sua divindade, Jesus é visto não como centro de tudo,
mas sim, o Pai. Na realidade, Jesus não chamou para si nada, sempre deu glória a Deus.
Por um lado vemos Jesus fazendo opções humanas em situações diárias. Por outro
lado, Deus está operando nele. “... Quem me vê a mim vê o Pai... Não crês tu
que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não
as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. (João
14.9-10).
Visão Wesleyana
João
Wesley afirmou: “O Filho que é o Verbo do Pai, verdadeiro e terno Deus, da mesma
substância do Pai, tomou a natureza bendita virgem, de maneira que duas
naturezas
inteiras e perfeitas, a saber, a divindade e a humanidade, se uniram em uma só
pessoa para jamais se separarem, a qual pessoa é Cristo, verdadeiro Deus e
verdadeiro homem, que realmente sofreu, foi crucificado, morto, sepultado, para
nos reconciliar com seu Pai e para ser um sacrifício, não somente pelo pecado
original, mas, também, pelos pecados atuais dos homens”. (Artigo 02 dos 25
Artigos de Religião do Metodismo).
Jesus era Santo e perfeito
Jesus era sem pecado, mas sua santidade não era
considerada uma façanha humana, e sua bondade não era empenho separado,
independente. A sua perfeição está no fato de ter renunciado todo heroísmo
ético, isto é, provar concretamente que “ Ele em si era o tal” ou convencer
Deus dos seus méritos. Jesus, ainda que sem erros, não confrontou Deus com a
sua obediência, com a sua “folha de serviços agradáveis, valiosos”. Antes, Ele se lançou totalmente à graça de Deus junto
com todos as pessoas pecadoras (só que as pessoas pe cadoras raramente, ainda que precisando, tomam este
salto de fé).
A importância da encarnação para nós
Se Deus em algum sentido vive em nós, é porque
Ele viveu plenamente em Cristo. Sem a encarnação, Deus para a humanidade seria
uma abstração, incompreensível, e o que Ele requer de nós seria sempre uma
grande dúvida, não identificável.
Por esta mesma razão, a encarnação revela que nada é alto demais, difícil
demais, porque o poder divino está a
nossa disposição. E ainda, nada é insignificante, sem valor, porque Deus se fez
completo e perfeitamente humano para se identificar conosco desde nossa
pequenez e em nossas lutas, dificuldades e preocupações diárias.
Ideias a respeito de Jesus para serem rejeitadas
1. Algumas
pessoas pensaram e hoje ainda há quem pense, que Jesus viveu uma vida bondosa e
que por isso, Deus O exaltou para o status divino ou quase divino.
Esta promoção foi feita pelos Seus méritos. Esta ideia errônea induziu a crer
no valor das obras, em si mesmas. Dá a entender que existe um processo para o
ser humano virar divino. A fé cristã rejeita radicalmente este pensamento. A
encarnação de Jesus proclama que Deus virou humano para entrar em comunhão,
salvar e redimir a todas as pessoas. É, pois, amor, graça preveniente (que vem
primeiro). É iniciativa de Deus, nunca resultado de méritos pessoais.
2. Quando
o Novo Testamento fala de “um mediador entre Deus e os homens”, não quer criar
a ideia de Jesus como um tipo situado entre o divino e o humano, um ser intermediário,
uma criatura superior aos homens, mas inferior a Deus. A fé cristã crê que Jesus
era Deus e Humano, possibilitando a ligação perfeita, a ponte única, mediação
plena.
3. A
tendência a “espiritualizar a fé, de tentar escapar das coisas humanas para se
tornar Deus”, é contrária ao princípio da encarnação. Deus não se envergonhou de
se tornar humano. Portanto,
nós não devemos ter a ousadia de negar nossa humanidade em busca das “coisas
espirituais”. Estaremos mais próximos/as de Deus quando aceitarmos nossa plena
humanidade e vivermos em solidariedade com as outras pessoas, encarnando o
Espírito de Cristo.
Por fim
Desde o início do cristianismo, as pessoas cristãs refletiram sobre o sentido
da sua fé e usaram palavras e frases para afirmar suas crenças.
Foi assim que surgiu o Credo Apostólico, que é um resumo das doutrinas
essenciais da fé cristã. O mesmo ganhou a aceitação da Igreja e se tornou um
instrumento valioso para combater heresias e erros, para proteger a fé e para
instruir as novas pessoas candidatas ao batismo.
Encerra a aula reafirmando que termos plena convicção de quem Jesus é e de quem
não é, nos prepara para não sermos levados/as por qualquer vento de doutrinas.
Para conversar
Como agir quando percebemos que alguém que já esteve em
nosso meio cristão, mas afastou-se da igreja, dissemina comentários
maldosos ou falsos a nosso respeito?
Leia durante a semana
::
Domingo: 1 João 1.5-10 e 2.1-2
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Segunda-feira: 1 João 2.12-17
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Terça-feira: 1 João 2.18-25
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Quarta-feira: 1 João 3.11-24
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Quinta-feira: 1 João 4.7-21
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Sexta-feira: 1 João 5.1-5
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Sábado: 1 João 5. 6-12
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 21 - Superando
os obstáculos
Texto bíblico: 1 Pedro
4.7-11
As cartas de Pedro, o apóstolo, foram destinadas
às comunidades cristãs da Ásia Menor, a fim de fortalecê-las na fé e
prepará-las para tempos difíceis que acreditavam que viriam. Dificuldades,
lutas, tribulações são situações que desanimam o povo e podem enfraquecer as
Igrejas. Muitas coisas contribuem para que o trabalho na obra de Deus seja,
muitas vezes, cansativo e desgastante. Por isso, nesta lição, refletiremos
sobre alguns obstáculos que interferem no avanço
do Evangelho e de que maneira podemos superá-los.
Fundamento bíblico
A população cristã a quem esta carta foi dirigida era gente sofrida.
Pessoas que trabalhavam no campo ou com artesanato, que moravam em lugares
afastados da cidade e que viviam sob condições de exploração. Existia também
forte preconceito e perseguição contra essa gente naquela sociedade (1 Pedro 2.12; 1 Pedro
3.13-17). Os cristãos e cristãs daquele tempo eram acusados de
práticas ilícitas e assim eram difamados (1 Pedro
4.12-16).
Além disso, eram como gente estrangeira naquela terra e tudo ali era muito
difícil: viviam, muitas vezes, de favores, trabalhavam em terras de outras pessoas, não tinham moradia
própria, pagavam altos impostos. É por esta razão que Pedro procura promover a
hospitalidade entre este povo (1 Pedro 4.9). Ser hospitaleiro/a, acolhedor/a era uma forma
de unir as pessoas e promover a integração e o amor entre elas (1 Pedro 4.8),
fazendo com que as tristezas geradas pela rejeição da sociedade fossem, por
meio da comunhão, superadas.
A prática da hospitalidade as faria viver em comunidade, em comunhão, em
partilha da fé. Esse era um propósito da carta, por isso, a indicação de que
vigiassem em oração (1 Pedro 4.7).
Palavra que ilumina a Vida
Diante da perseguição instaurada, a Carta de Pedro incentiva a comunidade
cristã a buscar superações para não desanimar
na caminhada de fé. Por vezes, diante de
algumas ameaças e tribulações podemos ficar com raiva e até mesmo sem reação diante das pessoas envolvidas e dos problemas em
si. Essas reações podem nos ser prejudiciais na caminhada de fé. Gostaríamos de destacar
algumas e apontar pistas para superá-las.
1. Comodismo: “E já está próximo o fim de todas as coisas;
portanto, sede sóbrios...” (1 Pedro 4.7).
Falar do “fim de todas as coisas” é lembrar da volta de Cristo, que a Bíblia
considera como iminente. Uma urgência que permanece como um estímulo para a
Igreja.
De fato, quanto ao retorno do Senhor, não sabemos nem o dia nem a hora (Mateus 24.36).
E, no que diz respeito a isso, não podemos
deixar a ansiedade tomar conta de nós. No entanto, ter em mente a volta de
Jesus, o fim de todas as coisas (1 Pedro 4.7), ajuda a não perder de vista o alvo da nossa
existência: caminhar para o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus (Filipenses 3.14), que é
a vocação celestial. E já que não ficaremos aqui para sempre, então é hora de
agir. O comodismo é manter-se inerte, parado, sem compromisso com a volta de Cristo,
e isso implica superar as tribulações desse mundo, pregar o Evangelho,
manter-se em unidade com a Igreja e prosseguir em santificação, sem a qual
ninguém verá a Deus (Hebreus 12.14).
Ao mesmo tempo em que o nosso pensamento está no céu (Colossenses 3.1-2),
nossos pés devem estar no chão. A frase “o fim está próximo” expressa urgência das
pessoas. O fim da vida, da esperança, do ânimo, também estão próximos para
muitas pessoas. Para atender a realidade, tanto da volta de Jesus como da urgência das pessoas, é preciso desenvolver
duas qualidades: critério e sobriedade. Muita gente faz planos grandiosos que
nunca conseguem realizar, pois falta critério na hora de escolher o que fazer. Além disso, embriagam-se com grandes
visões e não atingem sequer os alvos primários, ou seja, não têm sobriedade
(moderação) na hora de fazer as coisas essenciais. Com isso, perdem a alegria
de trabalhar para Deus e caem na constante frustração dos propósitos sempre
deixados pelo meio do caminho.
2. Falta de perdão: “Mas, sobretudo, tende
ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (1 Pedro 4.8). A fim de avançarmos na caminhada, a Bíblia
recomenda o exercício do amor intenso que cobre multidão de pecados.
Pedro 4.8). A fim de avançarmos na caminhada, a Bíblia
recomenda o exercício do amor intenso que cobre multidão de pecados.
Muitas coisas belas e boas deixam de serem feitas porque as pessoas estão
constantemente retomando velhas mágoas e rixas. O amor é fundamental para consolidar o avanço
missionário, pois só ele tem a capacidade de transformar os erros em aprendizado. Só o amor
permite retomar a caminhada e possibilita uma nova chance. O amor supera o erro e nos mostra um
novo caminho para a obra de Deus. Assim, ele mantém viva a esperança e realimenta
a alegria fazendo ver que é possível recomeçar e, dessa vez, fazer dar certo.
3. Esconder os dons: “Cada um administre aos
outros o dom como o recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pedro 4.10). Um dos problemas ou dos entraves no avanço e crescimento da Igreja e da própria pessoa cristã é a estagnação que
leva a recusa no avanço da missão. É o achar que “assim já está bom”. Essa
paralisação ocorre, muitas vezes, porque muitas pessoas não usam os seus dons
para o serviço de Deus, ou quando o fazem, é apenas naquilo que as interessa ou
agrada. A recomendação bíblica para superarmos a estagnação é “servi uns aos
outros (...) como bons despenseiros” (1 Pedro 4.10).
A ideia do despenseiro se refere àquela pessoa que tanto guarda como distribui
adequadamente os haveres. Esta palavra no texto de 1 Pedro é traduzida por “oikonomos”, que
provém de oikos (casa) e de nemo (dispensar, gerir), assim assume o sentido de gerente ou
superintendente da casa. É quem desempenha uma função delegada. Cristo nos delegou uma função:
sermos agentes da proclamação e construção do seu Reino aqui. Em outras
palavras, ser um/a despenseiro/a, é colocar os dons que se tem à disposição das
pessoas para que elas também sejam abençoadas e o Reino de Deus se cumpra. Tudo
é de Deus e nós devemos servir ao Senhor da melhor maneira possível: manifestando o seu amor a todas as pessoas.
4. Falta de coerência entre o falar e o agir: “Se
alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar,
administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado
por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre” (1 Pedro 4.11).
Outro entrave no avanço missionário é a falta
de coerência entre planejamento e realização, entre o discurso e a prática, entre a liderança e o povo da igreja. Por isso, a
Bíblia recomenda a coerência como expressão da vida cristã.
A falta de clareza na prática ministerial nos impede de enxergar para onde vai
a comunidade e, com isso, os próprios membros da igreja não aderem ao projeto.
Sendo assim, é preciso esclarecer o nosso alvo último. O objetivo final, nas
palavras bíblicas, é que “... em todas as coisas seja Deus glorificado, por
meio de Jesus Cristo” (1 Pedro 4.11). Para tal, deve haver
conexidade entre os membros e entre as nossas igrejas. Isso se refletirá no
desempenho missionário da Igreja de Cristo.
Conclusão
Como vimos, muitos problemas surgem ao longo da
nossa caminhada de fé e tendem a trazer desânimo para a comunidade e contribuir para o enfraquecimento da obra
realizada pela Igreja na ação missionária. Parte da solução para corrigir esses problemas depende de
nós. É preciso nos conscientizarmos desse processo e trabalhar cada realidade particular com muito
amor e cuidado, para que esses entraves sejam superados e o Reino apareça.
Para conversar
Pensando que o fim está próximo, o que é
urgente em nossos dias que precisamos realizar enquanto ainda temos tempo?
Que problemas ou dificuldades enxergamos em nossa Igreja e que necessitam da nossa participação na busca de soluções? Como
podemos contribuir?
Leia durante a semana
:: Domingo: 1 Pedro 4.7-11
:: Segunda-feira: 1 Pedro
4.7-11
:: Terça-feira: 1 Pedro
1.13-25
:: Quarta-feira: 1 Pedro
2.1-10
:: Quinta-feira: 1 Pedro
3. 8-17
:: Sexta-feira: 1 Pedro
4.12-19
:: Sábado: 1 Pedro 5.1-11
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 21 - Superando
os obstáculos - PROFESSOR
Texto bíblico: 1 Pedro
4.7-11
Objetivos
Apresentar a realidade da comunidade a quem esta carta foi dirigida; destacar
alguns problemas que enfraquecem a fé das pessoas cristãs e como superá-los.
Para início de conversa
Inicie a aula com a seguinte reflexão: o que você faria se soubesse que
teria pouco tempo de vida, ou por conta de uma enfermidade ou por saber que o
mundo fosse acabar? Quais seriam suas ações a partir desse momento? O que
procuraria fazer, o que deixaria de fazer ou, nada mudaria em sua rotina?
Após alguns minutos de conversa, convide a turma a observar se as propostas de
mudanças, de coisas diferentes a fazer diziam respeito somente a eles/as ou se foi falado
pensado também no próximo. Prossiga a aula. Falaremos mais sobre essa reflexão ao final da aula.
Por dentro do assunto
Uma expressão muito comum, que talvez você já tenha ouvido ao até mesmo
falado é a seguinte: se eu soubesse que teria pouco tempo de vida, iria cair no
mundo e aproveitar o pouco tempo que me esta o máximo que pudesse, viajando,
conhecendo lugares novos e etc.
A solução apresentada nessa expressão sobre, o que fazer da vida diante de uma
situação inusitada como essa, demonstra um tipo de pensamento voltado para o “eu”.
“O que devo fazer por mim”.
Contudo, a Palavra de Deus nos ensina que buscar o nosso bem, é nunca nos
esquecermos do nosso próximo: “...amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22.39).
Essa foi a orientação deixada pela epístola de Pedro. Diante da proximidade de
um fim que acreditavam estar por vir (1 Pedro 4.7), o apóstolo propôs alguns conselhos:
primeiramente, dedique-se mais a oração (1 Pedro 4.7b); depois dedique-se a amar mais as pessoas (1 Pedro 4.8); seja
hospitaleiro para com as pessoas (1 Pedro 4.9); manifeste aos outros a graça de Deus que está
em sua vida, através dos dons que recebeu (1 Pedro 4.10) e; tudo o que fizer, faça em nome de Deus,
buscando glorificar o Seu nome (1 Pedro 4.11).
De fato, não sabemos o dia do amanhã, mas uma coisa é certa: sabemos que num
momento ou outro, adversidades virão sobre nossa vida. Por mais que tenhamos fé
ou sejamos pessoas de oração, não temos como impedir que situações difíceis
como lutas, enfermidades, conflitos, desafios, dificuldades e outros, nos
acometam. Sendo assim, a postura adquirida diante de momentos como estes,
apontará se vamos superar os obstáculos ou se ficaremos prostrados/as pelo meio
do caminho. O psicólogo Miguel Lucas, que atua na área da psicologia
comportamental, falando sobre as adversidades da vida, declara: “...
Não pretendo passar a mensagem que quanto mais adversidade melhor, nem sou
apologista de que o sofrimento é algo de bom. Não, o sofrimento incapacitante não é
benéfico. Ainda assim, não invalida que pensamos nele como uma realidade que acontece
na vida de cada um de nós, certamente em número e intensidade diferentes de pessoa para pessoa.
Quando acontece, aceitá-lo é uma parte da estratégia para nos livrarmos de mais sofrimento.
Aceitá-lo pode constituir uma forma de nos reestruurarmos e seguirmos em
frente”. (Miguel Lucas.
5 dicas para superar as adversidades da vida! Disponível em:
http://www.escolapsicologia.com/
dicas-para-superar-adversidades-da-vida/, acesso em 20/08/2016).
Aceitar o sofrimento não significa estar feliz por ele, mas admitir que ele
existe e que é preciso encontrar forças para superá-lo. Foi essa a mensagem de
Pedro aos cristãos e cristãs (1 Pedro 4.12- 13).
O autor desta carta pode ser Pedro, o apóstolo. Se não foi ele quem redigiu,
pelo menos pode ter sido aquele que influenciou o seu conteúdo. Silvano teve ter atuado como
secretário (1
Pedro 1.12).
Esta Epístola está endereçada aos eleitos da dispersão (1 Pedro 1.1) sitiados
em províncias da Ásia Menor. Quem seriam realmente estes eleitos? Observando-se
passagens como estas: “Outrora, quando estáveis na ignorância” (1 Pedro 1.14);
“fostes resgatados da vossa maneira vã...” (1 Pedro 1.18); “vós
que antes não éreis povo” (1 Pedro 2.10), tem-se por certo, que é uma correspondência
escrita para pessoas proveniente do paganismo e convertidos à fé cristã.
O conteúdo da Epístola demonstra a aceitação de um próximo fim dos tempos.
Dentro dessa perspectiva é que se exorta as pessoas fieis a permanecerem na
esperança,
que se fundamenta na ressurreição de Cristo (1 Pedro 1.3-12); a
estarem em santidade, para tornarem-se pedras vivas de um edifício espiritual no qual Cristo é a pedra
angular (1
Pedro 1.13-2.10); e à boa conduta, sabendo sofrer como Cristo sofreu (1 Pedro 2.11-4.19). O
capítulo 5 ainda traz uma exortação aos presbíteros da Igreja.
Por fim
Encerre a aula apresentando um vídeo que mostra duas atletas que
durante uma prova nas
Olimpíadas Rio-2016, sofreram uma queda e viram a possibilidade de seus sonhos
se desfazerem. A atitude delas nos ensina a importância de não desanimarmos e
superarmos os obstáculos.
Disponível no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=It-9RNTNmJYNikki Hamblin
e Abbey D’Agostino estavam finalizando a prova dos 5000 metros do atletismo, quando
Hamblin caiu ao tropeçar em D’Agostino, que havia caído primeiro. Hamblin
talvez quisesse ficar chateada por ter sido prejudicada, mas ao ver uma companheira ao chão, parou para
ajudá-la a se levantar e assim, poderem voltar a competição juntas. No entanto,
após ajudar D’Agostino, foi Hamblin quem se rendeu ao chão, por sentir fortes
dores em seu pé. D’Agostino não hesitou
e também parou para ajudar a companheira. Somente após a orientação de Nikki
Hamblin, foi que Abbey D’Agostini seguiu na corrida, enquanto sua companheira de queda
insistia mais devagar atrás. O gesto gentil de ambas, possibilitou que mesmo após a queda,
pudessem concluir a prova.
Pontue dizendo que nossa vida muitas vezes se parece
com o ocorrido com as duas protagonistas deste fato. Por vezes sofremos nossas quedas,
mas ter uma mão estendida nos anima a não desistir.
Por outro lado, se nos chateamos com quem nos derruba, dificilmente
conseguiremos reagir positivamente e insistir na corrida da fé.
Todos/as estamos numa corrida.
Algumas vezes caímos, outras somos derrubados/as. Não podemos desistir e nem
desanimar.
Também precisamos perdoar as pessoas que são responsáveis por nossas quedas.
Receber e dar ajuda nesse processo é sempre muito proveitoso.
Para conversar
Pensando que o fim está próximo, o que é urgente em nossos
dias
que precisamos realizar enquanto ainda temos tempo?
Que problemas ou dificuldades enxergamos em nossa Igreja e que
necessitam da nossa participação na busca de soluções? Como
podemos contribuir?
Leia durante a semana
:: Domingo: 1 Pedro 4.7-11
::
Segunda-feira: 1 Pedro 4.7-11
::
Terça-feira: 1 Pedro 1.13-25
::
Quarta-feira: 1 Pedro 2.1-10
::
Quinta-feira: 1 Pedro 3. 8-17
::
Sexta-feira: 1 Pedro 4.12-19
:: Sábado: 1 Pedro 5.1-11
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 20 - NOSSOS
PROJETOS E DEUS
Texto bíblico: Tiago
4.1-10
Viver pela fé. Essa é a expressão máxima da maturidade cristã! Reconhecer e desejar que nossa vida esteja sob o controle de Deus, iver pela fé. Essa é a expressão máxima da maturidade cristã! Reentendendo e experimentando que a Sua vontade é soberana, perfeita e agradável e por isso, podemos tranquilizar nosso coração na certeza de que Ele cuida de nós.
Mas
será que “viver pela fé” significa não fazer planos? Não construir metas e
desenvolver projetos? Obviamente que não!
Planos,
projetos, desejos são parte da nossa vida e nos direcionam em nossa existência.
No entanto, sonhar, planejar, projetar não garante que os projetos se
transformem em realidade, ou ainda que tenham bom êxito. Muitas vezes, a
experiência negativa gera em nós grande frustração. Quem nunca experimentou
isso? Como agir diante das frustrações? Tiago nos ajuda a pensar sobre isso.
Fundamento
bíblico
A carta
começa com destaque para quem escreve e a quem se destina. O autor é Tiago, não
se sabe ao certo quem é. No Novo Testamento é possível encontrar 4 pessoas com
esse nome. O irmão de João (Marcos 1.19); o pai de Judas (Lucas 6.6; Atos 1.11), que
talvez seja o irmão de João; mais um dos doze discípulos, esse, no entanto,
filho de Alfeu (Marcos
3.18); e, o irmão de Jesus (Marcos 6.3), chamado de apóstolo por Paulo (Gálatas 1.19). A
tradição bíblica aponta
que este último seja o autor mais provável.
Quem
recebe as cartas são as doze tribos que se encontram na dispersão, na diáspora,
são as pessoas que se dispersaram por conta das perseguições e fundaram comunidades em
várias partes. Assim, essa epístola é escrita para as pessoas crentes em Jesus,
onde quer que elas estivessem.
A carta de Tiago tem uma perspectiva muito prática, não é à toa que ele
enfatiza a ação, as obras, como expressão da fé (Tiago 1.24), da verdadeira religião (v.27) e
também a importância da observância e cumprimento da lei (2.11-12; 4.1). Esse ensino causou incômodo para a tradição
protestante. Lutero, por exemplo, não simpatizou com essa carta, isto porque,
tal ensino parecia contrário aos ensinamentos do apóstolo Paulo sobre a
justificação pela graça e não pela lei. Mas, seriam tais afirmações
contraditórias?
Elza
Tamez, professora mexicana, afirma que o conceito de lei em Tiago tem a ver com obras boas, enquanto em
Paulo está atrela da a rituais e sacrifícios. Ela ainda afirma que “é a vida de
Jesus que orienta a fé que salva” e Cristo em sua caminhada sempre fazia o bem.
Quanto ao texto em destaque nesse estudo, é parte de um bloco da carta que
compreende do capítulo 4.13 até 5.6 e que trata da autossuficiência dos ricos, sua corrupção
e exploração das pessoas mais pobres.
No
texto da nossa lição, Tiago chama atenção das pessoas que têm feito seus
planejamentos, especialmente aqueles que caminham para um lucro por meios corruptos (4.13; 5.2), sem
se preocuparem com o próximo, especialmente as pessoas pobres, um tema muito
importante para o autor (2.5-9). Ao chamar atenção destas pessoas, ele aponta
o conhecimento limitado, a fragilidade e impossibilidade de saber o que
acontecerá no amanhã (3.14). Em seguida, Tiago traz instruções de como
prosseguir: é preciso submeter-se ao Senhor, buscar a orientação e a vontade de
Deus em relação ao planos e projetos: “Se o Senhor quiser...” (v.15).
O grupo
a quem o autor se refere caminhava na direção contrária a isso. As pessoas não
só planejavam sua vida de forma autossuficiente, como se orgulhavam disso.
Sobre o orgulho e a autossuficiência, Tiago afirma que isso é maligno (v.16).
Depois de sua instrução, termina com o alerta de que, quem ignora tal verdade, mesmo
sabendo dela, estará em pecado (v.17).
Palavra que ilumina a Vida
Interessante
é voltar ao tema de “a quem se destina essa carta”: as pessoas crentes em
Cristo, que Tiago faz questão de chamar de irmãs (1.2). Ler esse texto pensando nas pessoas que não
conhecem a Cristo é muito mais tranquilo e menos comprometedor. Agora, pensá-lo
levando-
-se em conta que ele se destina a nós, crentes em Jesus Cristo, nos desafia a
pensar como estamos agindo em relação a nossa vida e refletir sobre o lugar que
Deus tem ocupado em nosso projetos, sonhos e desejos. Um provérbio conhecido e
que jamais pode ser esquecido é “O coração do ser humano pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios, vem
do Senhor” (Provérbios
16.1). Isso não tira de nós o direito de sonhar ou planejar, mas
aponta também a necessidade de reconhecer que Deus é quem traz a resposta
correta. Isso requer fé, confiança em Deus e, nesse sentido, outro provérbio nos
ensina: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu
próprio entendimento” (Provérbios 3.5).
Quando
confiamos no Senhor, o colocamos no centro da nossa vida e isso fortalece o
nosso entendimento de que ainda que não tenhamos conseguido o que desejávamos,
sabemos que Deus está cuidando da nossa
existência, com o melhor projeto para nós.
Na maioria das vezes, não estamos preparados para o insucesso, há situações que
nos pegam de surpresa, tudo está indo de vento em popa, estamos agindo corretamente,
quando de repente, as coisas mudam. Fazemos de tudo para entender e nem sempre
conseguimos. Abandono, descrença, desmotivação em recomeçar podem ocupar o coração.
Para
muitas situações inesperadas que nos acontecem não temos explicações e nem
sabemos por que temos que vivenciá-las. Nos resta, ao viver pela fé, buscar
sustento na Palavra de Deus que nos diz: “Sabemos que todas as coisas cooperam
para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito” (Romanos
8.28).
Teus
são os meus poderes, minha vida; Em tudo, eterno Pai, dispõe de mim!
Meus dias, sejam curtos, ou cumpridos, Passados em tristezas ou prazer, Em
sombra ou luz é tudo como queres, E é tudo bom, se vem do teu querer”.
(Sarah
Poulton Kalley: Disponível em: http://www.hinarioevangelico.com/p/hinos-1-137-hinos-138-323-hinos-324-499. html,
acesso em 19/08/2016).
Por fim
Algumas vezes nossos projetos e sonhos para o futuro não dão certos e nos frustramos quanto a isso. O grande desafio é não nos frustrarmos, mas nos lembrarmos que Deus sempre tem algo melhor para nós. Não deu certo, continue a orar e buscar de Deus uma nova orientação.
Ao nos
submetermos à vontade de Deus, corremos o risco de pararmos projetos já
iniciados, de não começarmos aquilo que planejamos e, mesmo sem entender,
apenas em obediência, devemos buscar a vontade de Deus, ouvir a sua voz e
obedecer a sua ordem. É preciso ter um coração servo, obediente, disponível a se arrepender e certo da promessa
de que o Senhor tem bons pensamentos a nosso respeito: “...pensamentos de paz e
não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jeremias 29.11).
Projetos que colocam a nossa vida, a nossa salvação e a vida de outras pessoas em risco, não fazem parte dos planos de Deus para
nós.
Conclusão
Lidar com frustrações não é fácil, mas faz parte da vida. Por meio da Palavra
de Deus aprendemos que a melhor maneira de lidarmos com elas é entendermos a
nossa pequenez diante da vida; reconhecer a soberania de Deus; submeter nossos
planos, sonhos, projetos e desejos ao Senhor, como também zelar pelo bem.
Fácil
não é, mas pela Graça torna-se possível. É preciso sabedoria, e como orienta a
carta de Tiago: “se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus,
que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida” (Tiago 1.5).
Para
conversar
Diante das situações de crise e
frustração por projetos interrompidos ou mal-sucedidos, como você se comporta?
Partilhe com o grupo 3 textos bíblicos que lhe consolam e ajudam a superar essas
experiências de frustração.
Leia
durante a semana
::
Domingo: Tiago 3.13-17
:: Segunda-feira:
Tiago 1
::
Terça-feira: Tiago 2
::
Quarta-feira: Tiago 3
::
Quinta-feira: Tiago 4
::
Sexta-feira: Tiago 5
::
Sábado: Provérbios 3
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 20 - NOSSOS
PROJETOS E DEUS - PROFESSOR
Texto
bíblico: Tiago 4.1-10
Objetivo
Apresentar a Carta de Tiago com alguns de seus ensinos, tais como as
obras como
expressão da nossa fé e, os planejamentos pessoais que não excluam Deus e o
amor ao próximo.
Para
início de conversa
Como nosso tema tem a ver com a afirmativa de que tudo o que planejamos
precisamos colocar
diante da vontade de Deus, vamos começar fazendo uma retrospectiva da trajetória.
“O que
você vai ser quando crescer? ”
Essa é uma pergunta clássica que escutamos na infância. Pergunte ao grupo o que
eles respondiam?
A ideia é perceber o quanto dos sonhos de criança se tornaram realidade. Se
tiverem outra experiência de desejos de infância que foram cumpridos, deixe que
compartilhem.
Após, pergunte quais dos seus planos foram cumpridos e quais se frustraram no
meio do caminho. Depois de um tempo de diálogo, destaque que os planos fazem
parte da vida, algumas vezes alcançamos êxito, outras não.
Algumas vezes o que nos tornamos, o que conseguimos, chega a ser bem melhor do
que foi pen sado e
planejado anteriormente. Sem saber o que nos espera, somos convidados/as a
planejar e apresentar nossos planos a Deus, dele vem a resposta certa, que é
sempre a melhor para a nossa vida.
Por
dentro do assunto
A epístola de Tiago foi destinada às pessoas cristãs de origem judaica,
que estavam dispersas
pelo mundo greco-romano, chamado pelo autor de “as doze tribos” (Tiago1.1) e que
precisavam
ser encorajadas na fé, pelo fato de estarem vivenciando tentações e
adversidades (Tiago
1.2-4). Ele trabalha temas como: a sabedoria de Deus (Tiago1.5),
a brevidade da vida (Tiago 1.8-11), tentação (Tiago 1.12-15), a fé
que precisa manifestar-se em obras (Tiago
2.14), entre outros.
A realização de projetos pessoais também é destacada nesta carta e, embora
feita de maneira breve e sutil, o apóstolo enfatiza a necessidade de
apresentá-los a Deus, tendo em mente a limitação da vida humana (Tiago 4.14).
Muito embora sejamos capazes de realizarmos muitas e grandiosas coisas, Tiago
nos adverte que o melhor é sempre nos deixar- mos ser conduzidos/as por Deus. Ele sabe o que
é melhor para nós, enquanto nós nem sabemos se de fato se estaremos vivos/as
amanhã.
A inquietude quanto ao futuro e o planejamento, muitas vezes exagerado, gera
ansiedade e preocupações desnecessárias. Além, é claro, da tão famosa
frustração,
ocasionada muitas vezes por não termos
nossos propósitos alcançados. Por isso mesmo, o próprio Senhor Jesus orientou
seus discípulos e discípulas a buscarem em primeiro lugar o Reino de Deus e deixarem
que Ele mesmo acrescente tudo o que for necessário à suas vidas (Mateus 6.33).
Há uma linda canção em nosso Hinário Evangélico (HE 350) que busca trazer essa
compreensão
de que nossas vidas estão nas mãos de Deus e que Ele nos conduz da melhor
maneira possível.
Alimentar essa fé proporciona contentamento e tranquilidade quanto ao dia de
amanhã. Partilhamos apenas um trecho, se achar pertinente, cante em sua aula: “As
tuas mãos dirigem meu destino, Ó Deus de amor! Bom é que seja assim! Teus são
os meus poderes, minha vida;
Em tudo, eterno Pai, dispõe de mim! Meus dias, sejam curtos, ou cumpridos,
Passados em tristezas ou prazer, Em sombra ou luz é tudo como queres, E é tudo
bom, se vem do teu querer”. (Sarah Poulton Kalley: Disponível em: http://www.hinarioevangelico.com/p/hinos-1-137-hinos-138-323-hinos-324-499.html,
acesso em 19/08/2016).
Por
fim
Algumas vezes nossos projetos e sonhos para o futuro não dão certos e
nos frustramos quanto a isso. O grande desafio é não nos frustrarmos,
mas nos lembrarmos que Deus sempre tem algo melhor para nós. Não deu certo, continue a orar e buscar de Deus uma nova
orientação.
Para
conversar
Diante das situações de crise e frustração por projetos interrompidos ou mal-sucedidos, como você se comporta? Partilhe com o grupo 3 textos bíblicos que lhe consolam e ajudam a superar essas experiências de frustração.
Leia durante a semana
:: Domingo: Tiago 3.13-17:: Segunda-feira: Tiago 1
:: Terça-feira: Tiago 2
:: Quarta-feira: Tiago 3
:: Quinta-feira: Tiago 4
:: Sexta-feira: Tiago 5
:: Sábado: Provérbios 3
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 19 - VIVENDO
PELA FÉ
Texto bíblico: Hebreus 10.32-39 e 11.1-2
As
primeiras comunidades cristãs vivenciaram muitos momentos de perseguição.
Assumir-se como cristão ou cristã naquela época significava viver
arriscadamente. Assim, uma das tônicas dos escritos do Novo Testamento era o
renovo da esperança da Igreja de Jesus. A carta escrita aos Hebreus, que deve
ser considerada mais como um texto doutrinário do que propriamente uma carta, possui
uma parte exclusivamente destinada a alimentar a esperança dos leitores e
leitoras, a fim de gerar encorajamento para seguirem vivendo e anunciando o
Reino de Deus.
Fundamento
bíblico
Ainda
que esteja entre as cartas, este livro não possui características de uma
epístola, pois não começa com uma saudação e não indica um destinatário.
Somente no final surge uma breve despedida dando uma informação sobre a
libertação de Timóteo (Hebreus 13.23). Ainda que seja intitulado Carta aos Hebreus,
essa é uma informação que está apenas no título. O corpo da carta trata de
assuntos importantes, no entanto, bem gerais, que não propicia pistas de um
destinatário
específico. Ainda que a autoria tenha sido, ao longo da história, atribuída a
Paulo, ao examinarmos mais de perto o texto, veremos que não existe nada nele
que seja possível validar tal afirmativa, ou seja, em nada lembra um escrito
paulino.
Uma
linguagem recorrente no texto é a atribuição do título de sumo sacerdote a
Jesus Cristo
(Hebreus
7.20 a 8.2). Esse é o único livro que apresenta Jesus sob esta
perspectiva, que é muito intrigante, pois olhar a vida de Jesus é identificar a
sua postura crítica e desafiadora aos sacerdotes de sua época (Mateus 26.57- 67; Lucas
10.30-37). Esse autor parece conhecer muito bem o Antigo Testamento,
o próprio texto deste estudo exemplifica isso. Por conta das citações sobre o
AT e da argumentação a partir de imagens da cultura e religião judaicas, é
possível deduzir que entre as pessoas leitoras dessa “carta” havia um público de
origem judaica.
Quando olhamos para Hebreus 10.32-39 é possível deduzir também que em algum momento
essa comunidade viveu situações muito difíceis e, por isso, era preciso
animá-las. É nessa direção que o texto em destaque caminha. Vejamos: v.32-33:
o autor recorre à memória do povo e pede que relembre
experiências de grande luta e sofrimento vividos depois que assumiram
publicamente sua fé em Jesus (“depois de iluminados”).
Muitas
pessoas sofreram na carne o opróbrio (desonra, injúria, afronta) ou sofreram
solidariamente com quem estava sofrendo com isso. v.34:
esse sofrimento solidário foi desdobrado em ações, muitas
pessoas usaram seus recursos, seus bens, em favor de quem sofria. Era a fé que
comandava o coração e pela fé as pessoas doaram e não retiveram o que era seu;
pela fé entenderam que patrimônio mais valioso do que o material elas tinham.
v. 35-36: pode ser que diante de tanta provação, muitas
pessoas fraquejaram e quem sabe até se
afastaram da comunidade (v.25), mas o autor chama à perseverança, convida a
não abandonarem a confiança de que assumiram o caminho certo, pois isso era
precioso diante do Pai. Na confiança há galardão, isto é, há recompensa (Mateus 5.11-12; Lucas
6.35-36) v.37-38: aqui aparece o domínio do autor em relação ao
Antigo Testamento. Esses versículos encontram concordância em Habacuque 2.3-4.
Essa palavra que é fiel e atravessa o tempo revela que Deus é e sempre será o
único Deus, Todo Poderoso, que lutará em favor do seu povo sem jamais
abandoná-lo. É preciso relembrar as Escrituras e a promessa de Jesus.
v.39:
ao relembrar a história, a trajetória do povo, o autor
conclui a marca da comunidade: gente que não retrocede, que tem fé, que
persevera e entende o fundamento da perseverança: a conservação da vida em
Cristo Jesus por meio da sua Graça. Assim, esse versículo aponta para um texto
de Hebreus muito conhecido entre nós, por definir o que é fé, vejamos: 11.1:
“... fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a
prova das coisas que não se veem”. Em meio a situações de incerteza, a fé
orienta a forma de olhar a vida, pois situações de tribulação intensa não
permite que vejamos saídas ou escape e nesse sentido, ter fé é ser guiado/a não
pelo que se vê, mas pela esperança e confiança de que ainda que o choro dure
uma noite, a alegria virá pela manhã (Salmo 30.5).
Assim, fé é não precisar ver para crer (João 20.29). 11.2: a fé em Deus é demonstrada
por meio do testemunho e, por outro lado, é ela que gera um bom testemunho.
Mais uma vez o autor recorre a memória, citando os antigos, as pessoas que na
trajetória do povo de Israel creram em Deus e obtiveram resposta à sua fé. O
capítulo 11 trata do testemunho desses homens e mulheres.
Palavra que ilumina a vida
A
beleza desse texto está na palavra de ânimo para quem vive tempo de
dificuldades. Como é bom receber suporte quando o desânimo toma conta do
coração. Nós sabemos muito bem dos benefícios da esperança e das consequências
da sua falta.
Esperança
é algo vital para o ser humano, é ela que não nos faz sucumbir diante das
muitas provações que vivenciamos. Pessoas, deuses, objetos são alvos onde o ser
humano costuma colocar a sua esperança; no entanto, crentes em Cristo Jesus
sabem que Ele é a nossa única e verdadeira esperança (2 Tessalonicenses 2.16-17;
1 Pedro 3.15-16).
Em
tempos de desesperança experimentados por nós, nossa família, irmãos e irmãs,
comunidade e outros espaços que vivenciamos, podemos nos inspirar nesse texto
para o renovo da nossa fé e para saber como lidar com a desesperança,
mantendo-nos firmes em tempos de tribulação: Relembrar as ações de Deus a favor
da nossa vida é uma reflexão saudável: A beleza de caminhar com Cristo,
tornando-nos completamente dependentes Dele nos ajuda a perceber a sua maravilhosa
Graça e seu livramento nas grandes e pequenas coisas. Deus é fiel e se importa conosco
e, certamente, o Deus que agiu no passado é o mesmo que cuida de nós hoje.
Não “fechar-se” em si, mas preocupar-se com o próximo: situações difíceis podem
nos levar para dentro do nosso problema de forma que esqueçamos de tudo mais
que está em nossa volta. Nossas dores são importantes e devem ser valorizadas e
cuidadas, entretanto, outras pessoas também estão sofrendo. Não se trata de
medir ou comparar sofrimentos, “cada um sabe onde seu calo aperta”. Nenhum
problema deve ser menosprezado. No entanto, a fé dá condições e nos desafia a
nos preocuparmos com o próximo apesar das nossas provações.
Muitas
vezes, o olhar que temos sobre nós ou a forma como outras pessoas nos veem nos
coloca para baixo, nos menospreza ainda mais.
É comum
que em tempo de luta nos sintamos incapazes e sem força.
Em
tempos assim, é importante refletir sobre como Deus nos olha: Como pessoas
fracas? Antes de tudo, Deus nos olha com amor.
Estar
numa classe de Escola Dominical, nos cultos semanais, nos grupos pequenos,
apesar de toda nossa tribulação, revela que somos gente de fé! Não esqueça
disso! Você é do grupo que não retrocede, antes tem fé e por isso persevera.
Lembre-se que o seu testemunho de fidelidade a Deus e superação das
dificuldades abençoará a vida de muitas pessoas.
Conclusão
Inspirado por Deus, o autor do livro de Hebreus animou o povo e essa
palavra também nos anima hoje. É na Palavra de Deus que encontramos inspiração
para nosso testemunho, consolo para nossa angústia e alimento para nossa fé.
Invista na leitura e reflexão da Bíblia e se comprometa a anunciar a Palavra de
Deus para quem sofre.
Para conversar
Em tempos de aflição como agir para impedir que a sua
relação com
Deus e com a comunidade de fé seja abalada?
Como a Igreja pode intervir em tempo de sofrimento de um dos
seus membros?
Leia durante a semana
::
Domingo: Hebreus 10.35-39 e Hebreus 11.1-2
::
Segunda-feira: Hebreus 11.3-16
::
Terça-feira: Hebreus 11.17-31
::
Quarta-feira: Hebreus 11.32-40
::
Quinta-feira: Hebreus 12.1-8
::
Sexta-feira: Hebreus 12.12-24::
Sábado: Hebreus 13.20-25
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 19 - VIVENDO
PELA FÉ
Texto bíblico: Hebreus 10.32-39 e 11.1-2
Objetivo
Apresentar a Carta aos Hebreus e suas ênfases nos temas da provação,
perseverança, fé e do Sumo-sacerdócio de Cristo.
Para início de conversa
Escreva
a palavra perseverança em um cartaz ou na lousa/quadro. Em seguida leia uma
citação
do fotógrafo Jacob Riis: Quando nada parece ajudar, eu olho o cortador de
pedras martelando sua rocha talvez cem vezes sem que uma única rachadura apareça.
No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas e eu sei
que não foi aquela que conseguiu, mas
todas as que vieram antes. (Jacob Riis).
Peça
para que as pessoas comentem essa citação na perspectiva da perseverança. Abra
espaço
para 2 pessoas testemunharem experiências de perseverança. Ao final dos
testemunhos pergunte ao grupo como se sentiram ao ouvi-los. Ouvir testemunhos
de fé e perseverança nos traz esperança, ânimo e desejo de perseverar. Deus usa
esses testemunhos para aumentar a nossa fé. Deus nos usa para alimentar a fé
das pessoas.
Temas
como fé, perseverança, resistência e insistência estão no conteúdo da Carta aos
Hebreus.
Por dentro do assunto
A Carta
aos Hebreus foi escrita na época do Imperador Domiciano (81-96 d.C). Nos
primeiros anos do governo, ele administrou os assuntos públicos com justiça e energia,
mas a partir dos anos 90 foi se degenerando progressivamente, tornando-se um
grande tirano. Deu a si mesmo o título de “Senhor” e se divinizou em vida.
Na antiguidade clássica, tanto na Grécia quanto em Roma, era essencialmente
sobre a religião
que se fundava a “polis”, a cidade (e por cidade deve se entender o Estado, a
política); desta maneira ela representava a reunião dos que tinham os mesmos
deuses protetores e cumpriam o ato religioso no mesmo altar.
O culto
formava um laço de união e dava coesão a toda sociedade.
Renegar
aos deuses era não somente apostasia, mas uma traição à Pátria; e o ato
religioso era
um ato cívico. A religião era uma função de Estado, desempenhada por pessoas
especialmente designadas para isso. Nela, a interioridade não contava: era uma
religião de atos formais, de culto puramente exterior. Otávio, aquele que deu início
ao Império, introduziu a divinização do imperador com a finalidade de
desenvolver a penetração, a implantação segura e a coesão do Império. Como
resultado desta ideologia, os romanos acreditavam que os deuses se irritavam
com a presença de pessoas que adoravam outro Deus e lhe recusavam culto.
O povo
cristão era considerado ateu e rebelde contra o Estado.
A
expansão do Cristianismo era uma ameaça política, pois a coesão do Império se
baseava na
religião do Imperador. O Cristianismo era considerado uma associação ilícita, o
que significava
crime.
É em meio a este cenário que os cristãos e cristãs chamados aqui de hebreus,
eram desafiados a
não desanimarem e viverem sua fé com perseverança.
O texto
de Hebreus tinha como objetivo reanimar o povo cristão, uma comunidade que,
após muitos anos vivenciando sua fé com muita alegria e firmeza, diante das
lutas e perseguições,
desanimou e perdeu o vigor.
De
igual forma, muitas situações tendem a querer desanimar a Igreja de Cristo em
sua caminhada. Permanecer firme, relembrando as provações que vivenciaram
nossos pais e mães na fé (Hebreus 11) é um dos conselhos e exortações apresentados
neste livro.
“A fé transforma-se em esperança e é praticamente idêntica a perseverança,
firmeza. No entanto,
se for difícil crer, a comunidade deve olhar para os que anteriormente se
exercitaram na fé. Deve
olhar (11.2) para os antigos, pois desde os primórdios, a relação de Deus com
os homens está baseada na fé. Ninguém podia servir a Deus, a não ser crendo. Os
antigos creram, e não creram em vão.
Deus
prestou seu testemunho em relação a eles e tudo o que os antigos alcançaram foi
dádiva de
Deus para aqueles que se exercitaram na fé. Essa certeza é reassumida pelo
verso 6 do capítulo 11 que afirma: ninguém pode chegar até Deus, a não ser em
fé. A fé é condição imposta por Deus àquele que quer participar do culto da
comunidade (quem que vir até
Deus). Este confia
na existência de Deus e espera pela recompensa”.
(DREHER,
Martin. Hebreus 11.1-2,6,8-10. Auxílio Homilético. Proclamar Libertação -
Volume: IX. Disponível em: http://www.luteranos.com.br/conteudo/hebreus-11-1-2-6-8-10,
acesso em:
18/08/2016).
Assim, a carta aos Hebreus nos apresenta ingredientes necessários para não
esmorecermos diante das dificuldades: fé (Hebreus 11), compromisso (Hebreus 10.23-25) e
persistência (Hebreus
12.2-3).
Por fim
Retome
o tema da dinâmica inicial, relembre a turma sobre o nosso compromisso de
consolar
e animar as pessoas. É importante termos sempre palavras encorajadoras (e não o
contrário),
para sustentar quem se encontra enfraquecido/a na fé. De igual forma, quando o
desânimo bate em nós, podemos buscar na Bíblia e nos testemunhos de fé forças para
reavivar a nossa esperança.
Pela fé em Cristo, nós não somos daqueles e daquelas que retrocedem, ao
contrário, permanecemos firmes na Graça de Deus que nos assiste em todo tempo.
Para
conversar
Em tempos de aflição como agir para impedir que a sua
relação com
Deus e com a comunidade de fé seja abalada?
Como a Igreja pode intervir em tempo de sofrimento de um dos
seus membros?
Leia
durante a semana
::
Domingo: Hebreus 10.35-39 e Hebreus 11.1-2
::
Segunda-feira: Hebreus 11.3-16
::
Terça-feira: Hebreus 11.17-31
::
Quarta-feira: Hebreus 11.32-40
::
Quinta-feira: Hebreus 12.1-8
::
Sexta-feira: Hebreus 12.12-24
::
Sábado: Hebreus 13.20-25
REVISTA EM MARCHA-
O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 18
FILEMOM: A IMPORTÂNCIA
DA RECONCILIAÇÃO
Texto
bíblico: Filemom 8-20
A Carta a
Filemom é classificada como uma epístola pessoal. Paulo escreve a Filemom, um
homem cujo o escravo, Onésimo, havia fugido e então se encontrava na presença
do apóstolo. Nada sabemos dos motivos que levaram à fuga de Onésimo.
Especula-se que ele, após furtar o seu senhor e, consciente de uma severa
punição, tenha fugido ao encontro de Paulo. Esta é uma carta pequena, simples,
não há nela um tratado de fé. No entanto, ela nos aponta que o Evangelho é um
poderoso instrumento de reconciliação e restauração.
Fundamento
bíblico
O
objetivo desta carta escrita a Filemom era de prepará-lo para aceitar Onésimo
de volta em suas terras (Filemom 12). Onésimo era escravo e havia fugido, deixando
o seu senhor indignado. Paulo resolveu intervir nessa situação, pois conhecia
Filemom e o respeitava, sabia do seu bom coração, havia laços de afeto entre
eles (v. 9). O
apóstolo encontrava nisso a certeza de que o mesmo compreenderia e aceitaria a importância
desse pedido.
Onésimo
foi evangelizado por Paulo enquanto o apóstolo estava preso. Paulo descreve
essa
conversão como um parto: “meu filho Onésimo, que gerei entre algemas” (v.10). Paulo considerava filhos e filhas as pessoas que
ele gerava por meio da sua evangelização. Onésimo, além de filho, tinha um
valor mais especial ainda, era seu próprio coração (v.12), em
algumas versões bíblicas o versículo 12 está assim descrito: “Eu to envio,
recebe-te como a mim mesmo”.
A pregação do Evangelho é sempre mais eficaz quando feita pelo testemunho
pessoal. Paulo, por
amor de Jesus, suportou sofrimentos que afetavam não somente o seu estado
físico, mas
também o emocional, já que se encontrava preso como um malfeitor. Possivelmente
a cadeia
propiciou a Paulo a reflexão sobre a perversidade que é a escravidão. Uma
pessoa quando nascia escrava estava determinada a morrer nessa condição de
inferioridade, mesmo fugindo, ainda era considerada como escrava.
Paulo acolhe e evangeliza Onésimo, que se
converte. Onésimo foi tratado pelo apóstolo de uma maneira muito diferente
para os costumes da época. Paulo não o viu como “coisa”, objeto, propriedade,
mas como um ser humano.
É bem
verdade que não vemos nessa carta um manifesto de Paulo contra a escravidão. No
entanto, o simples fato de se referir a Onésimo como “filho” (v.10) já nos
mostra os conceitos de dignidade e igualdade que permeavam a mente e o
comportamento de Paulo.
Onésimo antes era visto apenas como um escravo, mas agora era reconhecido pelo
apóstolo como alguém importante no Reino de Deus. Paulo se alegrava em tê-lo como
amigo na prisão, reconhecendo o quanto sua presença e ajuda eram fundamentais (v. 11).
Mesmo
querendo ter seu novo filho na fé por perto, ele devolve-o a Filemom e o
desafia a aceitá-lo (vv.13-15).
Paulo
desejava tanto a reconciliação entre esses dois homens, que ele mesmo escreveu
esta carta.
Naqueles tempos, algumas cartas foram escritas por colaboradores de Paulo que o
faziam em seu nome. Neste caso, o apóstolo queria certificar-se de que Filemom
entenderia o quanto essa acolhida a Onésimo seria importante (v. 15-17), por
isso, passou ele mesmo a escrever-lhe (v.19).
Palavra
que ilumina a vida
Como
apóstolo, Paulo sabia de seu direito de ordenar que Filemom recebesse seu
escravo (v.8).
No entanto, por ser uma situação delicada, em que deveria haver perdão para uma
nova oportunidade de convivência, ele prefere o vínculo do amor (v.9), então
abre mão de sua autoridade pastoral e faz um pedido ao seu amigo: que apesar do
seu orgulho ferido e do prejuízo financeiro, recebesse Onésimo, não mais como
um escravo, mas como um irmão em Cristo (vv.15-16). Isso aponta o valor maior da reconciliação.
Quantas
vezes perdemos de vista a bondade de Deus, justamente porque nos tornamos
intransigentes, considerando que nosso posicionamento reflete a verdade? Pela
oportunidade de
ver dois irmãos na fé se reconciliarem, Paulo não vê nenhuma dificuldade em
pedir, quase implorar, para que houvesse retrocesso numa situação aparentemente
sem solução Paulo se engajou completamente para restaurar os laços entre Onésimo
e Filemom, a ponto de assumir os danos que Onésimo pudesse ter causado ao seu
senhor (vv.18-19). Isso
pode nos levar a
questionar o quanto nos envolvemos para propiciar a paz entre as pessoas? Quais
são os métodos e argumentos que utilizamos para isso? Com Paulo aprendemos a
agir em amor e a mostrar, por meio do Evangelho, argumentos em favor da paz
entre as pessoas.
Na
carta, Paulo aponta que Jesus Cristo é o Senhor, nós seus servos e servas e,
por meio Dele, irmãs e irmãos sem nenhuma distinção.
Paulo é
enfático: “Se, portanto, me consideras companheiro, recebe-o, como se fosse a
mim
mesmo” (v.
17). A Filemom é dada uma responsabilidade. Ele não tem mais somente um
escravo, uma propriedade física, uma coisa. Ele passa a ter um irmão “caríssimo”.
A atitude de Filemom deve ser outra ao receber o irmão Onésimo.
Por
exercitar o perdão, Filemom não poderá mais cobrar de Onésimo atos de sua
antiga vida. Não poderá lembrar constantemente os atos passados, nem exercer qualquer
tipo de punição, pois o que se encontra à sua frente não é mais um escravo
fujão, um ladrão inconsequente, mas um irmão na fé que vem altamente
recomendado. As recomendações de Paulo a respeito de Onésimo, atestam que agora
ele é uma nova pessoa, digna de confiança.
Ele
creu em Jesus e sua vida foi transformada.
Essa
nova situação nos faz responsáveis por aqueles e aquelas que são alcançados/as
pela gra-
ça divina. Se Deus não se lembra mais dos seus pecados (Isaías 43.25), por
que Filemom se lembraria? O perdão abre o caminho para a aceitação, para
amarmos novamente aquelas e aqueles que nos ofenderam.
A
igreja é um espaço para promovermos a reconciliação, pois é lugar propício
(embora não seja
o único) para ouvirmos a voz de Deus nos chamando para esta necessidade.
Devemos sempre
nos lembrar que essa reconciliação passa primeiro pelo caminho do perdão. Se
não houver perdão verdadeiro, qualquer tentativa de reconciliação terá data
para terminar
Conclusão
Assim como Paulo insistiu na reconciliação destes homens, Deus tem agido
em nós, através de seu Espírito, para também promover reconciliação onde e com
quem houver necessidade. O Evangelho pode comunicar nova vida e novo sentido ao
ser humano. Nós somos portadoras e portadores dessa Boa Nova de restauração e
devemos, portanto, trabalhar para promover a paz entre todas as pessoas (Mateus 5.9). Devemos
ser mediadoras e mediadores, arautos (mensageiros/ as) da paz e da concórdia.
Assumir com Deus a missão de construir o Reino é receber, sem cobranças ou
fardos, aquelas e aqueles que Ele nos envia e que, como nós, são alvos do Seu
amor.
Para
conversar
O
que significa ser uma pessoa mediadora?
É
licito abrir mão de certas convicções para promover a reconciliação ou devemos
ser mais rígidos em nossos juízos?
Leia durante a semana
::
Domingo: Filemom 1.8-20
::
Segunda-feira: Filemom 1.1-7
::
Terça-feira: 2 Coríntios 5.18-20
::
Quarta-feira: Romanos 5.10-11
::
Quinta-feira: Mateus 5.23-24
::
Sexta-feira: Lucas 12.58-59
::
Sábado: Filemom 1.21-25
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 18 -PROFESSOR
FILEMOM: A IMPORTÂNCIA
DA RECONCILIAÇÃO
Texto
bíblico: Filemom 8-20
Objetivo
Analisar a importância da reconciliação e também a necessidade de
sermos reconciliadores/as entre as pessoas.
Para início de conversa
Faça
uma dinâmica utilizando folhas de papel (pode ser papel usado/material para
reciclagem).
Distribua uma folha para cada pessoa e peça que amassem essa folha o quanto
puderem. Em seguida peça que desamassem a folha, o quanto puderem, depois faça
a seguinte pergunta: essas folhas poderão voltar a ser como antes? Em seguida,
explique que, assim como, amassar as folhas mudou-as para sempre, na vida temos
experiências que nos marcam, nos ferem e, nos mudam, mas, embora marcados/as,
Deus pode restaurar, perdoar e reconstruir nossas vidas, dar outro significado
para as nossas marcas especialmente tirando delas a dor que nos feriu por tanto
tempo.
Por dentro do assunto
A Carta
a Filemom é classificada como uma epístola pessoal. Paulo escreve a Filemom, um
homem cujo o escravo, Onésimo, havia fu gido e
então se encontrava na presença do apóstolo. Assim, o conteúdo desta pequena
carta, ainda que escrita, primeiramente, como um bilhete entre amigos, denuncia a sociedade romana que reafirmava o sistema
escravagista como a principal força de trabalho explorada pelo Império Romano,
que dependia basicamente dela.
Na lição do/a aluno/a, abordamos mais enfaticamente o tema da reconciliação, no
entanto, vale destacar que o pano de fundo dessa carta trata de um tema que
ainda hoje é presente em várias partes do mundo, inclusive no Brasil: o trabalho
escravo. Por isso, apresentamos aqui algumas considerações sobre a escravidão
sustentadas pelo Império Romano.
Verner
Hoefelmann afirma: “A produção de riquezas, nascida da exploração do trabalho
escravo,
caracterizava toda a formação econômica, social, política e cultural da
sociedade romana. Calcula-se que um terço dos habitantes do Império estava
submetido a alguma forma de escravidão (...)”.
Eles
não eram vistos como pessoas, e sim, como instrumentos de trabalho. Ao lado das
ferramen tas mudas (enxadas, arados) e semimudas (animais), eles
formavam as “ferramentas falantes” de trabalho, como dizia Aristóteles.
Como coisas, estavam totalmente sujeitos à vontade do dono, que tinha um
domínio quase absoluto sobre seus corpos. Não tinham dia de descanso, nem
jornada de trabalho definida. Apenas no âmbito do judaísmo havia algumas leis
de proteção a escravos (Êx 21.1-11)”. Acesse e leia o texto completo. (HOEFELMANN,
Verner. Filemom 8-21. Auxílio homilético. Proclamar Libertação - Volume: XXIX.
Disponível
em: http://www.luteranos.com.br/textos/filemon-8-21, acesso em 17/08/2016).
João Wesley também vivenciou a presença da escravidão em sua sociedade e a
repugnou veementemente. Em sua carta à William Wilberforce, declarou: “A
escravidão é uma vilania nojenta, um escândalo para a Inglaterra e para a humanidade.
Fico chocado quando um homem, por ser negro, é enganado ou atacado por um branco
e não pode se defender…
Vá em nome de Deus e no poder do Seu Espírito, para que a escravidão americana,
a mais infame que já se viu sob o sol, seja bani da para
sempre”. (Trecho da última carta que escreveu antes de morrer. A carta foi escrita a William Wilberforce, figura fundamental
na abolição do tráfico de escravos na Inglaterra, em 1807).
Filemom
morava com sua irmã Áfia e também com Arquipo (v.2). Em sua casa havia uma comunidade cristã, isso
pelos idos dos anos 56-60. Paulo o conhecia bem, eram irmãos em Cristo Jesus. Por esta razão, o apóstolo sentiu-se na liberdade de pedir a Filemom que
perdoasse, se reconciliasse e aceitasse Onésimo de volta, não o tratando como
escravo, mas sim, como um irmão amado (v. 16).
Quando
estamos em Cristo Jesus, perdoar torna-se um ato de fé, vai para além da nossa
vontade, este ato se coloca como mandamento de Jesus e, também como desafio
para o nosso processo de santificação.
O perdão
gera reconciliação que deve ser demonstrada por meio das atitudes, da mudança
de comportamento.
Filemom servia a Deus, mas precisava mudar a forma de se relacionar. Não é
possível ser liberto por Cristo e manter pessoas escravizadas. Nós podemo é aceitável diante da fé
em Cristo Jesus. Precisamos ouvir a advertência, reconhecer que erramos e
transformar a vida, isso é bom para gente e para o próximo.
Paulo era muito amigo de Filemom, mas isso não o impediu de mostrar a verdade a
Filemom, advertindo-o de seu engano. Isso é a verdadeira demonstração de afeto. Além
disso, Paulo escutou Onésimo, o outro lado da história. Em seguida fez a opção
de trabalhar pela paz. Se agirmos assim, dentro e fora da nossa comunidade de
fé, transformaremos o mundo!
Por fim
Diante
da folha amassada da dinâmica, afirme que “Cristo ensinou que nos amássemos e
não nos amassássemos”. Um dos grandes desafios da vida é construir relacionamentos
que sejam pautados no amor, no respeito, na tolerância e em sentimentos e ações que
valorizem a outra pessoa e não a diminuam. Não devemos “amassar” ninguém, mas também colaborar
para que outras pessoas não sejam amassadas, mas caso isso aconteça, nos resta
outro desafio: ser sinal da Graça de Deus para ajudar as pessoas a se
reconstruírem e se recomporem.
Conclusão
Assim como Paulo insistiu na reconciliação destes homens, Deus tem agido
em nós, através de seu Espírito, para também promover reconciliação onde e com
quem houver necessidade. O Evangelho pode comunicar nova vida e novo sentido ao
ser humano. Nós somos portadoras e portadores dessa Boa Nova de restauração e
devemos, portanto, trabalhar para promover a paz entre todas as pessoas (Mateus 5.9). Devemos
ser mediadoras e mediadores, arautos (mensageiros/ as) da paz e da concórdia.
Assumir com Deus a missão de construir o Reino é receber, sem cobranças ou
fardos, aquelas e aqueles que Ele nos envia e que, como nós, são alvos do Seu
amor.
Para
conversar
O
que significa ser uma pessoa mediadora?
É
licito abrir mão de certas convicções para promover a reconciliação ou devemos
ser mais rígidos em nossos juízos?
Leia durante a semana
::
Domingo: Filemom 1.8-20
::
Segunda-feira: Filemom 1.1-7
::
Terça-feira: 2 Coríntios 5.18-20
::
Quarta-feira: Romanos 5.10-11
::
Quinta-feira: Mateus 5.23-24
::
Sexta-feira: Lucas 12.58-59
::
Sábado: Filemom 1.21-25
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 17
PASTOREAR
E SE DEIXAR PASTOREAR
Texto
bíblico: Tito 1.1-5
Quem foi
Tito? Por meio das cartas de Gálatas e 2 Coríntios, sabe mos que ele era grego
e foi um companheiro de Paulo na Missão. -Viajaram juntos para Jerusalém (Gálatas 2.1-3) e
também foi enviado por Paulo como conciliador na Igreja de Corinto (2 Coríntios 7.6; 8.6;8.16-17), já
que esta tinha uma difícil relação com o apóstolo. Depois dessas experiências
foi para região da Dalmácia (região do Império Romano que hoje corresponde à
Croácia) e também para a ilha de Creta. A atuação missionária de Tito parece ter sido de extrema relevância,
pois uma carta foi enviada a ele quando estava em Creta.
A
partir desta carta podemos conhecer um pouco da realidade das irmãs e irmãos
cretenses e das dificuldades e experiências vivenciadas por Tito.
Fundamento
bíblico
A carta
enviada a Tito é uma carta de pastoreio, todo o seu conteúdo assume a função de
orientar Tito em sua atuação pastoral com o povo de Creta. O início desta carta
nos mostra que essa comunidade vivenciava um tempo de desorganização (Tito 1.5),
problemas com
indisciplina (v.7)
e com falsas doutrinas (v.11).
A fama
dos cretenses não era nada boa, o próprio Paulo cita um poeta cretense, chamado
Epimênides, que define o seu povo como: “mentirosos, feras terríveis, ventre
preguiçosos”
(v.12).
Obviamente que toda generalização é muito perversa, mas inegavelmente, pelo
menos nas igrejas, certos problemas de conduta estavam acontecendo.
Assim,
percebe-se que a tarefa de Tito não foi nada fácil. A carta tinha o objetivo de
orientar, pastorear e animar Tito diante desse desafio missionário.
Como
organizar aquela comunidade? Paulo o instruiu a estabelecer critérios para as
funções exercidas na igreja (1.5-9). Ao analisarmos estes critérios, percebemos
que eles apontam para uma conduta ética, condizente com os ensinamentos de Jesus e dos apóstolos.
Para o exercício ministerial na igreja era preciso que as pessoas escolhidas tivessem um bom
testemunho pessoal, familiar e comunitário. A vida íntegra deveria começar em
seu coração, em casa, para depois expressar-se na Igreja.
O
exercício ministerial implicava em ter poder, condições, tanto para exortar
pelo reto ensino quanto para convencer os que o contradizem (v.9). Isto porque a comunidade vivenciava uma série de conflitos teológicos (vv. 10-14), além de um discurso que não se refletia na
prática (v.16).
O que
ensinar naquela comunidade? A sã doutrina (Tito 2.1). Paulo é bem explícito quanto a isso, ele sabia
que conhecer a sã doutrina implicava num comportamento coerente com a verdade
ensinada. A doutrina sã colaboraria com uma reta conduta pessoal que,
por consequência, propiciaria à comunidade, relações saudáveis e cordiais (vv.2-10). Certo
da limitação humana, Paulo destacou que tais mudanças e comportamentos seriam
frutos da graça de Deus sobre a sua Igreja e também alertou que deveria ser a
conduta de quem aguardava, com esperança, o regresso de Jesus Cristo (vv.11-14).
Obviamente
que ao cumprir tais orientações, Tito teria problemas e muita resistência. Como
superaria isso? Paulo aponta a necessidade de exortar e repreender a igreja com
toda autoridade, não permitindo que ninguém o desprezasse (v.15). Vale
destacar que
autoridade em nada tem a ver com autoritarismo e de forma alguma pode
desencadear nele.
No
capítulo 3, o autor da carta justificou a importância do respeito às
autoridades e como Tito poderia fazer isso: lembrando-lhes da importância da
obediência (Tito
3.1), do respeito e cordialidade com as lideranças
estabelecidas e as demais pessoas (v.2), isto Paulo falou a partir da sua própria
experiência, nunca se isentando de que passou por momentos ruins,
onde suas atitudes não eram dignas de aprovação (vv.3-4).
É a
graça de Deus que opera a mudança na vida das pessoas.
Tito de
forma confiante deveria apontar a importância dessa mudança, a fidelidade de
Deus e também a esperança gerada por Seu amor (v.8). Assim, o ensino com autoridade e não com
autoritarismo, seria marcado pelo fato de Tito não se envolver em discussões
desnecessárias (v.9)
e nem impor desrespeitosamente seus
ensinamentos (vv.10-11).
A carta
termina com recomendações a respeito da trajetória missionária a ser seguida
por Tito (v.12): ele
deveria dirigir-se a Nicópolis quando um outro missionário chegasse à Creta (Tito 3.12). Em seguida, Paulo recomenda que ele cuide e colabore na
formação de outras lideranças (13-14). Suas
últimas palavras são de saudação aos amigos e amigas fiéis (v.15).
Palavra
que ilumina a vida
A
partir da carta de Tito, podemos traçar algumas considerações sobre a nossa
atuação ou liderança ministerial.
A importância do
discipulado.
inguém
nasce sabendo. Ser uma pessoa cristã é viver em constante processo de
discipulado, isto é, sob a orientação dos ensinamentos de Jesus. Isso requer um
coração “ensinável”, disposição para aprender e humildade para reconhecer que
não se é autossuficiente. Em nossa atuação ministerial precisamos de pastoreio,
precisamos de humildade e disponibilidade para ouvir a orientação de outras
pessoas sobre o nosso trabalho. Paulo foi pastoreado por homens e mulheres (Romanos 16.3; Romanos
16.2) e assim pastoreou outras pessoas.
Tito recebeu o pastoreio de Paulo e pastoreou a igreja de Corinto, da Dalmácia
e de Creta.
A importância do testemunho pessoal e na família.
Uma
piada que circula em nosso meio é aquela que a esposa e o filho de um líder
religioso desejam se mudar para Igreja, pois o comportamento daquele homem na
igreja era muito melhor do que em casa.
Infelizmente,
há muito de verdade nessa piada. Esse é um grande desafio para quem exerce uma
liderança ou tem uma engajada atuação missionária.
Nosso
primeiro campo missionário é a nossa família. Muitas vezes exortamos as pessoas
na igreja a terem um certo comportamento em suas casas: respeito aos filhos e
filhas, vida de oração com a esposa ou marido, culto doméstico, paciência,
demonstração gratuita de afeto e etc. E nós? Temos assim agido? A sã doutrina quer nos providenciar a mudança
de comportamento que anunciamos para as pessoas. Encontramos na Graça de Deus o
estímulo e a força para tal mudança.
Para
todas as pessoas essas considerações são muito importantes. Cada aluno/a deve
escolher uma delas para apresentar em oração. Se achar pertinente, faça grupos
de oração, para que as pessoas intercedam umas pelas outras.
A importância de abrir mão do autoritarismo. “Já não
vos chamo de servos, mas de amigos” (João 15.15), com essa expressão Jesus Cristo apontou o
caminho que ele seguiria em sua liderança: a amizade. Sem abrir mão das funções
e exigências que os nossos cargos estabelecem, precisamos ter muito cuidado com
a maneira que atuamos, “enfiar goela abaixo” nossas convicções e projetos não
aproxima ninguém, pelo contrário, só afasta. Saber dialogar, esperar, falar e a
também saber a hora de calar, são fundamentais para nossa atuação missionária.
Conclusão
Quando nos colocamos à disposição do Senhor,
muitas vezes nos surpreendemos com as dificuldades que se apresentam, nos
sentimos ínfimos/as e até amedrontados/as. Na missão existem tarefas de todo tipo,
mas em todas elas Deus nos capacita e, se Ele nos escolheu, tenhamos a certeza
de que nos orientará a fazê-las. Não despreze a ajuda de outras pessoas em seu
trabalho, realize-o com temor e tremor e ame
toda as pessoas que Cristo colocou ao seu redor para que você as auxilie.
Para
conversar
Quais são os desafios de liderar uma comunidade, um grupo pequeno,
uma sociedade ou um ministério? Quais
são os desafios de obedecer e respeitar as lideranças instituídas sobre as
nossas vidas
Leia durante a semana
:: Domingo: Tito 1.1-5
:: Segunda-feira: Tito
1.10-16
:: Terça-feira: Tito 2
:: Quarta-feira: Tito 2
:: Quinta-feira: João
13.1-20
:: Sexta-feira: João 15
:: Sábado: 2 Coríntios 5.18-21;
6.1-13
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 17 - PROFESSOR
PASTOREAR
E SE DEIXAR PASTOREAR
Texto
bíblico: Tito 1.1-5
Objetivos
Conhecer a atuação de Tito junto à sua comunidade de fé; entender a
importância de andarmos conforme os preceitos bíblicos, a fim de que nossas
obras não sejam rejeitadas por Deus.
Para início de conversa
Leia o
texto bíblico e depois convide o grupo a pensar em quais são as principais
dificuldades que surgem quando exercemos um ministério. Depois de listarem as dificuldades, peça
que o grupo aponte soluções para elas. Em seguida, aponte que diante das dificuldades,
Paulo colaborou para que Tito desempenhasse seu ministério da melhor forma.
Por dentro do assunto
A Carta
de Paulo a Tito é na verdade uma orientação a este, que seria o líder desta
recém-inaugurada igreja da ilha de Creta.
Paulo
apresenta orientações muito importantes para a sua prática pastoral: como
liderar e organizar as comunidades da ilha; como escolher seus dirigentes (1.5-9); como
inibir os ensinos de doutrinas falsas (1.10-16); como preparar as pessoas para a vida cristã (2.1-10); como
proceder na vida diária e pública (2.11-3.2).
A estas exortações a Tito, Paulo enfatizava com repetição: “Fala disto, e
exorta e repreende com toda a autoridade…” (2.15) e “Fiel é esta palavra, e quero que a proclames
com firmeza…” (3.8).
Tito foi membro da comunidade cristã de Antioquia, após converter-se do
Paganismo.
Tornou-se companheiro de Paulo e Barnabé na viagem feita para o Concílio de Jerusalém,
por volta dos anos 50. Embora pouco mencionado nos relatos bíblicos, foi um grande
colaborador do apóstolo Paulo, antes de Timóteo. Paulo o apresenta como um cristão convicto de sua fé em
Cristo (Gálatas
2.1-3).
Foi um dos poucos que visitou e consolou Paulo em sua prisão em Roma. Fez isso
antes de partir para Dalmácia (2
Timóteo 4.10).
Foi também o responsável por intermediar uma reconciliação entre o povo cristão
de Coríntio e Paulo (2
Coríntios 7.6-16). Por estas e outras razões, conquistou a
confiança do apóstolo, sendo por ele destacado e elogiado em suas práticas.
Depois de galgar alguns importantes passos, como reorganizar a comunidade de
Corinto que não caminhava bem, ser o responsável pela entrega da Segunda Carta
de Paulo aos Coríntios, preparando-os para a sua vinda, e nessa mesma comunidade,
organizar a coleta para os pobres em Jerusalém (2 Coríntios 8.16-24), o
apostolado de Tito tornava-se ainda mais consolidado.
A missão dada a Tito era desafiadora, ele chegou para organizar uma comunidade
cheia de
problemas. Nessa carta, como se aborda na lição do/a aluno/a, Paulo insiste que
o seu ministério deve ser marcado, antes de mais nada, por um coerente testemunho. Esse desafio
está proposto a nós.
Liderar um ministério na casa de Deus é um privilégio. Essa liderança deve ser
entendida como um chamado de Deus para o serviço.
Como nos tornamos referência para toda a comunidade, nossa liderança precisa
ser exercida a
partir do nosso testemunho e de um coração obediente a Deus. Não podemos achar que
resolveremos tudo sozinho/a, precisamos nos submeter a um pastoreio, ao cuidado
de outra pessoa.
A comunhão
entre irmãs e irmãos é fundamental para que o nosso ministério seja
bem-sucedido.
Precisamos buscar pessoas que nos pastoreiem para o bom exercício do nosso
ministério.
Paulo teve um importante papel na vida espiritual de Tito, ele o pastoreou, o
orientou. Tito, ao se permitir a isso, teve êxito em sua tarefa ministerial. As exortações de ambos
livraram os cristãos e cristãs de Creta dos falsos ensinos. De igual modo, caminhar ao lado de uma
equipe pastoral pautada nos ensinos bíblicos, nos auxilia em nossa caminhada cristã.
Por fim
Nossa
lição aponta três considerações para a vida ministerial: a importância do
discipulado; do testemunho pessoal e familiar; e de se abrir mão de uma liderança autoritária.
Ainda
que todas as pessoas não tenham uma liderança na igreja, todas têm um ministério,
e mesmo as que ainda não o exerce, deve buscar fazê-lo. Para todas as pessoas
essas considerações são muito importantes.
Cada
aluno/a deve escolher uma delas para apresentar em oração. Se achar pertinente,
faça grupos de oração, para que as pessoas intercedam umas pelas outras.
Conclusão
Quando nos colocamos à disposição do Senhor, muitas vezes nos
surpreendemos com as dificuldades que se apresentam, nos sentimos ínfimos/as e
até amedrontados/as.
Na
missão existem tarefas de todo tipo, mas em todas elas Deus nos capacita e, se
Ele nos escolheu, tenhamos a certeza de que nos orientará a fazê-las. Não
despreze a ajuda de outras pessoas em seu trabalho, realize-o com temor e
tremor e ame toda as pessoas que Cristo colocou ao seu redor para que você as
auxilie.
Para
conversar
Quais
são os desafios de liderar uma comunidade, um grupo pequeno, uma sociedade ou
um ministério? Quais são os desafios de
obedecer e respeitar as lideranças instituídas sobre as nossas vidas
Leia durante a semana
::
Domingo: Tito 1.1-5
:: Segunda-feira:
Tito 1.10-16
::
Terça-feira: Tito 2
::
Quarta-feira: Tito 2
::
Quinta-feira: João 13.1-20
::
Sexta-feira: João 15
::
Sábado: 2 Coríntios 5.18-21; 6.1-13
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 16
MANEJANDO
A PALAVRA
Texto
bíblico: 2 Timóteo 2.15
A cada
dia o mundo moderno tem exigido maior capacitação das pessoas para adentrarem
no mercado de trabalho. Como resultado disso, encontramos pessoas altamente
qualificadas para diferentes áreas. A importância da qualificação e capacitação
exigida para a vida secular, também é reconhecida na vida espiritual. O
apóstolo Paulo instruiu o jovem Timóteo a buscar essa capacitação a fim de
tornar-se apto para o ensino da Palavra de Deus
Fundamento
bíblico
Timóteo
era discípulo e companheiro de Paulo. Recebeu de seu mestre vários ensinamentos
e incentivo para que tivesse maior condição espiritual e intelectual na atuação
de seu ministério. Sofrendo dissabores em sua caminhada pastoral, Timóteo
recebe de Paulo a seguinte orientação: “Procura apresentar-te a Deus, aprovado,
como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”
(2 Timóteo
2.15).
Ao
empregar a palavra “procura”, Paulo estava dizendo a Timóteo que ele deveria
esforçar-se para obter, buscar, pedir com insistência, empregar todos os
recursos para cumprir as orientações que ele sugere:
1. Apresentar-te a Deus
aprovado: a palavra “apresentar” tem o sentido de colocar-se diante
ou na presença de alguém, de se expor, de se submeter a apreciação.
É ter
consciência de que, embora seja limitado/a, fez o melhor que pode, deu tudo de
si para realizar o seu objetivo. É estar disponível para assumir o chamado de
Deus na sua vida, e no final, ser aprovado por Ele e ser reconhecido pelo povo
como instrumento de Deus no anúncio das Boas-Notícias do Reino. Apresentar-se a
Deus aprovado é procurar diante do Senhor, a sabedoria necessária para viver
neste mundo competitivo, cheio de desafios que nos confrontam diariamente.
2. Apresentar-se a Deus
aprovado como obreiro que não tem do que se envergonhar.
Obreiro/a
significa servo/a; é a pessoa que, tendo uma experiência pessoal com Jesus,
reconhece o Seu grande amor pela humanidade e consegue perceber Sua grande
missão: servir para salvar.
Em
razão de ter assumido este lema de Jesus, a pessoa não tem do que se
envergonhar, porque suas palavras são coerentes com suas atitudes e maneja bem a Palavra da
verdade.
3. Manejar bem a Palavra
da verdade. A palavra “manejar” implica em ter conhecimento, em
exercitar, praticar. A exortação dada por Paulo indica que Timóteo deveria
estar preparado para as várias situações que o ministério pastoral exigia. Não era possível
desenvolver uma prática pastoral sem que houvesse capacitação ou domínio do seu
instrumental de trabalho, que, neste caso, era a Palavra de Deus. Domínio
através do conhecimento e do testemunho.
Paulo estava preocupado com Timóteo por causa do conflito que ele estava
vivenciando.
Falsos doutores buscavam suas verdades em especulações míticas, tentando, assim,
influenciar o povo por caminhos tortuosos.
Conhecer
a Palavra era o meio mais poderoso para não esmorecer no sofrimento que tinha
em suas lutas. Além disso, o texto em 2 Timóteo 2.14-16 é uma recomendação para que não entrasse em
discussão com aqueles que já tinham se perdido nas heresias e práticas más,
pois não levaria a nada.
Palavra
que ilumina a vida
João
Wesley nos deixou o seguinte relato: “No ano de 1729, comecei a ler e estudar a
Bíblia como a única norma da verdade e o único modelo da religião pura.
Em
consequência, vi mais clara a necessidade indispensável de ter a “mente de
Cristo” (1
Coríntios 2.16) e de “andar como Ele andou” (1 João 2.6); de
ter, não só uma parte, mas toda a mente que estava nele e andar como Ele andou,
não em algumas, nem na maioria, mas em todas as coisas.
E esta
foi a luz através da qual considerei, então, a religião como um seguir contínuo
a Cristo, uma completa conformidade interior e exterior com o Messias. E nada me
amedrontava mais do que a possibilidade de adaptar esta regra a meus próprios
interesses, ou aos dos outros; ou permitir a mim mesmo o menor desvio do nosso
grande exemplo”.
A
partir da experiência de Wesley, temos algumas pistas como atingir a maturidade
espiritual necessária e enfrentarmos as situações que a vida nos proporciona:
1. Separar
um pouco de tempo, se possível, todas as manhãs e todas as noites, para estudar
a Bíblia e orar a Deus. A Bíblia é um livro que nos dá capacidade para atuar e
nos dá o estímulo necessário para que a nossa motivação espiritual não esfrie
diante dos conflitos.
2. Ler um capítulo do Antigo e um do Novo
Testamento. O objetivo é aprofundar no conhecimento geral da Palavra. Caso isso
não seja possível, ler um capítulo apenas ou parte de um.
3. Ler as passagens bíblicas com humildade e
determinação em praticá-la. O estudo da Bíblia deve ir além de uma simples leitura. O sentimento de humildade, a consciência
de quem somos (limitação humana) e de quem Deus é (soberania divina), bem como o interesse, o
temor a Deus, devem estar presentes na leitura da Bíblia para que o conteúdo lido possa se
tornar visível através das atitudes.
4. Ler a Bíblia em atitude de oração séria e
sincera. A leitura da Bíblia deve ser precedida e concluída com oração, a fim
de que o conteúdo lido seja gravado na mente e no coração de quem lê.
Conclusão
O texto de 2 Coríntios 2.15 nos desafia a assumirmos os conselhos de Deus,
para enfrentaremos com habilidade os desafios do cotidiano. O conhecimento
secular nos ajudará neste processo, mas é a sabedoria que vem do alto que nos
dará o poder e a possibilidade de enxergar além do horizonte e a agir de
maneira apropriada e em tempo testemunhas vivas da ação
de Deus no mundo e não pela superficialidade ou vazio existencial.
Para
conversar
Leitura
devocional e estudo sistemático são experiências diferentes de leitura
bíblicas, ambas são importantes e na realização das duas encontramos dificuldades. A partir da sua
experiência, identifique as dificuldades e partilhe as suas estratégias de
superação das mesmas.
Leia durante a semana
:: Domingo: 2 Timóteo 2.15
:: Segunda-feira: 1
Timóteo 1
:: Terça-feira: 1
Timóteo 4.6-16
:: Quarta-feira: 1
Timóteo 6.11-21
:: Quinta-feira: 2
Timóteo 2
:: Sexta-feira: 2
Timóteo 3.10-17
:: Sábado: 2 Timóteo 4
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 16 – PROFESSOR
MANEJANDO
A PALAVRA
Texto
bíblico: 2 Timóteo 2.15
Objetivos
Destacar a importância do estudo da Bíblia na vida da pessoa cristã;
pontuar alguns princípios recomendados por João Wesley para o amadurecimento e
fortalecimento da fé.
Para início de conversa
Antes
da leitura do texto bíblico, pergunte ao grupo quem já foi reprovado/a em
alguma coisa: prova, concurso ou até mesmo, opiniões de pessoas. Como se sentiram diante
disso? Que tipo de reações experimentamos ao sermos aprovados/as ou reprovados/as?
Siga para outra reflexão: como você avalia a sua relação com a Palavra de Deus?
O que faz uma pessoa tornar-se aprovada ou desaprovada na relação com a Palavra de Deus? É
somente a leitura da Bíblia? Abra espaço para quem quiser partilhar sua
resposta, mas não exija isso. Após alguns minutos de reflexão prossiga com a aula
e o texto bíblico.
Por dentro do assunto
A
palavra “aprovado”, independentemente de ser frequente ou não em nossa vida, é
sempre desejada. Com frequência que remos aprovação, seja nos estudos, na família,
no trabalho, enfim, isso nos traz satisfação. Se a sensação de aprovação traz
prazer, a experiência da reprovação nos incomoda. Não é fácil lidar com isso,
especialmente as pessoas perfeccionistas acabam, às vezes, se maltratando em
relação a não aprovação. Isto pode ser muito prejudicial à saúde.
A relação entre Paulo e Timóteo não pode nunca ser vista na perspectiva da
cobrança ou da exigência de uma perfeição integral, até porque isso é impossível.
Ao aconselhá-lo a apresentar-se aprovado, Paulo aponta a necessidade de um
comportamento comprometido com um objetivo lícito e óbvio na caminha cristã: conhecer a
Palavra de Deus de forma que seja ela prioridade em sua vida. É nessa Palavra que ele encontraria
forças para permanecer firme na sua confissão de fé e missão.
O apóstolo Paulo, autor desta carta ao jovem Timóteo, sabia muito bem o que era
ser reprovado. Várias vezes foi reprovado por suas ações e modo de pensar e
falar e, tais reprovações culminaram em prisões, açoites e rejeição de muitas
pessoas, inclusive das pessoas professas da mesma
fé (2 Coríntios
11.24-27).
Para Paulo, ser reprovado por pessoas não era preocupante. Ele mesmo afirmou
isso, quando escreveu aos Gálatas (Gálatas 1.10-11).
O apóstolo sempre esteve convicto de que o maior objetivo da pessoa cristã é
agradar a Deus, por isso, aconselhou seu filho na fé e fazer o mesmo e procurar apresentar-se a
Deus aprovado. (2 Timóteo
2.15).
Quanto à realidade de apresentar-se a Deus, Paulo já havia anunciado aos
Coríntios e aos Romanos que todas as pessoas deverão comparecer diante do
Tribunal de Cristo (Romanos 14.10; 2 Coríntios 5.10).
Nessas ocasiões,
exortava-os para uma nova postura de vida.
Para
Timóteo, a orientação visava um encorajamento diante das lutas vivenciadas pelo
jovem pastor em início de carreira. Era como se Paulo dissesse: “Não desanime Timóteo.
Persevere. Lembre-se sempre de seu alvo: a vida eterna com Cristo; a coroa
incorruptível.
Tenha isso sempre em mente e “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como
obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. (2 Timóteo 2.15).
Nos versos seguintes, ainda traz outras orientações (2 Timóteo 2.16) e uma
palavra de consolo e esperança: “...O Senhor conhece os que são seus…” (2 Timóteo 2.19).
A aprovação e a reprovação são frutos de um processo. Ser aprovado/a está muito
mais relacionado com o compromisso assumido com a Palavra, quer no seu estudo,
quer na sua aplicação coerente sob a orientação do Espírito Santo. Ao longo da
história, temos experiências muito negativas com o mal-uso da Palavra de Deus,
movimentos de fanatismo tem feito as pessoas perderem a noção da realidade,
marcando datas para a volta de Cristo, explorando a vida financeira do povo e
há até mesmo quem acredita ser o próprio Cristo.
Por fim
Conclua
afirmando que mais importante que se rotular se está aprovado/a ou não, é ter
em
constante avaliação o seu processo, é sempre analisar como você tem se
relacionado com a Bíblia e qual o lugar que o estudo dessa Palavra ocupa na sua
rotina.
Conclusão
O texto de 2 Coríntios 2.15 nos desafia a assumirmos os conselhos de Deus,
para enfrentaremos com habilidade os desafios do cotidiano. O conhecimento
secular nos ajudará neste processo, mas é a sabedoria que vem do alto que nos
dará o poder e a possibilidade de enxergar além do horizonte e a agir de
maneira apropriada e em tempo testemunhas vivas da ação
de Deus no mundo e não pela superficialidade ou vazio existencial.
Para conversar
Leitura
devocional e estudo sistemático são experiências diferentes de leitura
bíblicas, ambas são importantes e na realização das duas encontramos dificuldades. A partir da sua
experiência, identifique as dificuldades e partilhe as suas estratégias de
superação das mesmas.
Leia durante a semana
::
Domingo: 2 Timóteo 2.15
::
Segunda-feira: 1 Timóteo 1
::
Terça-feira: 1 Timóteo 4.6-16
::
Quarta-feira: 1 Timóteo 6.11-21
::
Quinta-feira: 2 Timóteo 2
::
Sexta-feira: 2 Timóteo 3.10-17
::
Sábado: 2 Timóteo 4
REVISTA EM MARCHA-
O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 15
COMO
AGUARDAR “A PROMESSA”.
Texto bíblico: 1 Tessalonicenses 5.12-28
E provável
que as cartas aos Tessalonicenses sejam os textos mais antigos do NT, escritas
apenas 20 anos após a crucificação de Jesus. O apóstolo Paulo estava preocupado
com a Igreja de Tessalônica (norte da Grécia) e ao receber boas notícias a seu
respeito, escreve
instruindo-a sobre a vida cristã e faz correções quanto as questões relacionadas
à volta de Jesus e ao Juízo Final.
Na primeira epístola, Paulo responde perguntas que haviam surgido sobre
assuntos que a igreja ainda não tinha clareza. Na segunda, escrita alguns meses
depois, ele reforça o ensino da primeira carta e esclarece dúvidas,
principalmente sobre o retorno de Cristo.
Fundamento bíblico
O texto
que lemos traz uma série de pedidos do apóstolo Paulo, aos cristãos e cristãs
de Tessalônica. Usando a palavra “rogo-vos”, o apóstolo inicia uma lista de
exortações, que apontam para uma nova vida em Cristo (1 Tessalonicenses
5.12-22).
Seu propósito é conscientizar a Igreja em Tessalônica, que ser um cristão ou
cristã, é assumir uma nova postura de vida, assumir novas responsabilidades.
Esse compromisso com o novo modo de viver é um propósito de Deus para Sua
Igreja, pois é Ele quem santifica o seu povo com o intuito de prepará-los para
a Sua vinda (1
Tessalonicenses 5.23).
A volta de Cristo é tema central desta carta (1 Tessalonicenses 4.16-18; 5.2), por
isso, o apóstolo se empenha em preparar os irmãos e irmãs para esse evento,
conscientizando-os da necessidade de não dormirem como as demais pessoas, mas
vigiarem e serem sóbrios/as (moderados/as) (1 Tessalonicenses 5.6).
No capítulo 4, Paulo responde a questionamentos levantados por aquela
comunidade no tocante a vida futura (1
Tessalonicenses 4.13). O seu ensinamento sobre o assunto fez surgir
duas questões: o que acontecerá com aquelas pessoas que já morreram? E quando o
Senhor voltará?
O apóstolo responde que de forma alguma os mortos teriam prejuízos, pelo
contrário, seriam as primeiras pessoas ressuscitadas na vinda de Cristo (1 Tessalonicenses 4.14).
Mortos e vivos, juntos, tomarão parte do triunfo do Senhor e desfrutarão de sua presença (1 Tessalonicenses 4.16-17). Quanto a volta de Jesus, destaca: eu não sei, ninguém sabe!
Ele virá repentinamente, e aponta a importância de se estar pronto/a para isso! Assim, enfatiza a
importância da vigilância,
de estar sempre em atitude de espera como também de consolar “uns aos outros
com estas palavras” (1 Tessalonicenses 4.18). A atitude de espera desdobra-se em ações no
dia-a-dia e sabendo disso, Paulo convida a igreja a assumir novas atitudes em
relação ao próximo e a Deus.
Com relação ao próximo, era preciso acolher e respeitar as lideranças, pois
isso facilitaria muito uma boa convivência que daria espaço para a paz (1 Tessalonicenses 5.12-13). Era
preciso não desprezar as pessoas fracas na fé e, com amor, se empenhar em
ajudá-las para reconciliarem-se com Deus.
Ao se optar pela bondade e pela paz, assumia-se a postura de pacificação,
evitando que alguém pagasse a quem lhe fez mal, na mesma moeda (1 Tessalonicenses 5.14-15).
Com relação a Deus, era necessário fortalecer a relação com Ele. O apóstolo
Paulo orienta a viver a vida cristã com alegria (1 Tessalonicenses 5.16),
orando sempre (1
Tessalonicenses 5.17), tendo gratidão por tudo (1 Tessalonicenses 5.18),
fugindo do pecado (1 Tessalonicenses 5.19) e procurando discernir as coisas de Deus (1 Tessalonicenses 5.20-22).
Palavra que ilumina a vida
O
propósito de Paulo nesta carta é ensinar à igreja, que ser cristão ou cristã é ter uma vida transformada. Essa transformação
começa no nosso interior, na nossa relação com Deus, provocando mudanças também
na nossa relação com as pessoas. No texto que lemos, apresenta dos versos 12 ao
22, uma lista de responsabilidades sociais e obrigações espirituais de uma
pessoa cristã.
Enquanto se espera pelo retorno de Cristo é de grande importância manter uma
vida santificada e em paz, cultivando bom relacionamento com as pessoas ao seu redor e também com
Deus. Essa espera não é de braços cruzados, não é uma espera passiva. É tempo de praticar
o amor, a exortação, o consolo, a benignidade, a alegria, a oração, a gratidão
e os dons do Espírito.
É dessa forma que uma pessoa se mantém conservada, íntegra e irrepreensível
para a vinda do Senhor (1 Tessalonicenses 5.23).
Paulo se preocupa em exortar aos fiéis sobre o modo como devem viver e agradar
a Deus (1
Tessalonicenses 4.1), isto é, viver ou morrer em Cristo,
a fim de que, chegando o dia do encontro com o Senhor, possamos permanecer para
sempre com Ele (1 Tessalonicenses
4.16-17). Como somos pessoas
curiosas, normalmente queremos saber como acontecerá a Volta de Cristo.
Imaginamos como ocorrerá, se os animais vão ou não; se haverá raios, trovões e
terremotos; se nossos corpos sumirão subitamente e só ficarão as roupas; se vamos
conseguir ouvir as trombetas e etc. Todos esses elementos fazem parte desse
tema e do que se fala sobre ele. Para muitas coisas não temos a revelação do Senhor, por
agora conhecemos em parte (1 Coríntios 13.9).
É preciso ter cuidado com o que se escuta, pedindo discernimento ao Senhor para
não se deixar levar por revelações humanas e, na maioria das vezes irresponsáveis. Mais
importante do que sabermos como
vai acontecer, é compreendermos como devemos viver, para podermos então nos encontrar com Cristo. Mais importante do que a forma é o motivo: para que
Jesus vai voltar?
O que isso implica em nossa vida?
Por que
isso faz parte de nossa fé?
A nossa
fé se alimenta de promessas: das que já se cumpriram e das que irão se
realizar. Passado e futuro, o que Deus já fez e ainda fará, certeza e
esperança. Como viver neste tempo intermediário? O texto estudado é uma das
respostas de Paulo a esta questão, este é um tempo em que a comunidade deve crescer
na fé (1
Tessalonicenses 4.1b).
Conclusão
Falar do retorno de Cristo nos traz esperanças de que nossa vida não se
limita aqui. Jesus voltará para buscar sua Igreja para que viva a Plenitude de
Cristo. O centro da esperança cristã é a expectativa de ser recebido/a na plena
comunhão com Deus. Quem morre ou vive em Jesus, terá um futuro com Ele!
Para conversar
Quais são os pontos que mais chamaram sua atenção neste
estudo?
O que alimenta a sua esperança como pessoa cristã?
Leia
durante a semana
:: Domingo: 1 Tessalonicenses 5.12-28
::
Segunda-feira: 1 Tessalonicenses 1.1-10
::
Terça-feira: 1 Tessalonicenses 2.1-12
::
Quarta-feira: 1 Tessalonicenses 2.13-20
::
Quinta-feira: 1 Tessalonicenses 3.1-13
::
Sexta-feira: Tessalonicenses 4.1-12
::
Sábado: 1 Tessalonicenses 5.1-11
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 15 – PROFESSOR
COMO
AGUARDAR “A PROMESSA”.
Objetivos
Analisar o propósito da Carta aos Tessalonicenses, observando alguns
temas apresentados, tais como a volta de Cristo e a necessidade de uma nova
postura de vida.
Para início de conversa
Pergunte
quais as estratégias que as pessoas utilizam quando recebem uma visita de
última hora, quando você e a casa não estão organizados/as para isso.
Explore
com o grupo as ações e os sentimentos que podem surgir quando se é pego/a de
surpresa. Peça que partilhem suas experiências com essas situações.
Em
seguida, proponha a relação dessa situação com a nossa relação com Deus e com a
volta de Cristo Jesus.
Diferente das situações cotidianas, na nossa relação com Deus e especialmente
com a verdade da volta de Jesus, a Bíblia nos exorta a estamos sempre
preparados/as. O que isso significa? Abra mais um espaço para discussão antes de
ler o texto bíblico.
Por dentro do assunto
A primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses possui uma divisão
bastante interessante. O apóstolo fala do passado, do presente e do futuro
desta comunidade.
Dos capítulos 1 a 3, Paulo relembra a vida passada da igreja, pontua as
dificuldades vivenciadas e algumas ainda presentes e menciona como vencê-las.
Nos capítulos 4 e 5, ele aponta para o
futuro da igreja e traz orientações de como, no tempo presente, os cristãos e
cristãs devem prosseguir nessa caminhada da fé, a fim de alcançarem a glória da
vida futura.
A cidade de Tessalônica, localizada na Macedônia, foi construída por volta do
ano 300 a.C., e no período em que o apóstolo Paulo a visitou, durante sua segunda viagem
missionária, em companhia de Silas e Timóteo (Atos 17), ainda era um importante
centro comercial.
O
comércio era a principal atividade da cidade nessa época e, por esta razão,
vários povos a frequentavam: judeus, romanos, persas, sírios, além dos gregos.
Embora fosse uma comunidade bem constituída, formada por povos judeus e gregos,
uma situação preocupava a igreja: a exigência de que a população prestasse
culto e adoração ao Imperador Romano. O culto ao Imperador era uma exigência às populações de todas
as cidades dominadas pelos romanos e não o praticar era motivo de punição.
Por esta razão, o apóstolo Paulo anunciava veementemente que Jesus Cristo era o
único e poderoso Senhor e, reforçava essa certeza ao relatar parte da Sua
glória (1
Tessalonicenses 4.16,17).
Anunciar a vinda de Cristo era um meio de declarar o poder de Deus, superior a
qualquer poder humano e, ao mesmo tempo, animar e encorajar a igreja, a continuar sendo fiel
ao seu único Senhor.
A mensagem atual desta carta continua a mesma: “Paulo está convidando a
comunidade cristã a olhar para o futuro de Deus.
O biblista Traugott Holtz afirma que olhar para a parúsia sempre nos
possibilita um novo começo.
Quando a comunidade cristã olha para o que há de vir, o futuro de Deus, ela se
lembrará que Deus a quer íntegra.
Ou
seja, que espiritualmente e fisicamente a comunidade esteja gozando de plena
saúde. Mas será que a comunidade cristã na qual me encontro pode sentir-se
assim?
(...)A
mensagem que fica é que olhar para a parúsia possibilita-nos uma nova
oportunidade,
uma nova possibilidade, uma nova chance para acertar o caminho a ser trilhado”.
(SILVA, João Artur Müller da. 1 Tessalonicenses 5.16-24. Auxílio Homilético.
Proclamar Libertação - Volume: XXII. Disponí-vel em:
http://www.luteranos.com.br/textos/1-tessalonicenses-5-16-24, acesso em
17/08/2016).
Por fim
Encerre a aula relembrando as palavras de João Wesley a respeito da
compreensão do Reino de Deus. Nos comentários de Wesley sobre o Sermão do Monte, no sexto sermão, em
sua exposição sobre o “Pai Nosso”, ele diz: “Todos os que amam a sua
manifestação, devem orar para que Deus apresse esse dia; e que o seu Reino da
Graça venha depressa e absorva todos os reinos desta terra (...) Oramos pela
vinda de seu Reino Eterno, Reino de Glória no céu, que é continuação do Reino
da Graça na terra.” Nossa esperança é ter um futuro cheio de vida, de vida eterna ao lado do Eterno!
Conclusão
Falar do retorno de Cristo nos traz esperanças de que nossa vida não se
limita aqui. Jesus voltará para buscar sua Igreja para que viva a Plenitude de
Cristo. O centro da esperança cristã é a expectativa de ser recebido/a na plena
comunhão com Deus. Quem morre ou vive em Jesus, terá um futuro com Ele!
Para
conversar
Quais são os pontos que mais chamaram sua atenção neste
estudo?
O
que alimenta a sua esperança como pessoa cristã?
Leia
durante a semana
:: Domingo: 1 Tessalonicenses 5.12-28
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Segunda-feira: 1 Tessalonicenses 1.1-10
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Quarta-feira: 1 Tessalonicenses 2.13-20
::
Quinta-feira: 1 Tessalonicenses 3.1-13
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Sexta-feira: Tessalonicenses 4.1-12
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Sábado: 1 Tessalonicenses 5.1-11
REVISTA EM MARCHA-
O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 14
SUPERANDO
OS CONFLITOS EM AMOR
Texto
bíblico: Colossenses 2.6-15
A igreja
de Colossos era marcada pela diversidade cultural e, por tanto, de pensamentos.
O autor da carta, apóstolo Paulo, apresenta a preocupação de que essa igreja
não se dividisse por meio de filosofias e vãs sutilezas (Colossenses 2.8) que os confundissem quanto a verdade: Cristo Jesus é o Senhor e
Nele reside toda a plenitude (Colossenses 1.19). Essa situação não ficou presa à realidade de
Colossos; ainda hoje, esse tipo de tensão está presente em nossas igrejas e
temos muito o que aprender com as orientações presentes nessa carta.
Fundamento
bíblico
Esta
igreja estava situada na cidade de Colossos, no vale do rio Lico, nas
proximidades da cidade de Laodicéia, que hoje equivale à atual Turquia. Ela não
havia sido fundada por Paulo, mas, provavelmente, por Epafras (Colossenses 1.7). No
entanto, por sua trajetória missionária, Paulo era muito conhecido e respeitado
por lá. Foi por isso que diante do conflito de ideias ali vivenciado, essa
carta em seu nome foi bem acolhida e trouxe impactos importantes.
Precisamos
entender um pouco mais dessa comunidade: assim como todas as primeiras Igrejas Cristãs, as primeiras pessoas a frequentar eram de outras tradições religiosas.
Haviam ali dois grupos: um de pessoas de origem judaica e outro de pessoas
gregas convertidas ao Cristianismo.
O grupo
judaico gostava muito de preservar seus costumes, sua tradição; por outro lado,
o grupo grego também tinha suas próprias ideias sobre o mundo e o corpo humano. Agora
convertidos ao Cristianismo, seria necessário que essas ideias sobre vida,
mundo e espiritualidade, que não condiziam com as verdades bíblicas, ficassem
para trás.
Era
isso que Paulo ressaltava à comunidade dos Colossenses, que como pessoas
cristãs, deveriam deixar para trás os pensamentos e costumes contraditórios que
tinham e se juntassem num único propósito, para viverem numa comunidade de
iguais, em amor.
Ao
serem batizados/as, a renúncia da velha vida por amor à Cristo os/as fazia
morrer para suas antigas percepções de mundo e viver uma nova vida em Jesus e por Jesus.
Essa
carta tem como tema principal afirmar a supremacia de Cristo Jesus (1.16-20). Nesse
contexto da diversidade de pensamentos e interpretações, era real o perigo de
se deixar levar por uma falsa doutrina ou vã filosofia.
O texto
deste estudo bíblico é uma advertência quanto a esse perigo.
O texto
de Colossenses 2.6-7 nos apresenta mais uma vez a supremacia e a centralidade
de Cristo Jesus. Ao recebermos a Cristo ele passa a ser o nosso caminho, é com
Ele e Nele que devemos andar (v.6). A relação de intimidade é ilustrada a partir
de duas imagens: estar Nele enraizado (radicados) e Nele edificado: Jesus é a
Videira Verdadeira e nós os seus ramos (João 15.5), Ele é também a Pedra Angular a partir da qual
somos edificados e edificadas (Efésios 2.19-22).
Cristo é o centro e o conteúdo da Fé Cristã e assim, torna-se a referência para
a vida, para a resolução dos conflitos e para o discernimento dos verdadeiros e
falsos ensinamentos. Segundo o pastor Ivo Schoenherr, em meio ao grupo havia
uma tendência religiosa que chamava as pessoas a exercer sua fé “baseada em
rudimentos (elementos) do mundo: água, fogo, ar, vento.
Havia
uma fé em principados e potestades, em anjos, em seres celestiais,
representados nos elementos do mundo e ligados aos elementos do mundo, que
segundo estes ensinamentos intermediavam a relação com Deus. Acreditava-se
também que esses seres determinavam a vida das pessoas. Por isso, era
necessário prestar-lhes culto”. Além disso havia por parte do grupo judaizante
a pregação da importância fundamental da circuncisão.
Paulo
escreve com o objetivo de elucidar a Igreja e combate tudo isso (Colossenses 2.11). Em
seguida, reafirma o valor do batismo como o marco do perdão dos pecados e de
uma nova vida assumida por quem opta pela caminhada nesta nova fé. De que vida falamos? Aquela enraizada, radicada, edificada em Cristo Jesus (vv.6-7). Por isso, a essas vãs filosofias não se deve
dar valor, pois Cristo reina sobre todas as coisas (vv.16-23).
Palavra
que ilumina a vida
Esta carta é escrita para a Igreja de Colossos,
mas o autor ordenou que fosse lida para outra igreja (4.16).
Talvez isso seja um indicativo de que esses problemas não fossem exclusivos da
comunidade de Colossos, ou ainda que já era costume as cartas circularem entre
as comunidades. Depois de tantos séculos essa carta ainda cabe na atualidade.
Essa é a garantia de que este texto foi sem dúvida alguma, escrito mediante
inspiração divina, pois a Palavra do Senhor permanece para sempre (Mateus 24.35).
Assim
ela nos ensina que: Quem aceita a Cristo deve andar e permanecer
nele. Paulo chama a atenção daquela comunidade para que caminhe segundo os ensinamentos de Jesus
e que sejam “radicados, edificados e confirmados na fé, assim como foram
ensinados, crescendo em ações de graças” (Colossenses 2.6-7).
Era
preciso que aquela igreja crescesse no conhecimento de Jesus.
O
convite continua valendo: nossa maneira de ver, julgar e agir no mundo deve
acontecer mediante as instruções que recebemos de Cristo e isso adquirimos
mediante o estudo da sua Palavra, não apenas leitura, mas por meio da reflexão
e do estudo da mesma.
Por
meio desse conhecimento, uma prática deve aparecer e se intensificar em nossas
vidas: com um coração agradecido devemos crescer em ações de graças (3.16- 17).
Cristo é a razão da nossa fé e a centralidade da nossa unidade.
A carta
escrita à igreja tinha a função de pastoreá-la, lembrando-a da razão da sua fé,
orientando-a sobre como andar em Jesus Cristo e como proteger-se dos falsos
ensinamentos. Ao pastorear esse grupo, o autor queria lembrar às pessoas que
acima de tudo o que deveria imperar era “o amor, que é o vínculo da perfeição” (3.14) e ainda
lhes alertou: “seja a paz de Deus o árbitro dos vossos corações, à qual,
também, fostes chamados em só corpo; e sede agradecidos” (3.15). Nós
somos responsáveis por preservar a unidade da nossa igreja e muitas vezes não
temos dado ouvidos a voz do Bom Pastor que nos chama a viver em unidade (João 17.19-21).
Se
existem vozes na igreja que estão falando algo contrário a isso, há que se
desconfiar da sua legitimidade.
Cristo é a referência para a resolução dos conflitos. Como
a Igreja de Colossenses, nossas igrejas locais também passam por momentos de
conflitos. Através desse exemplo,
aprendemos que também podemos superar as nossas dificuldades nos
relacionamentos. Esses conflitos podem acontecer principalmente pelas nossas
ideias, pela maneira que interpretamos os fatos cotidianos, nossas
experiências, nossas histórias de vida, nossas preferências etc. Os conflitos
também surgem em nossas famílias e no trabalho. E muitos outros ainda virão.
Sermos seguidores e seguidoras de Jesus não nos garante uma vida sem conflitos, mas viver com Jesus nos
garante sim, um novo olhar sobre nossas diferenças.
Para
conversar
Como temos lidado com os conflitos na vida
da Igreja? Quais são as suas iniciativas em busca da unidade da Igreja?
Conclusão
Não podemos permitir que nossas diferenças de pensamentos criem uma barreira
intransponível entre nós, impossível de derrubar. Viver segundo Jesus, implica
amar as outras pessoas e transpor as diferenças pelo amor que nos faz iguais.
Afinal, o sacrifício de Jesus naquela cruz foi por todo o mundo. Ele não deseja
ninguém fora do seu Reino e neste Reino somos iguais.
Em vários momentos desta carta, o autor ressalta o amor, a paz, a igualdade, o
perdão e nos dá instruções de como lidar em nossos diferentes relacionamentos.
Tudo o que fizermos deve colaborar para vivermos a amplitude do amor de Deus
por nós em Jesus. Com a Igreja de Colossenses, aprendemos muito para tornar
isso possível. Nunca deixe que opiniões divergentes falem mais alto que o amor
que devemos uns aos outros/as.
Leia durante a semana
:: Domingo: Colossenses 2.6-15
:: Segunda-feira: Colossenses
1
:: Terça-feira: Colossenses
2
:: Quarta-feira: Colossenses
3
:: Quinta-feira: Colossenses
4
:: Sexta-feira: Efésios
2.11-22
:: Sábado: João 17
REVISTA EM MARCHA-
O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 14 - PROFESSOR
SUPERANDO
OS CONFLITOS EM AMOR- PROFESSOR
Texto
bíblico: Colossenses 2.6-15
Objetivo
Conhecer a Carta aos Colossenses e refletir sobre a importância da
superação dos conflitos.
Para início de conversa
Reúna a
turma em dois grupos e peça para que cada grupo escolha um conflito comum na
Igreja.
Em seguida eles devem construir uma história e encená-la. Caso você possua
perucas, chapéus, óculos e outros adereços semelhantes, pode oferecer para o grupo que desejar
utilizar. Após a encenação, a turma refletirá sobre as causas, consequências e formas de
superação desses conflitos. (Dinâmica adaptada do blog do pastor metodista Paulo Dias Nogueira:
http://paulodiasnogueira.blogspot.com.br/2015/04/dinamica-de-grupo--caricaturando.html)
Por dentro do assunto
O
conflito pode ser considerado como uma tensão existente entre pessoas ou grupos
de pessoas, há também os conflitos pessoais, mas nosso foco aqui são os que ocorrem a
partir das relações entre as pessoas. Várias razões levam
ao surgimento de um conflito. Entre elas destacamos: interesses distintos;
disputa pelo poder; discordância quanto à busca de objetivos; partilha de
recursos escassos; preconceitos e discriminação; antipatia com relação a
algumas pessoas ou pontos de vista; julgamento do comportamento de outras
pessoas como injusto e etc.
Diversas também são as consequências de um conflito, da mais simples as mais
trágicas, elas mexem com o equilíbrio pessoal e coletivo e transformam comportamentos por meio
dos sentimentos que geram nas pessoas envolvidas. Um conflito pode provocar
angústia, tensão e insatisfação, ele compromete a paz de espírito.
Conflitos
fazem parte da vida, mesmo as pessoas com objetivos em comum podem divergir na forma de alcançá-los e acabam vivendo uma situação de conflitos. Como reagir a
isso? O ideal é buscar estratégias para evitar os conflitos e isso requer disponibilidade de
negociação. Muitas vezes, é preciso ceder um pouco sem comprometer os valores éticos. Aqueles que
não podem ser evitados, precisam ser enfrentados, com maturidade e humildade para
que novamente se alcance a harmonia e a paz, conosco, com as demais pessoas e
com Deus.
A
igreja, como qualquer grupo social, está sujeita aos conflitos e nós sabemos o
quanto eles aparecem nas nossas relações, mas sabemos também que, por amor a
Jesus, precisamos fazer de tudo para evitá-los e, quando acontecem superá-los
mediante à orientação da Palavra de Deus.
A Bíblia não só apresenta diversos conflitos existentes ao longo da história do
povo de Deus como também aponta caminhos para superação deles. Na maioria de suas cartas,
Paulo tinha essa preocupação: ensinar a doutrina para que ela colaborasse na
superação dos diversos conflitos, por diversos motivos que surgiam na vida das
igrejas.
O
caminho que a Bíblia aponta para que se tenha êxito é aquele construído por
meio das atitudes de amor e humildade. Se entramos em conflito com alguém por nos sentirmos
superiores, melhores ou por discordar da opinião alheia, somente um olhar de
humildade e amor, nos fará avaliar melhor a situação, ponderar, propor e buscar
mudanças. Não há romantismo nessa afirmativa, essas atitudes não surgem de uma
hora para outra, não é fácil optar por elas, mas a vida em santidade nos oferece
desafios inimagináveis, todos eles possíveis de superar quando buscamos comunhão e intimidade com Deus.
O
capítulo 3 de Colossenses traz uma série de regras de condutas sociais que são
estruturadas e até mesmos exigidas para aquela igreja. Tais regras, resguardando às
atualizações contextuais,podem inspirar a nossa conduta hoje.
Nesta
carta, Paulo se preocupa em apresentar Jesus, afirmando-o como soberano;
apontando a necessidade da igreja não se levar por ideias que colaborassem com a desunião e
a fragilidade do grupo; enfatiza a necessidade de crescimento espiritual, pois, não se
deixariam levar por ideias contrárias aos verdadeiros fundamentos da Palavra de
Deus.
Divergências
acontecem em nosso
meio, mas é preciso ter cuidado quando elas são de fundo teológico, pois isso
gera até mesmo a saída de grupos para formar outras igrejas. Nesse sentido, a
Escola Dominical comprometida com o ensino da Palavra e o fortalecimento da
identidade da igreja, por meio do conhecimento da doutrina, colabora muito para
evitar tais situações. Umas igreja que não se preocupa com o ensino dos membros,
tende a ser edificada em fundamentos fragilizados, vulneráveis aos ventos de
doutrina.
Por fim
Destaque
o fato de todo o grupo ter se envolvido na resolução dos conflitos encenados.
Destaque que a resolução requer esforço de toda a Igreja, não é só responsabilidade do
pastor ou da pastora. Obviamente que ele/a estará à frente do processo. As
pessoas envolvidas precisam se dispor a sentar ao menos para dialogar; as
pessoas que não estão envolvidas colaboram muito quando assumem a função de
pacificar a situação e também quando não tornam o conflito alvo de fofocas e
julgamentos sem conhecimento das causas. É isso que Deus espera das pessoas maduras e em processo de santificação. Ninguém está isento de viver uma
situação de conflito. Se hoje é você que fala da outra pessoa, amanhã são
outras pessoas que poderão falar de você. Cuidado.
Para
conversar
Como temos lidado com os conflitos na vida
da Igreja? Quais são as
suas iniciativas em busca da unidade da Igreja.
Conclusão
Não
podemos permitir que nossas diferenças de pensamentos criem uma barreira
intransponível entre nós, impossível de derrubar. Viver segundo Jesus, implica
amar as outras pessoas e transpor as diferenças pelo amor que nos faz iguais.
Afinal, o sacrifício de Jesus naquela cruz foi por todo o mundo. Ele não deseja
ninguém fora do seu Reino e neste Reino somos iguais.
Em
vários momentos desta carta, o autor ressalta o amor, a paz, a igualdade, o
perdão e nos dá instruções de como lidar em nossos diferentes relacionamentos.
Tudo o que fizermos deve colaborar para vivermos a amplitude do amor de Deus
por nós em Jesus. Com a Igreja de Colossenses, aprendemos muito para tornar
isso possível. Nunca deixe que opiniões divergentes falem mais alto que o amor
que devemos uns aos outros/as.
Leia durante a semana
:: Domingo: Colossenses 2.6-15
::
Segunda-feira: Colossenses 1
::
Terça-feira: Colossenses 2
::
Quarta-feira: Colossenses 3
::
Quinta-feira: Colossenses 4
::
Sexta-feira: Efésios 2.11-22
::
Sábado: João 17
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 13
ALEGRIA
NA MISSÃO
Texto
bíblico: Filipenses 1.27 a 2.18
Filipos
foi a primeira cidade da Europa a ser evangelizada pelo apóstolo Paulo. Isso
foi durante sua segunda Viagem Missionária, entre - os anos 50-51. Essa ação
missionária está registrada em Atos 16.11-40.
No
momento em que escreve a carta aos Filipenses, Paulo está preso por causa da
pregação do Evangelho.
Fundamento
bíblico
A carta
enviada à Igreja de Filipos, diferente das cartas enviadas a Igreja de Corinto,
não tinha a intencionalidade de corrigir problemas e apontar a necessidade de
mudanças, é uma carta entre amigos que, além de celebrar a amizade, aponta
caminhos para o fortalecimento da Missão.
A relação de Paulo com esta Igreja é uma relação muito especial.
Filipos
é a única comunidade da qual Paulo aceitou ajuda financeira (2 Coríntios 11.8-9), isso
porque a relação estabelecida entre a igreja e o apóstolo era marcada por muito
carinho, amizade e alegria. Aliás, embora seja uma carta escrita na prisão (1.12-130), o
tema da alegria está muito presente nela (1.4; 2.18; 2.29; 3.1; 4.1; 4.4).
Além do
tema da amizade e da alegria de viver em Cristo em toda e qualquer situação, a
carta trata sobre a importância da evangelização, apontando-a como fruto da
unidade, fruto de um trabalho coletivo (Filipenses 1.27), não apenas de homens, mas também das
mulheres. Na comunidade de Filipos a atuação feminina também era muito forte (Filipenses 4.2) e
evidenciou-se com a presença de Lídia (Atos 16.11-15 e 40).
Foi na
casa dela que essa Igreja começou e esteve sob os seus cuidados no início. Além
das mulheres Evódia e Sínteque, Paulo também evidenciou a presença de dois
homens nessa comunidade, um que ele chama de Fiel Companheiro, cujo nome provavelmente
fosse Sízigo e Clemente (Filipenses 4.3), cooperador na obra da Evangelização.
A
igreja de Filipos ganhou destaque pelo forte engajamento na Missão e
Evangelização, tornando-se uma das comunidades que mais cooperou com Paulo em suas
necessidades como missionário. O apóstolo menciona que essa ajuda veio em hora
oportuna e que esta foi a única igreja que abriu os olhos para esta realidade (Filipenses 4.15 e 18).
Mesmo
com o reconhecimento do envolvimento dos irmãos e irmãs filipenses na obra de
Cristo, Paulo aconselhou a toda comunidade a permanecer fiel a Deus, andando de modo
digno, para que não desanimassem em meio esta importante obra de evangelização (Filipenses 1.27).
Palavra que ilumina a vida
O
apóstolo Paulo exortou os irmãos e irmãs daquela comunidade para que
continuassem sendo “luzeiros no mundo”, diante de uma geração (sociedade) “pervertida e corrupta” (Filipenses 2.15) e deu algumas orientações de como tornar isso possível: Vivendo
em unidade: “... portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja,
quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo
juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho” (Filipenses 1:27). Ao usar o termo “num mesmo espírito”, Paulo aponta possíveis falhas na caminhada desta igreja. Aqueles irmãos e irmãs
estavam engajados na evangelização, mas não juntos. Embora tivessem visão de Reino
de Deus, essa visão possuía falhas e a unidade do grupo não estava sendo levada
à sério.
A falta de unidade interfere e prejudica a caminhada da igreja, por isso, essa
falha deve ser corrigida à luz da Palavra de Deus e sob direção do Espírito
Santo. Estar num mesmo espírito é viver em unidade num mesmo propósito, vencendo
as diferenças e rejeitando as competições, tudo em prol do Reino e pelo bem da
Missão (Filipenses
2.3). Tendo o mesmo sentimento de Cristo: “... haja em vós o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus (Filipenses 2:5). Identificar os sentimentos de Jesus é muito
fácil. A palavra sentimento vem de “sentir”, tem a ver com a sensibilidade ou afeição diante das pessoas, com a capacidade e
disposição para se comover diante do próximo. O nosso Senhor sempre manifestou aquilo que O movia:
amor (João
11.36; João 15.12-13); alegria (Mateus 5.12); compaixão (Mateus 20.34);
gratidão (Mateus 11.25); perdão (Lucas 23.34; Lucas 17.4) e muitos outros sentimentos.
O nosso
desafio é nos dispormos para sermos imitadores e imitadoras de Cristo, como
lemos em Efésios: “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo” (1 Coríntios 11:1). Desta
maneira, a luz de Cristo continuará a reluzir através de nós. Vivendo como servos e servas:
“Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo,
fazendo-se semelhante aos homens” (Filipenses 2:7). Seguindo a orientação anterior de imitarmos à
Cristo, Paulo recorda aos Filipenses que, mesmo sendo Deus, Jesus vivia como
servo. Sua missão era servir. Paulo declara que tal atitude é possível de ser
vivida, pois ele mesmo havia se tornado um imitador de Cristo (Filipenses 3.17). Embora
muitas vezes nos designamos como servos e servas de Deus, sabemos o quanto a
ideia de senhorio e poder têm permeado o coração da humanidade. O bispo Paulo
Lockmann afirma que “a maioria das pessoas cristãs tem um comportamento mais
para Deus”, do que para servo... Há na maioria das pessoas cristãs uma
autossuficiência típica de quem é senhor, e não de quem é servo”. Nossa missão
se inicia com o chamado de Cristo para servir (Mateus 23.11; Marcos 10.42-45; Romanos
12.10), e servir é ação que envolve humildade e obediência.
Alegrando-se no Senhor: O apóstolo que agora escreve a carta para igreja
de Filipos, está mais calejado na vida, já passou por poucas e boas na Missão e
pela Missão, foi agredido e preso. Diferente de amargura, o que ocupa o seu
coração é a alegria. Sentir-se alegre depois de tantas dificuldades é fruto de
uma espiritualidade muito comprometida, capaz de sentir o amor de Deus
independente das situações vividas.
Muitas
dificuldades surgem na nossa vida pessoal, ministerial e na vida da nossa
Igreja. Como nos comportamos diante de tudo isso?
Qual
sentimento ocupa o nosso coração na obra do Senhor? Paulo, em todo tempo,
exorta a Igreja a permanecer alegre (Filipenses 3.1;4.4) e não tem medo ou ressalvas de expressar a sua
alegria pelas pessoas (1.3-11; 4.10). Essa exortação se estende para nós hoje. Um
coração alegre demonstra amor e alegria por Deus e pelas pessoas.
Conclusão
A comunidade Filipense se envolveu com a obra
missionária do apóstolo Paulo, ajudando-o de várias maneiras, inclusive
financeiramente.
Desta forma, pensar nos deveres da comunidade, a partir da
experiência do apóstolo Paulo e a Igreja, precisamos analisar nosso compromisso
com a Missão.
Nós precisamos ser uma bênção no anúncio do Evangelho.
O envolvimento na Missão não é e nunca será somente o
investimento financeiro.
Há outras maneiras de nos envolvermos com a Missão e com
certeza, o Espírito de Deus nos capacita em todas elas. Lembrando-se que a
alegria deve sempre fazer parte das nossas ações missionárias.
Para
conversar
Como a sua Igreja tem feito e contribuído na Missão?
Há uma preocupação no sustento de missionários e
missionárias em outros campos?
Como deve ser este sustento?
Leia durante a semana
:: Domingo: Filipenses
1.27 a 2.18
:: Segunda-feira: Atos
16.11-40
:: Terça-feira: Filipenses
2.19-30
:: Quarta-feira: Filipenses
3.1-11
:: Quinta-feira: Filipenses
3.12-21
:: Sexta-feira: Filipenses
4.1-9
:: Sábado: Filipenses
4.10-23a durante a semana
REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição 13
ALEGRIA
NA MISSÃO - PROFESSOR
Texto
bíblico: Filipenses 1.27 a 2.18
Objetivo
Apresentar a Carta aos Filipenses e o modo de ser dessa comunidade.
Para início de conversa
Volta e
meia nos deparamos com notícias de missionárias e missionários que, por conta
de seu trabalho evangelísticos, acabam presos e muitos deles e delas acabam morrendo
na missão.
Isso é uma situação trágica, mas desde que a Igreja começou a se estabelecer,
tem sido parte da realidade missionária.
Pergunte
ao grupo se conhece alguém que vivenciou essa realidade. Explore com o grupo
quais devem ser os sentimentos dessas pessoas.
Muitas dão a sua vida por Jesus Cristo.
Assim
aconteceu com o apóstolo Paulo que muitas vezes sofreu no corpo por sua fé,
mesmo na prisão, não perdia a oportunidade de fazer missão.
A carta
para a igreja de Filipos foi escrita na prisão. Pergunte ao grupo:
O que
leva uma pessoa a superar suas dificuldades por amor do nome de Jesus?
Como
você se comportaria?
Qual o
papel da Igreja com essas pessoas?
A carta
de hoje nos ajuda sobre isso.
Por dentro do assunto
Filipos
era uma cidade importante da Macedônia. Situada na estrada que ligava a Itália
com a Ásia, era um centro comercial e militar de grande relevância.
Era
também uma colônia romana, ou seja, uma cidade onde residiam muitos soldados
aposentados, os quais usufruíam de certos privilégios, entre eles a questão da
segurança.
Além dos soldados, a cidade era composta por uma antiga população, bem como de
pessoas
procedentes de diversas regiões do Império, tendo em vista seu centro de
comércio ao longo das
estradas.
O apóstolo Paulo chegou em Filipos, a partir da visão recebida em Trôade (Atos
16.9), entre os anos 49 e 52. A partir desta cidade, começou o trabalho
evangelístico na Europa (Atos 16.11- 40).
Com a conversão de Lídia, a vendedora de púrpura, nasce em sua casa o primeiro
núcleo da comunidade cristã filipense.
A
atuação de Lídia frente a esta comunidade foi muito forte, percebemos isso,
pelo simples fato de vermos o seu nome conservado, quando sabemos que muitos
personagens citados na Bíblia, principalmente mulheres, não tinham o seu
nome revelado.
O fato
de Lídia ter nome lembrado e citado, revela sua forte liderança junto aquela comunidade,
e não somente em Filipos, como em região da Macedônia.
Embora a prática e o testemunho cristãos anunciado naquela cidade fossem
fortes, marcados pela cura e libertação, o apóstolo Paulo precisou deixar a
cidade, após passar a ser perseguido, preso e humilhado.
Apesar do pouco tempo, Paulo estabeleceu profundos laços com a comunidade
cristã de Filipos, a qual se tornou seu maior motivo de glória e estímulo, além
de consolo (Filipenses 1.3-7).
O texto de Filipenses 2.5-11, que é parte do texto base no nosso estudo, é
conhecido como “Hino
ao Messias”, por se tratar de um texto estruturado em versos, resumindo a
doutrina do Cristo-Messias.
Conclusão
A comunidade Filipense se envolveu com a obra
missionária do apóstolo Paulo, ajudando-o de várias maneiras, inclusive
financeiramente.
Desta forma, pensar nos deveres da comunidade, a partir da
experiência do apóstolo Paulo e a Igreja, precisamos analisar nosso compromisso
com a Missão.
Nós precisamos ser uma bênção no anúncio do Evangelho.
O envolvimento na Missão não é e nunca será somente o
investimento financeiro.
Há outras maneiras de nos envolvermos com a Missão e com
certeza, o Espírito de Deus nos capacita em todas elas. Lembrando-se que a
alegria deve sempre fazer parte das nossas ações missionárias.
Por fim
Encerre
a aula pontuando que todas as pessoas cristãs são chamadas a fazerem missão e
que
algumas se tornam missionárias, no sentido verdadeiro da palavra. Ainda que
nosso chamado
não seja para esse tipo de missão podemos nos envolver e contribuir de outras
formas, como fizeram os filipenses.
Para
conversar
Como
a sua Igreja tem feito e contribuído na Missão?
Há
uma preocupação no sustento de missionários e missionárias em outros
campos?
Como
deve ser este sustento?
Leia durante a semana
:: Domingo: Filipenses 1.27 a 2.18
::
Segunda-feira: Atos 16.11-40
::
Terça-feira: Filipenses 2.19-30
::
Quarta-feira: Filipenses 3.1-11
::
Quinta-feira: Filipenses 3.12-21
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Sexta-feira: Filipenses 4.1-9
::
Sábado: Filipenses 4.10-23a durante a semana
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O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Lição
12
Quem é
meu inimigo?
Texto
bíblico: Efésios 6.10-20
Efésios 6.10-20 é um texto muito conhecido pela
Igreja, especial mente em estudos e seminários sobre Batalha Espiritual que
identificam para nós que existe uma luta que é espiritual e se dá nas regiões
celestiais. Ainda que ela tenha essa dimensão espiritual, não podemos perder de vista que ela se dá na realidade e
não de forma esporádica; a luta é constante e cotidiana, acontece dentro de nós
e também no osso entorno. Diante de uma luta, podemos atacar e defender,
podemos matar e até mesmo morrer. Assim sendo, a partir do texto, o que são
essas armas apresentadas? Como e por que utilizá-las?
Fundamento
bíblico
O
capítulo 6 de Efésios é uma continuidade das regras de conduta social que
começam a ser expressas no capítulo 5. A tônica dessas regras é justamente
colaborar com o bem-estar das pessoas em suas relações com o próximo, algo nada
fácil até hoje, por isso, tais orientações,
guardadas as devidas proporções com o contexto da época, podem auxiliar nesse
propósito. Não se trata de relativizar a Palavra de Deus, mas de lê-la com
sabedoria e não de forma fundamentalista.
É dessa maneira que devemos ler o texto deste estudo. Obviamente que a expressão
“armadura de Deus”, é uma linguagem figurada, inspirada nas armas dos soldados
romanos. Enquanto no Antigo Testamento, Deus se arma para lutar (Isaías 11.5; 59.17), no
Novo Testamento ele
concede “arma e armadura” para as pessoas.
A
“armadura espiritual” apresentada nesse texto compõe-se de: cinturão da
verdade; couraça da
justiça; sapatos do Evangelho da paz; escudo da fé; capacete da salvação e a
espada do Espírito
que é a Palavra de Deus.
O
cingir-se da verdade faz alusão ao cinturão de couro que o soldado usava para
se proteger, além disso os oficiais usavam como sinal de sua patente. Nesse
caso, oque se protegia eram os rins. Os rins, juntamente com o sangue e outros
órgãos internos, eram considerados portadores da vida (Levítico 17.11). Para nós,
tem o mesmo sentido figurado do coração. Assim, a vida deveria se protegida com
a verdade, sabendo-se que “a graça e a verdade
vieram por meio de Jesus Cristo” (João 1.17). Além disso, a verdade deveria ser a patente,
ou seja, o valor que identificaria a pessoa cristã.
A
couraça era um colete de metal ou de couro que protegia a parte superior do
corpo. Outra arma de proteção. A couraça proposta por Paulo era a justiça, não
qualquer justiça, mas a do Reino de Deus.
Obviamente, ao assumirmos essa couraça muitos ataques nos sobrevêm, mas é a
própria justiça
que nos protege, pois não atraímos para nós iniquidades já que “a justiça
guarda ao que anda em
integridade, mas a malícia subverte ao pecador” (Provérbios 13.6).
Os
soldados romanos usavam uma espécie de bota para lhe proteger os pés e lhe dar
um andar mais firme durante as batalhas a fim de que não pudessem cair enquanto
lutavam. Na armadura de Deus os pés precisam estar calçados com o Evangelho da
paz, ele firma os nossos pés
e devemos andar em direção ao anúncio da paz, pois “que formosos são sobre os
montes os pés
do que
anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz
ouvir a salvação (...)” (Isaías 52.7).
O
escudo é mais uma arma de proteção usada pelo soldado para cobrir o corpo
inteiro e livrar-se, entre outras coisas, dos dardos inflamados (em chamas) que
eram lançados em sua direção. É o escudo da fé em Cristo Jesus, Aquele que
venceu o mal para nos dar a vida e, assim nos
proteger dos enganos de Satanás, já que “o ladrão vem somente para roubar,
matar e destruir;
eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10.10).
O
capacete era outro instrumento para segurança; feito de couro, bronze ou metal
e que protegia a cabeça do soldado. Na armadura de Deus devemos usar o capacete
da salvação. A cabeça não era considerada por ser o espaço do intelecto, mas
sim, como fonte de vida e energia, assim como cobrir a cabeça com as mãos ou pó
de cinzas era lamentar a perda da vida. A salvação é a fonte da nossa nova
vida. Por meio dela, alcançamos a vida eterna que é a principal a ser
protegida, o que naquela época e em algumas situações atuais significava perder
a vida. Por isso, Jesus afirmou: “se alguém quer vir após mim, a si mesmo se
negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida
perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mateus 16.24-25).
A
espada do Espírito que é a Palavra de Deus. Essa é a única parte da armadura
que tem dupla
função: defender e atacar. No entanto, sua finalidade está proposta na própria
Palavra: “porque
a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e
medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4.12).
Diante
dessa análise, percebemos que a armadura de Deus é para proteger a vida, a
nossa própria e das demais pessoas. Essa batalha não se dá por violência, mas
sim em gestos que promovam a paz.
Palavra que ilumina a vida
Lutar
em prol de alguma coisa é normal, as pessoas fazem isso o tempo todo. Isso
também faz parte da caminhada do povo de Deus, pois seguir a Jesus implica
viver “vestido/a” com a verdade, a justiça, a paz, a fé, a salvação, a Palavra
de Deus e a oração (Efésios 6.14-18), vestimentas espirituais que nos preparam para
a vitória. Seguir a Jesus implica em “combater o bom combate...” (2 Timóteo 4.7),
aguardando a glória e o triunfo.
Mas
sabemos que, com o crescimento da participação das pessoas em diferentes lutas,
infelizmente, cresce a falta de diálogo, o ódio, a incompreensão, a raiva, a
vingança e etc. Sentimentos e atitudes que destroem os relacionamentos e geram
mais violência.
O povo de Éfeso estava inserido no meio de uma realidade em que o ódio poderia
nascer com muita facilidade. De igual forma, também estamos inseridos/as numa
sociedade dividida por sentimentos e atitudes das mais diversas. Há pessoas que
promovem a paz e há aquelas
que buscam a guerra.
Diante
desta realidade, a Palavra de Deus nos ensina que, embora muitas vezes lutemos
pelas mesmas coisas, alguns princípios precisam ser lembrados e praticados:
1. Não lutamos contra pessoas: não
podemos enfrentar alguém, simplesmente porque discordamos de suas preferências
ou porque elas discordam das nossas. A Palavra de Deus nos ensina que vencemos
o mal com o bem e que, devemos nos esforçar para vivermos em paz
com todas as pessoas (Romanos 12.17-21). Assim, diante de tantas expressões contrárias
às que cremos, nossa atitude deve ser a de nos fortalecermos “... no Senhor e
na força do seu poder” (Efésios 6:10).
2.
Essa luta não pode ser competitiva: não podemos “comprar briga” com as pessoas,
ainda que alguém nos prejudique. Precisamos entender qual é a força que as
domina. Enquanto somos guiados/as pelo Espírito de Deus, algumas pessoas não
são (João
8.44), mas são influenciadas por forças malignas, principados,
potestades, príncipes das trevas, hostes espirituais da maldade (Efésios 6.12). Nessa
luta, somos desafiados e desafiadas “a resistir” (Efésios 6.13).
Resistir é:
“conservar-se firme, não sucumbir, não ceder”.
Não
podemos nos esquecer que temos sim um inimigo, Satanás. É ele quem semeia
contendas entre as pessoas, pois sua função é roubar, matar e destruir (João 10.10a), mas,
Jesus Cristo se manifestou para “destruir as obras do diabo” (1 João 3.8b).
Não
podemos permitir que a Igreja do Senhor esqueça que nosso inimigo não é quem
pensa diferente. Precisamos lembrar que estamos aqui para militar em favor do
amor, respeito, diálogo, perdão e misericórdia.
Conclusão
Militar por causas justas não é pecado, pelo contrário, é ordenança
divina: “aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei
justiça ao órfão, defendei a causa da viúva” (Isaías 1.17). Podemos sim militar por
causas que busquem a melhoria dos direitos da
população e das pessoas que mais sofrem. Tudo que foi construído em favor da
democracia e dos direitos aconteceu através de muita luta e em alguns momentos
com muita violência. Pessoas perderam muito para que estivéssemos onde estamos.
As lutas não podem parar, mas
que elas não sejam mais contra a carne e nem contra o sangue e que nós como
Igreja possamos entender e militar por isso.
Para
conversar
O
que você pensa sobre essa onda de ódio, acompanhado de ofensas e ameaças que
tem acontecido frequentemente e muitas vezes “em nome da religião”?
Você
já foi ofendido/a por alguém que discordava do seu pensamento ou opinião? Como
você se sentiu? Como você agiu?
Amarás o teu
próximo como a tí mesmo. (Mateus - 22.39)
Leia durante a semana
::
Domingo: Efésios 6.10-20
::
Segunda-feira: Atos 19.23-31
::
Terça-feira: Romanos 12.17-21
::
Quarta-feira: João 8.29-47
::
Quinta-feira: João 10.1-10
::
Sexta-feira: 1 João 3.7-10
::
Sábado: Isaías 1.10-17
REVISTA
EM MARCHA- O REINO DE DEUS
ESTÁ ENTRE NÓS
Lição
12
Quem é
meu inimigo?
Texto
bíblico: Efésios 6.10-20 - PROFESSOR
Objetivo
Apresentar a Carta aos Efésios e o tema da Guerra Espiritual e Armadura
de Deus.
Para início de conversa:
Leia o
texto bíblico e pergunte como o grupo o interpreta. Esse é um texto muito comum
quando se fala de batalha espiritual, mas nessa lição apresentamos essa
armadura mais na perspectiva da defesa do que do ataque. Sugerimos a seguinte
dinâmica: separe 2 laranjas grandes, 2 jarros de vidro transparente, ou algo
semelhante. Encha os recipientes com água para que as laranjas flutuem bem
acima do fundo das jarras. É a casca que lhes auxiliará a flutuar. Comece a
remover a casca de uma das laranjas, um pedaço de cada vez, fazendo alusão a
ausência de cada parte da armadura de Deus em nossa vida. À medida que a
laranja vai sendo descascada ela vai afundando. Até afundar completamente.
Destaque que a ausência da armadura de Deus, nos deixa vulneráveis para enfrentarmos
as batalhas da vida
(Adaptado de chaemulheres.blogspot.com). Prossiga com a leitura da revista.
Por dentro do assunto
Palavras
como “guerra”, “batalha”, “exército”, “combate” fazem parte do contexto bíblico
e permanecem até hoje em nossas pregações e canções. Elas são o prenúncio para
a vitória. No entanto, é importante compreender como a Bíblia trabalha esses
temas.
Desde a
origem do povo de Deus, encontramos referências de batalhas travadas contra
inúmeros inimigos. A maioria delas, por conquista de territórios. (Gênesis 14; Êxodo 17.8).
No Antigo Testamento, Deus era conhecido entre seu povo como o Senhor da
guerra, o Senhor
dos Exércitos (Êxodo
17.16; Números 21.14; 1 Samuel 18.17; 1 Samuel 25.28; Salmo 46.7)
e as guerras travadas por seu povo eram vistas como guerras santas,
combatidas em nome do
Senhor. Foi o que disse o jovem Davi quando entrou em combate com Golias: “Davi,
porém, disse
ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu
venho a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos Exércitos de Israel, a
quem tens afrontado. ... e toda a terra saberá que
há Deus em Israel; E saberá... que o Senhor salva, não com espada,
nem
com lança; porque do Senhor é a guerra,...” (1 Samuel 17.45-47).
“O conceito de Guerra Santa, no AT, está no próprio nome de Israel. O
substantivo Israel é composto do imperfeito ysra cuja raiz é srh que significa
lutar. Assim, o nome Israel carrega o significado de Deus lutará”. (Tércio
Machado Siqueira. É o Deus do Antigo Testamento violento e vingativo?
Disponível em:
http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=291,
acesso em 17/08/2016).
Sobre o lugar da guerra nos relatos bíblicos, o pastor Tércio Machado Siqueira
afirma: “É bem
verdade que o AT registra muitas referências à guerra, seja nos Livros
históricos ou nos salmos. Entretanto, se alguém perguntar a um/a aluno/a da
Escola Dominical quais os momentos decisivos e fundamentais na história
bíblica, ele/a certamente mencionará o relato da criação, as histórias dos patriarcas
e do êxodo, os profetas e Jesus Cristo. Em todos esses eventos, que marcaram a
história da humanidade, a guerra não é ponto principal”.
Embora as guerras fizessem parte do mundo bíblico e da história do povo de
Deus, Deus
nunca exaltou a violência.
Por fim
Retome
a dinâmica inicial e pergunte que palavras poderiam pontuar como importantes
para
dar fim às guerras. Conclua a aula reafirmando a realidade da guerra espiritual
que nos cerca como Igreja de Cristo e que, assim como lemos em Efésios, ela
nunca é contra pessoas, por isso mesmo, nossas armas para combatê-las não são
carnais, mais espirituais (2 Coríntios 10.2-5). Somos chamados/as para promover a paz.
Nossa
maior e mais importante guerra é combater o bom combate (2 Timóteo 4.7).
Conclusão
Militar por causas justas não é pecado, pelo contrário, é ordenança
divina: “aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei
justiça ao órfão, defendei a causa da viúva” (Isaías 1.17). Podemos sim militar por
causas que busquem a melhoria dos direitos da
população e das pessoas que mais sofrem. Tudo que foi construído em favor da
democracia e dos direitos aconteceu através de muita luta e em alguns momentos
com muita violência. Pessoas perderam muito para que estivéssemos onde estamos.
As lutas não podem parar, mas
que elas não sejam mais contra a carne e nem contra o sangue e que nós como
Igreja possamos entender e militar por isso.
Para
conversar
O
que você pensa sobre essa onda de ódio, acompanhado de ofensas e ameaças que
tem acontecido frequentemente e muitas vezes “em nome da religião”?
Você
já foi ofendido/a por alguém que discordava do seu pensamento ou opinião? Como
você se sentiu? Como você agiu?
Amarás o
teu próximo como a tí mesmo. (Mateus - 22.39)
Leia durante a semana
::
Domingo: Efésios 6.10-20
::
Segunda-feira: Atos 19.23-31
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Terça-feira: Romanos 12.17-21
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Quarta-feira: João 8.29-47
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Quinta-feira: João 10.1-10
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Sexta-feira: 1 João 3.7-10
::
Sábado: Isaías 1.10-17
REVISTA
EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 11
O AMOR COMO FRUTO DO ESPÍRITO
Texto
bíblico: Gálatas 5.13-26
Gálatas
é uma carta paulina endereçada não a uma comunidade isolada, mas uma carta
circular endereçada às comunidades da região da Galácia. O motivo que levou o
apóstolo a escrevê-la era a infiltração de missionários judaizantes que exigiam
a circuncisão dos cristãos que não eram judeus (gentílicos). O tema central é a
Justificação pela fé e a liberdade que Cristo oferecia para todas as pessoas.
FUNDAMENTO BÍBLICO
O propósito maior desta carta foi a
resolução de alguns problemas sérios que ocorriam nas igrejas. Logo após a
primeira visita missionária de Paulo, a Galácia
recebeu outros mestres cristãos de
origem judaica, os quais pregavam que os gentios convertidos ao Cristianismo
deveriam passar pela circuncisão e obedecer à lei judaica, ou seja,
praticamente deveriam tornar-se judeus.
Paulo ficou preocupado com tal ensino (Gálatas 4.20), pois isso prejudicava a essência de sua mensagem que consistia em
afirmar que para receber o perdão de Deus e a nova vida em Cristo Jesus,
bastava o arrependimento e a fé. A salvação é dom de Deus para todas as pessoas
que creem. As pessoas cristãs são
libertas e livres, sujeitas apenas à lei de Cristo, que é a lei do amor (Gálatas 6).
O capítulo 5 apresenta os frutos da
liberdade cristã em contraste com a escravidão da lei. Aceitar
a circuncisão era o mesmo que aceitar toda a submissão à lei.
Isso desvalorizava a fé em Cristo e
deixava por menor a Graça de Deus. O apóstolo inicia tal capítulo afirmando que
somos chamados e chamadas à liberdade que nos leva a servir uns aos outros pelo
amor. Ao dizer “servos uns dos outros, pelo amor”, Paulo muda a sujeição à lei
para uma escravidão diferente, baseada no amor. E a lei que todo mundo deveria
se submeter é esta: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gálatas 5.14b).
A partir do 5.16,
Paulo ensina como se deve viver essa liberdade cristã na prática e duas formas de
vida são colocadas em contraste: a de quem é guiado/a pelo Espírito e de quem
segue os desejos da carne. A carne é a síntese dos desejos humanos e não
necessariamente o corpo. O corpo para Paulo é templo do Espírito, conforme 1 Coríntios 6.19-20.
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA
“Para a liberdade foi que Cristo nos
libertou” (Gálatas 5.1). A liberdade está na essência da vida cristã.
Neste capítulo, Paulo apresenta quais são as implicações de uma vida em
liberdade, como esta liberdade pode ser identificada em nossa vida. Liberdade em
Cristo é a liberdade para o amor, é algo que deve ser perseguido, não a
conseguimos facilmente por conta da carne, que representa a tendência moral do
ser humano.
Permanecemos na liberdade quando andamos
no Espírito (v.16), quando submetemos nossa vontade à
direção do Espírito Santo, pois isso nos fará resistir à concupiscência da
carne. Segundo o pastor Astor Albrecht esta expressão foi traduzida da palavra
epithymia, que é “geralmente usada no sentido de ansiar coisas proibidas, é
vida contrária à vontade de Deus. Por isso é que no v.17 se afirma que o
Espírito e a
carne são inimigos irreconciliáveis”.
Enquanto a atuação do Espírito em nós
produz o fruto manifesto de diversas maneiras, a
vitória da carne produz uma série de obras. Quais são as obras da carne? Como se
demonstra o fruto do Espírito? Vejamos: O apóstolo apresenta-nos 15 obras da
carne, a saber: prostituição; impureza; lascívia (luxúria); idolatria; feitiçarias; inimizades; porfias
(discussão, disputa); ciúmes; iras; discórdias; dissensões (falta de entendimento);
facções; invejas; bebedices; glutonarias (gula, comer em excesso).
Quando analisamos essas obras, é
possível perceber que elas interferem na nossa relação com
Deus, com a Igreja, com as pessoas que nos rodeiam e conosco mesmo. As obras da
carne providenciam quebras de vínculos, distorções na forma de nos vermos e de
enxergarmos as outras
pessoas. Elas nos aprisionam, nos escravizam em comportamentos viciantes,
tirando de nós a liberdade de optar por não fazê-las.
As obras da carne são ações humanas,
talvez por isso sejam chamadas de obras.
Em seguida, Paulo nos apresenta as
diversas faces do fruto do Espírito: amor, paz, alegria, longanimidade (tardar
em irar-se, ter boa vontade com quem te fere), benignidade (amor leal, piedade,
solidariedade), bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Analisar esse
fruto é perceber que ele também interfere diretamente na nossa relação com
Deus, com as pessoas, com a igreja e conosco. O fruto do Espírito é o que
preserva e restaura vínculos. O fruto do Espírito é o resultado da graça de
Deus em nossa vida e isso, não vem de nós, mas ao nos submetermos a Cristo,
podemos frutificar a Sua vontade.
Muitas são as obras da carne, delas Paulo lista 15, mais nos alerta que existem
outras mais. Um é o fruto do Espírito que se manifesta integralmente, mas de
forma diversificada. Veja a interessante reflexão do pastor Israel Belo de
Azevedo, no site O Prazer da Palavra: “O apóstolo Paulo põe o paradoxo das
possibilidades de vida em duas expressões: o cristão não deve produzir as
‘obras da carne’, mas, antes, o ‘fruto do Espírito Santo”. Ao colocar as
manifestações da carne no plural, o escritor bíblico quis deixar claro que elas
são múltiplas e que o cristão não se deixa escravizar por todas elas de uma só
vez. Além disso, ele termina a frase, acrescendo um ‘e coisas semelhantes a
estas’. Este ‘etc’ paulino mostra a amplitude das possibilidades no erro,
diante das quais devemos estar vigilantes.
Quando o apóstolo passa a recomendar como a pessoa cristã
deve viver, usa a expressão ‘fruto do Espírito’ no singular. Cada árvore só dá
um tipo de fruto, segundo a sua espécie. “Esta ênfase paulina indica que essas
virtudes não são para ser escolhidas no balcão do Espírito Santo, mas que devem
compor a bagagem de todo cristão” Fonte: http://goo.gl/l8TqlL.
CONCLUSÃO
As obras da carne nos levam
a fazer todas as coisas voltados/as para nós mesmos/as, colocando sempre a
nossa vontade em primeiro lugar e, portanto, nos tornando egoístas: falando o
que quiser, “doa a quem doer”; fazendo o que quiser, sem importar as
consequências...
Desafio de verdade não é conquistar a
própria vontade, mas é viver segundo a vontade de Deus, seguindo o Espírito.
Uma pessoa conduzida pelo Espírito, vive espontaneamente segundo o Espírito e
se afasta das obras que induzem aos “desejos” da carne. O fruto, isto é, o
produto, o resultado de seguir o Espírito é uma vida de respeito a si, às
outras pessoas e acima de tudo, a Deus. É um estilo de vida com atitudes que
manifestam a caridade e revelam uma fé viva.
Não há lei que proíba esta lista. Ela só faz
bem. Não há restrições ou contraindicações!
PARA
CONVERSAR
Não ceder às obras da
carne e frutificar o Espírito requer perseverança, confiança e dependência de
Deus. Quais são as estratégias para que isso seja possível em nossa vida?
LEIA
DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Gálatas
5.13-26
:: Segunda-feira: Gálatas 1
:: Terça-feira: Gálatas 2
:: Quarta-feira: Gálatas 3
:: Quinta-feira: Gálatas 4
:: Sexta-feira: Gálatas 5
:: Sábado: Gálatas 6
REVISTA
EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 11
O AMOR COMO FRUTO DO ESPÍRITO - PROFESSOR
Texto
bíblico: Gálatas 5.13-26
OBJETIVO
Apresentar a Carta aos Gálatas com sua mensagem de um novo modo de vida, não
nos hábitos da carne, mas no agir do Espírito.
PARA INÍCIO DE
CONVERSA
Escreva na lousa, quadro ou cartaz as
expressões do fruto do Espírito (Gálatas
5.22) e das
obras da carne (Gálatas 5.19).
Uma boa imagem para ilustrar o fruto do
Espírito é a tangerina (uma fruta com os gomos). Confeccione cartões com os
gomos do fruto do Espírito (cada gomo em
um cartão). Peça para que cada pessoa pegue “um gomo” do fruto do Espírito que
acha que já expressa em sua vida. Ela deve partilhar como o desenvolve e
persevera para expressá-lo.
Atrás do fruto do Espírito, a pessoa
deverá escrever uma obra da carne que ainda persiste em
sua vida. Inicie a lição.
POR DENTRO DO ASSUNTO
Em sua segunda viagem missionária o
apóstolo Paulo teve a oportunidade de formar a comunidade cristã da Galácia,
criada por pessoas, na sua maioria, de origem gentílica (não judias). O
apóstolo soube que ensinos contraditórios ao evangelho de Cristo estavam sendo
anunciados nesta comunidade, o que o fez escrever esta carta, com a finalidade
de exortação.
Algumas pessoas anunciavam que os requisitos
para uma vida plena em Jesus Cristo eram a
prática das Leis do Antigo Testamento e da tradição judaica (Gálatas 5.2-11). Tal ensino não
condizia com as palavras antes anunciadas por Paulo, e isso gerou discórdia no
meio da comunidade. Assim, Paulo escreve, a fim de orientá-las acerca da fé e
da liberdade conquistada em Cristo.
Entre outras coisas, o apóstolo vai
anunciar aos Gálatas que as pessoas crentes dessa comunidade receberam de
Cristo uma nova vida, libertadora, e que, voltar à prática da antiga Lei é
colocar-se novamente sob o jugo da mesma, uma espécie de escravidão (Gálatas 5.1 e 13).
Assim, Paulo convida essas pessoas para
andarem no Espírito (Gálatas 5.16), lembrando-
-as que foram chamadas para abandonarem as velhas práticas (Gálatas 5.19-21) e viverem uma nova vida. (Gálatas
5.24-25).
Assim, no texto básico deste estudo
encontramos uma lista dos resultados práticos da ação de Deus em nós: “...
amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”
(Gálatas 5.22). Estas virtudes são operadas pelo Espírito e não
condizem com as obras da carne (Gálatas
5:17). Desta forma, obras
da carne e fruto do Espírito não se manifestam ao mesmo tempo.
Uma ação anula a outra. “Não há vida
cristã se essa não for guiada pelo Espírito Santo de Deus. Se ele não guiar,
instala-se o caos (obras da carne). Com ele manifesta-se o fruto do Espírito”.
(ALBRECHT, Astor. A dádiva de andar no Espírito. Gálatas 5.1,13-25. Auxílios
Homiléticos. Proclamar Libertação - Volume: XL.
Disponível em: http://www.luteranos.com. br/conteudo/galatas-5-1-13-25-2,
acesso em 17/08/2016).
POR FIM
Retome a dinâmica do início da aula e
reflita como o grupo que da mesma forma que o fruto do Espírito e a obra da
carne estão escritos no mesmo papel, assim ambos se manifestam na nossa vida,
tudo ao mesmo tempo. Buscar o Espírito Santo e abrir--se para que ele
frutifique em nós, o que nos dará graça para vencer as obras da carne.
AMOR
FRUTO DO ESPIRITO
CONCLUSÃO
As obras da carne nos levam
a fazer todas as coisas voltados/as para nós mesmos/as, colocando sempre a
nossa vontade em primeiro lugar e, portanto, nos tornando egoístas: falando o
que quiser, “doa a quem doer”; fazendo o que quiser, sem importar as
consequências...
Desafio de verdade não é conquistar a
própria vontade, mas é viver segundo a vontade de Deus, seguindo o Espírito.
Uma pessoa conduzida pelo Espírito, vive espontaneamente segundo o Espírito e
se afasta das obras que induzem aos “desejos” da carne. O fruto, isto é, o
produto, o resultado de seguir o Espírito é uma vida de respeito a si, às
outras pessoas e acima de tudo, a Deus. É um estilo de vida com atitudes que
manifestam a caridade e revelam uma fé viva.
Não há lei que proíba esta lista. Ela só faz
bem. Não há restrições ou contraindicações!
PARA
CONVERSAR
Não ceder às obras da
carne e frutificar o Espírito requer perseverança, confiança e dependência de
Deus. Quais são as estratégias para que isso seja possível em nossa vida?
LEIA
DURANTE A SEMANA
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5.13-26
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:: Terça-feira: Gálatas 2
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:: Sexta-feira: Gálatas 5
:: Sábado: Gálatas 6
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EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 10
O ESPINHO NA CARNE
Texto bíblico: 2
Coríntios 12.7-10
Mergulhar na trajetória de homens e mulheres de
Deus que são relatadas na Bíblia é deparar-se com experiências de vida muito
semelhantes às nossas. Assim como nós, possuem experiência de vitórias e
fracassos, de coragem e de medo. Nem sempre somos incentivados/as a pensar em
nossas fragilidades, parece que estar com Deus é perseguir cotidianamente uma
vida de sucesso.
O
apóstolo Paulo fez questão de destacar que na nossa vida com Deus podemos e
devemos aprender com nossas fraquezas e fragilidades, aquilo que ele chamou de
“espinho na carne”. É sobre isso que este estudo.
FUNDAMENTO BÍBLICO
No
capítulo 12, do versículo 7 até o versículo 10, o apóstolo Paulo fala
exatamente o contrário do que se acreditava na época. Em vez de buscar a honra
através das próprias potencialidades, as pessoas deveriam se apoiar em suas
fraquezas. Isso era absolutamente novo e radical para a comunidade de fé.
O
apóstolo ensina a essa comunidade que o maior Patrono (a pessoa mais poderosa)
é Cristo e que quando seguimos os seus ensina mentos, entregamos a Ele todas as
nossas potencialidades, pois, por mais que façamos não damos conta do que é necessário
e sempre erramos. Quando reconhecemos isso, passamos a depender de Jesus em
todo o tempo e alicerçamos a nossa fé na Graça que Ele nos dá. Por isso, o
texto nos diz: “a minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na
fraqueza” (2
Coríntios 12.9). Nisso vemos o próprio apóstolo sendo trabalhado por Deus.
Observe o texto: “E, para que não me
ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me dado um espinho na carne,
mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte” (v.7).
Paulo
está no mundo da honra e a sua experiência poderia fazer com que a soberba e a
arrogância tomassem conta dele, uma vez
que seria extremamente reconhecido e valorizado pelas comunidades. Sendo assim,
o próprio Deus coloca um espinho na carne de Paulo. Não se sabe o que era esse
espinho na carne, mas sabemos que tal coisa fazia com que o apóstolo sempre se
lembrasse de que tudo o que acontecia em sua vida não era por causa de suas
potencialidades e sim por causa da Graça de Deus nele. Quando Paulo diz que
orou três vezes
para que Deus retirasse tal espinho de sua carne, a resposta recebida é
encerrada com: “a fim de
que não me exalte” (v.7). O apóstolo reconhece que o espinho na carne o
mantinha onde deveria permanecer, em humildade e dependência de Deus.
Na
dinâmica do verbo em grego, vemos que o tal espinho na carne foi colocado pelo
próprio Deus. Tal fato servia tanto para o apóstolo Paulo como para a própria
comunidade, que ao ser lembrado dessa situação (que não se sabe o que é)
poderia perceber a ação de Deus na vida de seu próprio líder. Que por conta da
vaidade, presente em todas as pessoas indistintamente, poderia leva-lo a se
gloriar em suas potencialidades e experiências.
Quando
o texto diz: “mensageiro de Satanás” (v.7), quer dizer que algo aparentemente ruim,
trazia benefícios ao apóstolo, pois foi posto por Deus! Perceba como o apóstolo
termina essa parte: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas
necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo”.
“Porque,
quando sou fraco, então é que sou forte” (v.10).
O
apóstolo Paulo ao defender a autoridade, desafia a comunidade de fé em Corinto
a viver de
forma radical. Onde os valores da sociedade – honra, deveriam ser vividos de
maneira completamente diferente, onde todas as pessoas são honradas pois há um
só Patrono – Jesus, e todos/as somos seus/suas dependentes; e, portanto,
iguais.
PALAVRA QUE ILUMINA A
VIDA
Todas
as pessoas possuem suas limitações. O apóstolo Paulo também tinha a sua
limitação – o espinho na carne – que ninguém sabe de fato o que era. O que se
sabe é que, tal situação trouxe
dependência de Deus em todo o tempo e levava o apóstolo a não se engrandecer
correndo o risco de perder a essência de Deus em sua vida.
Em 2
Coríntios 12.1-6, Paulo descreve uma experiência espiritual bem diferenciada
que vivenciou
com Deus. Enquanto a descreve, manifesta uma preocupação em não se vangloriar
com seu ministério. Isto, provavelmente, é fruto da experiência que tem com o
seu espinho na carne. Essa fragilidade lhe dá profunda consciência do poder da
Graça de Deus em sua vida.
O espinho na carne é aquele nó a fragilidade humana, é “onde nosso calo
aperta”. Com o apóstolo Paulo aprendemos que não devemos ignorá-lo, mas nos
conscientizarmos da função e do espaço que damos para ele em nossas vidas.
O
espinho na carne em Paulo levou o apóstolo a apresentá-lo a Deus, foi assim que
obteve o discernimento de como lidar e entendê-lo. Mediante a intensa oração,
ele entendeu ser esse espinho algo que colaborasse com a sua humildade. Ao nos
conscientizarmos do nosso espinho,
podemos seguir o exemplo de Paulo.
Ao
apresentar ao Senhor seu espinho, sua fragilidade, Deus lhe respondeu: “a minha
graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (v.9). O
espinho na carne não estava posto apenas para que Paulo se deparasse com sua
fragilidade, mais do que isso, ele era também anúncio da provisão divina, da
atuação da Graça, do poder de Cristo em sua vida. Nossas fragilidades, quando
submetidas a presença de Deus, as oportunidades da provisão e do consolo divino
aparecem aos montes, pois começamos a ver a nossa imperfeição não como
impedimento, mas como espaço de aperfeiçoamento do nosso caráter por meio do
poder, da graça e da misericórdia de Jesus Cristo.
Paulo
teve a oportunidade de viver uma experiência espiritual extraordinária, mas não
só na
dimensão sobrenatural, como relata em 2 Coríntios 12.1-6. Seu espinho na carne
também lhe
proporcionou uma experiência espiritual significativa: a de perceber o poder de
Deus o sustentando dia a dia em sua fragilidade.
Isso
nos aponta que nossa experiência espiritual não deve se ater apenas a
experiências sobrenaturais com o Espírito de Deus. O que sustentará nossa vida,
nossa fé, especialmente em tempos difíceis, é a experiência cotidiana com a
imerecida Graça de Deus.
A
igreja de Corinto questionava muito se o ministério de Paulo era legítimo,
talvez por isso ele teve a necessidade de partilhar a experiência com as visões
e revelações do Senhor (2 Coríntios 12.1-6). Era na sua experiência cotidiana com Cristo
que ele encontrava forças para superar as dificuldades que surgiam em seu
ministério. Por isso afirmou: “pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas
injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de
Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (v.10).
Quando
assumimos o nosso compromisso com a Missão de Deus, temos experiências
maravilhosas e outras nem tanto, problemas com alguns irmãos e irmãs, falta de
motivação, impedimentos diversos nos levam a querer desistir. Que seja o
exemplo de Paulo a força para que a gente siga adiante, para que ao colocar a
mão no arado, não se olhe para trás. É a maravilhosa Graça que nos dará força
para prosseguir e é pelo Senhor da Graça que devemos persistir.
CONCLUSÃO
Nessa passagem bíblica, o apóstolo Paulo nos ensina a dependermos de
Deus em todo o tempo e a reconhecermos as nossas limitações como positivas.
Assim, quando vemos o que fazemos, percebemos que não somos nós sozinhos/as,
mas é a ação da Graça de Deus em nós!
PARA CONVERSAR
Quais são os seus limites? Você os reconhece e os coloca
diante de
Deus com uma atitude de louvor?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: 2 Coríntios 12.7-10
::
Segunda-feira: 2 Coríntios 10.1-6
::
Terça-feira: 2 Coríntios 5.18 a 6.3
::
Quarta-feira: 2 Coríntios 6.4-10
::
Quinta-feira: 2 Coríntios 4.7-18
::
Sexta-feira: 2 Coríntios 2.14-17
::
Sábado: 2 Coríntios 2.14-17
Estudo 10
O ESPINHO NA CARNE
Texto bíblico: 2
Coríntios 12.7-10
OBJETIVO
Analisar
o espinho na carne relatado pelo apóstolo Paulo e reconhecer que esse “espinho
na carne” é algo positivo e que nos leva a dependência de Deus em todo o tempo.
PARA INÍCIO DE CONVERSA
Dê uma
folha para cada pessoa e peça que listem suas forças e fraquezas. Em seguida,
faça algumas perguntas para que elas possam refletir e responder se desejarem:
o que foi mais fácil de listar? Qual a sensação que surge quando escrevemos
sobre as nossas fraquezas? É possível enxergar essas fraquezas como
possibilidades da ação de Deus? Como lidamos com os nossos pontos fortes? A
supervalorização dos pontos fortes pode gerar em nós a arrogância.
Como se prevenir deste mal?
Neste
estudo Paulo nos ajudará a pensar nesses temas.
POR DENTRO DO ASSUNTO
Ao
estudarmos os textos que se encontram no livro de 2 Coríntios é importante
termos 03 informações:
PRIMEIRA INFORMAÇÃO: O livro
de 2 Coríntios é composto por 6 bilhetes e não de um único bloco como em
1Coríntios; os capítulos de 10 a 13 se constituem em um desses bilhetes
enviados aquela comunidade, nesse caso, para tratar especificamente da defesa
da autoridade apostólica de Paulo. Essa carta e/ou bilhete também é conhecido
como
“Carta das Lágrimas”, pelo fato do apóstolo ser muito duro com a comunidade.
SEGUNDA INFORMAÇÃO: O mundo
do Novo Testamento embasava-se em certas convenções que construíam e davam
significado à sociedade do mundo mediterrâneo e indicavam o status social de
uma pessoa ou grupo. Essas convenções (vividas e valorizadas no dia a dia)
foram construídas sob uma estrutura piramidal denominada Patronagem, que
possuía como característica principal a busca pela honra. Esse fato gerou uma
sociedade voltada para a competição social e a valorização através do
recebimento de honrarias, elogios, presentes, jantares e tantos outros atos que
elevassem a estima e trouxessem honra social a uma pessoa. Essas homenagens tinham como
finalidade o recebimento de benefícios os mais variados. As honras eram dadas
sempre a alguém de destaque – o patrono (alguém de prestígio social e que possuía
alguma riqueza) e o cliente (menos favorecidos), a pessoa que oferecia
essas honrarias, passava a receber proteção, poder e favores do Patrono, em uma
espécie de “apadrinhamento”.
A honra era o
bem mais valioso no Mundo Mediterrâneo do século primeiro. Isso quer dizer
que a comunidade em Corinto dessa época também buscava a honra e, tinha a
mesma, em
alto valor. Qualquer ofensa que trouxesse desonra a uma pessoa, poderia
marcá-la de modo
negativo, bem como também a sua família ou grupo social que ela pertencesse. A
desonra traria descrédito, humilhação, mudança de status social e vergonha
pública. Dificilmente, uma pessoa, família ou grupo que fosse desonrado,
ascenderia de volta ao status social a que pertencia, sendo quase impossível
resgatar a honra. Isso era tão importante que uma pessoa nascida no
Mediterrâneo do primeiro século seja gentia, seja judia, era treinada desde a
infância a aspirar à honra e a evitar a desgraça Isso era exatamente o que
estava acontecendo
na comunidade de Corinto, alguns pregadores itinerantes chegaram a comunidade,
na ausência do apóstolo Paulo e estavam tentando desonrá-lo, isto é, fazer com
que a comunidade não o reconhecesse mais como líder e sim, a eles.
TERCEIRA INFORMAÇÃO: Outro
fato muito importante nessa época, era o domínio da retórica, isto é, a arte de
falar bem. A arte de falar bem, fundamentava o poder argumentativo e de
persuasão, sendo uma arma poderosa no mundo do primeiro século. A autodefesa
seguia as regras dos “manuais de retórica”, a pessoa não deveria utilizar de
exaltação e elogios a si mesma, pois seria rejeitada publicamente. O autoelogio
e vanglória não eram permitidos, a única exceção era a “regra da loucura” que
fazia parte do arsenal exortativo de um líder.
As palavras de Paulo no texto de 2 Coríntios 12.1-6, tem essa função de autodefesa. O apóstolo
usou este artifício para não perder a comunidade de Corinto para aqueles que
trabalham contra ele e os propósitos divinos. Ele se autodefende quando fala de
sua visão, ao mesmo tempo que corre um grande risco da rejeição, mas o faz
mesmo assim, por amor a esses cristãos e cristãs.
POR FIM
Em
nossa caminhada com Cristo, não estamos livres das dores causadas pelos
espinhos em
nossa carne, sejam eles enfermidades, situações adversas ou mesmo pessoas
tentando atrapalhar ou impedir nossa missão no Reino de Deus. Aproveitem a
oportunidade para orarem pelo fortalecimento da fé em Deus.
Compartilhe
com a turma uma situação vivida e definida como um “espinho na carne”. Como foi
passar por isso? Que conselhos daria a alguém que está a enfrentar situação
parecida.
CONCLUSÃO
Nessa passagem bíblica, o apóstolo Paulo nos ensina a dependermos de
Deus em todo o tempo e a reconhecermos as nossas limitações como positivas.
Assim, quando vemos o que fazemos, percebemos que não somos nós sozinhos/as,
mas é a ação da Graça de Deus em nós!
PARA CONVERSAR
Quais são os seus limites? Você os reconhece e os coloca
diante de
Deus com uma atitude de louvor?
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: 2 Coríntios 12.7-10
::
Segunda-feira: 2 Coríntios 10.1-6
::
Terça-feira: 2 Coríntios 5.18 a 6.3
::
Quarta-feira: 2 Coríntios 6.4-10
::
Quinta-feira: 2 Coríntios 4.7-18
::
Sexta-feira: 2 Coríntios 2.14-17
::
Sábado: 2 Coríntios 2.14-17
Estudo 9
SOMOS FILHOS E FILHAS DE DEUS
Texto
bíblico: Romanos 8.12-17
A Carta
de Paulo aos Romanos foi escrita entre os anos 56/58 da Era Cristã, ao término
de sua terceira viagem missionária, quando ainda se encontrava em Corinto, na
Grécia (Atos 20.2-3). Paulo nunca havia
ido à Roma, no entanto, em seu coração crescia uma imensa compaixão pelas
pessoas não cristãs que estavam se aproximando do Evangelho. Por isso escreveu
essa carta, considerada a mais extensa de todas.
Do capítulo 5.1 até 8.39 no livro de Romanos, o apóstolo
convida a igreja a assumir um novo modo de vida e no capítulo 8.12-17, texto base
do nosso estudo, ele revela o motivo dessa nova postura: porque agora sois filhos de Deus.
Fundamento
bíblico
O capítulo 8 de Romanos fala das duas naturezas da vida
humana: a carnal e a espiritual. Uma é responsável por gerar a morte e a outra,
por promover a vida plena em Cristo (Romanos 8.13). A partir da nova vida recebida em Jesus e gerada pelo Espírito
Santo, a pessoa cristã é chamada a assumir uma nova postura na vida,
mortificando os seus membros e se deixando ser guiada pelo Espírito de Deus (Colossenses
3.5). Ao
nos convertermos a Cristo recebemos uma nova vida, nos
transformamos em novas criaturas (2 Coríntios 5.17), mas a luta contra a velha natureza permanece. Paulo
atesta que a inclinação para as coisas carnais induzem à morte, referindo-se a
tudo aquilo que se opõe à vida no Espírito: “Porque
se viveis segundo a carne, morrereis” (Romanos 8.13). A morte, nesse caso, é a separação de Deus, é o ganho por
viver de forma contrária à vida proposta pelo Espírito (Romanos
6.23).
É preciso escolher como se quer viver: seguindo as paixões
da carne (Gálatas 5.24) ou guiando-se pelo Espírito de Deus (Gálatas 5.16; Romanos 8.14). Nessa
luta contra as coisas carnais, a pessoa cristã não luta sozinha, aliás, é pela
obra do Espírito Santo em nós, que os desejos carnais são mortificados em nosso corpo.
Essa nova vida em Cristo nos filia à família de Deus (Romanos
8.14). Ao herdar a Glória Eterna, Cristo se tornou o primeiro a conquistar uma herança incorruptível, da qual
todas as pessoas cristãs também foram beneficiadas, pois como disse Paulo, “se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo...” (Romanos 8.17a).
Palavra
que ilumina a vida
Esse texto aponta para as consequências da vida no Espírito
e a dimensão do amor de Deus por nós. Deus faz de cada pessoa crente, seus
filhos e filhas (Gálatas 4.4-7; Efésios 1.5): Abba, “papai”, é uma palavra aramaica usada
pelo povo judeu, mais precisamente pelos filhos e filhas, para se dirigirem a
seus pais terrenos, raramente a utilizavam para se dirigirem a Deus. Usada
também por Jesus, revela aproximação, intimidade e carinho de um filho com seu
Pai, conforme Marcos 14.36. A mesma
intimidade que Jesus tinha com seu Pai, Ele quer que tenhamos com Ele (Romanos 8.15). Pelo seu
Espírito, recebemos o espírito de adoção, nos tornamos seus filhos e filhas e também podemos clamar Aba, Pai (Romanos
8.15).
O testemunho do Espírito é uma marca
feita interiormente em nós, pela qual o Espírito de Deus testifica diretamente ao nosso espírito que somos filhos e filhas de Deus.
Passamos a ter consciência do grande amor de Deus por nós e de que, através do sacrifício de Cristo, os
nossos pecados foram cancelados e obtivemos a reconciliação com Deus.
João Wesley, em seu sermão de nº10, o testemunho do
Espírito – discurso 1, pergunta: “Como
o Espírito de Deus testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus, de
modo a excluir toda dúvida e tornar evidente a realidade de nossa filiação”? “Surge em nós e
permanece, um
profundo sentimento de amor a Deus que se expressa na alegria de fazer a sua
vontade, de obedecer-lhe, de participar da sua Missão, de estar em comunhão com
Ele; há em nós um sentimento de amor ao próximo que se expressa na misericórdia, paciência, tolerância,
hospitalidade, cuidado no falar etc.; adquirimos um olhar transformador para prática da justiça. Os
filhos e filhas de Deus enxergam a injustiça, ao mesmo tempo que a denunciam, fazendo de tudo para que
se restabeleça a justiça; nascemos de novo para Deus. O pecado e suas
consequências não o atraem mais.
Sua escala de valores é centralizada em Deus e toda a sua vida é dirigida por
Ele (Efésios 2:1-6)”. Fonte: http://rema.metodista.org.br/conteudo. xhtml?c=9661
Deus fez de nós herdeiros e herdeiras com Cristo
(Romanos 8.17): a
filiação em Deus nos proporcionou livre acesso à glória eterna. Tudo o que
pertence a Jesus, também nos pertence. Assim como Cristo foi glorificado, com Ele
também seremos (Romanos 8.17.b). Essa herança começa no tempo presente, participamos da vida
de Cristo já neste mundo, desde que o recebemos por Senhor e Salvador. Assim,
primeiro nos tornamos filhos e filhas, depois herdeiros e herdeiras, como também,
sofredores e sofredoras (Romanos 8.17). Sendo
participantes da vida de Cristo, também participamos nesta vida, de seu sofrimento,
porém, no futuro tomaremos parte em sua glória.
Nos tornamos participantes da vida de Cristo não por
méritos próprios, mas por causa do amor de Deus. Porque Ele nos amou primeiro,
manifestou sua Graça e nos recebeu por seus filhos e filhas.
John Wesley mesmo sendo um cristão, tinha dificuldades em compreender essa
Graça que
alcança as pessoas pecadoras, independentemente de sua história de vida. Por
muito tempo sofreu com a incerteza se era um filho de Deus, até que o
testemunho do Espírito, no seu interior, lhe confirmou que ele havia sido perdoado de todos os seus pecados (justificado) e
que agora era um filho de Deus. A Justificação “é o ato de Deus Pai, pelo qual,
em atenção ao sacrifício de Jesus por nós, mostra sua justiça (ou
misericórdia), perdoando-nos os pecados. Estes pecados são cancelados. Cristo
tomou sobre si as nossas culpas. Sofreu imerecidamente em nosso lugar. Assim,
estamos reconciliados/as com Deus mediante o sangue de Cristo”.
Conclusão
A revelação de que somos filhos e filhas de
Deus, ao mesmo tempo em que nos enche de júbilo, por saber que somos amados/as
do Pai, nos convoca a abraçarmos Sua Missão. Há muitas pessoas precisando ouvir
esse anúncio de que em Cristo, seus pecados foram perdoados e foram feitos
filhos e filhas de Deus. Que na alegria de termos sido aceitos/as na família de
Deus, possamos espalhar essa mesma mensagem, ensinando que a Graça Salvadora de
Deus se manifestou à todas as pessoas (Tito 2.11).
Para conversar
O que pode mudar na vida de uma pessoa
que se descobre filho ou filha de Deus e não apenas “mais uma na multidão”?
Leia
durante a semana
:: Domingo: Romanos 8.12-17
:: Segunda-feira: Gálatas 4.1-7
:: Terça-feira: Efésios 1.1-14
:: Quarta-feira: Tito 2.1-11
:: Quinta-feira: Colossenses 3.1-5
:: Sexta-feira: Romanos 8.1-11
:: Sábado: Romanos 6.1-14
REVISTA
EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 9
SOMOS FILHOS E FILHAS DE DEUS - PROFESSOR
Texto
bíblico: Romanos 8.12-17
Objetivos
Destacar a Graça de Deus que nos aceitou como
filhos e filhas; pontuar que através dessa filiação, nos tornamos herdeiros/as
de Deus e co-herdeiros/as com Cristo.
Para início de conversa
Proponha à turma a seguinte reflexão: que se imaginem crianças.
Seus pais possuem um par de taças que foi o único presente que sobrou de lembrança do casamento
deles. Como muitas crianças, você também gosta de beber suco na taça.
Um certo dia em que seus pais não estão em casa, você
resolve usá-la novamente, só que dessa vez se descuida e a taça escorrega de
sua mão e se quebra ao cair no chão. Qual seria a sua reação a partir desse
momento?
Ouça as contribuições da turma com atenção e depois
pergunte também qual seria a reação de seus pais quando soubessem do ocorrido.
Depois de alguns minutos, conclua a reflexão.
Diante do imprevisto e pensando em como são os pais, cada pessoa poderá ter um
tipo de reação. Pontue que geralmente nossas respostas estão baseadas no tipo de
relacionamento que temos ou tivemos com nossos
pais e mães ou no tipo de pais e mães que nos tornamos. Quando pais e mães são
compreensíveis e amorosos, não haverá dificuldades para revelar a falha, pois a
certeza da compreensão e do perdão darão segurança a essa criança. (Adaptado:
http://www.luteranos.com.br/textos/romanos-8-12-17).
Essa mesma confiança podemos ter com relação ao
Deus Pai. Ele nos ama e seu perdão está sempre ao nosso alcance.
Por dentro do assunto
Romanos foi a última carta escrita por Paulo, antes de seu prolongado
período de prisão, que se deu primeiro em Cesaréia e depois em Roma. O tema desta Carta é o
Evangelho de Cristo como força de salvação para toda pessoa que crê. Paulo demonstra
intensamente nesta carta a situação pecaminosa em que se encontra a humanidade,
mas apresenta também o Perdão e a Graça Salvadora que vem da presença de Cristo Jesus.
Os ensinos transmitidos pela carta aos Romanos podem ser resumidos
da seguinte forma:
Primeira
parte: A Justificação pela fé: A necessidade da
Justificação; o modo como ela ocorre; os frutos da Justificação; os judeus e a Justificação.
Segunda
parte: parte moral da carta. Os deveres das pessoas fiéis;
conduta entre as pessoas fracas e fortes e conclusão.
A comunidade de Roma não foi fundada por Paulo, no entanto,
o apóstolo nutria um apreço muito grande pelos irmãos e irmãs presentes ali e, por esta razão, se propôs a
escrever-lhes esta carta, enviada pelas mãos de Febe (Romanos 16.1).
A comunidade de Roma era caracterizada pela presença
balanceada entre homens e mulheres e era composta por pessoas judias e não judias, ex-escravos/as e pessoas de posses. O capítulo
16.1-15 nos apresenta uma relação de algumas dessas
pessoas pertencentes a essa comunidade, são 11 mulheres e 18 homens (Romanos
16.1-15), todas muito conhecidas do apóstolo Paulo.
Essa ligação entre elas atesta que a evangelização em Roma já acontecia e
estava crescendo. Muitas dessas pessoas reuniam parte da comunidade em suas
próprias casas, para cultuarem a Deus.
O texto de Romanos 8.12-17 convida a um modo de vida que leva a atitudes que são
consequência da ação transformadora do Espírito Santo, que age na vida de
pessoas que se permitem ser guiadas por Deus, ao invés de permanecerem escravas dos desejos
carnais (Romanos 8.12-15a).
Essa ação do Espírito é fruto da graça amorosa de Deus que chamou
e aceitou todas as pessoas como seus filhos e filhas, dando a todas o direito
(por herança) e o privilégio (pela graça) de tornarem-se participantes de sua
glória em Cristo Jesus.
Por fim
Conclua a aula, retomando o princípio apresentado na
dinâmica inicial. Deus nosso Pai
é um Deus amoroso, sempre pronto a perdoar. Não necessitamos (e não devemos)
esconder dele nossas falhas, nem temer sua atitude em relação a nós. O Deus que
nos purificou e nos justificou em Cristo Jesus, jamais nos condenará ou nos afastará de sua
presença.
Conclusão
A revelação de que somos filhos e filhas de
Deus, ao mesmo tempo em que nos enche de júbilo, por saber que somos amados/as
do Pai, nos convoca a abraçarmos Sua Missão. Há muitas pessoas precisando ouvir
esse anúncio de que em Cristo, seus pecados foram perdoados e foram feitos
filhos e filhas de Deus. Que na alegria de termos sido aceitos/as na família de
Deus, possamos espalhar essa mesma mensagem, ensinando que a Graça Salvadora de
Deus se manifestou à todas as pessoas (Tito 2.11).
Para conversar
O que pode mudar na vida de uma pessoa
que se descobre filho ou filha de Deus e não apenas “mais uma na multidão”?
Leia
durante a semana
:: Domingo: Romanos 8.12-17
:: Segunda-feira: Gálatas 4.1-7
:: Terça-feira: Efésios 1.1-14
:: Quarta-feira: Tito 2.1-11
:: Quinta-feira: Colossenses 3.1-5
:: Sexta-feira: Romanos 8.1-11
:: Sábado: Romanos 6.1-14
REVISTA
EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 8
Deus não faz acepção de pessoas
Texto
bíblico: Atos 8.26-40
Atos dos Apóstolos narra, entre outras coisas, o início da
Igreja Primitiva através da evangelização e serviços realizados pelos apóstolos
de Jesus. Foi em Jerusalém que se organizou a primeira comunidade de fé, a
comunidade dos que criam, comunidade essa que nasceu a partir do derramamento
do Espírito Santo (Atos 2.1-4). Foi essa
comunidade que viu surgir o primeiro mártir da fé cristã (Atos
6.8-15 e Atos 7) e que, cumprindo a ordem do Cristo Ressurreto (Atos
1.8), levou a mensagem do Evangelho para fora dos
limites da Palestina.
Fundamento bíblico
O texto
bíblico em destaque relata a conversão de um etíope por intermédio do trabalho
missionário de Filipe.
Este
africano negro era eunuco (castrado, conforme a tradição dos funcionários da
rainha) , um alto funcionário, tesoureiro e administrador dos negócios da
rainha do povo da Etiópia.
Não
sabemos se ele era alguém convertido ao judaísmo ou apenas simpatizante da
religião, o que sabemos é que retornava de sua peregrinação a Jerusalém (Atos
8.27). Vinha lendo o profeta Isaías (v.28), mas encontrava dificuldades para compreender o
significado da Palavra de Deus.
Nesse mesmo tempo, Filipe se encontrava em Samaria, para onde tinha ido após
uma forte
perseguição iniciar-se em Jerusalém por causa da morte de Estevão. Depois de
anunciar o
Evangelho de Jesus ao povo samaritano que acolheu a mensagem com alegria (v.8), recebeu
uma ordem divina para ir para o Sul, numa região desértica entre Jerusalém e
Gaza (v.26) e, mesmo sem muitas explicações, obedeceu. Para
cumprir a missão, ele precisava percorrer um caminho de aproximadamente 90 km. Ao chegar, o Espírito lhe orientou a aproximar-se para
acompanhar o carro do etíope. (v.29). Foi assim que descobriu que o mesmo lia o profeta
Isaías, mas não entendia o que lia (vv.30-31) e necessitava de
alguém que o auxiliasse na compreensão da verdade revelada A convite do etíope,
Filipe se juntou a ele no carro e, a partir da sua experiência com Jesus
Cristo, passou a explicar-lhe as Escrituras, começando pela passagem que anunciava o
Messias como o Servo Sofredor (Isaías 53). Filipe lhe
mostrou que o Messias era Jesus, falou-lhe sobre a humilhação do Cristo na morte e da vitória sobre
a cruz (Atos 8.35). O Cristo que
Filipe pregou era aquele que tinha vindo para todos os povos, Aquele que jamais
faria acepção de pessoas.
O desejo sincero do eunuco em querer conhecer mais os propósitos divinos, a obediência
de Filipe em se mostrar disponível para a missão evangelizadora e, a ação do Espírito de
Deus que manifestou a Graça divina, fizeram com que o etíope cresse em Jesus e manifestasse
o desejo de receber o batismo nas águas (v.36). Após o batismo, Filipe, obedecendo ao chamado de Deus,
vai evangelizar por outras terras, enquanto o africano segue feliz o seu
caminho (v.39), provavelmente também convencido da sua
responsabilidade em anunciar Jesus e a experiência que ele proporcionou.
Palavra que ilumina a vida
O livro de Atos dos Apóstolos relata a trajetória da Igreja
e seu compromisso em anunciar o Cristo Ressurreto para todas as pessoas.
Histórias de conversão, de milagres, de mudanças de
opinião, de perseguições e provisão divina estão presentes ao longo do livro.
Essa igreja que cresce e amadurece tem o Espírito Santo a lhe guiar e a lhe
movimentar.
Filipe era dependente e obediente ao Espírito e isso lhe
comprometia a anunciar a Boa-Nova por onde Deus mandasse.
Em nossa relação de dependência com o Espírito Santo, vamos
conhecendo a sua vontade, provando da sua presença e descobrindo o ministério
que Ele tem para nós. Por meio do encontro com Filipe, que ouviu a voz de Deus,
o etíope conheceu e creu em Jesus. O que podemos aprender sobre esse encontro:
A iniciativa do encontro veio de Deus (Atos 8.26a): Deus encontrou-se
com Filipe e o mandou ao encontro do etíope. Deus sempre toma a iniciativa de
vir ao nosso encontro. Foi assim que Ele enviou seu Filho ao mundo para a
salvação de todas as pessoas (João 3.16). É Deus que se move na Sua Igreja e convoca o seu povo
para levar o Evangelho a toda criatura (Marcos 16.15).
Todo o processo de salvação se inicia em Deus.
Na Tradição Wesleyana, a Graça
preveniente é a iniciativa divina em nosso favor. Antes de
estarmos em condições de responder e corresponder ao chamado de Deus, Ele agiu
primeiro para proporcionar esse encontro. Não entramos nesse relacionamento como parceiros em
que há igualdade de condições e
responsabilidades entre as partes. Porque a nossa separação de Deus ocorreu por
nosso pecado, a reconciliação deveria ser da nossa responsabilidade. Deus,
percebendo nossa fraqueza e nossa incapacidade de efetuá-la, veio até nós para nos amar,
perdoar e oferecer salvação.
Deus nos convida a ir ao encontro
das pessoas (Atos 8.26b):
Quando Deus nos encontra ele nos convida a ir ao encontro
de outras pessoas. Assim como Filipe, muitos servos e servas de Deus saíam sem
saber para onde estavam indo, apenas
obedeciam ao chamado. No caso de Filipe, embora a ordem recebida pareça comum,
não é, pois, Deus o estava enviando para anunciar o Evangelho para outros
povos, mais precisamente para um estrangeiro. Essa aproximação não era comum no
mundo judaico, do qual Filipe fazia parte, pois conforme as palavras do
apóstolo Pedro ao centurião romano: “... vós
bem sabeis que é proibido a um judeu ajuntar-se ou mesmo aproximar-se de alguém
de outra raça...” (Atos 10.28).
Deus estabelecia um novo tempo na história da humanidade, aproximando e unindo
em Jesus todos os povos e rejeitando, mais uma vez, todo tipo de discriminação
e preconceito, pois Ele não faz acepção de pessoas (Atos
10.34). Deus continua a chamar homens e mulheres para
anunciar as Boas-Novas de Salvação.
Estamos
disponíveis a esse chamado? Independentemente de onde ele possa nos levar?
Independentemente de quem deveremos encontrar e evangelizar?
No encontro, aproxime-se e acompanhe (Atos
8.29-30): Na
evangelização do etíope, Filipe ouviu e obedeceu a voz de Deus, foi ao encontro
do homem, aproximou-se cuidadosamente dele e em seguida o acompanhou, ouviu e
pode conhecer a sua realidade, fez-se notar e ao ser convidado pelo africano,
sentou-se junto a ele e o ajudou.
Filipe esperou o momento certo para falar e quando falou,
não fez afirmações, nem se apresentou como o dono da verdade, mas iniciou sua
fala com uma pergunta: “compreendes o que lês?” (Atos 8.30).
Assim, sua aproximação foi feita em obediência e amor.
O exemplo de Filipe necessita ser seguido. Infelizmente,
muitas pessoas usam a Bíblia de forma irresponsável para manipular e não para libertar.
Afirmam que seus ensinamentos são corretos, verdadeiros, quando na realidade,
não passam de ensinos de pessoas astutas e espertas que induzem ao erro (1
Coríntios 14.6).
Nosso compromisso é com a verdade da Palavra de Deus, mas
sem nos esquecermos de respeitar a liberdade e a opinião das pessoas.
Saber ouvi-las, falar quando convém e silenciar-se quando
necessário são atitudes de quem aprendeu a amar o próximo como a si mesmo (Mateus
22.39).
No encontro, o desejo de pertencer: Disse o africano: “... o que me impede de ser batizado?” (Atos
8.36). Essa pergunta surgiu depois do acolhimento e
acompanhamento que obteve de Filipe. Obviamente que nada o impedia. O
necessário ele já tinha: fé em Jesus Cristo e essa fé foi professada por seus
lábios (Atos 8.37). Assim, Filipe se
torna um anunciador da graça divina, ao ministrar o batismo a um estrangeiro, cumprindo
assim o Ide de Jesus, levando o Evangelho da Graça a todas as nações e até os
confins da terra (Mateus 28.19; Atos 1.8).
A forma como nos aproximamos das pessoas e ensinamos a Palavra de Deus, pode e
deve ser acolhedora, a fim de que, voluntariamente a pessoa sinta o desejo de
pertencer à comunidade. O batismo é sinal
de pertencimento à comunidade. É a confissão de que agora, ela assume
uma nova vida, a vida de Cristo Jesus.
O requisito para o batismo não é a idade, o sexo ou a cor
de pele, mas a fé (Marcos 16.16). Simplesmente a fé no Filho de Deus! E a fé
foi renovada no coração do etíope, por intermédio da exposição da Palavra de
Deus (Romanos 10.17).
Conclusão
Por ser eunuco (Deuteronômio 23.1) e estrangeiro, aquele homem não podia entrar no Templo.
Assim como o eunuco, infelizmente muitas pessoas ainda encontram a porta da
igreja fechada para elas. Se não é a porta da Igreja, muitas vezes é a porta da
aceitação, pois de nada adianta entrarem na igreja e não serem ou não se
sentirem acolhidas.
Se o nosso compromisso é de fato com a Palavra de Deus, entendemos
que não há barreiras para a manifestação do amor de Deus. Precisamos cada dia
mais, nos revestir do amor, que é o vínculo da perfeição (Colossenses
3.14), nos encher do Seu Espírito, e assim sair ao encontro
das pessoas, nos aproximarmos delas, as acompanhar para anunciar a maravilhosa
Graça que não faz acepção de pessoas.
Para
conversar
Quem são as pessoas ou grupos que ainda hoje são excluídas de muitas Igrejas? O que podemos fazer para alcançá-las e aproximá-las do amor de Deus e do nosso amor?
A partir do encontro de Filipe com o etíope, destaque como
a Igreja precisa agir na evangelização das pessoas.
LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Atos 8.26-40
:: Segunda-feira: Atos
10.30-44
:: Terça-feira: Gálatas
3.23-29
:: Quarta-feira: Mateus
28.18-20
:: Quinta-feira: Marcos
16.15-18
:: Sexta-feira: Romanos
10.1-17
:: Sábado: 1 João 3.1-2
REVISTA
EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 8 PROFESSOR
Deus não faz acepção de pessoas
Texto
bíblico: Atos 8.26-40
Objetivos
Destacar o Evangelho transpondo barreiras e alcançando
outras etnias, começando pelos negros africanos e por ordem de Deus; pontuar a
disposição de Filipe na ação missionária; o poder da Palavra de Deus em
transformar vidas e a iniciativa divina em salvar pessoas.
Para início de conversa
Para iniciar a aula pergunte a algumas pessoas da classe, principalmente
aquelas que se
converteram em idade adulta, como foi a sua conversão. Se vieram sozinhas para
a Igreja ou foram intermediadas por outras pessoas que lhe anunciaram o Evangelho de Jesus.
Pergunte também como se sentiram ao entrar na igreja pela primeira vez, se foram bem
recebidas e se sentiram acolhidas (para facilitar e ganhar tempo, você pode selecionar de 2 a
4 pessoas antecipadamente).
Com essa dinâmica reforce a importância do compromisso na
missão do anúncio do Evangelho e na importância de recebermos com muita alegria
as pessoas que vêm à nossa igreja, independente de quem sejam. A disposição de
Filipe em ser um instrumento nas mãos de Deus, possibilitou ao eunuco ser alcançado de pela graça divina.
Por dentro do assunto
Filipe era um dos sete diáconos, “homens de boa reputação, cheios
do Espírito Santo e sabedoria”, escolhidos para prestar auxílio aos pobres,
especialmente cuidar das viúvas dos helenistas em Jerusalém (Atos
6.1-6) que estavam sendo excluídas no atendimento da
comunidade. Embora o serviço dos diáconos fosse exclusivamente servir à mesa,
alguns deles também se uniam aos apóstolos no anúncio do Evangelho de Jesus
Cristo.
Dos diáconos eleitos, somente Estevão e Filipe são destacados no livro de Atos
como atuantes na pregação da Palavra.
Este Filipe, que não é o mesmo Filipe apresentado como um dos
discípulos de Jesus (Mateus 10.1-4), é descrito como
pai de quatro filhas profetisas e seu nome é mencionado somente mais uma vez no
Novo Testamento (Atos 21.7-9), na ocasião em que
acolhe em sua casa o apóstolo Paulo e sua equipe missionária, que vindo de
Tiro, estão de viagem para Jerusalém e de onde seguem com alguns discípulos da comunidade de Filipe (Atos
21.16).
A Etiópia, que no Antigo Testamento era uma região chamada de Cuxe, corresponde
nos dias atuais a região sul do Egito, mais precisamente ao Sudão. Sendo assim,
a Etiópia relatada no texto bíblico não é a mesma Etiópia em termos
territoriais que conhecemos hoje. Tanto o povo etíope que habitava em Cuxe, nos
tempos antigos, como o povo etíope, descritos
no Novo Testamento, eram pessoas negras e seu povo era conhecido como o povo da
cara pintada.
A Etiópia era governada por mulheres que recebiam o título
de Candace.
O termo Candace era um título transmitido às filhas por
direito de sucessão ao trono, assim como o título Faraó. Era o título das
rainhas-mães que governavam o reino.
A nome etíope só aparece no Novo Testamento, nesse texto de Atos.
Não é um nome próprio, mas pode significar qualquer pessoa
negra africana.
Esse etíope do texto bíblico era um alto funcionário da rainha, responsável
pelo tesouro do reino e era eunuco, um homem privado de sua virilidade e que
por esta condição, geralmente era selecionado para trabalhar como guarda dos
aposentos das rainhas, bem como dos haréns. Por conta desta função, os eunucos eram
identificados como camareiros.
Com o tempo, o termo eunuco se tornou bastante comum e passou a significar
também um alto funcionário do reino. Os textos bíblicos relatam que alguns homens se
fizeram eunucos, outros nasceram assim (Mateus 19.12). Entretanto, a
todos eles, era proibido o acesso ao Templo ou a outro espaço considerado sagrado (Deuteronômio
23.1).
O texto de Isaías 56.3-8, nos indica que essa situação mudou, pelo menos no coração
de Deus, pois os eunucos passaram a ser aceitos e incluídos na adoração.
Atos 8.27 nos informa que este eunuco havia ido à Jerusalém para adorar. Essas
palavras revelam que este homem era um simpatizante da religião dos judeus.
Através da atitude cristã e solidária de Filipe e de seu compromisso com o
anúncio do Evangelho e com o Reino de Deus, o etíope pode descobrir que todas as
barreiras que ainda impediam sua aproximação da casa de Deus foram vencidas
também pelo povo cristão.
Onde antes existia impedimento, agora existe livre acesso, e o batismo torna-se
símbolo dessa aceitação.
Por fim
Professor/a, aproveite essa aula para promover uma reflexão
sobre quem são as pessoas excluídas do nosso tempo e nosso templo, tais como
pessoas prostitutas, andarilhas, pedintes, homossexuais e outras.
Conclusão
Por ser eunuco (Deuteronômio 23.1) e estrangeiro, aquele homem não podia entrar no Templo.
Assim como o eunuco, infelizmente muitas pessoas ainda encontram a porta da
igreja fechada para elas. Se não é a porta da Igreja, muitas vezes é a porta da
aceitação, pois de nada adianta entrarem na igreja e não serem ou não se
sentirem acolhidas.
Se o nosso compromisso é de fato com a Palavra de Deus, entendemos
que não há barreiras para a manifestação do amor de Deus. Precisamos cada dia
mais, nos revestir do amor, que é o vínculo da perfeição (Colossenses
3.14), nos encher do Seu Espírito, e assim sair ao encontro
das pessoas, nos aproximarmos delas, as acompanhar para anunciar a maravilhosa
Graça que não faz acepção de pessoas.
Para
conversar
Quem são as pessoas ou grupos que ainda hoje são excluídas
de muitas Igrejas? O que podemos fazer para alcançá-las e aproximá-las do amor
de Deus e do nosso amor?
A partir do encontro de Filipe com o etíope, destaque como a Igreja precisa agir na evangelização das pessoas.
Leia
durante a semana
:: Domingo: Atos 8.26-40
:: Segunda-feira: Atos
10.30-44
:: Terça-feira: Gálatas
3.23-29
:: Quarta-feira: Mateus
28.18-20
:: Quinta-feira: Marcos
16.15-18
:: Sexta-feira: Romanos
10.1-17
:: Sábado: 1 João 3.1-2
Estudo 7
QUEM NÃO TEM PECADOS?
Texto bíblico: João 8.1-11
O Evangelho de João é diferente dos outros três. Sua forma, o autor e o ambiente onde foi escrito mostram uma visão diferente de Jesus e seu ministério, do que as apresentadas nos outros Evangelhos.
Ainda que narre fatos presentes nos outros Evangelhos, preocupa-se em fornecer elementos que ajudem as pessoas cristãs a discernir o ensino de Jesus dos demais ensinos que haviam se alastrado pela igreja cristã no primeiro século, particularmente na cidade de Éfeso.
O Evangelho nos mostra o ser humano e suas contradições. Tanto a maldade como a bondade são retratadas nas diversas passagens. O texto da mulher adúltera nos apresenta justamente esta situação, procurando nos conscientizar das nossas contradições e da necessidade de encará-las e superá-las.
Fundamento bíblico
Uma mulher foi surpreendida em adultério. Os que a trazem perante Jesus estão com seus argumentos prontos. Primeiro, narram o seu crime (v.3-4), depois condenam sua prática confrontando-a com a Lei e por último, expõem qual deve ser a pena (v.4-5). Esta é uma cena
bem típica daquela época, quando tramas eram promovidas pelos senhores da Lei para pegar Jesus em contradição.
A fim de terem do que o acusar, evocavam a Lei de Moisés (Deuteronômio 22.22 e Levítico
20.10). A Lei em si não era má, sua aplicação é que estava errada. Ao apresentarem a acusação contra a mulher, os escribas e fariseus aguardaram uma resposta de Jesus. Na verdade, o que eles queriam era ouvir do Mestre algo que pudesse também condená-lo (v.6), atitude que ainda se manifestou na sequência do diálogo(v.12-13 e 20).
Se Jesus dissesse que de fato a mulher deveria ser morta estaria negando seu próprio ensino e
ficaria contra César, pois, conforme a lei romana, aos judeus era proibido o direito de executar alguém; se viesse a se mostrar contrário a tal sentença e a favor da mulher, estaria indo contra a Lei Mosaica e assim, teriam do que acusá-lo também.
Jesus, mantendo-se calado, ouve os argumentos, enquanto escreve na terra com o dedo. Talvez uma tentativa de provocar nos acusadores um momento para reflexão.
O Mestre não deu crédito às palavras de acusação daquelas pessoas, não porque não acreditasse nelas, mas porque acreditava que aquela mulher poderia se arrepender e ter sua vida transformada. Enquanto usavam o dedo para apontar o erro daquela mulher, Jesus simplesmente se abaixou e usou o seu dedo para escrever. Não sabemos o que escreveu, talvez fosse um simples gesto de espera.
A mulher não foi condenada por Jesus. Enquanto os escribas e fariseus esperavam o apedrejamento, Jesus manifestou sua graça e misericórdia ao lhe oferecer a vida ao invés da morte. Essa é a
dinâmica do Evangelho de Jesus Cristo: a oportunidade de uma nova vida. “... Então lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais”(v.11).
Ao defender a mulher acusada de um crime passível de morte, Jesus revelou seu amor incondicional e não preconceituoso.
Palavra que ilumina a vida
Nesta narrativa, Jesus é apresentado como um Rabi (mestre) convidado para resolver um caso.
Como rabino, estava sentado para ensinar (v.2); como escriba, escreve na areia(v.6); como juiz, levanta-se para o veredito (v.7).
Ali, a única pessoa que, de fato, compreendia o verdadeiro sentido da lei, era Jesus. Enquanto
as pessoas a condenavam, Jesus demonstrou que, pela lei, todas as pessoas são culpadas, são pecadoras (v.7).
O pecado é uma realidade da vida humana, bem como, o julgamento das pessoas. Muitas vezes não consideramos a sua vida. Boa parte dos nossos julgamentos se baseiam nos fatos sem levar em conta a pessoa. Em nosso coração existe o desejo de não ser apedrejado/a, mas também há o de apedrejar. São as nossas incoerências. Nessa narrativa nos deparamos, como na lição anterior, com a postura de Jesus na defesa de quem está vulnerável. Como agiu Jesus?
Diante daquela situação, Ele calou-se por um tempo, mas o silêncio de Jesus não significava
que estava se calando diante das injustiças, mas sim, que não compactuava com esse julgamento parcial. Os escribas e fariseus salientavam o pecado da mulher eles a expuseram (v.3), mas não se preocuparam em apresentar o homem que adulterou com ela, assim mandava a lei (Deuteronômio 22.22).
Muitas vezes também executamos julgamento parcial dos fatos, colaboramos para a exposição das pessoas, sua condenação e apedrejamento. Jesus, naquela situação reforçou o seu ensino, mostrando que não veio ao mundo para julgar, mas para salvar (João 3.17; 8.15). Essa é a mensagem que devemos anunciar.
O Mestre conhecia os corações, sabia quais eram as motivações daquelas pessoas, por isso, as
chamou de acusadoras (v.10), e, logo depois, alertou dizendo que tal atitude revelava que suas intenções eram para o mal e não para o bem (v.44 e Apocalipse 12.9-10).
O ato de julgar as pessoas também nos expõe, nos denuncia.
É duro, mas precisamos admitir que não somos apenas pessoas boas, honestas, sérias e dignas, há em nós também maldade e indiferença. Por isso, o apóstolo Paulo, tempos depois, aconselhou: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos...” (2 Coríntios 13.5).
Jesus voltou-se para falar com a mulher, a misericórdia de Deus se fez presente através desse
diálogo. Deus é perdoador. Ele rejeita o pecado, mas aceita, cura e acolhe a pessoa pecadora. Com certeza, Jesus não aprovou o pecado cometido por ela, porém, demonstrou que não se pode destruir o mal, eliminando quem o praticou. Pelo contrário, deve-se oferecer à todas as pessoas condições de vida para que não voltem a pecar.
As experiências com o pecado geram muito sofrimento, às vezes desejamos fugir, especialmente quando nossa vida fica exposta ao julgamento das pessoas. Como dói! Aquela mulher nos indica em que direção seguir: achegue-se a Jesus, com sinceridade e fé em seu perdão. Ele é um porto seguro, nele encontramos perdão, exortação, proteção e consolo.
Todas as pessoas pecaram e carecem da graça de Deus. A mulher, os escribas e os fariseus pecaram e, independentemente do tipo de pecados cometidos, agiram inadequadamente. A mulher ouviu de Jesus um conselho: “Vá e não peques mais”. Esse conselho também poderia ser ouvido pelos escribas e fariseus se eles corajosamente reconhecessem seus pecados e ficassem até o fim para serem tratados por Jesus.
Diante do confronto, preferiram ir embora e, pelo que nos conta o restante do Evangelho, continuaram a julgar e apedrejar as pessoas, especialmente, Jesus e seus discípulos e discípulas.
Conclusão
Com essa narrativa aprendemos que é preciso reconhecer a nossa velocidade para julgar as outras pessoas; a nossa natureza pecaminosa; a necessidade de acolher as pessoas vulneráveis que chegam até nós. Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra e quem tiver pedras que não as atire, mas que as coloque como amparo para quem precisa descansar. Como é bom receber o acolhimento e a compreensão em nossas falhas e dificuldades, mas também é muito importante fazermos o mesmo com as outras pessoas.
Para conversar
Em que sentido a intolerância e os julgamentos tem dificultado a convivência na Igreja? Como podemos superar essa situação? e não satisfazer os desejos da carne” (Gálatas 5.16).
Leia durante a semana
:: Domingo: João 8.1-11
:: Segunda-feira: Deuteronômio 22.22
:: Terça-feira: Romanos 3.21-26
:: Quarta-feira: Romanos 3.21-26
:: Quinta-feira: Romanos 3.21-26
:: Sexta-feira: Tiago 2.1-13
:: Sábado: João 8.41-51
REVISTA
EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 7 - PROFESSOR
QUEM NÃO TEM PECADOS?
Texto bíblico: João 8.1-11
Objetivos
Destacar que diante de Deus todas as pessoas são
pecadoras e por isso, temos nossas próprias limitações; pontuar a graça e o
perdão divinos que estão sempre disponíveis aos que creem; reforçar que Jesus é
contra a morte e a favor da vida.
Para início de conversa
Faça tiras de papel e em cada uma delas escreva uma
característica ruim, por exemplo: mau-caráter; arrogante; falso/a; fofoqueiro/a;
interesseiro/a; esnobe; ladrão/a; mentiroso/a; manipulador/a; egoísta;
perigoso/a; perverso/a; fútil; intolerante; impaciente.
Peça ajuda de alguém no grupo que deverá ficar no centro ou a frente na sala.
Distribua essas fichas para algumas pessoas. Elas devem ir até a pessoa que
está à frente e ler o que está na ficha em voz alta, de forma agressiva, e
depois colar a mesma na pessoa (providencie fita adesiva).
Quando as fichas terminarem, dialogue com o grupo sobre a experiência. Peça que
a pessoa
que recebeu as palavras relate sua experiência. Depois pergunte: o que faria
Jesus? Leia o
texto da lição (as pessoas deverão ficar em silêncio) e ao final, retire
cuidadosamente cada ficha da pessoa, que pode expressar também o que sentiu.
Passe a expor a lição.
Por dentro do assunto
A mulher que foi pega em flagrante adultério não teve o seu
nome revelado. Para os seus acusadores, os escribas e fariseus, isso não era importante.
Entretanto, sua vida foi exposta publicamente por estes dentro do Templo, e
outros olhares se juntaram aos primeiros, reforçando o desejo de punição contra a mesma. A mulher
adúltera não era uma prostituta, mas uma mulher casada. Se não o fosse, não
caberia a acusação baseada na Lei de Moisés.
A Lei Mosaica, que regia a vida do povo judeu, proibia, entre outras coisas, o
adultério (Êxodo 20.14). Em Levítico
20.10, lemos a punição para este ato.
Embora tendo-a feito ficar em pé diante de todos (João 8.3) no meio de um círculo, o propósito destes era apresentá-la diante
de Jesus e com isso confrontá-lo. Diante do Mestre, os religiosos relembraram a
Lei e esperaram um parecer do mesmo sobre essa situação.
Queriam ver se Jesus, como judeu, estaria disposto a obedecer e cumprir a Lei de
Moisés ou sustentaria o seu discurso de misericórdia e compaixão. A intenção
desta cilada era encontrar meios para provar a ligação de Jesus com publicanos
e pessoas pecadoras.
Os escribas e fariseus aparecem nos Evangelhos como opositores de Jesus. Entre
eles sempre existiram intensas discussões. O próprio Cristo nunca escondeu sua indignação
com as atitudes erradas e muitas vezes desumanas que exerciam (expor o erro de
alguém publicamente, sem manifestar nenhuma compaixão ou misericórdia, como
fizeram com essa mulher, é uma atitude desumana). Seus atos eram sempre
associados à hipocrisia Mateus 23.13.33).
Entretanto, nem todo escriba e fariseu se encaixava nessa descrição negativa.
Alguns deles realmente andavam no temor de Deus e eram zelosos em suas obras. Em Lucas
13.31 lemos sobre alguns fariseus que se preocuparam
em avisar Jesus sobre um possível atentado que Herodes pretendia realizar contra
Ele. Em outra ocasião, Jesus foi convidado por certo fariseu para jantar em sua
casa, e o Mestre aceitou (Lucas 7.36). No livro de Atos
vemos o relato de que fariseus de converteram à fé em Jesus Cristo (Atos
15.5), sendo que muitos deles se tornaram proclamadores
do Evangelho da graça, dentre eles, o apóstolo Paulo, que também era fariseu (Atos
23.6; 26.5).
Algumas observações deste texto: A resposta de Jesus para os acusadores:
Ao
indagarem de Jesus a sua opinião sobre o erro da mulher pega em adultério, Jesus
nada disse. Sua resposta foi como uma atitude de indiferença, pois, mantendo
silêncio, abaixou-se e passou a escrever na terra com o dedo. Como queriam
ouvir dele uma resposta, escribas e fariseus insistem na pergunta. Desse vez,
Jesus tem uma resposta desconcertante para os ouvintes: “...aquele que dentre
vós estiver sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra” (João
8.7). A resposta de Jesus provocou uma reflexão, o que
levou todos, a começar por aqueles que iriam atirar as pedras, a se retirarem do templo (João
8.9). Com sua resposta Jesus estavam dando-lhes o
direito de cumprir a Lei, mas, somente se entre eles houvesse alguém que nunca
havia pecado. A resposta de Jesus enfraquece os acusadores e revela-lhes o que de
fato eles são: eles também são pecadores.
A resposta de Jesus para a mulher: ao ver os acusadores se retirarem e desistirem de seus planos, poderíamos pensar que a mulher se sentiu aliviada e em paz, mas
observamos pelo texto, que ela também fica no aguardo de uma resposta. O que Jesus estava
pensando a respeito dela. Talvez estivesse interessada em descobrir, por isso,
nem sequer, se moveu de seu lugar.
Dirigindo-lhe a palavra, Jesus pergunta sobre os acusadores dela, demonstrando
assim, que Ele, não se encaixa no perfil daqueles. Jesus não estava ali para condená-la.
Talvez tenha estado orando por ela e por sua libertação a noite toda (João
7.53 e 8.1). Jesus era sem dúvida, a única pessoa ali,
habilitada a atirar-lhe pedras, pelo fato de nunca ter cometido pecados, mas
também não o fez. Ele mesmo declarou sua posição com relação à ela: “...nem eu
tampouco te condeno...” (João 8.11).
Jesus manifestou a ela, aquilo que muitos negaram naquele dia, misericórdia e
amor e, confirmou isso ao declarar sobre a vida dela, uma palavra de
libertação: “VAI!” (João 8.11). É como se ele dissesse:
você agora está livre, ou melhor ainda, está perdoada!
Por fim
Vimos que uma história que começou de forma trágica,
terminou em bênção, pois Jesus deu
a essa mulher a oportunidade de um recomeço. E para que esse recomeço desse
certo, o Mestre lhe aconselhou: “não peques mais” (João 8.11). A Palavra de Deus nos instrui que somos todos pecadores e
pecadoras e também precisamos da Graça divina. Entretanto, não podemos nos
apoiar na graça, pela fé, e negligenciarmos todas as palavras de Jesus. Muitas
vezes, temos a facilidade de nos lembrarmos que Jesus disse: “Nem eu tampouco
te condeno”, mas facilmente, sem vigilância podemos nos esquecer que ele ainda acrescentou:
“não voltes a pecar”. Ore com a turma, agradecendo a Deus a graça e o perdão manifestados
e peça forças para conseguirem “andar em Espírito e não satisfazer os desejos
da carne” (Gálatas 5.16)
Conclusão
Com essa narrativa aprendemos que é preciso
reconhecer a nossa velocidade para julgar as outras pessoas; a nossa natureza pecaminosa;
a necessidade de acolher as pessoas vulneráveis que chegam até nós. Quem não tiver
pecados que atire a primeira pedra e quem tiver pedras que não as atire, mas
que as coloque como amparo para quem precisa descansar. Como é bom receber o
acolhimento e a compreensão em nossas falhas e dificuldades, mas também é muito
importante fazermos o mesmo com as outras pessoas.
Para
conversar
Em que sentido a intolerância e os julgamentos tem
dificultado a convivência na Igreja? Como podemos superar essa situação? e não
satisfazer os desejos da carne” (Gálatas 5.16).
Leia
durante a semana
::
Domingo: João 8.1-11
::
Segunda-feira: Deuteronômio 22.22
::
Terça-feira: Romanos 3.21-26
::
Quarta-feira: Romanos 3.21-26
::
Quinta-feira: Romanos 3.21-26
::
Sexta-feira: Tiago 2.1-13
::
Sábado: João 8.41-51
Estudo 6
UMA MULHER PERDOADA
Texto bíblico: Lucas 7.36-50
O Evangelho de Lucas é datado entre os anos 70 e 90 da Era Cristã. O contexto é próximo às guerras judaicas contra a dominação romana, as quais antecederam a tomada de Jerusalém e a destruição do Templo. Lucas faz questão de evidenciar em seus relatos, aquilo que ele
percebe de mais profundo em Jesus Cristo: Ele é amigo dos pecadores e pecadoras. O próprio Jesus afirmou que “... o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10). O texto de hoje é uma afirmação desta verdade.
Fundamento bíblico
Jesus estava na casa de Simão, o fariseu, que havia convidado o Mestre para jantar com ele. Esta não era a primeira vez que Jesus entrava na casa de um fariseu para cear (Lucas 11.37; Lucas 14.1). Nosso Mestre relacionava-se com fariseus e publicanos indistintamente, já que a sua missão buscava alcançar todas as pessoas.
Quando se oferecia uma refeição a um convidado, esse gesto se tornava público e outras pessoas acabavam participando da ceia ou simplesmente se aproximavam para acompanhar os feitos e ensinos de Jesus.
Foi assim que uma mulher, identificada apenas como “a pecadora”(Lucas 7.37), entrou na casa e aproximando-se de Jesus, passou a ungir os seus pés com um caríssimo unguento cujo valor era estimado em 300 denários, valor referente ao salário de um ano inteiro de uma pessoa diarista.
Provavelmente a mulher ansiava por esta ocasião há muito tempo, pois ao iniciar tal ato não conteve
sua emoção e, ao mesmo tempo que ungia os pés do seu Senhor, com alegria e gratidão, beijava-
-lhe e regava-lhe com as suas lágrimas, levando-a a secar-lhe os pés com os seus cabelos.
Ajoelhar-se, tocar os pés de alguém, lavar os pés, eram atitudes de servos e servas naquele tempo. Ao achegar-se por trás, como quem não quer incomodar, e inclinar-se diante de Jesus em
direção aos Seus pés, essa mulher revelou-se uma serva. Suas atitudes não pararam por aí, ela enxugou os pés de Jesus com os seus cabelos.
Esta ação provavelmente indignou Simão e os demais homens ali presentes.
Naquela sociedade, as mulheres não usavam cabelos soltos. Aliás, às mulheres não era permitido
participar livremente da vida pública. Quando o faziam, era com a permissão do pai ou marido e
deveriam sempre cobrir rosto e cabelos com um manto. Se uma mulher saísse de casa com o rosto
descoberto e cabelos soltos, além de toda discriminação e condenação, também estaria sujeita ao divórcio. Usar o cabelo solto era algo tão grave que permitia ao marido separar-se, sem precisar pagar ao pai da mulher o valor referente ao dote em caso de divórcio.
Foi assim que o fariseu a identificou como pecadora, provavelmente uma prostituta. Entretanto,
ela não se incomodou com olhares e julgamentos, simplesmente continuou se derramando diante
de Jesus. Sua atitude foi considerada ousada e desnecessária pelo dono da casa, que indignado, passou a questionar em seu íntimo a legitimidade de Jesus como enviado de Deus e passou também
a julgar a mulher como indigna de perdão, tanto da parte Deus como das pessoas (Lucas 7. 39).
Sendo Jesus de fato o Filho de Deus e, conhecendo os pensamentos e intenções humanas, mostrou a Simão que já sabia o que se passava em seu coração (Lucas 7.40). Para ensiná-lo sobre a maneira correta de acolher as pessoas (a pecadora ou o Filho de Deus), o Mestre contou-lhes a história dos devedores perdoados(Lucas 7.41-42). Assim, Jesus repreendeu Simão por não lhe haver feito uma série de coisas(Lucas7.44-46); em contrapartida louvou o ministério da mulher e perdoou-lhe os pecados (Lucas 7.47-48-50).
Palavra que ilumina a vida
Desafios são apontados para nós diante desse episódio. Qual postura assumir? A do serviço bnegado, dedicado daquela mulher ou a do julgamento daquele homem? As atitudes dessas pessoas revelaram o que estava no íntimo do seu coração. Simão não deu água para lavar os pés, já a mulher lhe deu suas lágrimas; Simão não lhe deu um beijo no rosto, já a mulher lhe beijava os pés; Simão não deu óleo para ungi-lo, já a mulher lhe deu um precioso bálsamo.
No coração de Simão, a arrogância. No coração da mulher, a humildade.
Precisamos ter cuidado com a nossa postura diante de Jesus. Nosso grande conhecimento bíblico,
nosso longo tempo de Igreja ou a atuação em ministérios e grupos de discipulados, não podem nos
tornar arrogantes. Tudo o que somos e fazemos é fruto da Graça de Deus que superabundou na nossa vida! Nós somos pecadoras e pecadores que receberam o perdão de Jesus! Não podemos nunca nos esquecer disso. As atitudes dessa mulher levaram-na a alcançar o perdão, a salvação e a paz para o seu interior(Lucas7.50), sua vida foi transformada e sua dignidade e valores recuperados por Jesus.
No coração da mulher, a gratidão. No coração de Simão, a desconfiança.
A nossa gratidão ao Mestre precisa nos levar a servi-lo da melhor maneira possível. No serviço, podemos nos surpreender com os desafios apontados por Cristo Jesus, geralmente mexem com
nossa estrutura e nossos preconceitos. O quão disponível estamos para ter o nosso caráter tratado?
A mulher superou todas as dificuldades para servir a Cristo, inclusive teve sua vida restaurada, salva, pacificada por isso. Já Simão desconfiou de Jesus e nem diante da parábola contada por Ele, assumiu que tinha se portado de maneira inadequada, preferiu ficar com seus velhos conceitos.
Enquanto Simão via uma atitude profana, fruto de uma pecadora cujo pecado não era visível, Jesus via o serviço (ministério) que ela exercia em relação a Ele, como também via o pecado explicitamente revelado de um coração preconceituoso e nada misericordioso, o de Simão.
O perdão de Deus estava disponível à todas as pessoas naquela casa, mas foi a mulher quem mais revelou sentir a força desse perdão em sua vida. A atitude da mulher, tão louvada por Jesus, não
foi percebida em seu verdadeiro valor pelo fariseu, porque ele estava convicto do caráter pecador
da mesma e por causa do seu julgamento, não conseguia enxergar o caráter perdoador de Jesus.
Simão havia aberto sua casa para Jesus, mas não seu coração.
Infelizmente, o que aconteceu na casa de Simão continua a acontecer em nosso tempo. Jesus quer
que pecadores e pecadoras tenham livre acesso à sua presença, mas muitas vezes essas pessoas
ainda são julgadas pelo seu passado, ou por aquilo que falam delas, e assim, muitas acabam se
afastando de Deus, ao invés de achegarem-se à Ele.
Para conversar
Que tipo de caráter evidenciamos quando estamos diante das falhas de nossos irmãos e irmãs?
Vimos que a atitude da mulher foi uma confissão da sua fé em Jesus como Senhor. Você já confessou publicamente a Jesus como Senhor e Salvador da sua vida?
Leia durante a semana
:: Domingo: Lucas 7.36-50
:: Segunda-feira: Lucas 19.1-10
:: Terça-feira: Lucas 19.1-10
:: Quarta-feira: Lucas 6.32-38
:: Quinta-feira: Lucas 6.20-23
:: Sexta-feira: Lucas 8.1-3
:: Sábado: Lucas 10.21-24
REVISTA EM MARCHA-
O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 6
UMA MULHER PERDOADA
Texto bíblico: Lucas 7.36-50
ObjetivoApresentar o Evangelho de Lucas com a mensagem de perdão e salvação anunciadas por Jesus.
Para início de conversa
Inicie a aula com o tema do perdão e pergunte a turma: Para você, qual é o mais fácil: perdoar ou pedir perdão? Por que? Será que é tão difícil assim exercitar o perdão?
Conclua esse primeiro momento falando sobre a certeza que temos de que o perdão é a vontade de Deus para nós e o estudo de hoje nos mostrará um pouco mais sobre isso.
Por dentro do assunto
O Evangelho de Lucas tem como tema central a atenção dada por Jesus às pessoas excluídas. Nele, pobres e mulheres são colocados em evidência. Os atos de Jesus, revelados nos Evangelhos, trazem para perto as mulheres, crianças e todas as pessoas marginalizadas, empobrecidas, doentes e excluí-das.
Para Lucas, é extremamente importante destacar que Jesus veio para buscar e salvar a pessoa perdida(Lucas 19.10).
O texto deste estudo faz parte do contexto maior da atuação de Jesus na Galiléia (4.31-9.50). Este relato é exclusivo de Evangelho de Lucas.
A passagem seguinte (8.1-3) nos mostra que Lucas coloca nosso texto no bloco em que fala da relação de Jesus com as mulheres.
Logo após o acontecimento da mulher que o unge com perfume caro, são citadas outras mulheres que o seguem e sustentam seu ministério com bens pessoais, o que podia servir como justificativa de sua postura passiva em relação à mulher pecadora. Sim, nesta história Jesus é passivo.
Ele aceita o que a mulher faz. Ela toma a iniciativa; Ele a responde.
Toda a narrativa gira em torno da ação desta mulher.
A personagem feminina do texto nos é apresentada como pecadora, o que não significa que fosse uma prostituta. Olhando o texto do ponto de vista do fariseu, podemos pensar em duas hipóteses:
1) que ela era pecadora, por não se encaixar dentro dos ideais de piedade farisaica; 2) que ela era esposa de um homem, cuja profissão, aos olhos do fariseu, também não atendia esses ideais.
A atitude de condenação e preconceito do fariseu em relação a mulher (identificá-la como prostituta – Lucas 7.39) foi rejeitada por Jesus, que usando de uma parábola procurou convencer a todos os presentes e, principalmente Simão, de que o amor de Deus por todas as pessoas não tem limites e, por este amor, somos perdoados/as de nossas ofensas.
Na parábola, que tem a intenção de provocar a reflexão, Jesus fala de alguém que perdoou a dívida
de dois devedores que não tinham como saldá-las: um que devia muito e outro, dez vezes menos,
e conclui mostrando que aquele que tinha a dívida maior, deveria demonstrar maior gratidão pelo
perdão alcançado. Assim, o Mestre compara o devedor da maior dívida à mulher pecadora, agora
também perdoada e com certeza, agradecida pelo dom de Jesus. Já o pequeno devedor representaria
Simão, que sentia-se superior à mulher, mas que carecia do perdão de Deus, o credor, da mesma
forma que ela.
No mundo judaico era comum a marginalização das mulheres, que ficavam reclusas unicamente à
vida doméstica. Para sair de suas casas, precisavam do consentimento do pai ou marido e sempre
com seus rostos cobertos por um véu. O véu era parte do vestuário feminino e símbolo de honra,
decência e status social. Representava a submissão da mulher ao seu marido. Os cabelos soltos eram símbolos de vaidade e, por isso, vistos como pretexto de sensualidade.
Por esta razão, sair de casa com os cabelos descobertos ou mesmo ficar de conversa pelas ruas, possibilitava ao marido o pedido de divórcio.
“A cabeça raspada de mulheres representava que eram prisioneiras de guerra. Estas tinham suas cabeças raspadas como punição, expressão de humilhação (Dt 21, 10-14; Is 3, 16, 24)”.
(Keila Matos e Ivone Richter Reimer. http://seer.ucg. br/index.php/caminhos/article/viewFile/955/668, p.275. Caminhos, Goiânia, v. 6, n. 2, p. 269-283, jul/dez, 2008).
O uso dos cabelos curtos ou raspados era considerado culturalmente vergonhoso também na
época de Paulo. Usá-los assim era o mesmo que estar despida. O apóstolo prescreveu o uso dos cabelos presos às mulheres de Corinto, para não se associarem com as mulheres consagradas ao culto a Dionísio, o deus do vinho, que o cultuavam de cabelos soltos e com celebrações que envolviam orgias, assim como as adoradoras da deusa Ísis, que também usavam seus cabelos soltos. (Keila Matos e Ivone Richter Reimer.http://seer. ucg.br/index.php/caminhos/article/ viewFile/955/668. Caminhos,
Goiânia, v. 6, n. 2, p. 279, jul./ dez, 2008).
Por fim
Convide o grupo a partilhar no que esse texto colabora com o texto do perdão. Lance a pergunta: a partir deste estudo como o perdão pode ser definido ou caracterizado? Abra espaço para
que as pessoas que tem dúvidas quanto ao tema do perdão possam apresentá-las e, na medida
do possível, tente respondê-las junto com o grupo. Peça sabedoria a Deus para conduzir esse momento sem expor ninguém, ou causar qualquer mal-estar na sala.
O perdão não é besteira ou muito menos tolice. Ele requer renúncia e humildade. É uma postura nobre e uma ordem divina!
Para conversar
Que tipo de caráter evidenciamos quando estamos diante das falhas de nossos irmãos e irmãs?
Vimos que a atitude da mulher foi uma confissão da sua fé em Jesus como Senhor.
Você já confessou publicamente a Jesus como Senhor e Salvador da sua vida?
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REVISTA EM MARCHA- 2016- SEGUNDO SEMESTRE
O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS
Estudo 5
APRENDENDO A SUPERAR OS CONFLITOS DA FÉ
Texto bíblico: Marcos 2.1 - 3.6
O evangelho de Marcos, escrito por volta do ano 70, foi o primeiro a ser escrito. Ele foi construído para ser lido em comunidade e recontar as histórias de Jesus (já conhecidas na época). Lê-las em grupo ajudaria a animar a fé da igreja que vivenciava vários conflitos: a perseguição do Império Romano, a disseminação dos ensinamentos desse império, as tensões de relacionamento e as doutrinas enganosas que permeavam a comunidade de fé e etc.
A pratica ministerial do Messias gerou muitos conflitos e o Evangelho de Marcos se preocupou em tratar esse tema. À medida que a Boa-Nova foi se multiplicando, os problemas foram aparecendo. Para muitas pessoas essa mensagem era libertadora e trazia conforto, mas para tantas outras, especialmente os religiosos da época, as palavras e prática de Jesus eram sempre colocadas em cheque, pois seus comportamentos e “verdades” denunciavam seus pecados. Neste estudo trataremos dos conflitos.
FUNDAMENTO BÍBLICO
O texto de Marcos 2.1 a 3.6 apresenta 5 conflitos que surgem já no início da atividade ministerial de Cristo. Esses conflitos são resultantes da atuação de Cristo Jesus em favor das pessoas. Vejamos:
Primeiro conflito – 2.1-13: depois de curar um paralitico, surge a discussão dos fariseus com Jesus sob o tema do perdão dos pecados. Para os doutores da Lei, uma pessoa deficiente era impura, não poderia aproximar-se de Deus. Outra questão é que apenas Deus poderia perdoar pecados e somente um sacerdote poderia declarar uma pessoa purificada. Jesus não era visto como o Messias, apenas como uma pessoa do povo e que não tinha autorização para o que estava fazendo naquela situação. Os religiosos sentiam que seu autoritarismo estava ameaçado por quem tinha a verdadeira autoridade, reconhecida pelo povo (Marcos 2.12). Jesus era Aquele que podia e desejava perdoar pecados e curar (v.9-11).
Segundo conflito- 2.14-17: Jesus chama um publicano (coletor de impostos) para segui-lo. Os publicanos tinham uma péssima reputação e eram considerados impuros, pecadores, isso por conta da sua relação com
o Império. Além de chamar um publicano, Jesus senta-se à mesa com eles. Na cultura da época, sentar-se à mesa com alguém significava considerar essa pessoa como irmã. Diante disso, os fariseus e escribas se enfurecem com mais essa “transgressão” de Jesus. Jesus era Aquele que usava de misericórdia com as pessoas que podia e desejava acolher e perdoar pecados (v.17).
Terceiro conflito – 1.18-22: O tema do terceiro conflito é o Jejum. Os discípulos d João e os fariseus tinha o jeju como prática enquanto o povo judeu, em geral, só jejuava uma vez por mês. O Jejum é uma forma de nos aproximarmos de Deus, embora Jesus jejuasse e apontasse a necessidade de o fazê-lo, naquele momento os discípulos estavam com seu Mestre e era tempo de festa de celebração da presença do Messias, não fazia sentido jejuar.
Quarto conflito - 2.23-28: Esse conflito acontece diretamente com os fariseus e é sob um ponto central da lei judaica: a observância do sábado. Eram várias as regras de comportamento impostas para esse dia. Os fariseus evocam a lei (Êxodo 20.8-11) para criticar a ação de Jesus (v.24) e Cristo também resgata a ação de Davi (2 Samuel 21.1-6; Levíticos 24.5-9) como resposta à acusação esses religiosos (v.25). Assim, propõe uma nova forma de ver o sábado: o dia é mais importante do que a pessoa e sim o contrário (Marcos 2.27). Jesus era aquele que cumpria a lei para respeitar a vida e não pra oprimi-la.
Quinto conflito- 3.1-6: Este é o último conflito dessa série, ele também acontece num dia de sábado e agora diz respeito a cura de uma pessoa. Mais uma vez, os religiosos acusam Jesus de não cumprir a Lei, porque consideravam que isso era um trabalho produtivo, portanto, não poderia acontecer em dia d sábado. Mais uma vez, o Messias coloca em cheque a função que a tradição dava para a lei: “é licito no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la?” (v.4). Jesus era Aquele que veio trazer a correta interpretação da lei.
Foi a partir dessa série de conflitos que fariseus e herodianos começaram a conspirar para tirar a vida de Jesus (v.6)
PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA
Conflitos fazem parte da vida humana, nas mais diversas situações e relações nos deparamos com essa realidade, mas uma pergunta se apresenta a nós: como lidamos com os conflitos que surgem em nossas vidas? As comunidades cristãs na época em que esse Evangelho foi escrito, viviam uma série de conflitos, inclusive, perseguições por serem cristãs. A lerem as experiências de Jesus com tais conflitos, animavam a fé e aprendiam a superá-los. Como Jesus lidou com esses 5 conflitos? Partilhamos algumas percepções:
a) Não abria mão do seu princípio solidário em relação às pessoas necessitadas: a despeito do perigo, Cristo entendia que sua missão era salvar curar e libertar as pessoas e, por isso, enfrentou todas as forças contrárias a esse princípio. Nossa atitude deve ser como a de Jesus: não podemos escolher o conforto e a omissão, enquanto muitas pessoas carecem de defesa, salvação e acolhida;
b) Escolhia a melhor forma de olhar as situações, usava a lente do amor: cada um dos conflitos surgiu por conta da divergência na forma de ver e compreender as situações que se apresentavam. Cristo tinha uma ótica, enquanto os religiosos tinham uma ótica oposta. Nós enxergamos a vida a partir da nossa experiência e das nossas crenças, a forma como olhamos a vida e lidamos com as pessoas diz muito sobre que a gente é. A ótica de Cristo era: “amar a Deus sobre todas as coisas (...) e ao próximo como a ti mesmo” (Marcos 12.30-31). Enquanto não conhecemos a Cristo, podemos nos valer das nossas experiências e “verdades”, mas ao nos tornarmos discípulas e discípulos de Jesus, o que nos move deve ser a vontade do Pai e a experiência com seu Santo Espírito. É isso que deve ser a nossa lente para a vida;
c) Embora fosse a Verdade o Caminho e a Vida dava espaço para o diálogo: em todos os conflitos, diante da postura raivosa daqueles religiosos, Jesus fazia perguntas para que eles pudessem refletir sobre a maneira como acreditavam e agiam. Em cada conflito é possível ver Jesus devolvendo, em forma de pergunta, a acusação recebida (Marcos 2.7, 16, 19, 25 e 3.4). Diante da postura não violenta de Jesus, eles não conseguiam continuar explicitamente a agressão. Os questionamentos de Jesus vieram a partir da sua compreensão adequada da lei. A resolução dos nossos conflitos devem passar pelo adequado uso da Palavra de Deus como parâmetro para a vida, mas só conseguimos isso à medida que nos alimentamos da Palavra e em oração clamamos a Deus por discernimento e sabedoria.
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